The New Storybrooke I - The Fairytales are Back escrita por Black


Capítulo 2
There's Nothing Left to Love


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo!
Não me matem. Eu tenho péssimas notícias para dar. Eu não tenho mais a mesma disponibilidade de antes e agora só poderei atualizar minhas Fics aos fins de semana. Foi mal!
Enfim, espero que gostem e boa leitura!



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Pela manhã, todos em Storybrooke pareceram notar a volta do funcionamento do relógio da cidade.

Na pousada, Elsa se levantou ainda com esperanças de estar em seu apartamento em Boston, mas suspirou ao notar que não estava em sua cama. Levantou-se e foi até uma janela, dirigindo seu olhar á torre do relógio.

– Garota esperta. – Murmurou com um sorriso nos lábios.

Na Mansão Black, Pitch olhava o livro de Contos de Fadas de Annabelle, a qual ele tinha pegado na noite anterior. Foi folheando até as últimas páginas, esperando descobrir alguma coisa que talvez tivesse deixado passar, mas as três últimas haviam sido arrancadas. Logo, o homem subiu as escadas até o quarto da filha, que já estava vestida com o uniforme da escola e arrumando o cabelo.

– Onde é que estão as páginas que estão faltando aqui? – Ele arqueou uma sobrancelha, mostrando a parte em que faltavam páginas.

– É um livro velho. – Annabelle deu de ombros, virando-se para ele. – Faltam partes. E por que se importa?

– Porque você pensa que eu sou um Rei dos Pesadelos. – Pitch respondeu, segurando o braço da ruiva. – E isso me magoa, Belle. Eu sou sua família.

– Não, não é. – A ruiva se soltou e pegou sua bolsa, pronta para ir para a escola.

– Então quem é? – Ele questionou. – Aquela garota que você trouxe aqui? Eu não gosto dela nem deste livro. Mas os dois não são mais um problema... – Foi interrompido pelo badalar do relógio da cidade, o que o fez virar-se para a janela, por onde pôde ver que o relógio estava funcionando.

Annabelle aproveitou-se da distração do pai e saiu do quarto, saindo também da casa. Pitch não se importou e foi diretamente ao seu carro, onde dirigiu até a Biblioteca, que trazia a torre do relógio em cima. Saiu do carro e ficou a encarar o relógio, franzindo o cenho.

– Nossa. – Ouviu uma voz atrás de si e Simon apareceu ao seu lado. – Parece que as engrenagens enferrujadas se endireitaram.

Pitch virou-se para ele, pronto para retrucar, mas teve sua atenção voltada para a Mercedes azul-marinho que estava estacionado em frente à Lanchonete da Vovó.

– Que coisa, não é? – Pitch respondeu, ainda olhando para o carro.

Elsa estava trocando de roupas, colocando calça jeans azul clara, botas brancas e uma regata branca, quando ouviu alguém batendo na porta. Ao abrir, deu de cara com Pitch.

– Pensei que você já tivesse ido para casa. – O homem disse de mal humor.

– Na verdade, eu pretendo ficar por um tempo. – A loira respondeu com um sorriso de canto desafiador.

– Não tenho certeza de que esta seja uma boa ideia. – Pitch retrucou. – Annabelle já tem muitos problemas. Não precisa de mais.

– Prefeito, com todo respeito, o fato de sua família já ter me ameaçado duas vezes nas últimas doze horas me fez querer ficar mais. – Elsa sorriu.

– E desde quando uma simples conversa é uma ameaça? – O homem arqueou uma sobrancelha.

– Eu sei ler as entrelinhas do seu comportamento. – A loira deu de ombros e logo depois suspirou. – Desculpe. Eu só quero ver se a Anna está bem.

– Ela está bem, querida. – Ele disse a última palavra com sarcasmo. – Qualquer problema que ela tenha já está sendo cuidado.

– O que isso significa? – Elsa arqueou uma sobrancelha.

– Significa que ela faz terapia. – Pitch respondeu com um sorriso. – Está tudo sob controle. Escute meu conselho, só um de nós sabe o que é melhor para a Belle.

– Estou começando a achar que você tem razão. – A loira cruzou os braços.

– Você precisa ir embora. – Ele declarou.

– E se eu não for? – Ela desafiou.

– Não me subestime, senhorita Snow. – Pitch falou. – Você não tem ideia do que eu sou capaz de fazer.

– OUAT –

– Eu vou destruir sua felicidade. Nem que seja a última coisa que eu faça.

Disse isso, Breu se virou, logo caminhando para a saída.

– Você! – Elena gritou e ergueu a mão para ele, de onde saiu uma bola de fogo em direção ao homem.

Porém, o homem desapareceu numa nuvem de areia negra antes de ser atingido. Apareceu novamente em seu castelo e a bola de fogo que viera consigo atingiu a parede atrás de si.

Um cavalo-pesadelo chegou perto dele, trazendo consigo uma bandeja com um copo.

– Estou parecendo que preciso de uma bebida? – O homem disse com rispidez e virou-se costas para o cavalo. – Onde está Jennete?

– Bem aqui e posso dizer que assisti a todo seu espetáculo. Olha, majestade, foi uma ameaça e tanto. – Uma garota de cabelos pretos, olhos laranja-vibrante, pele pálida e vestida com roupas pretas falou. – Destruir a felicidade de todos. Como você pretende fazer isso? – Encostou-se a parede atrás de si.

– A Maldição das Trevas. – Breu sorriu.

A face pálida de Jennete se contorceu com o espanto.

– Você disse que nunca usaria essa Maldição. – Ela lembrou. – Você fez um acordo quando deu essa maldição. Você fez uma troca. Ela não ficará feliz em vê-lo.

– E desde quando eu me importo com a felicidade dos outros? – Breu virou-se de costas para ela. – Prepare a carruagem. Vamos para a Fortaleza Proibida.

Já na Fortaleza Proibida, Breu estava sentado em uma cadeira de frente para uma lareira acesa. Uma mulher de cabelos castanhos não muito escuros, de olhos verdes, vestido roxo e um par de chifres negros na cabeça sentou-se na cadeira ao seu lado.

