Sirion é um jovem em sua melhor idade, possui a pele levemente morena em função das longas horas trabalhando sob o sol quente do dia. Alto e musculoso, não apresentava interesse em ter uma parceira. Sempre visto com uma expressão serena, trabalhando duro e quase nunca dedicando tempo para si.

Dentre um de seus defeitos, o mais gritante é o fato de ser extremamente orgulhoso e não aceitar seus limites.
Era de se esperar que aprendesse com seu erro quando passara mal após recusar a ajuda de seus companheiros com a colheita da fazenda em que vivia.

Ele nunca havia se aventurado além dos limites do reino, mas sabia que o mundo lá fora estava cheio de criaturas terríveis, bestas lendárias e lugares hostis. Seu sonho era se tornar um herói como os das lendas, que seu nome fosse lembrado e tido como símbolo de esperança e que sua existência fosse imortalizada na história, assim como aqueles que puseram um fim na Grande Era dos Dragões.

Sirion estava trabalhando no campo quando eles vieram, era apenas um trabalhador agrícola comum, tentando ganhar a vida com a força de suas costas e o suor de sua testa.
Criaturas como dragões e ogros eram frutos de contos infantis, e nada mais.

No entanto, antes que pudesse sequer perceber, em uma rápida sucessão de eventos, as forças aliadas dos dragões chegaram.
Um exército cujas fardas eram negras como a própria escuridão marchava em direção a Teluria.

Bandos e mais bandos de kobolds, pequenas criaturas de aparência humanóide porém bastante agressivas, constituíam o exército.
Perversos, não hesitavam em abater os indefesos cidadãos que se encontravam fora dos limites da cidade.

A vida de Sirion não seria mais a mesma.

Ao redor de Sirion, outros fazendeiros gritavam de medo, incapazes de compreender o que estava acontecendo no momento.

Os gritos de medo foram logo substituídos por gritos de dor ao serem atingidos, completamente sem meios de se defenderem, pelas lâminas que os kobolds carregavam consigo.

No instante seguinte, os olhos de um kobold se encontraram com os de Sirion, sua lâmina refletindo o pescoço de seu alvo, preparando-se para o ataque.

Antes que ele pudesse fazer algo, o kobold caiu no chão e soltou seu último suspiro. Ele não foi capaz de identificar quem havia lhe salvado devido à confusão ao seu redor, mas estava a salvo.

Sirion foi tomado por uma sensação de impotência e desejou fugir, desejou deixar para trás toda a loucura ao seu redor.
Os gritos de outros fazendeiros ao seu redor clamando por ajuda despertaram-no destes pensamentos e Sirion tomou uma lâmina, outrora de um kobold para si e correu em auxílio aos outros.

Ele logo descobriu que os kobolds eram fracos e covardes. Enquanto procuravam assassinar pessoas inocentes, não eram capazes de lutar contra homens e mulheres armados e determinados a defender suas moradas.

Reunido com outros fazendeiros e agora armados, teve-se início o contra-ataque.
Ao redor era possível escutar rugidos de fazendeiros enfurecidos, enquanto lâminas colidiam com lâminas, enquanto aço esmagava aço.