Broken Team (Hail Hydra) escrita por Carol


Capítulo 29
James Buchanan Barnes.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora (todo capitulo é a mesma coisa né?) Mas eu fiquei com a desgraça de uma sinusite, e eu me mudei (caixas caixas caixas) então eu não fiquei com muito tempo/ disposição para escrever. Mas eu prometo que quando tudo isso passou eu me dediquei ao máximo nesse capitulo, porque antes de mais nada, ele introduz ( como vocês já devem ter percebido) um novo personagem. Um personagem, que eu amo muito e tenho total carinho e admiração. Por isso eu realmente queria fazer jus á ele, e tomara que vocês gostem do resultado tanto quando eu. Com prazer, o Soldado Invernal.



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Natasha não teve tempo para revidar.

Ele a empurrou contra a parede dura do beco, colocando seu braço de metal sobre a sua garganta e a arma contra as suas costelas.

Ela impulsivamente agarrou o seu braço com as duas mãos, tentando impedir que ele a sufocasse. Mas era como lutar com uma parede de pedra. O braço não se moveu, não importasse o quando ela o empurasse, o metal frio contra as suas mãos.

Os olhos dele mal estavam visiveis, sendo ocultados pelo boné. Mas o seu maxilar forte não deixava duvidas de quem era o seu perseguidor.

Afinal, quantos caras com um braço de metal ela conhecia?

“Porque você estava seguindo aqueles caras?” Ele falou, sua voz fria a perfurando e causando arrepios pela sua pele.

Natasha soltou um grunhido abafado, buscando por ar.

Ele afrouxou o seu aperto, apenas o suficiente para ela respirar. Ela inspirou profundamente, tentando regular a sua respiração desesperada.

“Porque você estava me seguindo?” Ela perguntou ofegante, ao invés de responder a pergunta dele. Provavelmente não era a coisa mais inteligente a se fazer, mas ela não iria sair cuspindo informações assim tão fácil.

Bucky a empurrou mais forte contra a parede, e o impacto fez com ela arfasse e o boné dos Angels caisse no chão com o impacto. Adrenalina pulsando pelo seu corpo, ela tirou as mãos do seu braço de metal, e o mais rapido que conseguia localizou a arma em sua cintura, a pegando firmemente com uma das mãos.

Mas ela não foi muito longe. Ele percebeu o movimento e pegou o punho dela, o torcendo. Dor explodiu pelo seu braço, e ela reprimiu um grito.

Bucky chutou a mão dela, mas ela não soltou a arma assim tão fácil. Ela deu um pulo para trás, preocupada em manter uma distâncias entre os dois, mas ele se jogou em cima dela, a tirando o folêgo. Aproveitando o seu atordoamento, ele pegou a arma da sua mão com uma força massiva, a jogando longe. Ela caiu no chão a vários metros dos dois.

Natasha murmurou um xingamento por debaixo de sua respiração.

Ele a empurrou novamente contra a parede, dessa vez com mais força. Com o braço de metal apontou a própria arma que ainda segurava para a sua cabeça, o cano fazendo contato com seu cabelos ruivos. Sem quebrar contato visual com ela, colocou a outra mão em em seu quadril, a revistando em busca de outra arma. Seus dedos roçaram a pele de sua cintura, e um arrepio a percorreu.

Seus olhos eram duros. Natasha nunca tinha visto tanta frieza em sem olhar. Ela sabia que depois de seu último encontro não devia esperar nada diferente, mas uma pequena parte dela tinha esperança.

Esperança que talvez ele tivesse se lembrado.

“Eu vou repetir mais uma vez, e eu realmente espero que seja a última. Porque você estava seguindo aqueles caras?” Ele falou ao seu afastar dela, dando um passo para trás, a arma ainda apontada para a sua cabeça.

Natasha não quebrou contato visual. “Eles eram Hydra.”

Bucky pareceu irritado. “Eu sei que eles eram Hydra. Quero saber porque você estava os seguindo.”

“E tem que ter um motivo? Apenas estava fazendo o meu trabalho.” Sua voz era amarga. "Agora, a não ser que você esteja trabalhando como guarda costas da Hydra, qual é o seu motivo de estar me seguindo?"

