Astrid e Soluço Vikings & Piratas escrita por Apenas Criativa


Capítulo 9
Seu lado negro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem com vocês?
Primeiramente, obrigada a Jana e a Lah Granger Chase Duchannes pelas recomendações e tudo mais.
Obrigada a vocês que comentam e me motivam a não desistir.
AVISO GALERAAAAAAAAAAAAAAA:
Coloquei a música Radioactive - Imagine Dragons traduzida porque achei que a letra combinou com tudo que a Astrid é e como o mundo é ao seu redor.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/502284/chapter/9

– Novo chefe da aldeia? Você pode acreditar? – Perguntou Soluço apavorado.

– Stoico está certo Soluço – Respondeu Bocão jogando uma espada para o garoto –Mas deve ser só influencia desses piratas e, além do mais, nós sabíamos que esse dia iria chegar uma hora ou outra.

– Fique sabendo que eu preferia outra! Discursos, planejamentos e acordos... Não estou pronto! – Retrucou Soluço.

Bocão e o rapaz apavorado estavam afiando e preparando espadas na oficina para o treinamento que começaria em poucas horas naquela fria manhã. Já era bem cedo, alias cedo demais para qualquer um estar acordado sem ficar sonolento, se você não fosse o Soluço naquele instante é claro.

– É claro que está, mas se está procurando alguém para culpar – Disse ele batendo o aço –esse alguém seriam os piratas.

–Ah! Ótimo! E por que você acha isso?

Bocão virou-se para ele com a expressão de “Só você não notou ainda” e falou:

– Em nome de Thor! Todos os capitães tem a sua faixa-etaria de idade, a Astrid ainda é mais nova alguns meses que você, era a certeza de que ele precisava para tomar a decisão sem sombra de dúvidas.

– Quer dizer que você sabia que ele tinha essa ideia e não me contou? Olha, eu podia estar bem longe uma hora dessas sabia? – Questionou Soluço estando, ao mesmo tempo, apavorado, irônico e irritado.

– Ele me fez jurar para não te contar Soluço. O que queria que eu fizesse? Jurei pela minha cuequinha!

Soluço iria falar alguma coisa, mas Banguela colocou a cabeça na janela onde se faziam os pedidos e fez uma cara de “preciso voar agora”. O rapaz nunca conseguia resistir aquele chamado e, por mais que o dia estivesse cheio, saiu de fininho do mesmo jeito que fizera com seu pai naquela manhã.

~~0~~

Haviam se passado duas horas desde que o rapaz e o dragão Fúria da Noite haviam saído de Berk e, embora Soluço não quisesse, ambos teriam de chegar na hora na arena. Deram uma última volta ao redor da ilha antes de pousarem, no meio da mesma vira até o navio de Astrid, ela estava em pé nas velas e parecia sorrir para a brisa que esvoaçavam seus cabelos. Ele se perguntou como ela teria coragem de ficar de pé nas velas sem perder o equilíbrio ou ter medo de cair, até se lembrar de que era a Hofferson. A garota olhou para baixo e depois para cima o avistando. Soluço pensou que ela ficaria com raiva, mas em vez disso ela acenou para ele discretamente e desceu para o convés superior agarrando uma corda. Astrid fez um sinal para ele demonstrando tempo e ele apenas fez uma continência antes de sumir pelos céus com Banguela.

A arena havia sido limpa pela primeira vez em muito tempo, alguns estavam esperando nas arquibancadas e outros treinavam fora na entrada do local, os dragões assistiam tudo do alto e o silêncio não parecia ser uma opção. Soluço e seu dragão pousaram em frente ao lugar sem encarar nem um rosto, apenas olhando para baixo e algumas vezes para a floresta esperando ver o rosto da Hofferson.

Passaram-se cerca de alguns minutos quando viram Astrid saindo da floresta. Ela estava sozinha, mas, quando a mesma estava na metade do caminho, três tripulações a seguiam. Muitas pessoas desde homens e mulheres, sendo a maioria adulta e jovem. Logo se podia ver Ice e Ignis brigando novamente, a Aaron xingava, gritava e batia; Já Ignis sorria e falava algo com calma (o que parecia deixa-la irritada por sinal).

– Ah... Capitã Hofferson! Estamos todos ansiosos para começar os treinos! – Disse Stoico se pondo ao lado do filho que se encolheu ao notar a presença do pai.

Astrid hesitou em uma resposta ao ouvir passos apressados atrás de si.

– Capitã! – Gritou Wendy – Capitã Hofferson senhora!

Astrid virou-se e falou calmamente;

– Sim? Qual é o problema?

– Latão e Fura Olho chegaram à base das pistolas.

A Hofferson suspirou demonstrando impaciência e olhou para os vikings demonstrando uma ideia.

– Me emprestariam seus machados por um momento, por favor? Tenho que separar dois malucos de uma briga.

Stoico lhe entregou dois machados e a acompanhou até a briga. Havia um circulo de marujos em volta da luta.

– Por mil marés, o que está acontecendo aqui? – Gritou a Hofferson.

