Aishiteru, Aishiteru yo... escrita por The Tomato Queen


Capítulo 1
Capítulo Único Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Bom, é a minha primeira Oneshot, então me desculpe se estiver muito corrida e apressada, ou então devagar demais haha :)
Enfim, espero que gostem
Ah, e desculpa pela sinopse, sou horrível pra escrever sinopses e ela acabou ficando longa demais haha



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Naquela rua deserta e mal iluminada ainda era possível ouvir seus sussurros ecoando: “Eu te amo...”.

Mais cedo, em uma fria e cinzenta manhã de inverno, o Uchiha caminhava com uma de suas mãos unida a dela. Não sorria, afinal, não era de seu feitio demonstrar sentimentos, mas na realidade bastava esse simples contato para deixá-lo feliz pela eternidade.

Já ela, com a face alva levemente tingida em vermelho, abria um gentil e tímido sorriso, dando a ele uma serena sensação de tranquilidade. A jovem tinha cabelos negro-azulados, presos em um coque desarrumado, que por incrível que pareça ficava exclusivamente bem nela. Era dona de um par de brilhantes e inocentes olhos lilás esbranquiçados, os quais viviam prendendo sua atenção ao chão. Embora fosse uma garota extraordinária, sua insegurança insistia em se fazer presente, fazendo com que ela constantemente desviasse o olhar para seus pés ao se sentir incomodada ou envergonhada.

Com os dedos entrelaçados e andando sem rumo pelas ruas da cidade, Hinata pensava na pergunta que há tempos tentava criar coragem para fazer. Aflita, tropeçava nas próprias palavras, interrompendo a si mesma, obrigando a voltar ao começo da pergunta. Ele, com uma expressão confusa, –que ela claramente percebeu ao analisar seus olhos ônix que a observava– a fez voltar seu olhar para baixo, numa tentativa de diminuir o nervosismo.

Tinha o coração acelerado, e tentava conter sua respiração, no momento, levemente irregular. Agora, com a mão apertando a barra de seu vestido azul, respirou fundo e o encarou nos olhos como nunca antes, decidindo fazer a tal pergunta de uma vez por todas.

– Você... Você gosta de mim? –soltou as palavras de uma vez, mesmo que falhando no começo, havia enfim, conseguido. Falara baixo, quase sussurrando, mas fora alto o suficiente para que ele conseguisse ouvi-la.

Após ter finalmente feito o que queria há tempos, um enorme arrependimento pesava em si. Mas o que poderia fazer agora? Não havia mais volta, restava apenas esperar pela resposta do rapaz. Sua extrema insegurança a forçara a perguntar, e o fato de ele nunca ter demonstrado qualquer ato de afeto, a fizera começar a se questionar se ele ao menos gostava dela.

Mesmo estando juntos há tanto tempo, ela ainda tinha suas dúvidas em relação aos sentimentos dele, já que havia sofrido uma enorme decepção no passado e teve dificuldades em acreditar que alguém a amaria de verdade algum dia.

Ele fora pego de surpresa. Não esperava que ela fosse perguntar nada desse aspecto, e inquieto, passava a mão pelos cabelos escuros, tentando manter a calma. Pela primeira vez em tempos, ele se encontrava apreensivo.

Esperando ansiosa por uma resposta, a cada segundo se arrependia mais de ter proferido aquelas palavras. Sem saber o que fazer, ele fizera o completo oposto do que ela esperava. Acabara rindo, sem dizer nada concreto, apenas uma sutil risada, que para os ouvidos da garota soava como deboche. Ela, nem mesmo ele, acreditava no que acabara de acontecer.

Com um sentimento angustiante e ficando cada vez mais tensa, ela chegou a umafastidiosa conclusão. Apesar de querer resistir a essa idéia, era inevitável que ela se aborrecesse com o que tivera como resposta.

Ele temia que a tivesse magoado, já que o que fizera dava a entender o inverso do que realmente sentia. Amava a ela mais que tudo, porém, mais uma vez como em muitas outras, seu orgulho falava mais alto e optou por permanecer calado, sem proferir uma única palavra.

Ainda perplexa, seu sorriso aos poucos desmoronava, dando lugar a um olhar melancólico. O sorriso tão adorado fora o próprio quem havia destruído. Após tantas tentativas de esclarecer e descobrir se aquela relação duraria, e se ele ao menos sentia o mesmo que ela, acabara se cansando.

Era uma coisa tão pequena, mas isso bastou para fazê-la chorar. Com o rosto já inundado em lágrimas, no entanto ainda tentando sorrir, com certa dificuldade ela desatava sua mão da dele.

