Os Dilemas de Sasuke Uchiha

Como todo e qualquer homem casado, era de se esperar que tivesse uma vida bem sucedida, com emprego que sustentasse toda família, que desse ao menos tempo para uma viagem familiar por ano, uma esposa calminha e meiga, filhos tão comportados e inocentes quanto anjos, mas obviamente estávamos falando de Sasuke Uchiha. Óh! Sim! O homem que fugia totalmente do conceito que conhecemos como ‘normal’!

Sentado com sua pior cara de tédio, com um chapeuzinho de aniversário estúpido, em uma festa de aniversário estúpida, com uma esposa sorrindo estupidamente para tudo e batendo palminhas para aquela estúpida música, estando sentado em uma mesa estúpida e longa o suficiente para que coubessem todos seus convidados estúpidos e familiares tão estúpidos quanto.

Mas claro que ainda não estava bom não é? Além de Sasuke odiar surpresas sabe o que ele odiava ainda mais? Ser tratado como um bichinho inocente, com todo mundo achando que poderia simplesmente chegar a casa dele, abrir a geladeira, pegar a SUA cerveja, que era para o domingo final de campeonato, sorrir para a SUA mulher, brincar com SEUS filhos, e ainda colocar aquela maldita língua de sogra em sua boca, que só não cuspira porque se cuspisse com certeza sairia com um katon no jutso direto na cara daquela desgraça loira.

Mas claro! Tudo tinha sempre um “porquê” muito simples, não? HÁ! Mas é claro que tinha e seu nome era. Uchiha Sakura. OH! Mulherzinha irritante! Teve a infeliz ideia de lhe fazer uma surpresa horrorosa daquelas, mesmo sabendo que preferia apenas jantar fora com a família e eventualmente ganhar um presente mais intimo quando fossem para cama, se é que me entendem. Mas não! Aquela mulher não decodificava o significado daquele olhar “Eu quero todos fora e você na minha cama agora!”, claro que não, como poderia se nem ao menos estava olhando para o próprio marido enquanto cantava uma música para ELE e conversava com o imbecil do Rock Lee?

AH! Queria mandar tudo pelos ares e agarrar sua mulher ali mesmo, e estapear a cara daquele sobrancelhudo que nem ao menos disfarçava seu olhar malicioso sobre os seus seios!

Caham! Quero dizer, os seios de sua mulher, que assim como ela, eram seus!

Mas claro que não, ninguém se importava com aquela cara de psicopata fora do sanatório e continuavam dançando como neandertais e relinchando como se tudo naquela casa fosse SUPER engraçado e harmonioso. Que lindo! NOT!

Ele tinha vontade de encarnar a menina do exorcista e jorrar um jato de vômito em todos, isso sim seria felicidade! (e nojento, blééééérgh!)

Como sentia falta de seus 17, 18 anos de idade! Onde ele era conhecido como:

Uchiha Sasuke, o vingador.

E não como um:

Uchiha Sasuke, o paizão.

Onde suas aventuras eram:

Uchiha Sasuke em – Lutando contra a catinga da frauda.

Ou...

Uchiha Sasuke em – O alazão doméstico. (com direito a trancinhas, maquiagens e xícaras menores que seu dedo mindinho.)

Deus! Não! Queria sua adolescência de volta, queria o medo no olhar de cada um de volta. Queria ter respeito nessa vida estúpida, porque aparentemente ninguém o estava respeitando, mas não podia ser solteiro novamente, e tudo graças a Sakura. E provavelmente se acontecesse de se separarem ele ia se certificar de que cada homem que se aproximasse dela, iria pedir para voltar para dentro da própria mãe! Issoaê! Uchiha Sasuke é capaz de fazer qualquer marmanjo ceder até mesmo os segredos mais secretos de todos os tempos secretos de todo o mundo secretal, mas não conseguia fazer com que sua mulher cedesse.

E claro, como toda e boa propriedade Uchiha, ela não iria a lugar nenhum, até que a morte os separasse. Não! Melhor, ele iria espancar a morte e acompanha-la ele mesmo até os portões dos céus para que nenhum engraçadinho tentasse safadezas com sua esposa em seu caminho ao paraíso.

Assim que chutou o Lee do lado de sua esposa, cruzou os braços e sorriu satisfeito, agora ( na cabeça dele ) ele era:

Uchiha Sasuke, o herói!

Com direito a piscadinha de olho e tudo, e seu famoso dedão levantado.