Dois homens grandes falavam mal da mãe um do outro – sem falar que aquela briga havia começado faziam dois anos por causa de pudim –. Astrid se pôs entre os dois com os machados na garganta de cada um dos dois.

– Esse conflito já durou tempo demais! Vocês decidem que decidem agora! Querem lutar até a morte ou ir cortar lenha? – Gritou a mesma novamente.

Stoico mantinha os braços cruzados em sinal de reprovação do método da garota. Morte seria o seu ultimo recurso, porém foi o primeiro para ela. Soluço esperava que aquilo mostrasse a ele que até mesmo ela era jovem ou inexperiente demais para assumir liderança, mas sabia que iria funcionar. Ninguém chega a primeiro lugar ao um ranking matando uns aos outros.

Os dois saíram rumo à floresta carregando os machados. Astrid os acompanhou com a vista até ouvir os gritos dos mesmos enquanto duas árvores grandes e grossas caíam.

– Não se preocupem quanto a isso, eles têm ordem de cortar apenas uma arvore cada um, desde que sejam bem grossas. Eles não sabem, mas peço nesse requisito para extravasarem a sua raiva e decepção na lenha em vez de um no outro – Ela suspirou colocando a mão na testa – Mas nesse ritmo vou ter lenha para aquecer todo o Polo Norte em breve.

Astrid não esperou uma resposta, apenas seguiu caminho para a arena ao lado de Ignis e Ice que finalmente pareciam ter chegado a um acordo – por pelo menos mais dez minutos – e pareciam sem argumentos ou palavras para falar mais nada com ninguém. A Capitã Hofferson mantinha-se calada, quieta e – mesmo que de um modo impossível – invisível. Sentia saudade da época que navegava junto com a tripulação, das histórias cabeludas que contavam, as canções bonitas e das malucas, explorando novos lugares, de ancorar para dar uma volta com os dragões e com os marujos e de ver novamente o sol iluminar o convés do seu navio.

Estar em Berk deixava o seu lado pirata nervoso, a vontade de sair saqueando e sentindo a adrenalina toda vez que fazia as coisas erradas era pouco controlável. Mas o que ela poderia fazer? Ela sentia algo tão bom em fazer a coisa errada na maioria das vezes, quebrar algumas regras e ajudar os outros ao mesmo tempo era algo incrível. Ser pirata é difícil, mas vale muito a pena. O mundo é a sua rota, ver e aprender coisas as suas próprias custas era melhor do que muitos treinamentos e livros algumas vezes. A Hofferson fora criada tanto para o lado viking como para o pirata, ou seja, não teve escolha sobre o que deveria ser. Fez muito por sobrevivência, porém já não era mais necessário agora. A pior coisa de se estar em Berk era sua enxurrada de lembranças. Antigamente era possível controlar, mas com as atuais condições se tornou algo impossível.

– Não... – Sussurrou a Hofferson para si mesma – De novo não.

Astrid estava sendo arrastada para falar com Lúcifer. Dois guardas seguravam seus braços enquanto seus pés ficavam parados, nem sequer precisavam andar, as botas deslizavam pelo chão com o peito dos pés virado para o mesmo. As portas foram abertas por guardas ingleses, Lúcifer se esbaldava em comida e bebida posta em uma grande mesa a frente dele. O cheiro era tentador para qualquer pirata, principalmente se tinha passado a noite na prisão do navio, sem dormir e comer.

No banquete havia os mais deliciosos pratos, drinques e guloseimas apreciadas por piratas que seriam carne – todo bucaneiro ama cegamente todo tipo de carne -, vinho, purê de batatas ao molho, maçãs tanto verdes como vermelhas, uvas frescas, um peru recém-tirado do forno, um porco assado com uma maçã na boca, sopa e muitos outros pratos que deixaram a pobre Hofferson mais faminta. Ela teve um enorme esforço em não demonstrar a sua fome, como se tivesse comido toda a comida de Berk antes de sair de lá. Astrid foi posta sentada em uma cadeira com certa distancia do banquete e de Lúcifer, acorrentaram suas mãos juntas e puseram lanças perto de sua garganta para qualquer tentativa de fuga.

O lugar em que estavam era grande e amplo, com altas paredes brancas, colunas redondas, no teto havia uma pintura encantadora das nuvens rosadas do por do sol sobre o mar de altas ondas, o chão sem dúvida feito de mármore e havia grandes janelas de vidro ao seu lado. Tudo limpo e impecável, aquilo causava nojo para um pirata. O lugar inalava a tédio e ordem constante, o tipo de lugar que Astrid odiava.

Lúcifer era o segundo conselheiro da Rainha Elizabeth e odiava seu cargo, sua ambição por poder era grande, mas seus planos nem sempre funcionavam, estava constantemente estudando estratégias, mantendo contato com superiores e procurando pela recompensa que faria sua vida mudar de modo que a Rainha lhe confie o cargo mais próximo para, só então depois, roubar o trono por meio de outros pontos que planejava desde que era um mero adolescente aos quinze anos. Seu plano havia começado na mesma idade, ele conseguira um pequeno, porém satisfatório, trabalho graças ao pai, dedicou-se e, em pouco tempo, estava limpando e arrumando, depois cozinhando, organizando, administrando, planejando, participando, escrevendo e finalmente aconselhando a rainha. Sua vida tinha sido uma constante luta para assumir o trono e enfim ter algum poder na vida.

