Um novo começo escrita por Annie16


Capítulo 24
Uma ajudinha?


Notas iniciais do capítulo

Uhuulll!Voltei =p



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POV:Percy

–Polibotes.Como você....

–Como eu estou vivo? - ele me interrompeu. - Ah,você sabe...Quando temos assuntos pendentes para tratar,não podemos nos dar o luxo de ficar morto por muito tempo.Você entende,não é mesmo?Afinal,voltou do Tártaro porque precisava ajudar seus amigos e salvar sua doce namorada...

–Eu podia voltar. - disse convicto. - Não estava morto.

–Por favor,garoto - ele bufou. - Não seja tão lerdo!Pelo Tártaro...O que aquela garota viu em você?Acha mesmo que estou vivo por que tenho assuntos pendentes?HAHAHA - ele gargalhou. - Eu não tive escolha.Assim como você não teve.

–Eu tive uma escolha - respondi. - Eu poderia ter desistido de vir até aqui.

–Percy Jackson,você não teve uma escolha.Não tente negar,Ele conhece seu defeito fatal.Todos conhecem - ele me fitou. - Como é ser tão leal?Tão prevísivel?

–Então você veio aqui para me matar - ele não respondeu. - Bom,vamos acabar logo com isso.

Desferi um golpe em sua perna fazendo jorrar ícor dourado.Ele urrou.Fiquei parado esperando pelo contra-ataque que veio logo em seguida.Ele estava mais veloz e preciso do que antes,como se houvesse treinado muito para tal luta.Atacava em pontos vitais e não estava deixando brechas,de modo que eu apenas defendia.Tentei apunhalá-lo,mas o mesmo desviou a lâmina da Contracorrente me fazendo perder o equilíbrio.Minha espada foi para longe e eu tentei alcançá-la,e fui pego.Tentei me soltar,mas Polibotes era forte.Comecei a girar a mão rápidamente esperando que aquelas águas estivessem sobre o domínio de meu pai.De início nada aconteceu,mas então um tornado de água engoliu Polibotes que me soltou e caiu.

Empunhei Contracorrente e investi contra o corpo do gigante atacando-o pela lateral.O ícor dourado voltou a cair.Usei toda a raiva que estava sentindo naquele momento a meu favor e,todas as vezes que Polibotes tentava reagir,eu me esquivava tentando achar outra brecha para atacar.A adrenalina começou a diminuir e Polibotes me empurrou para longe.Me levantei quando o vi avançar e bloqueei seu ataque facilmente.

–Desista,Jackson - ele disse enquanto tentava me acertar. - Você precisa da ajuda de um deus,e nenhum deles irá te encontrar.

–Não!Não preciso! - ele gargalhou com a cabeça para cima e aproveitei para atacá-lo em seu pescoço.

O gigante começou a tossir e engasgar,ele me olhou demoníacamente e avançou,me preparei para o ataque,mas quando estavamos proximos,desapareceu no ar.Olhei confuso para todos os lados.Ele tinha que estar ali.Fechei os olhos,agucei meus sentidos e o que salvou minha cabeça foi o movimento repentino do ar,me virei e sua lança se chocou com a minha espada fazendo a pequena ilha estremecer.

–Você não é tão lerdo,Percy Jackson - ele me disse. - Infelizmente não há como você me derrotar.Ainda mais com os novos truques que aprendi.

Ele podia estar certo,mas não parei de lutar nem mesmo por um segundo.Sim,eu precisava de um deus.Precisava ganhar tempo para me localizarem.Isto é...Se estavam procurando por mim.Polibotes tinha ícor jorrando por todo o corpo e um sorriso psicótico no rosto que conseguia fazer qualquer um estremecer.Eu estava ficando cansado e isso estava me consumindo rápido.O gigante percebeu e então começou a desferir golpes contra mim seguidamente.Desviei de todos,embora o ultimo tenha passado de raspão e rasgado minha camisa.

–Ainda tentando mudar seu destino? - ele riu com escárnio. - Para quê todo esse esforço?Passar por mim e enfrentar Caos?Não seja tão tolo,garoto.Morra aqui.Será mais fácil para você. - Eu fraquejei,mas voltei a atacar.Ele desviou. - Annabeth o nome dela,não é mesmo? - senti um calafrio percorrer minha espinha e apertei o cabo de Contracorrente.