– Como vai, querido? – Ela questionou.

– Eu vou muito bem. – Breu respondeu com tédio.

– É mesmo? – A morena duvidou. – Se fosse eu, estaria me torturando ao ver aquelas duas tão radiantes. Você não tinha quase a mesma idade quando estava prestes a concretizar seus planos e elas estragaram tudo?

– Sim. – Breu sorriu com sarcasmo. – Quase a mesma idade que você tinha quando aquela Bela Adormecida acabou amolecendo seu coraçãozinho, minha querida Malévola.

– E isso me fez seguir em frente, como você também fará. – Malévola respondeu. – Espero.

– Chega de joguinhos. – Breu irritou-se. – Você sabe por que eu estou aqui. Quero minha Maldição de volta.

– Já não é mais sua. – Malévola sorriu. – Trato é Trato. Troquei com você pela Maldição do Medo.

– Que não deu certo. – Breu bufou. – Foi desfeita por meras palavras. Agora devolva o que é meu.

– A Maldição das Trevas? – Malévola arqueou uma sobrancelha. – É sério? Deve saber que nem mesmo aquele poder pode trazer sua preciosa Idade das Trevas de volta. Já considerou um animal de estimação? – Acariciou um unicórnio que estava ao seu lado. – Podem ser bem reconfortantes. É claro que esse é da Aurora.

– Meu único consolo é ver Elsa e Elena sofrerem. – Breu respondeu com um ódio escondido na voz.

– A irmã delas acabou de se casar, Elsa está noiva daquele espírito de inverno e Elena daquele principezinho. – Malévola deu de ombros. – Duvido que estejam sofrendo.

– Eu preciso dessa Maldição. – Breu já estava impaciente. – Sei que a esconde na órbita do seu cajado. – Olhou para o cajado que estava no colo da morena.

– Escondida para o bem de todos, velho amigo. – Malévola sorriu. – Quem criou essa monstruosidade faz nós dois parecermos, positivamente, morais. – Olhou-o com mais interesse. – Quem deu isso para você?

– Isso não é da sua conta. – Breu levantou-se de sua cadeira e um monte de Areia de Pesadelo apareceu pelo chão. – Devolva-me agora.

– Quer mesmo fazer isso? – Malévola perguntou, ainda sentada.

– Infelizmente sim. – Pitch fez sua expressão mais sarcástica e uma onda de Areia do Pesadelo se ergueu atrás de si.

Malévola se levantou e com rapidez foi até o outro canto da sala, impedindo as areias de pesadelo de Breu com um escudo mágico semitransparente quando o outro a atacou. Breu ergueu uma onda maior ainda e apontou-a para o unicórnio de Aurora, que Malévola tanto estimava.

– Não! – A morena gritou e foi para frente do animal, defendendo-o da mesma maneira que fizera consigo mesma anteriormente.

O que ela não esperava era que mais um monte de Areia do Pesadelo estivesse oculto no teto acima de si. As areias caíram e formaram cordas, prendendo-a e prensando-a contra a parede.

– O amor é fraqueza, Malévola. – Breu falou enquanto pegava o cajado que a morena deixara cair no chão. – Até isso aquela menina a fez desaprender?

– Se você vai me matar, mate-me. – A outra respondeu fria e impassível.

– Por que eu faria isso? – Ele sorriu. – Você pode ser um trunfo tão grande algum dia.

Bateu o cajado da loira no chão e o vidro quebrou, deixando um pequeno pergaminho cair. O homem imediatamente o pegou.

– Não faça isso. – Malévola pediu. – Essa Maldição. Há linhas que nem mesmo nós devemos cruzar. Todo poder tem um preço. Se usá-la deixará um vazio muito grande em seu coração. Um vazio que jamais se preencherá.

– Que assim seja. – Ele sorriu e se retirou dali levando o pergaminho.

Reunidos numa clareira rochosa estavam Breu e mais outras quatro figuras formando um círculo ao redor de uma fogueira acesa.

– Pensei que você nunca iria chamar. – Um homem de pele parda, olhos negros, barba negra, usando um turbante e uma capa pretos falou.

– Eu avisei que me vingaria, não foi Jafar? – Breu gargalhou alto.

– Honestamente eu já duvidei. – Jennete declarou, revirando os olhos. – Mas não me interessa. Contanto que você acabe com a vida da Jacky, pode fazer o que quiser.

– Quem tem uma irmã como você não precisa de inimigos. – Um velho de cabelos e bigode brancos, usando roupas reais azuis com os olhos por trás de pequenos óculos redondos declarou.

– Pode ter certeza, meu caro Duque. – Jennete concordou.

– Mas não foi para isso que chamei vocês aqui. – Breu disse, jogando alguns ingredientes na fogueira à sua frente. – Tenho certeza de que já sabem o que essa maldição irá fazer.

– Vá em frente. – Mor’du respondeu com um suspiro. – Destrua aqueles dez e teremos nossa vitória, lembrando-se dela ou não.

– Onde estão Malévola, Jack e Úrsula? – Jafar arqueou uma sobrancelha.

– Não sei e não me interessa. – Breu mentiu, uma vez que já sabia onde se encontravam os três. – E agora – Concentrou-se no fogo à sua frente. – O último ingrediente.

Fez um gesto com as mãos e um coração feito de Areia de Pesadelo apareceu, a qual ele jogou na fogueira. Uma fumaça saiu dali, trazendo consigo raios e um vento violento, mas tudo isso se desfez em segundos.

– Acho que você realmente precisa de mais prática em feitiços. – Jennete riu e recebeu um olhar assassino de Breu, mas a garota não se importou.

– OUAT –

Pitch estava remexendo em algumas folhas escurecidas de sua árvore. A planta tinha um tronco negro e folhas cinzentas. Poderia ser considerada morta, mas o prefeito não deixara que a tirassem dali.

– Me chamou? – Uma garota de cabelos pretos, olhos azul-céu, pele pálida, vestida com uma calça preta, regata preta e tênis pretos já em seus vinte e um anos se aproximou.