Em requisitos de aparência, Lúcifer usava uma peruca de cachos brancos como todos, a diferença seria que era o maior comprimento, vestes douradas e das cores da bandeira feitas de seda, era gorducho, com bochechas que facilmente ficavam vermelhas devido a palidez de sua pele e a ficar constantemente bravo, tinha pés pequenos e mãos também. Ele olhava Astrid de cima para baixo com seus olhos castanhos escuros e cumprimentou-a demonstrando fingir alegria ao vê-la:

– Ah... Capitã Hofferson! Como é bom vê-la por aqui minha querida recompensa, como pode ver minha cara, você caiu na minha armadilha direitinho.

A jovem garota deu um sorriso maligno que sempre adorava fazer:

– Por que não acabamos logo com isso hein? Você e eu sabemos que vou fugir e que o pobre conselheiro Lúcifer vai ter de dizer para a Rainha “Perdão Alteza, mas ela fugiu novamente”.

Lúcifer ficou vermelho e irritado, odiava revirar pedras do passado no presente, porém riu ao se lembrar da vantagem:

– Eu queria muito dar a sua cabeça recém-decaptada para a Rainha, mas hoje não é o dia. Estamos todo aqui para tratar de negócios! – Falou abrindo os braços.

– E onde estariam seus modos? Prender uma visitante como eu quando se trata de negócios? Já perdeu pontos – Falou ironicamente. Lúcifer estalou os dedos enquanto concordava com a Capitã rindo falsamente. Ela pode ficar de pé, porém com os pulsos ainda algemados – Creio que serão más as noticias que está disposto a me dar.

O conselheiro se pôs entre risos maliciosos e disse colando as pontas dos próprios dedos uns nos outros.

– O que acontece minha cara Hofferson... – Ele sorriu com o olhar travesso -... É que não serei eu a dar as noticias desta vez.

Lúcifer saiu por portas que pareciam quase invisíveis atrás de si. As luzes das janelas se foram quando cortinas douradas, os guardas já não estavam por ali, a escuridão e o silêncio predominaram. Astrid piscou e seus olhos brilharam no escuro em um tom fosforescente e, pela entrada onde a Hofferson havia sido arrastada, surgiu uma silhueta em meio à luz que emanava da pequena abertura da porta. A silhueta parecia ser de um homem. Era de um homem. O mesmo fechou a porta atrás de si e sorriu para Astrid.

– Irmão das Trevas! – Ela riu maliciosamente – Sabe que posso lhe enxergar perfeitamente em meio a qualquer escuridão meu caro.

Velas acenderam-se ao seu redor. Poderiam estas terem surgido do nada.

Uma voz sinistra e misteriosa ecoou pelo ar:

– Ah... Vejo que ainda possui os poderes do veneno do dragão Caleidoscópio Mortal, uma boa Capitã nunca abandona seus truques não foi assim que Angélica lhe ensinou?

– Eu bem que desconfiei que minha conversa com Lúcifer houvesse sido rápida demais para um dia comum. Diga-me o que quer?

– Além da sua alma? - Ele riu – Você tem uma divida comigo Astrid Hofferson, a meio viking meio pirata. Já me deve faz muitos anos minha querida.

A garota puxou duas adagas prateadas das botas e as apontou para o Irmão das Trevas. Um feiticeiro praticando de Vodu que vivia em um lugar sombrio e escuro em Tortuga, o sujeito viu o poder exercido pela garota e não deixou que a oportunidade passasse, ela foi esperta na troca de negócios e sabia o que estava fazendo, mas o feiticeiro atingiu seu ponto fraco ao ler seu passado nas cartas. Ela tinha um lar e aquilo seria sua garantia de vida. A pobre Hofferson fora entregada de bandeja pelo destino e passado sendo obrigada a lhe dar a alma em troca de algo que afligia sua cabeça e seu coração. Sua divida ainda não havia sido paga porque, se ela entregasse a mesma ao Irmão das Trevas, seria mentalmente morta e toda sua vida, suas lembranças, sua inteligência, controle, coordenação, tudo pertenceria exclusivamente a ele.

– Nunca pronuncie meu nome – Gritou ela – Você sabe os danos que já fez, não cumpriu direito sua parte do acordo. Estamos em meio à guerra, essa é a prova de sua incompetência.

O feiticeiro vestia um colete roxo curto e fechado sobre uma blusa braça à mostra com mangas compridas, calças no mesmo tom do colete e sapatos de bico fino, tinha cabelos meio lisos e cacheados, olhos de um tom verde escuro, pele bronzeada e carregando consigo um cajado com uma esfera de vidro no topo que constantemente mudava de cor.

– Não me desrespeite mocinha! – Gritou ele apontando o cajado em sua direção – Não pense que só porque foi envenenada por um Caleidoscópio Mortal pode mover o mundo com estalar de seus dedos quando bem quiser, até por que... – Ele puxou uma cartola de trás de si, era preta com uma fita vermelha e o símbolo pirata se encontrava no centro. Ele colocou a mesma sobre a cabeça -... O seu tempo está acabando.

