The Lying Game escrita por Queen Prophecy


Capítulo 5
It's complicated


Notas iniciais do capítulo

Antes de começar ler, algumas coisas.
Não achei que esse foi um dos melhores capítulos... Então desculpa qualquer coisa. Como eu disse é baseado em faking it então nem tudo vai ser igual a série, muita coisa vai e foi modificada.
Tem uma cena nesse capítulo com a Zelena, vocês vão entender quando ler, a personagem que aparece com ela ainda não apareceu na fanfic até esse momento.
Eu não vou focar muito em Graham e Regina porque quero explorar o lado da Emma na história.
Apenas isso, boa leitura. E comentem o que estão achando.

Pra quem quiser ver a Jasmine. http://www.hayunalesbianaenmisopa.com/wp-content/uploads/2014/05/jasmine-faking-it.png



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/502418/chapter/5

Regina discou o número de Emma pela quinta vez naquela manhã, depois do dia anterior o qual tinham brigado elas não se falaram mais, Regina estava irritada com a loira pelas coisas que ela dissera, mas quanto mais o tempo passava mais a raiva se dissipava, no fim da noite tentou contatar a amiga para se desculpar, para dizer que estava errada... Mas o celular dela apenas caia direto na caixa de mensagens.

Quando chegou a escola de manhã procurou ela em todos os lugares, mas Emma não havia chegado ainda, então tentou ligar, uma, duas, três até a quinta vez, todas elas o celular só tocava e depois caia na caixa de mensagens novamente. Quando estava ligando pela sexta vez e mais uma vez caiu na caixa de mensagens resolveu deixar uma, respirou fundo indo até o pátio, perto de seu armário.

– Já se passaram 12 horas e 36 minutos de silêncio. Dez horas a mais do que da outra vez que tirou as amígdalas. – respirou fundo – Não suporto não nos falarmos, eu sofro fisicamente. – dramatizou – Por favor, me retorna. – olhou para frente e deu de cara com Graham conversando com os amigos, depois de toda a briga com Emma no dia anterior havia visto ele e ficou parada num lugar escondida observando-o quando viu a mulher da empresa que queria doar dinheiro pra escola apareceu num carro e mandou-o entrar, Regina sentiu seu mundo cair. Ela que defendeu Graham para sua melhor amiga agora estava ali quebrando a cara com o mesmo. Ele era um falso, e mentiroso.

Sentia-se culpada de certa forma, por ter brigado com Emma quando ela estava coberta de razão sobre ele.

– E você tinha razão sobre Graham, não sei o que estava pensando. – suspirou – Me desculpa, e sinto saudades.

Desligou o celular e encostou-se ao armário cansada, começou a ouvir uma musiquinha não muito estranha e olhou para o “carro” de seus pais, que usavam para trabalhar, com sucos orgânicos. Fechou os olhos frustrada, aquilo era sério?

– Por que eu não posso ter pais normais? – indagou olhando para eles que começaram a arrumar as coisas na frente de sua escola.

– The Lying Game -

No dia anterior havia contado a história toda para Killian, ele ao contrário das outras vezes não estava rindo e nem fazendo alguma brincadeira, estava sério olhando para ela esperando ela terminar de falar. Ficou boa parte da tarde e da noite falando sobre isso, ele a aconselhava como podia e ela desabafava, se alguma coisa boa tinha saído daquele relacionamento de mentira era a amizade deles dois. Nunca imaginou que Hook – como o chamava agora por causa da fantasia do baile – seria um amigo como vinha sendo.

Chegou à escola mais tarde que o habitual e começou a procurar Killian, queria dizer a ele sobre algo que tinha pensado a noite toda praticamente, depois que ele foi embora. Ouviu o celular vibrar pela sexta vez no bolso e resolveu finalmente olhar.

Uma mensagem de Voz: Regina

5 Chamadas perdidas.

Era Regina, obviamente ninguém mandava tantas mensagens e ligava tantas vezes exaustivamente quanto ela, podia ser bem insistente quando queria, mas àquela hora não era um bom momento para elas se falarem. Segurou o celular na mão e voltou a olhar ao redor a procura do amigo para ver se ele já havia chegado.