– Sim. – Ele concordou. – Pontual como sempre, Jennifer.

– Acho que sim. – Ela assentiu, mantendo a face séria. – O que quer?

– Creio que já saiba da nossa nova visitante. – Ele falou, ainda olhando para a árvore.

– Sim. – Jennifer concordou. – Elsa Snow, não é? Não recebemos muitos visitantes em Storybrooke, então ela chama muita atenção. Todos estão falando disso.

– Exatamente. – Pitch sorriu com tédio.

– Mas o que isso tem a ver comigo? – A garota arqueou uma sobrancelha.

– Quero que descubra tudo sobre ela. – Ele respondeu. – As pessoas com quem ela fala, os lugares em que já esteve, a família... – Deu um sorriso maldoso que a outra não viu.

– Por quê? – Ela questionou.

– Tenho meus motivos. – O homem finalmente se virou para Jennifer, que o olhava com a face entediada. – E, principalmente, quero que você a mantenha longe das minhas filhas.

– As duas são maiores de idade. – Jennifer deu de ombros. – Sabem se cuidar. E você nunca foi muito de se importar, então por que agora?

– Você está pegando o costume terrível da Jade de fazer muitas perguntas. – Ele se irritou. – Não é uma boa prática.

– Tenho certeza que não. – Ela deu de ombros mais uma vez. – Eu sei muito bem para quem eu trabalho. De qualquer forma, há apenas uma pergunta que quero que você me responda. Pode até considerar um pagamento pelo serviço.

– O que é? – Pitch arqueou uma sobrancelha.

– Quem é essa Elsa Snow? – Jennifer semicerrou os olhos. – Ela é a Mylena de cabelos loiros e a Belle parece bem certa quando diz que elas são irmãs.

– Consiga alguma coisa importante e você saberá. – Ele respondeu com a face rígida. – E é bom que faça isso rápido, caso contrário posso deduzir que você não tem valor para mim. Sabe o que eu faço com coisas que não tem valor para mim?

– Você as joga fora. – Jennifer deu de ombros. – Vou conseguir o quer. – Disse isso e saiu dali andando a passos lentos e preguiçosos.

Elsa estava sentada ao balcão da Lanchonete da Vovó, lendo um jornal, quando percebeu alguém sentar-se ao seu lado.

– Gostou da cidade. – Mylena sorriu totalmente desinteressada.

– Um pouco. – Elsa deu de ombros e evitou olhar para a morena ao seu lado.

– De qualquer forma, só estou aqui para me desculpar. – A outra suspirou. – Fui muito rude com você ontem. Honestamente, sinto muito.

Foi aí que a loira a fitou. Ali, em Storybrooke, a personalidade da morena era bem diferente do que Elsa se lembrava. Os sentimentos pareciam mais apagados, quase inexistentes, porém o pedido de desculpas parecia ser verdadeiro, então a loira sorriu.

– Tudo bem. – Concordou.

– Tem alguém querendo te ver. – Mylena declarou e saiu dali.

Assim que a morena saiu, Elsa pôde ver Annabelle parada na porta, olhando-a com um sorriso nos lábios.

– Oi. – A ruiva cumprimentou.

– Você não tem escola? – A loira arqueou uma sobrancelha.

– Claro, ainda estou no último ano. – Annabelle deu de ombros. – Vem comigo.

Elsa fez que sim com a cabeça e as duas saíram dali, caminhando em direção à escola.

– Então, qual o problema entre você e o seu pai? – Elsa questionou enquanto ambas andavam.

– Não é sobre nós. – Annabelle balançou a cabeça. – É a Maldição dele. Temos que quebrar. Primeiro passo: Identificação. Eu chamo de Operação Boneco de Neve.

– Boneco de Neve? – Elsa riu baixo. – O que isso tem a ver com Contos de Fadas?

– Eu sei que você sabe. – A ruiva sorriu para a loira, que a olhou com surpresa. – Enfim, é só um codinome para despistar o Rei dos Pesadelos.

– Todos nessa cidade são personagens de Contos de Fadas e eles não sabem. – Elsa falou mais como uma afirmação do que como uma pergunta.

– Isso mesmo. – Annabelle concordou. – O tempo parou até que você chegou. – Falou pausadamente.

– Mas a Maldição já não devia ter sido quebrada? – A loira arqueou uma sobrancelha. – Eu estou aqui e você pode ter certeza de que eu acredito em tudo isso. – A face de Annabelle pareceu se iluminar ao escutar isso.

– Porque não depende apenas de você. – A ruiva respondeu e pareceu se desanimar um pouco ao fazê-lo. – As Salvadoras são você e Elena. – Ela não notou quando o semblante da loira passou de preocupado a tristonho e até um pouco rancoroso ao mencionado aquele nome. – Nenhuma das duas pode conseguir sozinha. Você precisa fazer a Mylena acreditar nisso também.

– Eu já a vi e ela não parece ser do tipo que acredita em muita coisa. – Elsa abaixou a cabeça, olhando para o chão enquanto andava.

– Mas o livro diz que você a conhece melhor que qualquer um. Pegue. – Entregou três páginas que foram arrancadas de seu livro. – Leve e leia. Mas o que quer que você faça, não o deixe ver essas páginas. Coisas ruins podem acontecer se ele descobrir o que tem aí. – Balançou a cabeça, livrando-se do clima pesado que se instalara entre as duas. A essa altura, ambas já estavam na escola. – Você vai saber o que fazer. – Ela sorriu e saiu correndo para o prédio.

Elsa também sorriu para a loira enquanto a via se distanciar. Tão distraída estava, quase não notou a aproximação de Miranda.

– É muito bom vê-la voltar a sorrir. – Miranda declarou, olhando para as portas da escola por onde a ruiva havia entrado.

– Eu não fiz nada. – A loira deu de ombros.

– Você ficou. – Miranda discordou, mas depois suspirou e mudou de assunto. – Então, o prefeito já sabe que ainda está aqui?

– Sabe qual é o problema dele? Ele não é muito sociável. – Elsa declarou. – Como ele conseguiu ser eleito?