–Não diga o nome dela - respondi enquanto tentava acertar uma de suas brechas.Falhei.

–Ah,o amor - suspirou. - Um sentimento tão forte e patético ao mesmo tempo... - ele me fitou. - É ele quem o move.Pena que não valerá de nada.

Avancei novamente contra ele tentando cessar suas palavras.O gigante desapareceu novamente.Eu não conseguia pensar claramente com sua voz entrando em minha cabeça.Polibotes podia me matar facilmente e eu não me concentrava.

–E quando ela te deixar,Percy? - sua voz soou perto do meu ouvido e eu me virei. - O que você fará?

–Ela não vai me deixar! - gritei para o vento.

Recebi uma risada em resposta.Meu ódio aumentava cada vez mais,e então dei um chute na areia que quando subiu,mostrou a forma dele,estava desatento olhando para o outro lado.A lâmina de Contracorrente afundou na barriga do gigante que voltou a ficar visível e caiu de joelhos urrando de dor.

–E agora,semideus? - ele me fitou. - Como vai acabar com isso?Por acaso tem um deus escondido nesse seu bolso? - ele riu e então girei minha espada dentro dele,fazendo o mesmo se contorcer.

Foi então que um trovão retumbou e caiu sobre o gigante transformando-o em pó.Eu olhei para os lados confuso em busca de alguma explicação.Foi quando vi um homem sentado em cima da pedra que tapava o buraco onde eu achava que Reyna estava.Eu me aproximei dele calmamente.

–Zeus? - chamei e ele me olhou.

–Que raios você pensando ao vir até aqui sozinho,garoto? - ele me perguntou apontando o raio mestre e eu engoli seco.

–Não sabia que Polibotes estava aqui. - respondi e o vi virar os olhos.

–Esse Polibotes nunca morre! - exclamou levantando os braços e um trovão foi em direção ao céu. - Opa.

–O que está fazendo aqui? - perguntei a ele enquanto guardava Contracorrente.

–É assim que você me agradece por salvar sua vida? - bufou. - É mesmo filho de Poseidon.

–Perdão. - disse envergonhado. - Obrigado pela ajuda.

–Você mereceu. - me respondeu.

–Mereci? - perguntei confuso. - Você viu a luta o tempo inteiro?

–Claro!Os seus amigos no Argo II não estavam conseguindo te localizar por conta de Nereu que fez uma barreira de ondas. - explicou. - Decidi que te ajudaria,caso merecesse.

–Caso não?... - perguntei já sabendo a resposta.Não houve nenhuma. - Pode me ajudar a mover essa pedra?

Ele saltou da mesma e se postou ao meu lado.Nós a retiramos e olhamos para o buraco negro que aguardava.Zeus assobiou arregalando os olhos e então colocou a mão em meu ombro.

–Boa sorte. - eu o fitei. - O que foi?Não acha que vou descer até lá,não é mesmo?

Virei os olhos e empunhei Contracorrente.A decida era longa e alguns degraus da escada não estavam mais lá.Continuei decendo pelo que pareceu muito tempo até que atingi o chão.Havia uma caverna grande e um túnel que levava para o fundo da mesma.Comecei a andar pelo túnel com Contracorrente a frente iluminando o lugar.Não tardou muito para eu chegar em uma caverna ainda maior que a outra.Mesmo com a luz da espada,era difícil enxergar tudo.Foi então que vi um corpo acorrentado ao canto da parede.

Eu corri até ele deixando Contracorrente cair ao meu lado após quebrar suas correntes.Me ajoelhei ao lado do corpo em situação deplorável.Tirei os cabelos da frente e então meu coração doeu.Reyna.Era triste ver minha amiga nessa situação.Seus pulsos sangravam,provávelmente de tanto tentar escapar e havia um corte em sua cabeça.Eu a peguei no colo me encostando na parede.Tirei do meu bolso um saquinho com ambrosia e néctar,e comecei a colocar em sua boca.Ela estava relutante no início,mas depois acabou aceitando.Seu corpo estava gelado como o de um cadáver e eu me perguntei como ela conseguiu sobreviver até agora.