Aquela mão, que para ele era a coisa mais importante do mundo, já não os unia mais. E só então, ao ouvir as seguintes palavras ele percebera a seriedade do que vinha fazendo.

– Chega... Já chega, Sasuke. –sussurrou em um fio de voz, todavia possuía convicção.

Ele ouvira claramente, e ela então proferiu a frase novamente, agora em alto e bom som, o fazendo confirmar o que não queria escutar. O choro não cessava, e sem dúvidas essa decisão era difícil para ela, mas não voltaria atrás, não nessas condições.

Eles já não andavam mais, e permaneciam no mesmo lugar, se olhando nos olhos. Tudo que ouviam era o choro e soluçar da garota que ainda tentava manter uma aparência altiva, mas falhava ao tremer de nervoso e também um pouco pelo frio rigoroso.

Ao fundo, estrondos provocados por trovões eram audíveis, anunciando a vinda de uma tempestade. A rua estava vazia, com poucas pessoas alem deles. Ele não sabia o que fazer diante do que ela havia declarado.

– Mas Hina...

– Adeus. –finalmente soltara a palavra, interrompendo-o com uma voz chorosa e lastimável, antes que dissesse algo a mais. Continuava forçando um sorriso, que estava inacreditavelmente triste.

Querendo, agora, evitar encará-lo nos olhos, para não correr o risco de mudar de idéia, respirou fundo para logo em seguida sair correndo para longe, o mais longe possível.

Ele, abismado, via a figura da Hyuuga desaparecer gradualmente, ficando a cada passo mais inalcançável. Imóvel e se sentindo hediondo, começou a sentir a chuva desabar em si, assim como a culpa e arrependimento.

Quando isso havia começado? Ele não se lembrava. Nunca havia dito que a amava, certo? Em todas as poucas vezes que ela tocara no assunto ele logo mudava o rumo da conversa, deixando-a cada vez pior. Talvez, se por uma única vez ele tivesse deixado seu ego de lado e falado a verdade, não estaria passando por isso. Acabara de perder o que mais amava.

A garota corria com as pesadas gotas de chuva se misturando com suas lágrimas. Normalmente acharia agradável, já que adora caminhar na chuva, porém essa se mostrava excessivamente forte.

Completamente encharcada depois de poucos minutos, lutava contra o frio intenso e o vento que atingia sua face pálida com violência. Seus olhos, que batalhavam para se manterem abertos, ainda transbordavam aborrecimento. Seus pés estavam completamente mergulhados na água que acumulava em seus sapatos, e mesmo sabendo ser em vão, persistia em tentar desviar das diversas poças formadas.

Soluçava alto, sem se preocupar, afinal as ruas estavam desertas. Seu vestido colava em sua pele assim como seu cabelo escorrido que agora já estava solto, enquanto ela inutilmente tentava se aquecer envolvendo-se nos próprios braços.

Não tinha idéia de onde ir, não queria ir para casa para que chorasse sozinha. Queria conforto, precisava de alguém que lhe ouvisse. Seguindo esse pensamento, repentinamente, uma imagem se fez presente. Sabia exatamente o caminho a tomar.

Forçando suas pernas, correu para o único lugar que a fazia se sentir acolhida, e sabia que ninguém a encontraria.

A algumas ruas dali, ele permanecia na mesma posição, apenas sentindo o arrependimento e esperando que fosse embora, mas não havia sinal algum de que desapareceria tão cedo.

Pensando no que fazer, começava a aceitar a idéia de que era tarde demais. Não havia dado valor a tudo o que ela fizera por ele, e agora, ela havia ido embora.

Fora a única que estava ao seu lado nos momentos mais difíceis de sua vida. Fora ela quem o consolara e confortara nos dias mais pesarosos. Ela fora o motivo de ele querer continuar, de ele querer prosseguir, naqueles momentos tão dolorosos e delicados.

Como ninguém, ela o entendia, e sempre que preciso estava à disposição para ajudá-lo, qualquer fosse a situação.

Por ela, ele faria tudo, faria o possível e impossível. Por ela, ele deixaria seu orgulho de lado, esqueceria sua altivez e arrogância. Sim, faria isso. Reconhecendo o quão significativa e importante ela era, abriria mão dessas coisas, que agora, admitia serem extremamente pequenas e irrelevantes.

– Preciso tentar... Preciso vê-la! –dizia para si mesmo, finalmente aceitando o que sentia de verdade, sem esconder e sem omitir.

Olhava para os lados, mas não via nada que o pudesse ajudar a encontrá-la. Atingido pela tempestade, corria a sua procura. Pensando em tudo e admitindo que fora desprezível o que fizera.