– Ele é o prefeito desde que eu me lembro. – Miranda deu de ombros. – Ninguém teve coragem de disputar com ele. Ele inspira bastante, sabe, medo. Piorei as coisas dando aquele livro para a Belle e ela acha que ele é o Rei dos Pesadelos.

Elsa fez que sim com a cabeça e permaneceu calada até que uma pergunta que ela já sabia a resposta lhe viesse à mente.

– Quem ela pensa que você é? – Arqueou uma sobrancelha.

– Isso é besteira. – Miranda suspirou envergonhada.

– Eu tive cinco minutos de besteira. – Elsa deu de ombros, embora só estivesse fingindo, uma vez que sabia que tudo aquilo era verdade. – Pode falar.

– A Rainha Branca. – Miranda suspirou e sorriu torto.

– Majestade. – Elsa brincou, curvando-se com um sorriso no rosto.

Miranda balançou a cabeça e a loira voltou a ficar ereta.

– Quem ela pensa que você é? – Foi a vez de Miranda questionar.

– Ninguém importante. – Elsa deu de ombros, se despediu e saiu dali.

Mylena entrou na delegacia e largou as chaves na mesa. Virou-se e percebeu que não estava sozinha ali. Seu pai estava sentado no sofá, encarando-a com um olhar mortal.

– Pensei ter te mandado tirar aquela garota dessa cidade. – O homem declarou.

– Se ela não quer ir embora, ela pode ficar. – A morena deu de ombros, completamente desinteressada. – Você pode até procurar, mas não acho que haja uma Lei que proíba visitantes em Storybrooke.

– Não se trata de Leis. – Ele se levantou e se aproximou da mais nova. – Você vai fazer isso porque eu estou mandando.

– E se eu não fizer? – Mylena desafiou, arqueando uma sobrancelha.

– Não queira saber o que eu sou capaz de fazer. – Pitch respondeu, olhando-a nos olhos.

– Acha que vai me assustar? – Ela riu baixo sem entusiasmo algum e continuou a sustentar o olhar assassino dele com um tão homicida quanto. – Tente.

– Cuidado, Mylena. – Pitch sorriu maldosamente. – Seu interior está começando a aparecer.

A morena respirou fundo, tentando se acalmar. Na maior parte do tempo ela podia ser completamente desinteressada e apática, mas se irritava a um nível insano com muita facilidade.

– Saia. – Ela pediu quando se acalmou.

– Faça o que eu mandei. – Ele disse, começando a se retirar. – Se você não fizer... – Sussurrou baixo o suficiente para que ela não ouvisse.

Assim que ele terminou de falar, Mylena caiu de joelhos e um grito agoniado escapou por seus lábios enquanto ela colocava a mão sobre o peito. Assim que conseguiu parar de gritar, começou a tossir e algumas gotas de sangue mancharam o chão. Sua vista foi ficando completamente escura até que ela afundasse na inconsciência.

Como Anna ainda demoraria a sair da escola e ela não sabia onde poderiam estar Jacky, Jack, Rapunzel e Alice, além do que Mirana, Soluço e Merida estavam ocupados em seus respectivos trabalhos, Elsa decidiu que já adiara o suficiente e dirigiu em sua Mercedes até a delegacia.

– Mylena, temos que conversar... – Elsa suspirou pesadamente enquanto preparava seu psicológico para aquela conversa, mas arregalou os olhos ao ver a imagem inerte da morena no chão. – Elena! – Chamou o nome antigo por impulso, mas a outra não ouviria.

A loira correu até ela e se ajoelhou ao seu lado, colocando sua cabeça em seu colo. Ali dava para ver um pouco de sangue escorrendo da boca da mais velha e algumas gotas manchando o chão. Com as lágrimas caindo insistentemente de seus olhos, a loira pegou seu celular e discou o número do hospital daquela cidade, porém antes de apertar o botão que iniciaria a ligação, sentiu que a morena se mexeu.

Largou o celular no chão e a olhou com atenção. Mylena estava com o cenho franzido e parecia fazer força para manter os olhos abertos.

– Elsa. – A voz da morena saiu fraca e rouca.

– O que aconteceu? – A loira questionou, limpando as lágrimas que insistiam em cair com as costas da mão.

– Eu não sei. – Mylena balançou a cabeça e colocou a mão sobre a boca quando recomeçou a tossir. Quando a afastou, viu que a palma estava manchada de sangue.

– Vou te levar para o hospital. – Elsa declarou, apoiando a outra em si e se levantando vagarosamente.

– Não precisa. – Mylena insistiu e tentou se desvencilhar da loira, porém não obteve sucesso.

– Não seja teimosa. – Elsa retrucou e levou a morena até sua Mercedes.

Pitch havia acabado de receber uma ligação do hospital, a qual uma das enfermeiras lhe comunicara que Mylena estava lá e não estava bem. Com um plano em mente, o homem se dirigiu a uma parte da escola onde vira que Miranda estava dando uma aula para a turma em que Annabelle estudava.

– Posso falar com minha filha? – Ele arqueou uma sobrancelha, olhando para a professora.

– Estamos no meio de uma aula. – Miranda respondeu. – É importante?

– Acha que eu estaria aqui se não fosse? – Ele se irritou e logo andou até onde a ruiva o olhava com desconfiança. – Belle, eu não tenho boas notícias. – Pitch declarou fingindo pesar.

– O que foi? – A ruiva questionou já preocupada.

– Sua irmã está no hospital. – O homem respondeu e viu Annabelle esbugalhar os olhos e tremer. – Eu tenho alguns compromissos, então quero que você vá até lá e fique com ela. Não a deixe sozinha, está bem?

Annabelle concordou com preocupação e se dirigiu à Miranda, que naquele momento estava começando com uma loira que também era estudante.

Elsa estava esperando andando de um lado para o outro na recepção do hospital quando a figura que ela menos esperava ver ali se aproximou. Era uma garota da sua idade, de cabelos negros e olhos azuis, pálida, alta e magra, usando calças pretas, blusa cinzenta e um jaleco branco de médica por cima.