– Problemas no paraíso? – indagou uma voz conhecida, era Neal.

Não tinha paciência para ele naquele momento, estava no meio de uma coisa importante.

Ela olhou para ele sem dar muita atenção.

– É as coisas estão complicadas. – disse voltando a correr os olhos pela escola.

– Talvez isso venha melhorar seu espírito com suas asas – disse pegando um papel em formato de cisne. – Fato idiota. Estou aprendendo a arte do origami. – falou animado.

Mas a loira não estava prestando muita atenção naquele momento. Onde raios estava Killian?!

– Hm, tá, valeu Neal. – pegou o papel da mão do garoto, sem dar muita atenção a ele e saiu apressada para a entrada do colégio onde o amigo havia acabado de passar.

– O que está fazendo agora? – indagou um pouco ansiosa.

– Indo para a escola como uma pessoa normal? – respondeu a olhando confuso – Usou alguma coisa essa manhã?

Resolveu ignorar o comentário e ir diretamente à questão que importava.

– Preciso da sua ajuda – ele a olhou esperando a loira completar – Preciso que me ajude a arranjar uma namorada. Eu acho.

– Emma, você já tem uma. – colocou um dos braços em seus ombros e começou a caminhar com ela – Se descobrem que vocês estão fingindo vão linchar vocês duas sem notar a ironia.

– O problema é que não estou fingindo! – exclamou – Você precisa me ajudar, se eu sinto algo pela Regina então eu devo ser lésbica!

– Wow – ele a olhou surpreso – Acho que é cedo demais para você se rotular, tem que descobrir essas coisas com calma, você tem que ir com calma.

– Você que me fez assumir na frente da escola inteira, lembra? – perguntou aflita.

A verdade é que todas aquelas descobertas de seus sentimentos e da sua sexualidade estavam a deixando louca, não fazia ideia do que fazer, só sabia que tinha que ser feito alguma coisa e pra ontem.

– Sim, mas agora eu me dei conta que a coisa é mais complicada. – explicou – Olha me desculpe por aquilo, mas você tem que ir com calma, Emma.

– Ontem eu beijei Neal e não senti nada. Por que eu não senti nada? Olha ele faz origamis legais – mostrou o cisne que estava em sua mão mexendo as asas dele.

Killian arqueou a sobrancelha para aquilo.

– Nossa chocante você não ter pulado nele bem ali. – disse com sarcasmo.

Ela olhou para ele aflita, precisavam fazer alguma coisa e aquela falta de ajuda do amigo naquele momento não estava a ajudando em nada.

– Olha é sério, Killian, se eu arrumar uma namorada minha falsa namorada pode voltar a ser só minha melhor amiga e tudo irá ficar bem.

Hook a olhou com pena por alguns segundos.

– É disso que está falando?

– Esses sentimentos estão me matando. – confessou cansada. – Ontem surtei com ela porque fiquei com ciúmes do Graham. Quem faz esse tipo de coisa? Eu não estou agindo como eu mesma.

Vendo que o garoto apenas ia ficar olhando para sua cara sem dizer nada tentou uma última vez.

– Me ajuda. – implorou.

– Tudo bem, vou ajudá-la. Só porque vejo que está sofrendo – ela sorriu para ele e o abraçou. – E porque quero saber onde isso vai dar.

– The Lying Game -

– O que estão fazendo aqui? – indagou Regina indo até os pais.

– Não é legal? – indagou Cora abraçando a filha.

– Não, não é legal. – desenvencilhou-se do abraço.

– Por favor, vão para outro lugar – implorou – Nós moramos em Austin, lá não tem sempre aqueles festivais idiotas?

– Qual lugar melhor para se vender suco orgânico do que na escola? – indagou a mãe da morena gesticulando com as mãos – Fora que queremos mostrar que apoiamos você, nossa orgulhosa filha lésbica!