– Mas o que foi isso? – perguntou Sakura de boca aberta, impressão ou tudo pareceu tão silencioso? Olha até Akemi e seus dois filhos caçulas ficaram quietinhos. Milagres acontecem né? NOT. – Eu sinto muito Lee-kun! Sasuke deve ter bebido um pouco além da conta. – como é que é? Ele é tratado como o rei da cocada preta enquanto o Uchiha que, obviamente, salvou sua mulher daquele papo super-entediante do cara com a taturana na caram (MÁ OEEH! Er...), ela o olhava com o canto de olho e recebia uma maldita frasezinha entre dentes e, pasmem, sem o KUN no final. – Não é, Sasuke?

Agora era definitivo, ela iria sofrer! Ah! Mais iria mesmo! Quando ela o procurasse a noite, nada de Uchiha Love para essa insolente! Não mesmo, passaria uma ou duas noites sem o calor desse corpo que todas desejam, tsk.

Perdeu meu bem, perdeu.

Pensou o Uchiha enquanto bufava.

– Você dorme no sofá hoje. – disse a rosada entregando-lhe o travesseiro e um lençol. Opa, como é que é produção?

– Mas a nossa cama da para nós dois, sabe? Por isso comprei para casal. Para eu não ter que dormir no sofá. – disse entregando novamente o travesseiro e o lençol para ela. – Obrigada. – e foi bem bonitinho se aconchegar debaixo das grossas cobertas e desligou a luz vendo sua esposa cruzar os braços e ficar frisada no meio do quarto.

Claro que sabia o que ela estava fazendo, ele não era idiota. Tsk, mas aprendeu com ela a se fazer de autista quando lhe convinha. Ela com certeza iria ceder, logo logo ela estaria se deitando ao seu lado e pedindo pelo Uchiha Love, mas há! HAHAHAHAHA...........HÁ! Coitadinha, nunca imaginara que esse pedido seria negado sem misericórdia! Sim ela deveria ser castigada, da forma mais impiedosa que um homem pode fazer.

– Sasuke. – droga! A rosada foi para o seu lado e ascendeu a luz do abajur. E ficou encarando o marido que fingia já ter adormecido, cruzou os braços e começou a bater o pé.

Pat

Pat

Pat

Pat

Pat

Pat

Pat

Pat

Pat

Pat

Pat

Pa-

Ele segurou sua perna e suspirou derrotado e sentou-se na cama.

– Por que fez aquilo hoje? – perguntou o olhando de cima com uma sobrancelha arqueada.

– Aquilo o que? – perguntou. – A ideia foi você quem deu, e eu nem estava sabendo de nada! – disse em sua defesa.

– Você sabe do que eu estou falando.

– Não sei.

– Sabe.

– Não sei.

– Sabe.

– Não sei.

– Por que derrubou o Lee-kun? – ah! Ela queria ser punida pelo resto do mês? Por que era o que estava parecendo.

– Lee-kun? – repetiu entre dentes.

– Sasuke? – perguntou.

– Lee-kun?! Você esta me traindo Sakura? Que pergunta imbecil, você não seria louca! Eu mataria a todos, me entendeu?! TODOS!! – disse já de pé a segurando por seus ombros.

– Como é que é? – perguntou divertida.

– Não me venha com essas risadinhas! Eu estava ouvindo os “Para Lee-kun! Hihihihi. OH! Obrigada Lee-kun, você é muito gentil HIHIHIHIHIHIHIHIIIIIIII!” ME chamando de Sasuke enquanto para aquele bastardo é Lee-kun pra cá, Lee-kun pra lá, vão começar a achar que seu marido é aquela anta que logo logo será um vegetal na cama de hospital.

– Eu não rio assim. – murmurou zombeteira. Lançou lhe seu pior olhar de “bunda”.

Corrigindo, o que Sasuke mais odiava não era ser tratado como bichinho inocente, isso estava em segundo. O primeiro da lista era odiar o quanto sua mulher o conhecia depois de sete anos de casados.

A rosada lhe puxou pelo colarinho e lhe tascou um beijo, sim desses que são proibidos para menores de dezoito, com direito a apalpadas e tudo mais.

– Nada de Uchiha Love para você. – disse Sasuke entre sussurros, a quem queria enganar? Já estava rendido há um tempo já. – Essa é a minha nova vingança. – claro Sasuke Uchiha sem vingança é como purê de batata sem batata.

– Então venha meu vingador. Se vingue de meu corpo e tudo o que tem direito. – disse mordiscando seu peito agora nu.

Risque tudo o que leu no começo, ele estava começando a achar que a vida de adolescente virgem nem era assim lá grandes coisa. Quem precisava ser temido?

Ele preferia muito mais ser o:

Uchiha Sasuke, o vingador doméstico.

Afinal, quem iria querer ser um adolescente babaca que corre atrás de homens, quando se pode ser um vilão. Um vilão valente, sarado e bem apessoado, admito, mas acima de tudo, recompensado todas as noites por ser um menino mau?

Fim.