– Olá. – A recém-chegada cumprimentou, sorrindo levemente, mas ainda com preocupação. – Sou Jade Gold. Você é Elsa Snow, não é?

– Sim. – A loira concordou, tentando ignorar o fato de que estava de frente a uma antiga amiga. – Eu trouxe a Mylena. Como ela está?

– Honestamente, aquilo não faz sentido algum. – Jade suspirou pesadamente. – Mylena Black nunca teve qualquer problema de saúde e os exames não indicam nada. Não tenho como dizer o que causou aquilo, mas não foi comum.

– Ela ainda vai ter que ficar aqui? – Elsa perguntou com uma preocupação evidente que a médica estranhou, mas não disse nada.

– Só por mais uma hora. – Jade respondeu com um sorriso leve. – Ela vai ficar bem, apenas não pode se estressar muito. – Disse isso e saiu dali.

Elsa suspirou aliviada e se sentou em uma das cadeiras que havia ali. Fechou os olhos e deixou sua mente vagar pelo que lhe pareceu um longo tempo. Tão distraída estava, a loira se assustou com a chegada repentina de três pessoas.

– Ei. – Annabelle chamou e quando Elsa abriu os olhos, viu que a ruiva parecia aflita.

– O que estão fazendo aqui? – A loira se levantou.

– O pai dela contou o que aconteceu. – Miranda explicou.

Elsa assentiu e passou o olhar pelas três. Annabelle e Miranda não lhe surpreendiam por estarem ali, mas a terceira figura a fez ficar paralisada. Miranda seguiu seu olhar e sorriu para Elsa.

– Essa é Alicia King. – A professora apresentou a loira mais nova, que se mantivera calada durante todo aquele tempo. – Também é minha aluna e me pediu para vir conosco.

– Tudo bem. – Elsa concordou, desviando o olhar de Alicia e centrando-o em Annabelle.

– Como a Mylena está? – A ruiva questionou quase com desespero.

– A médica disse que os exames não indicam nada e ela vai poder sair daqui à uma hora. – A loira sorriu com alívio.

As outras três assentiram e se sentaram nas outras cadeiras que havia ali. Elsa passou o olhar por toda recepção do hospital e notou uma ausência. Virou-se para Annabelle.

– Onde está seu pai? – Arqueou uma sobrancelha.

– Ele está na Prefeitura. Ocupado como sempre. – A ruiva suspirou pesadamente.

Elsa assentiu e permaneceu calada por alguns minutos antes de se virar novamente para as três.

– Se vocês puderem ficar aqui por alguns minutos, eu tenho uma coisa a fazer. – Anunciou e saiu do hospital.

Pitch olhava os documentos à sua frente com um sorriso vitorioso nos lábios. Talvez se Annabelle se aproximasse mais de Mylena, ela não sentiria tanta necessidade da presença de Elsa e a loira iria embora. Seu plano parecia estar dando certo.

Seus devaneios só foram interrompidos por um barulho estrondoso vindo do lado de fora do prédio da Prefeitura. Ao olhar pela janela, Pitch imediatamente foi até a origem do barulho.

– O que é que você pensa que está fazendo?! – O homem exclamou com fúria.

– Tirando uma árvore morta. – Elsa respondeu, largando a serra elétrica com a qual havia cortado um dos galhos da árvore de Breu no chão.

– Você está fora de si. – O homem declarou quando parou bem próximo à loira.

– Não, é você quem está. – Elsa respondeu, sustentando o olhar assassino dele. – Se você acha que pode machucar pessoas importantes para mim e sair impune, você está muito enganado. Se machucar alguém da minha família de novo eu corto o resto da sua preciosa árvore. Afinal, você não tem ideia do que eu sou capaz... Breu. – Falou o último nome quase num sussurro que fez Pitch ficar paralisado enquanto ela se distanciava dali.

– OUAT –

Na clareira de pedras, restavam apenas Breu e Jennete. O Rei dos Pesadelos olhava para a fogueira apagada com desgosto enquanto a garota o olhava com um sorriso divertido.

– Nunca pensei que fosse ver você fracassar em alguma coisa. – Ela deu de ombros e se encostou a uma das pedras que havia ali.

– Agora vai ficar me provocando? – Ele arqueou uma sobrancelha sem olhar para ela.

– É o que eu faço. – Ela sorriu. – Você já devia ter se acostumado.

– Acho que sim. – O homem concordou e se virou para ela. – Mas você deveria fazer algo de útil e me ajudar a descobrir porque essa Maldição não está dando certo.

– Se você realmente deseja saber o que está errado, devia consultar a pessoa que lhe deu essa Maldição. – Jennete suspirou e olhou para ele com um sorriso brincalhão. – Mas acho que você devia saber uma coisa na qual eu já sou especialista. A vingança é um caminho escuro e solitário. Quando se dá o primeiro passo, não há como voltar atrás.

– E quem disse que eu vou voltar atrás?- Breu respondeu, fazendo Jennete alargar o sorriso.

– Acho que está na hora de você visitar o meu pai. – A garota declarou.

Na cela onde Jack O’Lantern estava preso, um pouco de areia negra escorria pelas frestas das paredes, fazendo o Cavaleiro Sem Cabeça aparentar querer sorrir.

– Estamos a sós, meu amigo. – Jack anunciou, aproximando-se das barras de sua cela. – Você pode aparecer.

A areia logo formou a imagem de Breu, que se aproximou da cela do Espírito de Halloween.

– Aquela Maldição que você me deu não está funcionando. – O Rei dos Pesadelos declarou com uma expressão séria.

– Tão, tão preocupado. – Jack brincou e estaria sorrindo como um louco se tivesse uma cabeça. – Assim como Elsa, Elena e seus amigos queridos.

– O que? – Breu arqueou uma sobrancelha.

– Ah, eles também vieram me visitar. – Jack declarou. – Pareciam bem ansiosos quanto a você e a Maldição.

– O que você disse para eles? – Breu perguntou com uma fúria contida.