Ele trincou os dentes. "Lembre-se que sou eu que tenho a arma apontada para a sua cabeça. Eu faço as perguntas."

Parecia que Natasha gostava de flertar com o perigo. Ele tinha uma arma apontada para sua cabeça, mas seja por convição ou loucura total, ela não apostaria que ele realmente puxaria o gatilho.

"Agora, ruiva, eu quero algumas respostas." Seu tom era duro. "Estava seguindo Daniel Whitehall porque eu acredito que ele possa me dar várias, mas você vai servir perfeitamente..." Ele deu um passo em sua direção, falando as próximas palavras lentamente. "Eu quero que você me conte tudo sobre Bucky.” Ele praticamente cuspiu a última palavra. Mas não com nojo. Quase como o seu nome lhe deixasse desconfortável.

Os olhos dela se arregalaram de leve, e uma expressão de pânico a preencheu por meio segundo antes desaparecer. Ela desviou o olhar do dele, se concentrando em manter seu rosto neutro para ele não traí-la.

"Desculpa amigo, mas você pegou o agente errado. Talvez deva perguntar a Steve Rogers."

E lá estava ela. Fazendo de novo. Provocando de novo. Ela não conseguia manter a boca fechada, conseguia? Não.

Não perto dele.

Ela teve vontade de bater em si mesma.

"Não." Ele balançou a cabeça. "Essa é a questão, não é? Eu te conheço."

Sua expressão caiu. Ela virou lentamente para encará-lo, seu coração parecendo que iria explodir e sair em pedacinhos pela sua boca a qualquer momento. Os olhos verdes dele encontravam o verde dos seus e ela se sentia doente, como se fosse desmaiar a qualquer momento.

Eu te conheço.

"Não." Sim.

"Não minta para mim."

Ela riu amargamente, e torceu para que ele não percebesse o nervosismo em sua voz. "Talvez você esteja falando da vez que atirou em mim para matar um alvo." Ela deu um passo a frente, recuperando a sua compostura, a arma agora a centimetros de sua pele. "Desculpa lhe refrescar a memória, mas não houve muita conversação na hora.”

"Não." Ele repetiu, balançando a cabeça. "Eu te conheço de antes. Eu sei disso."

Ela engoliu em seco. "Você é louco."

Ele bufou. "Definitivamente."

Algo no seu tom fez ela franzir as sobrancelhas. Claro, a frieza continuava ali, mas tinha algo mais. Um certo desespero. Natasha o observou suavamente, e definitivamente estava ali. A tristeza em seu olhos, o nervosismo que fazia ele mudar o peso do corpo, a raiva que fazia com que ele apertasse a arma com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos. Ele estava desesperado por algum tipo de informação, de alguma coisa que lhe iluminasse sobre quem ele era. De quem ele fora.

Ela queria dizer tantas coisas. Ela queria fazer tantas coisas. Gritar para ele o que ele já significara, sacudi-lo até que ele se lembrasse o que eles passaram juntos. E ela percebeu que ela também estava desesperada, desesperada que ele se lembrasse.

Ele deve ter percebido a mudança súbita de pensamento dela, pois um olhar de confusão tomou conta dele, e ele abriu a boca lentamente.

“Nátalia.” Ele falou, confuso, como se o nome surgisse agora em sua mente. A palavra parecia ter sido alongado enquanto saia de seus lábios, e ela tinha certeza que seu coração parecia ter pulado uma batida com o som familiar do seu nome pronunciado pela sua voz.

E foi ali que ela quebrou. Ela sabia que não iria adiantar negar por muito mais tempo. Natasha Romanoff podia ser forte, mas Natália Romanova não era.

Bucky tomou um passo a frente.

“Me diga como eu te conheço.” Ele ordenou. Ela hesitou, e ele fechou os olhos por um momento, antes de abri-los novamente. Ele a olhava implorando. “Por favor.” Ele falou com os dentes trincados.

“James.” Ela falou por fim, e ele pareceu totalmente chocado. O seu aperto na arma afrouxou, e seu olhos se arregalaram, como se dando conta de que aquele era o seu nome. “James Buchanan Barnes. Você… Você me treinou.”