A Hofferson virou-se de costas para o jovem homem, suspirou e antes que pudesse controlar as próprias palavras perguntou:

– Quanto tempo ainda me resta?

Ele riu evaporando em uma nevoa rosa que voou até a cadeira do Conselheiro Lúcifer. Sua risada invadiu completamente o local.

– Ah, agora estamos falando de negócios! – Disse voltando a sua forma humana.

– Se você soubesse o quanto odeio quando você faz isso – Insinuou Astrid brava.

– Não tenho culpa se você é contra magia – Indagou ele criando por meio da nevoa a Berk em cores vivas e reais – Nosso trato foi a proteção de Berk, das pessoas, dragões e qualquer um que respire por lá, em troca seria me dado a sua alma – A nevoa voou ao redor de Astrid – No caso agora vocês estariam em uma guerra, o que viola o nosso “contrato” por assim dizer.

– Como assim “viola” nosso acordo? – Perguntou Astrid levando os punhos que seguravam as adagas os quadris.

– Simplesmente pelo fato de que você é o motivo de toda essa confusão, você esta provocando esta guerra minha cara. Você tenta protegê-los, mas de nada adianta, enquanto pisar naquela terra e for bem-vinda, enquanto uma pessoa lhe tratar como igual, quanto mais marcas você estiver deixando ali... Mais seu tempo se esgota.

Astrid sentiu um aperto no coração, não queria mais viver um dia sabendo que poderia machucar Berk embora quase ninguém ligasse pelo fato dela voltar. Eles sentiam medo, indiferença e nojo dela agora. A Hofferson era diferente agora e ninguém aceita as pessoas diferentes.

– Tem algum outro jeito?

O Irmão das Trevas soltou uma risada maligna. Aparentemente, ele só soube fazer aquilo durante toda a conversa.

– Eu poderia ajuda-la, mas eu prevejo muito mais sucesso ficando com a sua alma e me aliando ao inimigo. Até o fim desta guerra você encontrará o seu fim, o seu monstro interior, seu lado negro... E pertencerá a mim.

–Não se vencermos a guerra – Retrucou a jovem.

O Irmão das Trevas zangou-se e chegou bem perto de Astrid.

– Os vikings ainda não confiam em você e, mesmo que confiassem em ao em ao menos um pirata, o previsto pela Anciã é que a senhorita destrua sua própria terra.

Ela se pôs a pensar, o jogo de palavras dele era realmente bom e difícil de manter liderança. As perguntas questionavam a si mesma, o modo que pensava e o que estaria fazendo. Dar sua alma ali e agora aparentava, sem sobra de duvidas, a melhor opção.

De repente, o cenário a volta de Astrid começou a mudar. Uma névoa escura cobria o lugar, várias mascaras tikis de madeira rodearam as paredes do lugar, sombras ainda mais escuras de caveiras dominavam o ambiente que já possuía pouca luz, no chão poderia se ver rachaduras e o teto também. Daquele pavoroso som do uivo do vento Astrid viu. Ao seu redor foi criada Berk em meio à guerra, Soluço, Stoico e Valka liderando a batalha, sangue derramado, dragões mortos com espadas cravadas em seus corações, crianças chorando de dentro de suas casas, todos lutavam uns contra os outros e, o que parecia se ver, ninguém protegia ninguém. O céu claro que iluminava Berk nos dias quentes, era cinza como um coração frio, as mais majestosas criaturas que rodeavam e protegiam a todos, os dragões, fugiam, lutava e morriam em nome de seus leais. Havia o cheiro da própria Morte no ar, misturado ao vento frio e cortante que maltratava as feridas abertas dos guerreiros, as ondas agitadas pareciam querer engolir a aldeia, as lágrimas de uma viking torturavam o coração ao vê-la sobre o marido morto na batalha. Soluço chegou perto do pai e gritou:

– Por que isso esta acontecendo conosco pai? Eu não entendo! Isso já é bem pior do que uma guerra.

E depois de tal fala, o jovem viking cai duro no chão, desmaiado e sem forças. Havia sido atingido. O filho do chefe da aldeia estava sangrando e gemendo de dor. Banguela se aproximou do rapaz, vendo sua pele ficar pálida rapidamente, o pobre dragão rugiu e fez sonos tentando inutilmente ajudar o amigo, mas de nada adiantava. Ele tossia enquanto pousava a mão no focinho do Fúria da Noite e...