– A verdade. – Jack deu de ombros. – Que nada pode deter as trevas. – Viu um sorriso vitorioso nascer nos lábios do outro, então completou a frase. – Exceto, é claro, aquelas que você tanto anseia em destruir. Sabe... – Prosseguiu, gostando da expressão de desagrado de Breu. – Por mais poderosas, todas as Maldições podem ser quebradas. Elsa e Elena são as chaves, mas é claro, a Maldição deve ser lançada primeiro.

– Me diga o que fiz de errado. – Breu exigiu.

– Bem... – Jack falou. – Isso tem um preço.

– O que você quer? – Breu deixou um sorriso maldoso aparecer.

– Nessa nova terra, eu quero muito conforto, eu quero uma vida boa...

– Certo. Terá uma propriedade. – Breu o interrompeu. – Será rico e até terá suas filhinhas com você.

– Mas eu não terminei. – Jack retrucou. – Tem mais.

– Sempre tem mais com você. – Breu suspirou.

– Nessa nova terra, sempre que eu te procurar por qualquer motivo, você vai obedecer a todos os meus pedidos, contanto que eu diga “por favor”. – Jack deixou sua risada metálica ecoar pela caverna.

– Você sabe que se eu tiver sucesso, você não irá lembrar-se de nada disso. – Breu declarou.

– Então qual é o problema? – Jack desafiou.

– Fechado. – Breu concordou com um sorriso vitorioso. – O que devo fazer para lançar essa Maldição?

– Deve sacrificar um coração. – Jack respondeu.

– Eu sacrifiquei meu primeiro Cavalo-Pesadelo. – Breu retrucou.

Jack pareceu se irritar e pegou o pescoço do Rei dos Pesadelos por entre as barras da cela.

– Um monte de areia? – Ele parecia estar com raiva. – Essa é a Maldição para acabar com todas as outras e você acha que Areia de Pesadelo basta?!

– Me diga o que é necessário. – O outro pediu.

– Deve sacrificar o coração daquilo que você mais ama.

– Você sabe muito bem que a coisa que eu mais amo sou eu mesmo. – Breu se desvencilhou de Jack. – E eu não pretendo me matar para lançar essa Maldição.

– Por sorte... – Jack começou. – Eu criei algo que permite pessoas como você lançarem essa Maldição.

– O que é? – Breu arqueou uma sobrancelha, curioso.

– Você deve vincular o coração daquilo que mais odeia à Maldição quando lançá-la. – Jack respondeu. – Essa pessoa não poderá escapar da Maldição e... – Parou de falar.

– E? – Breu questionou.

– Morrerá quando a Maldição for quebrada. Além disso, você ainda terá controle sobre a vida dessa pessoa durante a Maldição, mas aconselho que não mate quem quer que você escolha ou ela será quebrada instantaneamente. – Jack respondeu, parecendo se divertir com aquilo. – Pense nisso como um Plano B caso algo dê errado.

Breu sorriu com a possibilidade. Mesmo que houvesse a ínfima possibilidade de Elsa e Elena quebrarem a Maldição, uma das duas iria morrer no processo e isso já seria um começo.

– Vejo que você já sabe o que odeia. – Jack disse. – Agora pare de desperdiçar o tempo de todos e lance logo essa Maldição.

Breu assentiu e rapidamente se retirou daquele local, deixando um Jack entusiasmado e maníaco andando pela cela.

– OUAT –

Já havia recebido a notícia de que Mylena fora liberada e depois da “conversa” com Pitch, Elsa voltou à Pousada. Estava destrancando a porta quando a aproximação da dona, Selina, lhe chamou a atenção, fazendo-a se virar.

– Isso é muito embaraçoso, mas eu preciso te pedir para sair. – Selina declarou, fazendo Elsa olhá-la com surpresa. – É política de não criminosos e você foi presa por bater na placa da cidade. Acontece que é uma lei municipal...

– Deixe-me adivinhar. – Elsa revirou os olhos. – O Gabinete do Prefeito ligou para te lembrar disso. – Selina assentiu.

– Você pode pegar suas coisas, mas eu preciso da chave do quarto. – A mulher pediu.

Elsa suspirou e entregou a chave à mulher, que logo se retirou.

Pitch estava recolhendo os galhos e folhas que ficaram pelo chão por causa do estrago causado por Elsa quando Mylena se aproximou, já parecendo completamente bem.

– Ela destruiu um patrimônio público. – Pitch declarou. – A quero atrás das grades.

– De novo? – Mylena arqueou uma sobrancelha e revirou os olhos.

– O que você está esperando? – Ele se virou para a filha.

– Eu só acho que você devia saber que eu não vou fazer mais nada contra a Elsa. – Mylena respondeu. – E eu não estou falando da sua árvore. – Apontou para os galhos que ainda restavam no chão.

– O que? – Pitch se levantou.

– Você me ouviu. – Mylena deu de ombros. – Eu não vou prender a Elsa. Ela não me deu nenhum motivo para isso e honestamente eu não acho que cortar uma árvore morta seja um caso de prisão. – Suspirou.

– Acho que você está deixando seus ideais turvarem sua visão. – Pitch a olhou de forma desafiadora. – Eu te nomeei Xerife e eu posso te tirar desse cargo com a mesma facilidade.

– Vá em frente. Tente. – Mylena respondeu, sustentando o olhar dele. – Você não pode me demitir sem uma justa causa e, acredite, eu não pretendo te dar um motivo para me tirar desse cargo.

– Enquanto você viver sob meu teto...

– Viverei sob suas regras? – Mylena arqueou uma sobrancelha e sorriu sem humor. – Não tem problema. Sou maior de idade e não sou mais dependente de você. Considere que eu estou saindo de casa. – Distanciou-se alguns passos antes de se virar novamente para o homem atônito. – E eu sugiro que você pare de bater de frente com ela, porque se isso continuar, a única pessoa a ser prejudicada será a Anna. – Falou, chamando a ruiva do mesmo modo que Elsa costumava chamar, e saiu dali.