Regina sentiu uma pontada de culpa no peito ao ouvir aquilo, ver seus pais apoiando-a quando nem ao menos era verdade sobre sua sexualidade fazia a se sentir um pouco culpada, mas não podia contar a verdade. Não agora que estava conseguindo tudo que queria, tirando o traidor do Graham. Sentiu a raiva subir novamente ao lembrar-se dele com aquela mulher no dia anterior.

– E nós precisamos do dinheiro também... – comentou Cora.

– Precisamos de dinheiro? Por quê? – indagou a morena preocupada fazendo sua culpa de certa forma aumentar.

– Não se preocupe, querida. – Cora a tranquilizou.

– Mas se você quiser... Podemos sair daqui. – completou o pai dela vendo a cara da filha.

– Não, tudo bem, podem ficar – suspirou – Venho ajudar quando sair da aula, ok? Mas por favor não me envergonhem.

Ambos sorriram para a filha e a abraçaram forte, Regina retribuiu antes de virar as costas para ir para a sala. Deu dois passos e logo encontrou com Graham sorrindo para ela de forma galante, respirou fundo sentindo de novo a raiva subindo.

– Você recebeu minha mensagem? Queria te falar o quanto achei aquela música boa, nunca tinha ouvido você cantar antes.

– Bom, você já disse, agora pode morrer feliz. – respondeu seca e saiu pelo corredor sem dar atenção para o garoto.

Ele olhou para Regina confuso, nunca havia visto a garota daquele jeito.

– Ela não quis dizer isso – intrometeu-se Cora – Ela fica de mau humor quando briga com a namorada.

Ele assentiu tentando compreender, mas algo lhe dizia que não era por aquilo.

– The Lying Game -

Sentia que todos da escola olhavam para si, não sabia onde estava com a cabeça ao ter mandado sexting para o seu namorado. Amaldiçoou-se por ter feito aquela burrice nesse momento todos da escola poderiam ter fotos dela no celular.

– Tô me sentindo humilhada, estão todos me encarando. – disse abaixando um pouco a cabeça e espiando por cima dos óculos.

– Nossa, estão sendo tão discretos que nem dá pra notar. – comentou a amiga inocentemente recebendo um olhar furioso de Zelena.

– Josh me pediu para fazer sexting, então mandei para ele uma foto só de sutiã. – explicou como se falasse com duas crianças. – Sei que todos viram agora, não sei o que deu em mim.

– Devia ter usado Snapchat – respondeu a outra amiga.

Ela revirou os olhos ignorando o que a garota falou e olhou para frente. E lá estava ele, seu namorado sem caráter, mostrando para todos seus amigos a foto dela. Trincou os dentes de raiva e foi até ele pisando duro.

– Josh! Sabia que não... – começou a gritar enquanto pegava o celular da mão do garoto.

Mas ao olhar para a tela se deparou com uma foto que não era dela, mas sim do gato de Josh.

– Coloquei uma coroa nele. – disse fazendo gestos para indicar a fofura da foto.

Ela sorriu um pouco aliviada.

– Oh, menos mal. Achei que estivesse mostrando o que te mandei ontem – contou mordendo os lábios levemente.

– Relaxa, eu deletei. Sei que não quer que isso se espalhe.

A ruiva franziu a testa, ela não queria mesmo? Não tinha tanta certeza daquilo naquele momento, mas mesmo assim forçou um sorriso antes de responder.

– É não queria.

– The Lying Game -

Depois de toda a conversa com Emma resolveu depois da aula levar ela em um bar que funcionava na cidade para lésbicas à tarde e gays a noite. Quando chegaram lá a loira apenas ficou observando o lugar, era de certa forma um pouco agradável, enquanto Emma tomava um gole de seu refrigerante observou as garotas.

– Nossa, eu nunca vi tantas lésbicas juntas. – comentou passando o olhar pelo local.