A cena havia parado por ali, a Hofferson ficou tonta, acabara de ver uma das piores cenas que alguém já poderia te visto. Nem todo Rum e Vinho do mundo apagaria aquela cena de sua mente, embora ela nunca tenha provado os mesmos, tentou por ordem nos pensamentos, mas mais uma imagem se pôs a sua frente. Era Angélica. Sua tutora, treinadora e uma espécie de mãe durante o primeiro que esteve na pirataria. Vestida com suas típicas roupas, uma blusa bufante branca com o espartilho preto por cima, calças de couro, botas longas, espadas presas ao cinto e uma faixa ao redor da testa, dando liberdade aos seus cabelos loiros e castanhos que realçavam seus lindos olhos castanhos e pele bronzeada. Ela a olhava com reprovação, decepção e nojo. Como os vikings, mas a maneira dela gritando:

– Você é uma decepção! Ninguém lhe quis e os que um dia quiseram estão mortos! Eu estou morta, seus pais estão mortos e, em breve, todos os outros morrerão por sua causa garota! Está pondo todos aqueles quem ama em perigo – Ela cruzou os braços – Você não vai parar não é? Não até estar completamente só. Sofrer por quem ama não é nada demais, porém fazer quem ama sofrer por razões próprias. Ninguém disse que isso era fácil, ou mesmo possível, mas é impossível voltar ao começo.

Angélica não era uma má pessoa, era uma versão pirata da Valka na opinião de Astrid, sempre ensinando e surpreendendo de formas belas e magníficas.

Antes que a garota pudesse responder algo, a névoa mudou de cor para um roxo profundamente escuro e de sua imagem pode-se ver. Caleidoscópio Mortal. O dragão mais feroz de todos os tempos. Apenas o fato de você conseguir vê-lo é apavorante, pois o mesmo possui sete fileiras de presas – dentes não o suficiente para descrever aquilo -, possui escamas temperamentais, que mudam de cor dependendo do seu humor ou sentimento, seus olhos são de um extremo lilás fosforescente por conta de seu veneno especial, cuspia fogo em um tom azul, também poderia cuspir fumaça ou água fervente e possui cerca de cinco metros. Ele possui varias habilidades (ou poderes se assim preferir), mas, como tudo tem seu preço, ele havia um grande obstáculo. O Caleidoscópio mortal possuía um veneno poderoso e perigoso. Tão perigoso que se não injetasse o mesmo em alguém morreria, ou seja, a Hofferson estava morrendo por causa daquele mesmo veneno. É claro que possuía suas vantagens como a possibilidade de enxergar no escuro, olhos temperamentais, sentidos altamente aguçados e muitos outros, mas existe tem um porém: Muitas vezes ela perdia alguns sentidos, suas emoções eram pouco controláveis e também possuía neuro toxinas. Ninguém sabia da presença do veneno no corpo de Astrid. O dragão o injetava nos olhos da tal vitima, caso o contrário, teria uma morte lenta e dolorosa. Qualquer um com o mesmo veneno teria uma morte lenta e dolorosa. A Hofferson não seria uma exceção.

Os olhos de Astrid ainda brilhavam ferozmente, ela ficou hipnotizada por aqueles olhos brilhantes e sua respiração parou, pois ela estava bem diante do seu fim. O Caleidoscópio Mortal era o fim. Foi ele quem injetou o veneno, foi ele quem lhe deu uma morte solitária, foi ele quem tirou da garota... O seu destino.

– Bom dragão não acha? – Sussurrou o Irmão das Trevas ao seu lado.

– Ele está me matando. É isso que está fazendo – Disse Astrid infeliz.

– Não precisa fazer isso, você pode viver, Cavery está atrás do seu veneno e irá matar todos ao seu redor para conseguir o que quer. Ele está criando uma arma perigosa e só existe uma pessoa na tripulação dele que está te ajudando – Insinuou o feiticeiro.

– Você iria me encher de trevas e me colocar contra os piratas e Berk – Disso Astrid o encarando frente a frente.

Ele fez um olhar bravo para a jovem Capitã.

– SERÁ QUE NÃO ENTENDE O QUE SE PASSA! Você sofre por estar em sua terra natal, sofre com o veneno correndo por suas veias, ESTÁ SOZINHA MESMO COM TODOS AO SEU REDOR, a sua família está morta e Angélica, que se tornou uma mãe para você, partiu e a deixou por conta própria contra o próprio filho. Que é tão sanguinário quanto um Kraken – Ele sorriu olhando-a de cima a baixo – Não irei força-la a decidir agora, meus amigos do lado escuro me fizeram a premunição de que precisará de mim em muito breve. E u a verei em breve.

Ele estala os dedos e some em meio à névoa cinza deixando a sala novamente escura por meros segundos até os guardas aparecerem.

– Astrid! – Chama Ice pelo o que se parece ser a décima vez.

A Hofferson balançou a cabeça espantando o resto de sua lembrança onde ela fugia.

– Aconteceu novamente não foi? – Perguntou para a Aaron.

– Você precisa aprender a controlar isso antes que te dê problemas, os vikings já estavam começando a te encarar.

Astrid os olhou de canto de olho. Soluço a encarava por poucos segundos e voltava a olhar para frente enquanto os outros a encaravam muito bem.

Finalmente havia chegado à arena. As capitãs estavam com seus sobretudos escondendo as armas que faziam barulho conforme andavam. Na arena estavam presentes a gangue, vikings que não possuíam família, novos recrutas e velhos também. Perna de Peixe e Melequento davam em cima de Cabeça Quente, Cabeça dura estava com seu dragão fazendo algumas esquisitices e todos os outros escolhiam as melhores armas em opinião pessoal.