Elsa estava andando por Storybrooke. Queria conhecer a cidadezinha e talvez até encontrar seus outros amigos. Sorriu ao notar uma morena se aproximar e começar a acompanhá-la em sua caminhada.

– Oi. – Mylena cumprimentou.

– É bom te ver. – Elsa respondeu, ainda sorrindo. – Como você está?

– Bem. – A morena deu de ombros. – E, a propósito, obrigada.

– Não há de quê. – Elsa revirou os olhos.

As duas passaram alguns minutos de caminhada completamente caladas até que fosse Mylena a quebrar o silêncio desconfortável.

– Está tentando conhecer a cidade? – A morena questionou.

– É. – Elsa concordou.

– Então decidiu ficar. – Mylena sorriu, fazendo com que a loira a fitasse com curiosidade. – Pela Anna.

– Acho que sim. – Elsa concordou, embora não fosse apenas por Anna que ela havia ficado naquela cidade.

– Isso é bom. – A morena soltou sem pensar.

– É? – A loira arqueou uma sobrancelha.

– Quero dizer, Annabelle parece gostar muito de você. – Mylena não tardou em se corrigir, apesar de saber que gostava de ter Elsa ali, como se tudo estivesse mais completo.

– Claro. – Elsa concordou ainda desconfiada.

– Enfim. – Mylena deu de ombros, tentando sair daquela situação. – Se quer conhecer a cidade, há um lugar que eu gosto muito de ir.

A morena guiou Elsa até a praia. Era um lugar bem bonito, onde também dava para ver o castelo de madeira de Anna. As duas ficaram caminhando por ali quando a loira de repente decidiu arriscar numa pergunta:

– Você acredita em Magia?

– Como é? – Mylena riu baixo, olhando para Elsa com curiosidade.

– Essas coisas que a Anna fala, eu quero dizer. – A loira explicou desajeitadamente. – Sobre Contos de Fadas e Magia. Você acredita?

– Nem um pouco. – A morena deu de ombros, desinteressada.

– Por quê? – Elsa arqueou uma sobrancelha.

– Não é real. – Mylena respondeu, olhando para o mar. – São coisas imaginativas, fantasiosas. São apenas histórias.

– Ela parece acreditar firmemente que não é assim. – A loira argumentou.

– Só porque acredita em alguma coisa, não quer dizer que é verdade. – A morena respondeu.

Aquele momento pareceu estranho para Elsa, invertido. Ela ainda se lembrava bem de que em várias conversas que teve com Elena, sempre era a loira a dizer aquela frase e a morena sempre respondia com um:

– É assim que se torna verdade. – Elsa sorriu.

Mylena olhou para ela com surpresa. Aquela frase não lhe parecia estranha, mas a pessoa que a dizia parecia errada.

– Quem te disse isso? – A morena soltou sem pensar.

– Minha irmã uma vez me falou. – A loira sustentou o olhar surpreso que a outra mantinha sobre si.

– Eu não sabia que você tinha uma irmã. – Mylena desviou o olhar e voltou a fitar o mar.

– Mas eu tenho. – Elsa respondeu, seguindo o olhar dela. – Ela está perdida, mas eu irei encontrá-la. Eu...

– ... Sempre vou te encontrar. – A frase escapou pelos lábios da morena sem que ela desse permissão.

Elsa olhou para ela completamente em choque, mas a morena apenas deu um sorriso torto e falou:

– Desculpe. Foi só algo que veio à mente.

– Mas é verdade. – Elsa concordou.

– Ela vale à pena? – Mylena arqueou uma sobrancelha. A curiosidade em seus olhos não era nem de longe o que Elsa esperava ver, mas já era um começo.

– Com certeza. – A loira assentiu.

Logo, as duas recomeçaram a andar por ali. Mylena ainda mostrou a cidade a Elsa. Levou a loira a lugares como a Loja de Penhores do Senhor Gold, a Ponte do Pedágio, entre outros pontos importantes na cidade. As duas pareciam estar se dando bem e Elsa tinha esperança de que pelo menos uma parte de sua irmã mais velha ainda estivesse presente ali.

– OUAT –

Breu estava sentado no telhado do Castelo de Arendelle, mais especificamente acima do quarto de Elena. Já era pouco mais de meia noite e todos já deveriam estar dormindo. Desse modo, ele se esgueirou pela janela da morena e a encontrou dormindo tranquilamente em sua cama.

– Sua felicidade não vai durar para sempre. – Ele disse ao ver o sorriso que emoldurava o rosto da garota até mesmo quando ela dormia.

Ele pegou dois pequenos frascos de areia de pesadelo em sua capa. Abriu um deles e despejou a Areia Negra sobre a garota adormecida. A areia pareceu penetrar na pele da morena e logo desapareceu. Breu desviou sua atenção para a careta de dor feita pela garota, o que o fez sorrir com satisfação e segurar com mais força o frasco restante.

– De uma forma ou de outra, você vai morrer. – Ele sorriu mais uma vez antes de sair rapidamente daquele quarto.

Na mesma clareira onde tentara fazer o feitiço anteriormente, Breu fez a fogueira e colocou novamente os ingredientes lá dentro, faltando apenas a areia que carregava no pequeno frasco. Ele olhou para a Areia Escura e sorriu mais uma vez antes de destampar a pequenina garrafa.

– Isso vai funcionar? – Jennete arqueou uma sobrancelha, olhando para a fogueira com curiosidade.

– Pode ter certeza. – Breu declarou e jogou a Areia na fogueira, que logo começou a exalar uma gigantesca nuvem de fumaça e provocar uma ventania violenta pelo lugar, que dessa vez não se desfez.

No castelo de Arendelle, Elena se remexeu em sua cama até que acordou com um grito de dor agudo. Levantou-se e pôs a mão sobre o coração, respirando rapidamente. O suor grudava os cabelos em sua testa e ela tinha uma sensação desagradável de que algo terrível acabara de acontecer.

A porta do quarto foi aberta e Elsa e Anna entraram correndo por ali. Andersen, Jack, Kristoff, Jacky, Soluço, Rapunzel, Merida, Mirana e Alice se mantiveram do lado de fora, olhando para as irmãs com preocupação.