–Você pediu, eu trouxe. – disse Hook rindo. –Então a primeira coisa é, qual você gosta mais? Nós temos as patricinhas – apontou para o primeiro grupo que tinha algumas meninas mais “femininas” – As esportistas – apontou para outro onde tinham garotas falando sobre esportes no geral – as fãs de Kristen Stewart – apontou para outro grupo onde tinham algumas garotas sentadas em uma mesa lendo. – Ou mais do tipo butch? – perguntou apontando para o último grupo onde tinham garotas mais “masculinas”.

– Eu preciso escolher um favorito? Eu não sei, eu gosto do cinto daquela. – apontou para uma das garotas do primeiro grupinho.

– Ok, quem aqui faz sua virilha dizer sim? – resolveu fazer uma pergunta mais fácil, já que de certa forma era a primeira vez dela.

– Esse é o problema, não tinha até eu beijar Regina. – suspirou tomando o resto de seu refrigerante. – Acho que vou ter que começar a beijar algumas lésbicas.

Ele a olhou chocado.

– Não acha melhor começar devagar...? – sua pergunta ficou sem resposta, pois antes mesmo de terminá-la a loira já havia saído atrás de alguma garota para beijar.

– The Lying Game -

Enquanto andava pelo bar que Killian tinha a trazido para ver qual garota poderia chegar recebeu uma mensagem de Regina.

Por favor, me ligue, eu preciso de você.

Era o que dizia na mensagem, respirou fundo tentando conter a vontade de realmente fazer aquilo e ligar para a morena, mas tinha que ser forte e ignorar e continuar com seu plano que era, arrumar alguma garota para namorar.

Super ocupada.

Foi à resposta que ela enviou, Regina leu as palavras mais de uma vez para ter certeza que era aquilo mesmo que tinha lido, sua melhor amiga estava super ocupada com algo que ela não fazia ideia e a ignorando há horas.

Guardou o celular de volta no bolso e se aproximou a uma das garotas que havia de certa forma lhe interessado, tinha achado ela bonita, isso devia bastar, certo? Piscou para ela que estava com as amigas conversando e a garota sorriu mexendo os lábios como se formasse um “hey” vendo que havia funcionado, a loira se animou e resolveu tentar algo mais, passou a língua nos lábios devagar contornando eles. A garota qual Emma tentava flertar olhou a cena horrorizada, e logo após desviou o olhar. Emma encolheu os ombros frustrada, ela era horrível nesse tipo de coisa. Não iria desistir, mas tinha que tentar outras coisas para tentar conquistar uma garota, resolveu ir para o lado de fora do bar e avistou uma garota sentada com uma garrafa de agua e um livro aberto a sua frente, ela tinha cabelo preto, a cor era parecida com de Regina, mas eram bem mais curtos e tinha uma pequena franja.

Dessa vez chegaria com mais sutileza.

– Hey – cumprimentou sentando-se na frente da garota – O que está estudando?

– Anatomia – respondeu sorrindo.

– Pode ser útil algum dia – a intenção do comentário era bem clara, mas a garota não parecia ter entendido.

– Assim espero. Quero muito fazer medicina.

– Quem se importa se podemos brincar de medico agora? – sua voz assumiu um tom um pouco mais sexy na hora de falar.

Mas o resultado foi exatamente o oposto ao qual esperava.

Ela riu levemente.

– Você está brincando. – Emma tinha ficado nitidamente embaraçada, o que não passou despercebido pela garota – Não é? – indagou um pouco incerta pela cara da outra.

A loira abriu a boca para falar algumas vezes, mas não achava nenhuma palavra, ou frase que a tirasse daquele momento constrangedor. Mais uma garota, era a segunda garota que ela conseguia totalmente o oposto que queria, invés de conquistar estava parecendo uma predadora sexual. E deixando elas, desconfortáveis.

Bufou frustrada entrando no corredor que dava para o interior do bar, estava tão absorta nos pensamentos que mal notou uma garota vindo em sua direção, ou melhor, em direção do lado de fora do local.

Esbarrou nela e ouviu os copos que a mesma carregava na mão caírem no chão, fechou os olhos, aquele não era seu dia definitivamente. Agachou-se junto com a garota para erguer os copos.