Os piratas tomaram posições perfeitas enquanto os vikings apenas se encaixaram por ali. A primeira voz a ser ouvida foi a Astrid.

– Olá rapazes e garotas e... – Ela fez um tanto faz com as mãos -... Uns e outros. Meu nome é Capitã Astrid Hofferson e sei que uma pequena parte de vocês já deve saber quem eu sou...

– Na verdade senhora, todos aqui sabem quem somos. As historias de nossos fitos chegaram aqui por um tal de “Comerciante Yohan” – Interrompeu Wendy.

Astrid fez uma expressão de “Ah”... Entendi” e continuou:

– Já devem saber o porquê de estarem aqui e, caso não, explico que é devido a esta guerra. Estando aqui se tornam parte dela para defenderem Berk e provar o seu valor. Muitos vocês estão inseguros conosco os piratas, nós apenas temos o nosso jeito de ser meus caros, somos assustadores e isso não vai mudar, nem mesmo o fato de que gostamos de ver o mundo do fundo da garrafa... – Ela olhou para o nada hipnotizada falando -... Rum – Ela riu e prosseguiu voltando ao foco – Admito que haverá vários perigos no caminho incluindo, mas não somente, assassinos, krakens, sereias, morte evidente e a chance de se apegarem mais a vida.

Astrid falou em um tom tão natural enquanto contava nos dedos, que parecia estar bêbada, porém pelo o pouco que sabiam dela a certeza era de que ela não bebia. Ao menos era o esperado.

Ignis e Ice falaram pouco e brevemente. O Capitão Caelum informou que ficaria apenas por pouco tempo, pois iria começar a planejar rotas e calcular o que seria necessário. Tudo era altamente planejado ali, até demais para um pirata, porém era bem compreensível o modo pelo qual estavam tomando tanto cuidado e sendo tão precisos. Estavam começando uma revolução.

O treino daquele dia seria realmente intenso, Piratas ensinariam aos Vikings o que era possível para sobreviver. Havia batalhas em dupla, trios de dois contra um, como usar mais de uma arma ao mesmo tempo, como ser silencioso, treinar gritos de guerra, observar, ouvir e muitos outros. Ice e Astrid mostrariam aos líderes o mais importante, mas havia um problema, Valka não manejava armas. Não gostava de armas. A Hofferson se ofereceu para ajudar, as duas foram para um cantinho na arena e calmamente a Capitã explicou para a Viking que tremia:

– Fique calminha Valka, não precisa ficar nervosa, existem milhares de maneiras para lutar sem armas e, se quiser, não precisa ver uma lâmina nunca mais, porém tem de me deixar ajuda-la tudo bem?

Valka sorriu, ela era realmente parecida com Angélica pelo jeito de “maluco beleza” dela.

– Me explique com então – Respondeu empolgada.

– Bom, pelo o que sei da sua história. Não gosta de levantar espadas desde que seu filho era apenas um bebê não é mesmo? Você já deve ter visto o canhão da minha imediata, Wendy. Ela viu a própria mãe ser morta por meio de... Vamos se dizer lâminas afiadas e até hoje não gosta de carregar, nem se quer, uma adaga consigo.

– Coitadinha dela, uma pena... – Disse Valka em um tom tristonho.

– Não se preocupe, dei um lar para essa garota e ela nunca me pareceu triste quando está abordo ao meu lado, mas voltando ao canhão... – Continuou Astrid. Valka riu e fez um sinal para ela prosseguir – Então criei com um pouco de ajuda aquele canhãzinho que ela carrega, faz as pessoas apagarem, nada demais, porém quando a pessoa acorda já se passaram algumas horas.

Wendy estava treinando com James os dois riam enquanto lutavam, ela atirava e ele desviava e quando ele atacava com sua espada ela desvia. Ambos eram muito bons e formavam uma dupla muito boa.

– Parece bom, vou tentar... – Respondeu Valka.

Astrid ensinou Valka a usar um canhão, como carrega-lo e, por obra do destino, ela tinha uma mira excelente e parecia ter gostado da arma também. Fez o Stoico dormir, Soluço se virou rápido e viu as duas rindo enquanto Ice fez um biquinho tentando não rir, pena que não deu certo, ela caiu na gargalhada.

A tarde se passou bem e cansativa todos adoraram lutar, os piratas mostraram-se agradáveis o Maximo que puderam. Muitos eram iguais aos Vikings, falavam de bebidas, mulheres ou homens, lugares, passado, futuro e muitas outras coisas. Tudo parecia estar indo bem até sugerirem, no finalzinho daquela tarde, que se fizessem duelos.

Começaram colocando Astrid e Soluço em uma batalha pequenina de inicio com esgrima. O viking tinha uma espada em chamas e a Pirata um par de prateadas, aquilo iria ser interessante...

Stoico, já acordado, deu inicio a batalha dando sinal para o soar das cornetas. Após ouvir o som, alguns piratas puxaram espécies de instrumentos enquanto outros perfilavam-se. Astrid revirou os olhos, defitivamente aquela não era a melhor hora para aquilo, mas era sexta e como era um tradição, não interrompeu.