Podia ser que não a alcançasse ou que a garota não o perdoasse, mas o jovem Uchiha gritava, já com o fôlego no limite sem se importar se o ouvissem: “Eu te amo... Eu te amo...”. Sua voz era abafada pelo som da chuva e das trovoadas, e tendo procurado por tantos lugares, sua busca começava a ficar limitada.

– Não é tarde demais... –repetia a frase, o deixando mais motivado a continuar

Começou a se fazer uma pergunta: “Aonde iria se estivesse triste?”. E foi nesse instante que tudo ficara claro. Sabia onde procurar, como não havia pensado nisso antes? Seguiu ao tal lugar com a total certeza de que a encontraria. Tanto ela quanto ele costumavam se dirigir a esse mesmo local em momentos dolorosos, com a intenção de, de certa forma, se confortarem.

Com passos pesados e ligeiros, disparava em direção a ela. Seus pulmões queimavam pela falta de ar, mas isso não o impediria, não agora que estava tão perto.

Finalmente. Já era possível ver seu destino de longe e essa distancia não era nada em comparação ao quanto ele estava disposto por ela. Ainda com passadas aceleradas, conseguia ver o enorme e velho portão branco e dourado, que obviamente ele reconhecia após tantas visitas feitas a esse recinto, em seus piores dias.

Passando pela entrada, já via a silhueta da garota que ainda chorava. Bem ao lado do túmulo de seu melhor amigo. Seu primo. Neji.

Ela estava de pé, com as mãos acobertando o rosto e tremendo ao soluçar. Esperava que se sentisse melhor ao lado dele, mas de nada havia adiantado. Sentia-se ainda mais só, por perceber que acabara de perder seu outro melhor amigo.

Ao ouvir passos atrás de si virou-se para ver de quem seriam eles, e ao ver a pessoa a sua frente se forçou a conter choro, que até então, não havia cessado.

Ele se encontrava paralisado ao vê-la novamente, com medo de ela não o perdoar ou até mesmo odiá-lo. Num ato automático, a jovem caminhou até ele, ainda parado no portão, apenas sentindo as inúmeras gotas os encharcarem.

Quando estavam a poucos passos de distância, ele não se conteve mais. Envolveu-a em seus braços, logo ouvindo o soluçar e lágrimas voltarem, junto dos braços da mesma que também o rodeou.

– Eu te amo... Eu te amo. –sussurrava a frase repetidamente, olhando-a nos olhos enquanto a proferia– Amo sua gentileza. Amo seu sorriso... Amo você. Obrigado por tudo o que fez por mim, por todas as vezes que me confortara. E espero que não seja tarde para lhe pedir isso, mas, por favor, me perdoe por todas as vezes em que lhe magoei. Sinceramente, não era minha intenção lhe machucar, mas fui infantil e agora apenas me resta pedir desculpas, prometo que isso não se repetirá. Apenas... Apenas dê-me uma chance... Acredita em mim?

Respirava pesadamente, e inquieto, esperava pela resposta da garota.

Ela fechou os olhos perolados e sorriu gentilmente, derramando mais lágrimas, desta vez de satisfação e entusiasmo. Jogou-se nos braços do rapaz e subiu seu olhar ao dele, o qual se encontrava surpreso e incrivelmente feliz, como nunca fora antes.

Não fora apenas a declaração, mas também o fato de ele saber onde encontrá-la, a fez perceber que ele realmente se importava a ponto de prestar atenção em pequenos detalhes como este.

– Sim... Acredito em você. –ela pronunciou com um sutil sorriso no rosto, limpando as lágrimas restantes de seus olhos, em vão, já que ainda chovia.

Aproximando seus corpos, abriu um sorriso no canto da boca e a encarou radiante.

– Também amo sua mão... –murmurou com humor enquanto tirava seu casaco e cobria a garota, para que ela não fosse atingida pelo vento gelado e violento.

– Ela é toda sua. –brincou, fazendo brotar um sorriso esplêndido em suas faces.

Uniram suas mãos, e ele se sentiu finalmente satisfeito, finalmente completo. Não se importavam se estavam na chuva. Não se importavam se os vissem ali parados e os achassem loucos. Só se importavam com aquele momento e no quanto estavam hipnotizados pelos olhos um do outro. No quanto estavam felizes por estar um com o outro. No quanto amavam um ao outro.

Delicadamente, levou seus lábios aos dela, e era como se nada pudesse ou iria separá-los. Nunca.

E naquela rua deserta e mal iluminada ainda era possível ouvir seus sussurros ecoando:

“Eu te amo...”.

“Eu também te amo...”.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Comentem, por favor, quero saber sua opinião
Desculpe-me se houverem erros de gramática.
Beijos e muito obrigada por lerem :)



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