– Me desculpe – pediu a garota.

Emma olhou para ela, ambas agachadas no chão, ela não era uma das mais atraentes garotas, mas ela poderia tentar uma última vez.

– Quer sair daqui? – indagou Emma.

– Sim. – a garota sorriu e levantou-se ao mesmo tempo em que a loira.

– Sério? – perguntou um pouco chocada, era a primeira vez que aquilo estava acontecendo e ela não levou um fora, ou a garota ficou constrangida ou horrorizada.

– Claro. Vamos até meu carro. – ela viu a garota chegando mais perto de seu corpo quase a encurralando na parede, e percebeu uma coisa.

Essa não era ela, não servia para esse tipo de coisa e não estava preparada para aquele tipo de coisa. Regina podia estar, mas ela definitivamente não.

Agora quem se sentia desconfortável era ela... Olhou para Killian que flertava com o bartender invés de ajudá-la com aquela situação, queria sair dali mas como faria sem ferir os sentimentos da garota?

– Hm... É...Ahm... – começou a se mexer desconfortável com a proximidade da outra garota. – Eu tenho namorada! – respondeu rapidamente antes de sair correndo até o amigo e puxá-lo pelo braço.

– Eu olhei pra você, era pra você estar olhando e me ajudar! – exclamou.

– Eu tive que olhar para o outro lado estava muito bizarro.

– Fui tão ruim assim? – suspirou.

– Estava obscena, agressiva e excessivamente sexual. – ela fez uma careta ao ouvir, realmente não tinha nenhum jeito para aquele tipo de coisa – E isso funciona com gays, mas nem toda lésbica quer só transar, sabe? Mas querem se conectar, se conhecer, ter alguma coisa.

Ela encostou a cabeça no ombro do amigo chateada.

– Isso parece maravilhoso, como faço isso acontecer?

– Já que deu errado aqui... – ele pegou o celular no bolso e começou a mexer – Tem esse aplicativo, é tipo um tinder, mas para lésbicas.

Ela sorriu gostando da ideia.

– The Lying Game -

Saíram do bar e foram direto para a casa de Emma, sua mãe não estava em casa e muito menos seu pai, o que facilitava para eles, sem perguntas onde tinham ido e o que iam fazer.

Pegou o tablet e começou a fazer seu cadastro no aplicativo, assim que terminou mostrou para seu amigo, ele a olhou chocado, o perfil estava totalmente negativo.

“A melhor forma de saber quem eu sou é entender as coisas que eu odeio”

Essa era a frase principal, o amigo continuou a ler, mesmo achando aquilo totalmente sem sentido. Não era assim que conseguia um encontro pela internet.

“Alguém que escuta Reggae. Quem usa óculos de sol em lugares fechados, quem paga por jeans que já vem esburacados...” a lista era um pouco maior, mas ele realmente não achava aquilo apropriado.

– Você não acha que isso te faz parecer uma pessoa um pouco negativa?

– Eu já estou num relacionamento de mentira, se quero namorar alguém tem que ser por quem eu sou, de verdade.

– Não é assim que funciona namoros pela internet, Emma. – disse olhando para a loira com um pouco de compreensão, aquela situação não era fácil. – Se você conseguir alguém com isso, será um...

1 Mensagem.

–... Milagre. – ele olhou chocado para aquilo e a loira pegou o tablet da mão dele olhando chocada, também não esperava uma resposta ainda mais de imediato.

– Aposto que é um mostro. – comentou recebendo um olhar irritado de Emma. – Só gente desesperada responde tão rápido.

Emma colocou o tablet na frente do rosto de Killian fazendo-o olhar para a garota.

Ele pensou ao ver a foto da garota.

– Ela é linda. – comentou o que fez Emma sorrir feliz.