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Ela entrou no laboratório, depositando alguns papéis na sua mesa de sempre. Suspirou, observando o ambiente ao seu redor. O laboratório estava em completo caos. Ela sempre fora uma pessoa organizada, é claro, mas sem Fitz ali, parecia um perda de tempo se preocupar com as aparências. Ela também se via faltando energias para mover um dedo sequer, muito menos para fazer uma faxina. Então, a arrumação podia ir para o quinto dos infernos.

Com um outro suspiro, Jemma levou a sua xícara de chá aos lábios. Estava quente, e ela queimou a língua, soltando um palavrão.

“Sabe, você não parece o tipo de pessoa que fala esse tipo de coisa.”

Ela quase derrubou a xícara com o susto que levou.

“Dr-Dr Banner,” Ela falou gaguejando, o observando do outro lado da sala. O cientista se encontrava analisando alguma coisa em microscópio, e fazendo anotações em um caderno ao lado. “O que você está fazendo aqui?”

Ele sorriu, sem tirar os olhos da página que estava escrevendo. “Te disse que iria te ajudar com seu amigo, não disse?” Ele levantou os olhos. “Aqui estou.”

“Sim… Mas pensei que tinha um reunião com Coulson. Alguma coisa sobre uma nave alienigena?” Ela balançou a cabeça, confusa. “Não tenho acesso a essas coisas.”

Ele largou o lápis. “Alienígenas, sim. Sempre são eles, não são? Bem, a reunião acabou, e eu gosto de trabalhar para ocupar a minha mente. É… tranquilizador.”

Os dois sabiam o outro significado por trás de suas palavras, mas Jemma decidiu não contar, e ele ficou grato por isso.

“Eu entendo.” E ela realmente entendia. Se afundar em pesquisas era realmente a única coisa que a mantia sã após o incidente com Fitz. “Então, o que está fazendo?”

“Olhando algumas análises do sangue da mulher que você mencionou, Skye. Fiquei curioso.” Ele falou, enquanto ela se aproximava. “E é verdade. Ao fazer uma análise digital, o computador não reconhece. Mas o intrigante é que ao vê-lo por microscópio,”

“As hemácias parecem totalmente normais” Jemma completou sua fala. Ela mesma já passara horas analisando o seu sangue,e sabia muito bem sobre isso.

“Exato. Então porque nos dados ele é inexistente?” Ele ficou pensativo por um momento.

“Honestamente, eu não sei. Você vê, o que mais me incomoda é o fato que elas não deveriam parecer normais. Skye…. Ela sofreu um acidente a alguns meses atrás. Um soro foi dado á ela, injetado em sua corrente sanguínea. Seu sangue não deveria estar normal, não deveria estar humano, mas está. Isso é o que eu não entendo.” Jemma suspirou novamente. Ela parecia fazer isso muito ultimamente. “Quer dizer, suas plaquetas estão elevadas, mas tirando isso, não tem nada de extraordinário.”

“Interessante uso de palavras.” Jemma olhou para ele, surpresa. “Humano, quero dizer. Porque seu corpo não deveria estar humano?”

“Bem…” Ela limpou a garganta, constrangida. “É complicado. Nós mesmos não temos todas as informações direito. Mas o soro… Não vinha da terra. De alguém da terra. Coulson provavelmente sabe mais do eu, já que ele se recusa a compartilhar algumas informações, mas essa parte é bastante obvia.”

“Hm.” Ele indagou. “E ela não mostrou nenhum efeitos colaterais?”

Jemma balançou a cabeça negativamente. “Não. Eu e… Eu e Fitz a monitoramos por algumas semanas. Nada fora do normal. Coulson também não mostrou nenhuma alteração.”

“Coulson?”

“Oh,” Ela corou. “Sim. Foi assim que o ressuscitaram, pelo que ouvi. Com o mesmo soro.”

Ele assentiu. “E o sangue de Coulson? Se encontra do mesmo jeito?”

“Não sei dizer. Ele não cedeu nenhuma amostra, e tenho certeza que não ficaria nenhum pouco feliz se nós pedíssemos.”

“Certo. Mas Jemma… Porque não usam o soro em Fitz? Pelo que eu já vi até agora, isso o salvaria, não?”

A expressão dela caiu. Sua garganta se fechou, e e ela teve que batalhar para soltar as palavras. “O soro… Não existe mais. Foi perdido em um desabamento. Era um projeto super classificado, então não temos muitas informações sobre ele. Não poderiamos replicá-lo.”

