Loving In The Dead escrita por Miss Jackson


Capítulo 4
Em nome da Prisão




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Rick e o Governador começaram uma luta corpo-a-corpo. Eu, Carl, Daryl, Beth e Maggie atirávamos sem parar. Vi Michonne conseguir se soltar e começar a acertar os outros do povo do Governador com sua espada.

Lindsey chamou Daryl, se preparando para correr. Pegue as crianças e guie todos para o ônibus.

Mas, Daryl...

Agora ordenou ele, eu assenti e desembainhei minha espada. Carl e Beth me olharam tristemente, como se eles se despedissem. Eu suspirei e corri. Não queria ter me separado deles, mas as crianças e os outros desarmados precisavam de mim. Orientei Lizzie, Mica e as outras crianças a irem para o ônibus. Peguei Judith no colo, ela chorava loucamente. Tentei acalmá-la, mas era muito barulho. Shh, Judith, vai ficar tudo bem.

Vi Ruby correndo de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Ela latia para o tanque, que agora já estava dentro da Prisão. Assim que vi um homem se preparando para atirar nela eu gritei em pleno os pulmões:

RUBY, AQUI!

Ruby me ouviu e correu, fugindo dos tiros e se parando ao meu lado. Corri o mais rápido que pude com Judith no meu colo e a entreguei para a moça que cuidava do ônibus.

Falta alguém? perguntei, louca para voltar e ajudar a matar o povo do Governador. A moça balançou a cabeça negativamente. Tranque o ônibus e, em hipótese alguma, abra-o.

Lindsey chamou Lizzie lá de dentro, e ela pôs a cabeça para fora do ônibus. Você vai ficar aqui?

Eu a abracei.

Vou ajudar os outros.

Lizzie engoliu em seco.

Cuide-se.

Eu assenti e, junto à Ruby, corri para minha posição anterior. Carl, Daryl, Maggie e Beth já não estavam mais ali, o que me preocupou.

Lindsey, precisamos sair daqui disse Michonne atrás de mim. Eu balancei a cabeça negativamente.

Não! Preciso ajudar os outros!

Isso foi ordem do Rick, Lindsey.

Continuei recusando até Michonne desistir e sair correndo, agora ajudando os outros já que eu não fora com ela.

Olhe só que menina bonita disse uma voz masculina, e um homem feioso apareceu ao meu lado. Ah, não. Não. Não!

Recuei para trás, o homem riu e disse:

Não há para onde ir, queridinha.

Vi que eu estava cercada. Ótimo, era agora que todo o meu esforço até então vai por água abaixo e eu morro.

Nem mais um passo, grandalhão disse uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar. O homem urrou de raiva e se virou para encarar Carl, que apontava sua arma para ele. Quando o homem ia pegar uma arma Carl atirou nele, que desabou no chão, morto.

Lindsey, você precisa ir.

Carl, eu não vou a lugar nenhum. Meu dever é ajudá-los!

Ele apontou para Ruby, que me olhava como se estivesse com vontade de chorar, mas ela era uma cadela.

Pela Ruby, Lindsey, por favor...

Não, Carl! neguei. Carl suspirou.

Salve-se, Lindsey disse ele. Por favor.

Eu tive vontade de dar uma voadora nele, mas antes que eu pudesse dizer um único Ai ele me empurrou e eu caí de encontro ao chão. Quando eu me levantei, pronta para dar uns tabefes nele, ele já não estava mais lá. Estava ajudando Rick. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, mas eu não tinha escolha.

Ruby, está na hora de dizer adeus disse para Ruby, atirando em alguns homens do povo do Governador. Ruby ganiu e me olhou como se dissesse Está brincando?. Ruby, é sério. Precisamos ir.

Ela latiu, como se negasse, e começou a saltitar.

Ruby, vamos! Corri um pouco, mas ela se plantou ali. RUBY, AGORA!

Foi então que eu vi uma bala atravessar seu corpo e ela desabar no chão, imóvel. Atrás dela estava o Governador, cheio de ódio, mas isso não o impediu de me lançar um sorrisinho sarcástico.

Ruby me deixara, ela estava morta.

Me virei e corri, deixando o Governador para trás. Quando já estava entrando na mata comecei a chorar. Não queria deixar a Prisão. Não queria deixar meus amigos.

A Prisão estava em chamas. O ônibus já estava sendo atacado. Meu peito se apertou quando imaginei Lizzie, Mica e Judith morrendo lá no ônibus. Gritei, desesperada e sem saber o que fazer. Era como se eu estivesse perdendo minha mãe novamente.

Sua voz suave e rouca veio na minha mente: Salve-se, minha querida Lindsey. Orgulhe sua mãe. Não deixe a Praga te mudar. Você sempre vai ter um coração bom, querida. Prometa-me. E em seguida veio minha voz insegura: Eu prometo, mamãe.

Minha mãe não me criara para isso. Não me criara para abandonar meus amigos quando eles mais precisavam. Ela me criara para ser boa, como ela. E eu tinha amigos que ainda tinham chances. Eles não mereciam morrer, eram todos pessoas boas.

Enfiei isso na minha cabeça e corri de volta à Prisão, agora decidida a ajudá-los. Rick e Carl ainda estavam de pé, os dois choravam.

Como se eu tivesse passado horas pensando, vi os únicos sobreviventes do Governador recuarem, alguns olhavam horrorizados para um corpo no chão, murmuravam algumas palavras e desapareciam na mata. O corpo lá, atirado no chão, era o corpo do Governador. O ônibus que eu deixara Judith e as crianças agora estava quase com o fogo apagado. Não consegui ver ninguém que não fosse Rick e Carl, que agora se afastavam.

Corri para eles antes que os perdesse. Eles me olharam, assustados. Eu apenas balancei a cabeça, sentindo meu rosto ficar encharcado de lágrimas.

Onde está Ruby? perguntou Rick com a voz rouca. Eu funguei.

Morta, Sr. Grimes.

Apenas Rick agora, Lindsey.

Onde estão os outros? perguntei. Ele e Carl deram de ombros, mas pareciam cada vez mais tristes.

Judith... gaguejou Carl. Ela está...

Sim assenti. Agora nós três chorávamos Carl mais discretamente, mas também chorava , parecíamo unidos como se fossemos uma família ou algo assim. Mas não éramos. Não éramos consideravelmente muita coisa. Eu nem sequer sabia que Carl me considerava uma amiga, ou se Rick me considerava uma amiga ou coisa assim. Independente de qualquer coisa, nós três precisávamos uns dos outros.

Estamos juntos agora disse Rick.

Sim, pai concordou Carl. Nós contra a Praga.

Vamos encontrar os sobreviventes encorajei-os, me soltando e erguendo minha espada. Vamos encontrar os sobreviventes e a cura para a Praga.

Vamos. Os dois concordaram.

Em nome da Prisão completei.

Em nome da Prisão. Eles repetiram. E acrescentei mentalmente: E em nome de minha mãe e de Ruby.


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