– O que está acontecendo?- Stoico perguntou vendo alguns piratas começarem os primeiros sons.

– Isso, caro Stoico, é o hino do navio Olho de Dragão. É uma tradição, sabe? Todas as sextas tocamos nossos hinos e cantamos de nossas tripulações em homenagem aos marujos já mortos e aos leais vivos - respondeu Ice com um sorriso nos lábios – A Cap. Hofferson sempre tem de cantar só o final, nosso hino representa quem somos e nossa forma de olhar para o mundo, não são músicas alegres ou jurando lealdade, isso seria uma pura falsidade. Como sou aliada à Astrid até mesmo eu tenho de cantar, pirata que é pirata gosta de uma boa música.

– Hino?- perguntaram Valka, Stoico e alguns outros vikings ali perto.

Os marujos usavam instrumentos e cantavam fazendo gestos simbólicos. A música deixou Soluço intrigado, a letra não era de fato alegria e promessas, eram um modo de viver e, naquele momento, se igualava um pouco a ele e o que o encantou foi a voz de Astrid no fim da canção, era como ouvir a voz doce que vinha de uma caixinha de música.

Todos os sistemas se vão

O sol não morreu

Bem profundamente

Diretamente do interior

Estou acordando

Sinto isso profundamente

O suficiente para fazer meu sistema explodir

Bem-vindo à nova era

À nova era

Bem-vindo à nova era

À nova era

Oh, oh, oh, oh, oh

Oh, oh, oh, oh

Sou radioativo

Radioativo

Oh, oh, oh, oh, oh

Oh, oh, oh, oh

Sou radioativo

Radioativo (Radioactive – Imagine Dragons –leiam as notas iniciais e descubram o porquê de eu tê-la escolhido)

Capitã Hofferson sorriu e bateu palmas juntamente a eles, depois fez uma reverencia, igualmente breve que a dos outros.

– Podemos começar agora?- perguntou Stoico, que estava fascinado com o fado de um navio pirata ter um hino próprio, mesmo que isto fosse algo comum para os mesmos.

– Claro- Astrid concordou depois de um breve cumprimento a Wendy.

Astrid posicionou-se e preparou-se enquanto observava Soluço fazer o mesmo. Quando estavam prontos, concentraram-se e esperaram o sinal.

– Comecem- disse Stoico.

Astrid sorriu ao ver Soluço avançar. Defendeu-se chocando a espada contra a espada de fogo do vinkings, lhe deu um chute na barriga e o afastou dela. Ergueu a espada e correu na direção do mesmo, porem, quando desceu a espada de uma forma certeira em seu peito, o jovem girou para o lado fugindo da espada. Com um pulo, Soluço levantou-se e sorriu para a pirata, que lhe deu uma rasteira, o fazendo cair novamente e sentar em sua barriga colocando a lamina da arma em seu pescoço.

– Perdeu, Soluço- murmurou sorrindo de uma forma vitoriosa.

– Ainda não- Soluço respondeu.

Antes que a Hofferson falasse algo mais, o viking usou seu peso em seu favor. Soltou a espada a jogando para longe, e segurou a pirata pela cintura, invertendo as posições, dando um tapa forte no pulso da capitã, tomou sua espada, que ficara mais frouxa em sua mão por conta do impacto da mão do viking com o pulso.

– E agora, quem venceu?- perguntou Soluço.

– Eu- a capitã respondeu, deixando o viking confuso.

A Hofferson deu uma joelhada nas costas de Soluço, que arqueou com o impacto. Aproveitando a desatenção do rapaz, a capitã lhe deu um soco no braço, tomou a espada e, com a parte plana da lamina, estapeou com força, que fez o jovem cair para o lado. Levantou-se e guardou a espada, pegando a adaga e ajoelhando-se ao lado do viking, segurou seus braços com uma mão e, com a outra, posicionou a ponta da lamina em baixo do queixo do garoto.

– E é assim que se ganha- disse a capitã rindo.

– Quem disse que você venceu?

O viking juntou as forças do corpo e jogou o corpo para trás, fazendo a capitã o soltar. Correu até sua espada e a pegou, virou-se apenas com tempo de defender-se da adaga que vinha em sua direção.

Astrid pegou sua espada novamente e correu na direção de Soluço, que fez o mesmo, porem, em vez de atacar, abaixou-se fugindo do golpe do viking e levantou-se atrás dele, lhe dando uma cotovelada nas costas e o jogando para frente. O viking riu.

Soluço virou-se e foi com tudo na direção de Astrid, lhe deu um chute no braço a desarmando e um na barriga a jogando no chão. A jovem capitã abaixou a cabeça e, de repente, Soluço a viu soluçar e tremer enquanto escutava sons de choro.

– Astrid... você esta bem? Eu não queria...- Soluço aproximou-se da jovem loira e acocorou-se ao seu lado- Não chore, eu não...

Entretanto, a capitã levantou a cabeça e sorriu. Levantou-se rapidamente e pulou por cima do viking, o deitando no chão e, de dentro das vestes, tirou uma adaga pequena a posicionou em suas costas.

Os dois riram.

– Ok, você ganhou!- exclamou o jovem achatado no chão.