Marcaram um encontro para o mesmo dia, havia achado a garota linda, e pelo seu perfil, parecia ser uma pessoa legal também. Começou a procurar em seu guarda roupa alguma coisa que servisse naquele momento, nada que ela usasse no dia a dia, e as roupas com estampa de comida que ela adorava também não eram uma boa ideia. Killian dava sua opinião quando ela experimentava as roupas, quando colocou a última que achou olhou-se na frente do espelho, não tinha ficado de todo mal. Usava calças jeans, uma camiseta preta e uma blusa xadrez por cima, colocou boné também, mas o amigo disse que aquilo era como se ela tentasse passar que era uma lésbica profissional, o que de certa forma não era totalmente mentira, só não queria estragar tudo fingindo ou fazendo coisas como nos outros que teve no bar.

Perguntou a ele se devia usar vestido, poderia usar algum de sua mãe, mas ele descartou a possibilidade já que ela mesma tinha falado que queria ser ela mesma. Usando coisas que ela não gostava muito, ou e evitava a usar não era “ser ela mesma”.

Terminou de se arrumar e sentiu o celular vibrar de novo, o dia todo Regina tentava falar com ela, suspirou cansada e olhou para a cara do amigo que a olhava solidário.

Ele estendeu a mão e pediu o celular da loira que entregou sem hesitar.

–Se eu ficar com ele vou acabar respondendo.

– Eu sei, por isso acho melhor ficar comigo – colocou o aparelho no bolso e a abraçou indo até a porta. – Agora vá se encontrar com essa garota bonita.

– Jasmine – disse falando o nome da garota que Killian parecia ter esquecido - Certo, vamos com calma e nos conhecer.

– Isso! E não deixe ela esfregar sua lâmpada ainda. – Emma revirou os olhos pela piada com o nome da garota, mas acabou sorrindo.

– Você não vem?

– Vou te esperar aqui, e boa sorte. – vendo a cara da amiga de desespero tentou acalmá-la – Você consegue.

Ela assentiu e murmurou um ok antes de sair.

– The Lying Game -

Não acreditava em quem estava vendo na porta de seu quarto, no primeiro momento quando ouviu a porta sendo aberta deu um grito assustada. Era claro o porquê tinha se assustado, após seu namorado ter falado que nunca vazaria suas fotos ela resolveu por si só fazer isso, estava tentando tirar uma que ficasse sexy, mas nenhuma saía boa o suficiente, além da luz não ajudar em nada.

Olhou para a porta com o lençol ao redor do busto cobrindo seus seios e arregalou os olhos quando se deu conta de quem era.

– O que diabos você tá fazendo aqui? – perguntou irritada.

A pessoa riu.

– Vim procurar Regina, mas como ela não estava em casa resolvi dar um “olá”.

– Ótimo, já deu seu olá, agora pode sair. – disse seca.

– O que você está fazendo? – Zelena olhou para frente e não respondeu.

Entrou no quarto e fechou a porta sem se importar com a falta de resposta.

– Se você está tentando tirar uma foto sexy acho que posso te ajudar sem ao menos você precisar deixar seus seios de fora. – comentou fazendo os olhos incrivelmente azuis da garota brilharem

– Então me ajude. – pediu com certo desgosto, odiava pedir ajuda.

Levou cerca de dez minutos até tudo ficar pronto, ela colocou o abajur no chão fazendo ter iluminação o suficiente para a foto ficar maravilhosa, ao invés de estar nua como antes estava com a jaqueta da outra nela, o que fez a foto ficar incrivelmente sexy. Era óbvio que a modelo ser extremamente linda ajudava em 95% o resto era só achar uma iluminação boa.

Quando terminou de tirar as fotos entregou o celular para Zelena que olhou para as fotos maravilhada, um sorriso se formou em seu rosto.

Ela ficou parada olhando para a ruiva, e Zelena sabia bem o que queria, revirou os olhos antes de falar a contragosto.

– Muito obrigada. – a outra sorriu e foi até a porta antes de sair ouviu a outra falando ao fundo – Mas ainda te odeio.

– Não posso dizer o mesmo. – e saiu deixando Zelena frustrada.