“Jemma.” Algo em seu tom fez ela olhar para ele, surpresa. “Há uma possibilidade do soro ainda estar presentes nas veias de Skye. Talvez, se injetarmos o sangue dela em Fitz, o soro ainda possa funcionar.” Seus olhos tinham um brilho estranho, e ela podia perceber que seu cérebro estava raciocinando a mil.

“Você quer dizer…. fazer uma transfusão entre Skye e Fitz?” Ela falou hesitante.

“Exato.” Ele pulou da cadeira, subitamente agitado. “Pode funcionar, não? Qual é o pior que pode acontecer?”

“Hm, eles não tem o mesmo tipo sanguineo. Fitz é B+ e Skye… Bem, os exames foram incompletos. E se o corpo dele completamente rejeitar a transfusão? Nós não podemos saber os danos.” Jemma retrucou, franzindo a testa.

“Jemma.” Ele sorriu, apoiando uma das mãos em seus ombros. “Você estava disposta a usar raios gama para acordá-lo. Nada pode ser pior do que isso.”

Ela mordeu o lábio, nervosa. Bruce realmente tinha um ponto. Ela suspirou, cedendo. “Certo. Vamos tentar.”

O sorriso dele se expandiu.


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Ela acordou com um sobressalto.

Suas pálpebras voaram abertas, e ela arfou em busca de um ar que não parecia estar ali. Suas mãos procuraram a sua garganta, e ela se sentou abruptamente.

Demorou alguns segundos até ela perceber que mãos fortes a seguravam.

“Hey, hey!” Uma voz falou perto da sua orelha direita. Ela se engasgou, seu coração parecendo sair pela sua garganta a qualquer momento. “Calma! Calma. Está tudo bem.”

Ela procurou fundo em sua memória tentando reconhecer a voz, reconhecer o toque. Nada lhe vinha a mente. Ela estava em pânico.

Gritou. Seus gritos esganiçados pareciam rasgar os seus ouvidos, e ela tentava em vão se livrar do aperto forte do homem.

“Skye!” Ele falou. Skye.

Skye. Skye. Skye.

Esse era o seu nome.

Ela parou de gritar. Seu corpo agora parecia dominado por tremores incontroláveis.

Skye.” A voz desconhecida repetiu, seu tom delicado, quase implorando. Ela fechou os olhos, apertando os tão forte que ela temeu que eles nunca mais fossem se abrir.

Clint. A voz era de Clint.

Skye se virou para encará-lo, atônita. Ele a abraçava. Ao ver que ela parara de lutar, ele soltou o aperto sobre os seus braços, mas não o tirou da sua volta. Seus olhos a olhavam com extrema preocupação. Ela fechou os olhos mais uma vez, tentando estabilizar a sua respiração, seu peito descendo e subindo com o movimento.

Skye não sabia quanto tempo se passara até ela se atrever a falar. “O que- O que aconteceu?” Ela perguntou ainda de olhos fechados, sua voz não passando de um sussurro rouco.

Ele abriu a boca para responder, mas a fechou mudando de ideia. Uma ruga surgiu entre a sua testa. “Você não se lembra?”

Skye abriu os olhos. Ela balançou a cabeça lentamente e olhou em volta. Estava em uma maca de hospital.

Porque diabos ela estava em uma maca de hospital?

“Você desmaiou. Eu te achei caída no corredor, queimando de febre. Tem certeza que não se lembra disso?” Ele repetiu, e ela balançou a cabeça novamente.

“E-eu…” Ela gaguejou, as palavras lhe fugindo a mente. Skye não conseguia se lembrar da última coisa que lembrava. Era uma confusão dentro de sua cabeça, seus pensamentos borrados. Ela sabia que a informação estava ali, mas por algum motivo não conseguia acessá-la.

Sua cabeça doía.

Skye vagamente percebeu que Clint soltara os braços de seu aperto. Mas ela não teve de falar mais nada, pois naquela hora dois agentes entraram no quarto subitamente.

“Skye!” Um deles gritou, se apressando para do lado dela. “Está tudo bem? O que aconteceu?" Coulson veio correndo, ela percebeu.