–Humm - soltou. - O que...

–Shh.Não fale - pedi. - Você está segura agora,Reyna. - disse afagando seus cabelos.

–Percy?

–Sim. - respondi.

–Como?Como você me encontrou? - ela me perguntou.

–Que tal você comer e essa ambrosia e eu te tirar dessa caverna horrível?Lá em cima te conto tudo. - disse e ela assentiu comendo toda a ambrosia.

Senti ela estremecer e então a abracei.Quando vi sua cor voltando ao normal,tomei-a no colo e comecei a andar em direção a saída. Seus braços estavam em torno do meu pescoço e sua cabeça,tombada no meu peito.Cheguei na outra caverna e fui em direção a escada.Foi difícil subir a escada com Reyna,mas não desisti.

Quando chegamos ao topo,Zeus me ajudou pegando-a nos braços.Eu subi e então me sentei na sombra onde Zeus a depositou.Vi seus olhos se abrindo aos poucos s poucos.Ela tentou tapar a claridade com a mão,então Zeus se postou de modo que o sol não pegasse nela.Demorou um pouco para seus olhos se acostumarem,mas depois,já estavam despertos como sempre.

–Oi - disse sorrindo e ela retribuiu o sorriso.

–Percy...Como você me achou? - perguntou logo de primeira.

–Sempre objetiva - disse rindo. - Um deus do mar,Nereu,disse que sabia onde você estava e que somente eu poderia vir pegá-la.Eu sei que você preferia o Nico - ela corou e então me deu um soquinho. - Aii!

–Seu idiota - ela riu. - Você não notou que era uma armadilha?

–Claro que sim - respondi. - Mas não podia te deixar aqui.Mais um tempo e você morreria congelada. - disse sério.

–E como ele está? - me perguntou e vi seus olhos brilharem,porém não compreendi a pergunta.Ela riu e continuou. - Como está o Nico.

–Ah,sim - cocei a cabeça. - Abalado.Triste.Ele enlouqueceu com o seu sumiço.Deve estar um pouco melhor agora.

–Tadinho - ela sussurrou. - Ele se preocupou...

–Mas é claro que sim - respondi. - Todos nos preocupamos.

–Hum hum - Zeus pigarreou. - Será que as crianças podem bater papo no caminho?

Nós nos levantamos e então Zeus chamou três ventus.Eu o encarei.

–O que foi? - perguntou.

–Não vou ir embora nisso - respondi e ele virou os olhos.

–Certo,faremos do seu jeito,então - eu sorri e fui até o mar.Não demorou para dois hipocampos aparecerem diante nós.Subi em um e puxei Reyna.

–Você prefere um cavalinho a voar? - me perguntou. - Poupe-me.

–Apenas suba,Zeus - ele subiu e logo já estávamos em movimento.

Reyna havia dormido nos meus braços e diminuímos um pouco a velocidade da viagem.Claro que eu queria estar de volta ao Argo II o mais rápido possível,mas Reyna precisava de um tempo para dormir tranquila antes de enfrentarmos o resto da viagem.Olhei para Zeus que estava pensativo.

–Zeus? - ele me fitou. - Sei que você observou tudo,então será que pode me explicar como Polibotes foi capaz de sumir?

–Bem,Percy - ele esfregou as temporas. - Em um Éon,conheci poucas critauras que desaparecem,e,com certeza,os gigantes não são uma delas.Não sei te explicar como ele conseguiu fazer isso.Ultimamente,não tenho resposta para nada - ele riu sem humor. - Mas acho que o mais provável é dizer que isso é obra de Caos.Tudo é obra dele.

–Você chegou a conhecê-lo? - perguntei.

–O que?Não garoto...Você por acaso conhece a árvore genealógica dos gregos? - neguei. - Ela é longa.Muito longa...Quando chegármos,posso desenhar para você,se quiser - assenti. - A questão é que no topo dela,está Caos.Eu estou bem mais embaixo.Creio que nenhum de nós,deuses,titãs,gigantes,ninfas e os outros,nenhum chegou a conhecer Caos.

–Entendo - respondi. - Posso perguntar no que estava pensando?