– O que foi? – Elsa perguntou alarmada quando chegou até a morena, que ainda parecia em estado de choque.

– Nada. – Elena balançou a cabeça, mas Elsa sabia que era mentira. A morena tremia violentamente e suava frio, mas a loira sabia que nada que dissesse ia fazer com que ela lhe contasse a verdade, então apenas se manteve calada e abraçou a outra, a qual Anna repetiu o gesto.

– OUAT –

Já era noite e a loira e a morena continuavam a caminhar pelas ruas da cidade. Estavam caladas até que Annabelle apareceu e se juntou as duas, ficando entre elas.

– É bom ver vocês unidas. – A ruiva declarou com um sorriso no rosto.

– Claro, afinal de acordo com você, nós somos irmãs. – Mylena revirou os olhos, mas manteve o sorriso moderado no rosto.

– Sim, somos. – Anna concordou.

Nenhuma delas disse mais nada e prosseguiram em silêncio até que Mylena se alarmasse ao olhar o relógio.

– Eu tenho que ir. – A morena falou apressada. Deu um beijo na testa de Anna e lançou um sorriso a Elsa antes de sair correndo dali em direção à delegacia.

– Conseguiu alguma coisa? – Annabelle questionou assim que Mylena se distanciou.

– Não muito. – Elsa deu de ombros. – Mas vamos conseguir, garota. – A loira abraçou a ruiva de lado.

– Você leu as páginas? – Anna perguntou.

– Sim. – Elsa assentiu. – Mas teve uma coisa que eu não entendi. – Declarou. – Lá estava escrito que ele vinculou o coração de alguém que odiava à Maldição e essa pessoa morrerá se eu e Elena a quebrarmos, mas não dizia quem.

– Não há nada que você se lembre de que possa ajudar? – Annabelle arqueou uma sobrancelha, expressando preocupação.

– Não. – Elsa balançou a cabeça em negação, franzindo o cenho. Quebrar aquela Maldição poderia custar à vida de alguém, mas quem?

Pitch estava limpando o pó de sua árvore que havia sido deixado pela serra elétrica de Elsa com um sorriso no rosto.

– Que bagunça. – Ouviu uma voz e se virou, vendo John Gold se aproximar.

– Em que posso ajudá-lo, senhor Gold?- Pitch arqueou uma sobrancelha.

– Eu estava por perto e resolvi dar uma passada. – John deu de ombros e sorriu, caminhando por ali. – Que bom te ver mais animado.

– O dia foi ótimo. – Pitch respondeu. – Pois livrei a cidade de um grande problema.

– Elsa Snow? – John arqueou uma sobrancelha. – Sério?

– É. – Pitch concordou. – Ela deve estar no caminho para Boston agora.

– Eu não apostaria nisso. – John respondeu, segurando uma das folhas da árvore do Prefeito de Storybrooke. – Eu a vi passeando pela rua com suas filhas. As três pareciam bem unidas, pelo que vi. Quase como irmãs... – Deixou um sorriso aparecer em seus lábios ao ver a expressão furiosa do outro.

– O que? – Pitch ainda estava tentando processar a ideia.

– Você devia ter me procurado. – John parou de andar. – Se a Senhorita Snow é um problema para você, eu ficaria feliz em lhe ajudar, por um preço, é claro.

– Sabe que eu não faço mais negócios com você. – Pitch respondeu e começou a se retirar dali.

– A que tipo de negócios se refere? – Parou de andar quando John perguntou.

O Prefeito virou-se para o Dono da Loja de Penhores e se aproximou dele.

– Você sabe muito bem.

– Ah, claro. – John sorriu divertido. – As duas garotas que convenci você a adotar. Mylena e Annabelle. Já te disse que são nomes adoráveis? É claro que não importa como os escolheu.

– Você queria que ela viesse para cá? – Pitch arqueou uma sobrancelha. – Você queria que isso acontecesse. Querer que eu ficasse com aquelas duas não foi por acaso, não é?

– O que você quer dizer? – John deu de ombros.

– Por que era tão importante para você que eu adotasse elas? Você sabe de alguma coisa?

– Não sei o que você está insinuando. – John se defendeu, porém manteve-se absolutamente calmo durante toda a conversa.

– Eu acho que você sabe. – Pitch retrucou. – Quem é essa garota, essa que Belle chama de irmã, essa Elsa Snow?

– Pelos seus olhos, eu diria que você sabe exatamente quem ela é. – John deixou um riso baixo e metálico escapar por seus lábios. – Eu preciso ir agora. – Virou-se para ir embora, mas Pitch bloqueou seu caminho.

– Me diz o que você sabe sobre ela aqui. – O Prefeito ordenou.

– Não vou te dizer, meu caro. – John assumiu um ar mais sério. – Então sugiro que me dê licença. Por favor.

Pitch arregalou os olhos e permaneceu absolutamente parada enquanto John se distanciava dali. Este último, antes de se retirar, ainda virou-se para o prefeito.

– Um conselho. – John declarou. – Fique longe das minhas filhas. Jennifer e Jade não são seus brinquedos. – Falou isso e saiu dali.

Pitch virou-se atônito para ele enquanto Gold deixou uma folha que havia arrancado daquela árvore cair no chão e sair dali. Manter aquela Maldição seria mais trabalhoso do que o Rei dos Pesadelos previra, mas pelo menos ele tinha uma válvula de segurança.

– Você quer jogar. – O homem murmurou, ainda olhando na direção em que Gold havia saído. – Vamos jogar.


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Notas finais do capítulo

Pessoas descobertas até agora caso vocês tenham ficado perdidos:
Elsa Snow - Elsa
Mylena Black - Elena
Annabelle Black - Anna
Jade Gold - Jacky
Jennifer Gold - Jennete
John Gold - Jack O'Lantern
Simon Harris - Soluço
Selina Scott - Elinor
Alicia King - Alice
Miranda Scarlet White - Mirana
Pitch Black - Breu
O resto vocês irão descobrir com o decorrer dos capítulos.
O que acharam desse?