"Está-" tudo bem. Ela queria falar. Mas não tinha certeza se essas palavras então eram verdadeiras. Ela não se sentia bem. Ela não sabia porque não estava se sentindo bem. E isso a aterrorizava. Quase como se estivesse convivendo com um pânico súbito e constante. "Eu não sei." Ela se corrigiu. Isso pelo menos era verdade.

Coulson pegou em seu braço, dando um aperto reconfortante. "O que está sentindo?"

Medo. Confusão. Medo. Pânico. Dor. "Não sei."

Coulson suspirou, trocando um olhar preocupado com May ao seu lado. "Skye," Ele começou hesitante. "Você tem ideia... De quem.... De quem te atacou?"

Atacou? Ela fora atacada?

Seus olhos se encheram de um misto de confusão e desespero. "Como assim?" Ela olhou para Clint em sinal de conforto, mas ele parecia tão confuso quanto ela.

"Você sofreu uma concussão grave. E duvido que tenha sido por tropeçar em seus próprios pés." Seu tom era suave, mas mesmo assim foi como receber um soco no estômago.

"Eu não lembro." Ela sussurrou, não conseguindo encarar ninguém nos olhos.

"Nada? Nem de um rosto, uma voz?"

Ela apenas balançou a cabeça. Seus dedos tremiam ao lado do lençol da cama "Eu só quero...só quero ficar sozinha, ok?"

Coulson abriu a boca para hesitar, mas a fechou, confuso por um momento. Ele a encarou, e por fim assentiu hesitante. "Ok. Claro, claro. Descanse. Nós podemos discutir sobre isso mais tarde." Se aproximou e deu um beijo em seus cabelos. "Você está segura aqui."

Com um último olhar para ela ele saiu do quarto, May em seu alcance.

Clint hesitou, e recuperou a sua posição original do lado de sua cama. "Skye." Ele começou. "Eu sei que é dificil, mas você precisa se lembrar de quem te atacou. Seja quem for, ele ainda está aqui na agência. Ele precisa pagar." A urgência em seu tom era evidente, mas ele falava com delicadeza. "Vou ficar de vigia para fora de seu quarto a noite toda, ok? Se precisar de mim é só gritar." Ele sorriu fracamente.

O arqueiro se virou para sair do quarto, mas ela chamou o seu nome baixinho. Surpreso, ele se virou.

Skye lhe encarou com aqueles grandes olhos castanhos, o olhar desesperado. Balançou a cabeça, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

“Porque as pessoas fazem isso?” Ela perguntou, sua voz fraca e rouca. “Trair. Ganhar confiança e depois simplesmente destruir laços de amizade como se nunca tivessem valido nada. Como…. as pessoas fazem isso? Como elas conseguem esbanjar na sua cara que foi você que confiou nelas em primeiro lugar?” Ela respirou fundo. “Costumava ter esse agente na nossa equipe. Grant Ward. Ele…. ele era Hydra. O tempo todo, o maldito era um traidor. Ele quase matou um dos nossos agentes e deixou o outro em coma.” Ela fechou os olhos, reprimindo as lágrimas que insistiam em sair, a voz tremendo em u a mistura de fúria e pânico. “E agora tem outro. Outra agente, outra pessoa que confiamos nos traindo aqui na agência. Seja quem for que atacou…. Eu…. eu não quero nem pensar nisso. Me deixa doente. E com raiva. Muita muita raiva. Porque eu não consigo lembrar quem fez isso comigo, e eu devia. Eu realmente devia, porque ele ainda está por ali andando livre. E ele pode machucar outra pessoa. E se isso acontecer…. eu não sei se eu vou poder me perdoar.”

Clint sentiu sua garganta se fechando enquanto ele dava um passo em sua direção. Sem pensar, ele colocou os braços em volta de seu corpo e suspirou profundamente. Ele não falou nada, e ela se sentiu grata por isso, porque no silêncio ela conseguia sentir as batidas de seu coração, e no momento, era tudo que ela precisava.

E quando ela sentiu seus lábios pressionando contra a sua cabeça, ela se encontrou sem voz.

Clint saiu não muito tempo depois, quando sentiu ela relaxar sobre seus braços e seu coração se desacelerar. Com uma promessa que estaria ali para tudo que ela precisasse, ele a deixou sozinha mais uma vez.