– The Lying Game -

Jasmine era definitivamente mais bonita pessoalmente e uma pessoa incrivelmente fascinante, as conversas desde o momento que havia chegado fluíam naturalmente, sem vergonha, sem embaraços, ela contava como foi se assumir e como desde aquele momento apesar de ter sido libertador, não tinha um dia que não ouvia comentários sarcásticos e Emma sabia muito bem o que era aquilo por parte de sua mãe. Apesar de nunca ter se dado bem com ela, sua mãe era difícil de agradar, e isso a incomodava.

Ela também comentou sobre as “rainhas lésbicas” do baile que tinha acontecido na escola de Emma o que fez ela ficar tensa, mas ao desenrolar o assunto percebeu que a garota não fazia ideia de que uma das “rainhas” estava bem ali na sua frente. O que de certa forma era ótimo, ser ela mesma com alguém era libertador. Sem mentiras, sem fingimento, só Emma.

Ela continuava a falar, em algum momento Emma parou de prestar atenção olhando para os lábios da garota, tinha que tentar beijá-la, talvez isso a fizesse realmente gostar de outras garotas, ou até mesmo de Jasmine que parecia ser uma ótima pessoa.

Ela debruçou na mesa um pouco para tentar beijá-la, mas Jasmine se afastou um pouco chocada.

– Ow, garota! – exclamou.

Emma a olhou se sentindo uma idiota, de novo tinha estragado tudo, saltou da cadeira quase correndo e foi até a parte de fora da lanchonete que estavam e sentou-se ali, se sentindo totalmente mal pelo ocorrido. Será que ela nunca iria aprender, e ficaria para sempre com esses sentimentos por Regina? Fechou os olhos por segundos, e sentiu alguém sentar-se ao seu lado.

Abriu devagar e se deparou com Jasmine, desviou seu olhar ainda com muita vergonha para olhar para o rosto da garota.

– Eu sinto muito. – balbuciou.

– Tudo bem.

– Podemos fingir que isso nunca aconteceu? – indagou.

– Queria mesmo achar que o beijo seria por me achar irresistível, mas sinto que há algo mais rolando.

Emma olhou para a garota a sua frente e suspirou. Resolveu contar a ela o resumo, que se apaixonou pela sua melhor amiga depois de beijá-la, e agora nada mais fazia sentido, tudo tinha ficado uma confusão, agora ainda tinha o medo de contar e tudo mudar. Jasmine sabia exatamente como ela se sentia e se sentiu solidária a situação, contou para ela também o que havia rolado com ela, mas as coisas com a melhor amiga de Jasmine ao contar não tinha terminado bem. Isso fez Emma apenas se sentir mais temerosa ainda.

– Talvez no seu caso seja diferente, mas se as coisas desmoronarem me ligue – Emma olhou para a garota – Talvez possa ajudá-la a juntar os pedaços.

– The Lying Game -

Não acreditava que tinha cometido uma injustiça com Graham, depois da briga que tiveram na frente dos pais dela ao vê-lo ajudando seu pai e sua mãe, falou tudo que estava entalado principalmente a parte que o viu saindo com a mulher, amante dele, da escola. Mas foi aí que se enganou ela não era amante de Graham, o que deixou de certa forma ela aliviada, e sim irmã. Sentiu-se oéssima por ter julgado ele de forma tão cruel, afinal ele não era nenhum traidor, e nem mentiroso, e sim continuava aquele garoto integro por qual se apaixonou.

Foi até o lugar em que ele ficava após ajudar seus pais e o viu lá batendo com o martelo em um ferro, que provavelmente usaria para fazer suas artes – mas não pra vender na praia -, ele a viu entrar e ignorou a presença dela. Ele estava certo em estar irritado com ela, afinal ela o tinha julgado da pior forma.

– Oi... Me desculpe.

– Desculpas aceitas. – respondeu sem sequer olhar para o rosto da morena – Agora pode ir embora.

– Entendo que esteja bravo – começou a falar sem se mover – Mas sinto muito, eu te julguei errado, vi aquela cena e tirei minhas próprias conclusões.

