NOVA YORK, 27 SETEMBRO DE 2000

“tchau mãe!” a pequena garotinha de cabelos loiros gritou para sua mãe na escada. Ela não esperou a mãe responder, abriu a porta e foi embora.

“Quinn espera!” a mãe tentou para-la, mas já era tarde de mais, ela já tinha indo. “eu queria te apresentar alguém” sussurrou para o nada.

A senhora Fabray suspirou e olhou a pequena garotinha de cabelos castanhos ao seu lado que ainda segurava a barra de seu pijama.

“desculpa-me, ela estava atrasada para a escola.” A senhora lhe ofereceu um sorriso sem graça, mas que foi correspondido. A senhora Fabray pode perceber certo alivio no rosto da morena, como se ela estivesse aliviada por não ter que conhecer Quinn naquele momento.

“tudo bem” disse a morena com um sorriso.

“bom Rachel agora eu preciso me vestir se não vou chegar atrasada no meu trabalho.” A senhora Fabray disse subindo as escadas, quando a pergunta de Rachel lhe fez parar.

“a senhora... vai me deixar?” a pequena perguntou e suas palavras entraram como facas no cação da senhora Fabray.

Ela voltou até onde Rachel estava e lhe abraçou. Sua vontade era de chora mas não se permitiu. Ela queria abraçar Rachel para sempre e nunca mais solta-la. Queria naquele abraço mostra que nunca mais a deixaria.

Ela se afastou um pouco para encarrar os olhos castanhos de Rachel. Seus olhos eram tristes, porém era uma tristeza que parecia ser comum, como se já estivesse acostumada a ela.

Como se... A tristeza sempre fizesse parte dela... E nunca a fosse abandonar.

“não. Claro que não. Jamais diga isso de novo. Isso nunca mais vai acontecer ninguém mais vai te deixar... eu jamais vou te deixar.” Ela abraçou mais uma vez Rachel, agora afagando seus cabelos castanhos. “você é minha para sempre.” Sussurrou. Felizmente Rachel tinha ouvido e aquela sensação foi a mais feliz que tinha sentindo em toda a sua vida, na verdade aquela foi a primeira vez que se sentiu realmente feliz.

“vem, vou te mostrar onde fica o banheiro.” A senhora Fabray se levantou e ofereceu a mão para que Rachel a segurasse e assim ela o fez.

A senhora Fabray pós Rachel no banho e foi ao seu quarto se vestir. Minutos ela voltou ao banheiro segurando um par de roupas, calcinha e uma toalha.

“olha Rachel, aqui esta uma toalha minha que você pode usar não se preocupe ela esta limpa. – Fabray lhe ofereceu um sorriso que novamente foi correspondido, só que dessa vez com mais entusiasmo. – tem essas roupas que são da Quinn, tenho certeza de que ela não vai se importar; e aqui tem uma calcinha que eu tinha comprado para ela, sorte de que ela ainda não usou então você pode usar.”

“sei que você deve estar com fome, infelizmente eu estou sem tempo para preparar alguma coisa, você pode pegar o que quiser para comer na geladeira, você sabe cozinhar? Acho que eu posso esquentar alguma coisa para você comer?” a senhora Fabray estava quase estava dando um surto com tanta preocupação. Até Rachel achou, por um minuto, que ela podia ter um ataque.

“senhora Fabray, está tudo bem. Não precisa se preocupar eu vou ficar bem até você voltar.” Disse Rachel tentando aclama-la. Apesar de tudo, Rachel cresceu aprendendo a se virar sozinha.

“ok.” Ela se rendeu e se levantou para sair do banheiro, porém ela parou na porta e se virou. “faz um favor para mim?” ela pediu recebendo um aceno de cabeça. “não me chame mais de senhora Fabray, meu nome é Judy, você sabe disso.”

“tudo bem Judy.” Rachel se corrigiu.

“agora esta bem melhor.”

Quando Judy estava para sair se virou novamente.

“só mais uma coisa. Nunca mais pense que ninguém te ama, porque agora você é minha e eu jamais vou deixar você ir.”

Rachel não precisava responder. Mais nem uma palavras precisava ser dita, tudo o que judy queria dizer e Rachel ouvir já estavam naquelas palavras.

Um último sorriso foi trocado. Judy saiu do banheiro e Rachel prosseguiu com o seu banho.

Judy Fabray era uma empresaria muito bem sucedida em nova York. Era considerada uma das mulheres mais ricas do estado de nova York. Era só ouvir o sobre nome Fabray que as pessoas já o reconheciam. As vidas financeiras e profissionais sempre foram ótimas, nunca houve um problema nessa parte. Porém, já não podia dizer o mesmo da sua vida familiar e particular.