– Ainda bem que percebe- Astrid concordou e levantou-se de cima dele. Esticou a mão e o ajudou a levantar- Você foi bem, Soluço. Muito bem.

– Obrigado- Soluço disse sorrindo para ela.

Eles se fitaram por alguns segundos, um olhando dentro dos olhos do outro. Varias coisas vieram na cabeça deles e então, na cabeça de Astrid, as palavras de Angélica: “Você é uma decepção. Ninguém lhe quis e, os que quiseram, estão mortos” e de uma das primeiras que o Irmão das Trevas falou para ela “ Você será um monstro antes que perceba, existe um monstro dentro de você, um lado negro, o seu lado negro “A capitã desviou o olhar do de Soluço e olhando para Ice.

Os olhos negros e frios da capitã Aaron a fitavam com um semblante sério, Astrid sabia o que passava por sua cabeça e temeu que tivesse feito novamente aquilo. Como se lesse os pensamentos da Hofferson, capitã Ice negou discretamente com a cabeça. A Hofferson suspirou em alivio, mas seu pensamento falou um pouco mais alto:

– Lado negro... – Murmurou Astrid.

– O quê? – Perguntou Soluço confuso.

– Magnífica luta. Nunca pensei que veria um viking lutar com uma pirata no estilo pirata- Interrompeu a voz grave de Stoico e o fitou- E agora? Quem é que vai?- perguntou animado.

– Eu vou- Ice e Ignis disseram juntos, o que fez os dois se encararem.

– Ignis, você mesmo disse, primeiro as damas- Ice disse em um tom ameaçador.

– Eu disse? Quando?- o capitão disse- Pode ir, capitã Ice, eu deixo- disse sorrindo, o que lhe custou um soco na bochecha esquerda.

Ice caminhou para dentro da arena e colocou-se ao lado de Astrid.

– Quanto tempo desta vez?- Astrid perguntou baixinho para a Aaron enquanto observava os vikings escolherem quem iria lutar a seguir.

– Em torno de trinta a quarenta minutos. Precisa aprender a controlar isto- respondeu Ice no mesmo tom.

Astrid não respondeu, apenas caminhou para fora da arena em direção a Stoico, para observar a luta melhor. Colocando-se ao lado de Valka e esperando que terminassem de decidir quem lutaria.

– Cabeça Dura, você vai lutar- ouviu-se um corpo ser jogado para dentro da arena e logo um viking estava sorrindo animado dentro do local.

– Isso vai ser tão irado. Faz aquilo de da mortal de novo, só que desta vez, joga a adaga na minha cabeça, é- Cabeça dura disse animado para Ice, que riu do comentário do jovem.

– Cabeça Dura, escolha uma arma que os piratas usem- gritou Soluço para o amigo.

Só então Astrid notou que ele estava ao lado do pai.

Cabeça dura assentiu e correu até um amontoado de armas, onde pegou um arco e uma aljava com pouco mais de 10 flechas. Astrid estreitou os olhos e viu que o arco e a aljava eram seus, decidiu que não iria intervir, mas tinha ciúmes de suas armas. Principalmente daquele arco e flecha que sempre carregava consigo.

Os dois posicionaram-se, ou quase isso, já que Ice apenas puxou uma adaga média e Cabeça Dura lutava para segurar a flecha de forma certa no arco.

As cornetas soaram, mas, desta vez, quando alguns piratas iam pegar os instrumentos, capitã Ice levantou o dedo indicador e o sacudiu, impedindo que o hino começasse. Então, apenas esperaram que Cabeça dura segurasse o arco da forma correta, assim que isto aconteceu, Stoico gritou:

– Comecem.

Cabeça Dura soltou uma flecha na direção da Aaron, porém, esta deu um passo para o lado fugindo da flecha. Cabeça dura começou a soltar flechas na direção da Aaron, essa que corria em círculos se aproximando cada vez mais do viking. Quando Ice estava chegando perto, cabeça dura soltou uma flecha em sua direção. A capitã defendeu-se com a adaga, jogando a flecha na direção onde estava o amontoado de armas. A flecha chocou-se com um escudo e voo na direção onde os líderes da aldeia estavam em uma velocidade estrema.

Aquela pequena e fininha linha de metal e aço rodopiava no ar, de uma forma que parecia câmera lenta, mas o impacto era a surpresa. A Hofferson olhou com destreza o quem ou quem seria o alvo e, sem pensar duas vezes, Cap. Astrid pôs a mão entre a flecha e o coração de Valka, o lugar onde acertaria a pontiaguda e metálica flecha. A mesma cravou na mão da Hofferson, a garota fechou os olhos com força devido a dor que havia sentido e uma lágrima quase caiu de seu olho direito, todos olhavam a cena chocados, principalmente Soluço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AVISO GALERAAAAAAAAAAAAAAA:
Coloquei a música Radioactive - Imagine Dragons traduzida porque achei que a letra combinou com tudo que a Astrid é e como o mundo é ao seu redor.
Bom, queria saber que músicas você sugerem para hinos das outras tripulações. Podem pensar pro Ignis, Ice e Cavery.
Um abraço e até a próxima!!