Ele apenas continuou fazendo suas coisas sem olhar para ela, mas a morena não se abalou.

– Se sua irmã trabalha na empresa por que você estava protestando?

– Minha família é complicada, ok? – exclamou – Você não entenderia.

– Talvez não, mas gostaria de tentar.

Ele olhou para ela por algum tempo antes de finalmente se abrir, e contar tudo sobre sua família, que eles eram donos da empresa de tecnologia, e que seu pai ao se aposentar ia indicar sua irmã, Regina ficou chocada ao ouvir que o pai dele era o cara que fundou a empresa. Ouviu o desabafo, sem questionar ou falar nada, e concordou com ele que não falaria para ninguém pois ele não era aquele tipo de cara que os pais queriam, ele não queria assumir uma empresa, não queria ser como sua família. Ter ele se abrindo para ela fez Regina se sentir de certa forma especial, única na vida dele, afinal além dela só Killian sabia.

Começaram a conversar e quando ouviu ele rindo sobre o que ela disse de sua família, sorriu, ver ele sorrindo era uma coisa boa. Desabafou então que sentia que seus pais achavam que a única coisa interessante sobre ela era sua orientação sexual. E foi naquele momento que ela se sentiu mais feliz ainda. Quando ouviu “Não é a coisa mais interessante sobre você”, ela sorriu e antes que saísse pela porta ele já estava próximo dela, e se beijaram.

– The Lying Game -

Killian estava deitado na cama de Emma quando ouviu ela entrar, olhou pela janela e viu que já era fim de tarde, sorriu pelo jeito devia ter sido bom o encontro.

– Então, amor a primeira vista? – indagou animado.

– Ela era muito legal, e eu claramente um desastre.

– Ok, bola pra frente, tem outras garotas no aplicativo.

Emma cruzou os braços, visivelmente chateada.

– Não quero conhecer outra garota.

– Um garoto? – sorriu.

– Não quero conhecer outro garoto – balançou a cabeça.

– Isso limita suas opções.

– Não fará com que os meus sentimentos por Regina irem embora. – estava imensamente cansada de sentir aqueles sentimentos pela amiga.

– Pelo menos sabemos o que você é.

– Sabemos?

– Você é Regina-sexual. – ele sorriu e Emma se jogou na cama suspirando exausta.

– Por que não diz como se sente?

Ela balançou a cabeça em negativa.

– Regina tem sido minha melhor amiga desde o jardim de infância. – se virou de lado para olhar para Killian – Se conto a ela as coisas vão ficar estranhas, até nos distanciarmos e então um dia nos encontrarmos em algum lugar e nos cumprimentarmos por educação fingindo que não sabemos tudo uma da outra. – engoliu o choro que subia em sua garganta, seus olhos estavam marejados.

– Ou você pode contar e ela se sentir da mesma forma – ela balançou a cabeça que não – Você não sabe, tem uma chance nem que seja mínimo de ela gostar de você também e então vocês viverem felizes.

– Uh-uh. Tá bom. – ironizou.

– É sério, Emma. Eu vejo vocês duas juntas, ela tá sempre te beijando e segurando sua mão. Está claro que ela te ama.

– Sim, mas não da forma que eu gostaria.

Ouviu o celular vibrar em cima da mesa do lado da cama e o moreno soltou um grunhido.

– Ela tá te mandando mensagem o dia todo – disse entregando o celular para a loira – Nunca vi uma pessoa tão insistente e abusar tanto de emojis.

Ela apenas balançou a cabeça uma última vez e ele suspirou.

– Eu tenho que ir, tenho um encontro com um bartender gato – ela sorriu pelo o amigo e sentou-se para receber o abraço. - Fica bem, ok?

Ela acenou com a cabeça e esperou até ele sair para discar o número de Regina.

No primeiro toque ouviu a voz de regina do outro lado que fez seu coração acelerar.

– Regina? Oi...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, e até o próximo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Lying Game" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.