Cinco anos atrás seu marido Russel Fabray havia morrido de câncer. Era difícil viver sem a presença de Russel que sempre esteve ao seu lado, mas ela tinha que continuar, apesar de tudo ainda tinha sua pequena filha para cuidar. Aquela era a sua última vontade.

“cuide da Quinn custe o que custar, proteja-a de quem quer que seja, nuca a deixe sozinha. E não importa o que aconteça, não importa as decisões que ela vá tomar na vida, sempre esteja ao lado dela.”

Aquele fora o último desejo de Russel antes de morre.Judy jamais se esqueceria daquelas palavras.

Ser uma mãe solteira não é fácil para ninguém, ainda mais quando se tratava de cuida de Quinn. Judy não tinha problemas financeiros para cuidar de Quinn o problema era lidar com ela. Desde pequena Quinn sempre dera trabalho e dava até hoje. Sempre teve problemas na escola, tirava notas baixas, arrumava briga com os outros alunos e Judy não sabia o porquê desce comportamento. Ela tentou de tudo para ajudar Quinn até levá-la ao psiquiatra ela levou, mas Quinn acabou sendo expulsa. Judy já não tinha mais meios de como lidar com Quinn. O que ela podia fazer era espera que com o tempo as coisas se amenizassem.

Mesmo que Rachel já estivesse morando com Judy ainda havia muito que fazer. Registra-la, planos de saúde, escolas, cursos, roupas. Foi pensando nessas coisas que Judy se lembrou de um fato ainda maior. Como Quinn ia lidar com aquela nova situação? Talvez ela não quisesse uma nova irmã. Talvez Quinn não gostasse de Rachel. Pelo visto seus problemas só tinham começado e só mesmo o tempo ia resolver.

Enquanto Judy trabalhava seu pensamento só estava em uma pequena garotinha de grandes olhos castanhos e se ela estaria bem. O dia todo foi assim. A cada pausa que tinha para tomar um café ela pensava em ligar para casa para ver se Rachel estava bem, mas ai desistia e logo a ideia já estava de novo em sua cabeça. E assim por diante até a hora de ir embora.

Com tanto pensamentos na cabeça e problemas da empresa Judy se esqueceu por um momento que depois de sua aula de piano Quinn estaria de volta a casa. Ela precisava estar lá.

“Kate, cancele todos os meus compromissos de hoje.” Judy disse enquanto pegava rapidamente sua bolsa e botava alguns objetos dentro dela.

“espera, aonde a senhorita vai?” perguntou a secretaria, tentando acompanhar os movimentos de Judy.

“casa. é uma emergência.” Foi tudo o que ela disse antes de sair correndo em direção ao elevador.

Era duas da tarde e daqui a pouco Quinn estaria em casa. A primeira coisa que Judy ouviu quando chegou a casa foi um som de piano. Pelo visto Rachel tinha descoberto a sala de música de tinha na casa. Quanto mais se aproximava da sala o som ficava mais auto. Não demorou muito até que Judy reconhecesse a música.

Judy ficou do lado de fora da porta enquanto Rachel tocava a música don’t dream it’s over. Suas lagrimas começaram a escores de seus olhos até a ponta de seu queixo. Todas as memorias que aquela música lhe proporcionava estavam agora em sua mente.

Judy se levantou e entrou na sala começando a cantar o próximo trecho da música. Rachel tinha se assustado com a presença repentina da voz de Judy, mas não parou de contar.

Judy e Rachel estavam tão distraídas no embalo da música que não ouviram o som da porta se abri e fechar. Era Quinn. Assim como Judy ela seguiu o som da música já com os olhos cheios d´água. Aquela música tinha um significado muito forte para Judy e Quinn. A pequena achou que fosse a mãe tocando, mas tem uma supressa ao chegar à sala.

“mãe.” Chamou Quinn enxugando suas lagrimas.

No susto Rachel parou instantaneamente de tocar.

“quem é essa garota e o que ela faz tocando essa música?” perguntou apontando para Rachel, como se ela fosse uma completa estranha. O que de fato Rachel realmente era.

“filha.” Judy saiu do banco do piano e ficou em pé. Fez um movimento para que Rachel se levantasse e assim ela o fez. Igual a de amanha Rachel segurou na barra da calça de Judy como se estivesse se escondendo. Ou até mesmo com medo.

“essa aqui é Rachel Berry, ela vai agora vai morar com a gente. A parti de hoje ela é sua nova irmã.” Judy sorria numa tentativa de amenizar a noticia. Ela esperava que Quinn surtasse com a noticia, que viesse a bater em Judy ou qualquer reação do tipo. Mas, sua reação foi diferente.

“nunca mais toque essa música.”

Foi tudo o que Quinn disse antes de desaparecer na porta com sua lagrimas já caindo por seu rosto.