Skye se deitou mais uma vez na cama, suspirando ao encarar o teto branco.

As lágrimas vieram, como ela soubera que viriam, e ela se virou de lado, deixando que elas escorressem pelas suas bochechas.

No minuto que Clint a deixou, toda a paz que vinha com ele se extinguiu. Seus dedos começaram a tremer, e ela agarrou a beirada da cama com força. Sua vontade era de gritar, gritar com quem tinha feito aquilo com ela, até que sua voz ficasse rouca e sua garganta sangrasse. Ela se sentia quebrada. Como se alguém tivesse tirado um pedaço dela, a deixando ali sangrando sozinha. Sufocou um soluço com o travesseiro, suas unhas agora enfiadas no colchão, e ela agradeceu que Clint não estava ali para ver essa cena.

Sua cabeça doía, um dor pulsante que lhe causava uma agonia excruciante.

Ela chorou até cair no sono de exaustão.


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Ele realmente não queria deixar ela ir. Não queria soltar o seu aperto. Clint podia sentir o coração dela bater, desesperado, contra o seu peito. Seu maxilar estava trancado, como se estivesse batalhando internamente contra as lágrimas que ameaçavam desabar. Ele queria dizer que tudo ficaria bem, queria dizer que não havia nada com que ela deveria se preocupar. Mas ele sabia que isso não era verdade. E ele se recusava a mentir para Skye.

Ele realmente gostava dela. Gostava da sua simplicidade. Ele beijou o topo da sua cabeça, um ato que os trouxe conforto. Skye era tão jovem, tão leve, tão doce. E ver ela ali, acabada, tão diferente da agente humorada que conhecera, era de quebrar o coração. Clint queria protegê-la. Ele de alguma maneira se sentia encarregado da sua segurança.

“Eu estarei aqui, ok? Para tudo.” Ele falou, e podia parecer vazio, sendo que ele a conhecera a pouco tempo, mas era a mais pura verdade. “Em tudo.”

Ele realmente não queria deixar ela ir. Mas ele a deixou.

Saindo do quarto silenciosamente, ele observou o corredor vazio da ala hospitalar. Se apoiando na parede, ele deslizou até o chão, se sentando. Suspirou alto, fechando os olhos.

Clint não gostava nada da situação que se encontrava. Ele não gostava de ver Skye naquele estado, ele não gostava de pensar que poderia haver um traidor na agência. Mas ele principalmente não gostava que ele não se lembrava de como achara Skye.

Claro, ele se recordava dela caída no chão, suor escorrendo pelo seu rosto em brasa de tão quente. E de como ele a carregou nos braços até a ala hospitalar, sua respiração fraca e sua pele sem cor.

Mas ele não conseguia lembrar do que estava fazendo antes de ver ela desmaiada no chão. Ele podia se lembrar vagamente da raiva, da fúria que estava sentindo, e de como Skye chamara o seu nome. E era só. O resto era um borrão sem cores, o qual ele não conseguia decifrar.

E isso o dava arrepios.

Ele massageou as sua têmporas, antecipando uma dor de cabeça.

“Se sentindo um pouco doente?” Uma voz falou ao seu lado, e Clint abriu os olhos rapidamente, em alerta. “Não se preocupe. Ter sua mente manipulada tem seus efeitos colaterais.”

Ele olhou em volta, mas não viu ninguém. Seu corpo estava rígido agora, em posição defensiva. A voz riu, e ele se sentiu como se tivesse sido atingido por um soco, e todo o ar de seus pulmões tivesse sido sugado dele. Porque ele reconhecia aquela voz.

“Saudades?” O deus falou, aparecendo no fim do corredor, o cetro brilhando em sua mão, um sorriso brincando nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Então? Eu vou tentar postar o próximo capitulo mais rápido, mas a vida é imprevisível e eu sou só uma. Mas o mistério dos desenhos do Coulson vai ser revelado, juntamente com o passado da Crystal e do Charles. Stasha ((!!!!!!) eu juro que sinto saudades dos dois tanto quanto vocês)) e Pietro também vai fazer uma participação. Um beijão para todo mundo que está lendo e comentando! Amo vocês S2