–Você é curioso. - me disse. - Seu pai também era.Sempre querendo explorar tudo,até mesmo os pensamentos dos outros - eu o fitei e ele cedeu. - Tudo bem.Eu estava pensando em todos os semideuses que já conheci - seu olhar se tornou distante. - Sabe,eu já conheci grandes semideuses.Teseu,Hércules,Aquiles,Perseu e muitos outros...Todos grandes heróis.Sei o que pensa de mim.Que sou um péssimo pai e não trato meus filhos semideuses como merecem.Talvez você tenha razão.Você e todos os outros deuses que agora estão em seu navio,mas não consigo ser diferente.Eu tenho muito orgulho dos meus filhos semideuses e de outros também,até mesmo de você,Percy.

–Você tem orgulho de mim? - indaguei surpreso e ele riu.

–Sei que parece mentira.Admito que já quis te torrar algumas vezes,mas sim.Tenho orgulho de você por ser um ótimo herói.Você nunca pensa em si mesmo,não é egoísta,sabe o que deve fazer mesmo que isso custe a sua vida.Não o vejo demonstrar medo,e isso é raro em um semideus.

–Eu tenho medo - disse. - Muito medo.

–Mas não é medo de morrer,é? - neguei. - Pois então.Você é um garoto corajoso.As vezes um pouco desrespeitoso mas todos temos defeitos.

–Atena disse que meu defeito fatal é a lealdade.

–De fato. - me respondeu. - Mas é também a sua benção.Sempre há dois lados da moeda,Percy.O defeito de sua namorada é o orgulho mas isso à mantém determinada para sempre conseguir o que quer e não desistir.O seu é a lealdade,mas isso te mantém forte pois você sabe que se falhar,terá algo a perder.

–Eu nunca parei para pensar por esse lado - disse sincero.

–É garoto,o problema é que só vemos o lado complicado de tudo.Nunca paramos para pensar no lado bom - ele me fitou. - Estou começando a mudar isso.

–Você vê algo bom nisso? - perguntei. - Nessa guerra que pode destruir tudo?

–Está vendo?Você só enxerga o lado ruim.

–E há lado bom?

–Claro que sim! - ele apontou para si mesmo e depois em minha direção. - Isso é um lado bom.Não acha? - assenti. - Se não houvesse essa guerra,provavelmente não estaríamos conversando.Eu ainda seria o chato,insensível e sem coração como todos pensam,Atena não teria permitido você e Annabeth,e não estaria tentando algo com meu irmão.

–Como você sabe? - perguntei assustado. - Digo...Por que supõe isso?

–Não tente me contornar,Jackson.Eu os afastei antes.Vi o que estava acontecendo antes de todos,mas tive que dar um basta nessa história. - seu olhar se perdeu por uns instantes. - Talvez se eu não tivesse interferido,eles estariam casados.

–E por que interferiu?

–É complicado - ele coçou a cabeça. - Ela é minha filha,ele é meu irmão.Eu estava irritado com o meu casamento e com outros problemas.Acabei criando competições para criar desavensas.Errado,eu sei.Porém não posso concertar isso,e não preciso.Eles estão consertando tudo.

–Falando em casamento...Onde está Hera? - perguntei.

–Ela ficou.Disse que não queria ver semideuses e nem os deuses - ele suspirou. - Sei que você não gosta dela.

–Ela infernizou a vida da minha namorada - respondi e ele riu.

–Ela faz isso com todos,rapaz!Mas apesar disso,eu a amo.Sei o quanto é difícil me aturar e mesmo depois de tudo,ela continua ao meu lado.

–Entendo.

–Acho melhor você descansar um pouco - me disse. - Dentre de uma ou duas horas chegaremos ao Argo ll.

–Certo - respondi. - Vai ficar bem sozinho?

–Vá dormir,Jackson. - ele sorriu.

Eu o juguei mal.Zeus não era uma má pessoa,apenas não gostava de revelar o que realmente sentia.Talvez tenha sido cruel,algumas vezes,mas era muito sábio.Me disse coisas que eu nunca pensaria em toda a minha vida.No final,ele estava certo sobre tudo.Até sobre mim.E então,adormeci.


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