Reborn from the ashes escrita por Cherry Charllote


Capítulo 4
Being hunting the enemy


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas saiu, capítulo novo tá ai.
Espero que gostem ^-^



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Meio tonta me sentei na cama vendo aquilo tudo. E o mais estranho é que ninguém havia vindo ver, tenho certeza que fiz bastante barulho e em vez de pessoas correndo ou gazes me sedando, estava tudo em silêncio.

Até um som de explosão quebrar o silêncio e a porta do quarto ser arrancada das dobradiças voando até a parede do outro lado do quarto.

Olá Sakura!

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Com o susto todos os móveis do quarto que estavam flutuando caíram no chão, inclusive a cama, me fazendo quase cair de cara no chão. Um arrepio passou pela minha nuca me fazendo tremer.

Era um homem grande com roupas pretas, com barba por fazer, tinha o rosto sério e os olhos de um predador.

–Quem é você?

–Vim levar você daqui.

–Por quê?

–Justiça, benevolência, interesses próprios; você escolhe, mas eu ficaria com o último.

Algo me dizia que ele não estava aqui mandado por Mikoto. Me levantei da cama ficando em pé do outro lado do quarto usando a cama para me afastar dele, mas eu sabia que aquilo não ia adiantar por muito tempo.

–E se eu não quiser ir com você?

Ele sorriu para mim e aquilo me fez estremecer.

Ele veio andando em minha direção em passos lentos, e em nenhum momento tirava os olhos de mim.

–Você não tem essa opção.

De repente seu rosto começou a se contorcer e em poucos segundos ele estava de quatro no chão e havia virado um... Um lobo.

Um lobo cinza um pouco maior do que um lobo normal, ele levantou a cabeça me encarando com os olhos amarelos ameaçadores, veio andando em minha direção novamente, rosnando, me dando a visão completa e assustadora de seus caninos brancos.

Dei alguns passos para traz até bater com as costas na porta do banheiro, não tinha mais para onde ir. Então o lobo saltou em cima da cama com um olhar vencedor sabendo que eu não tinha para onde correr, arrastei meus dedos pela porta até sentir a maçaneta.

Em um impulso ele se lançou sobre mim, abri a porta do banheiro ficando do lado de fora, ele passou por mim caindo desajeitado no piso do banheiro e batendo na pia, fechei a porta me escorando na mesma tentando acalmar meu coração.

O que era aquilo?

BAM!

Senti uma batida forte vinda do lado de dentro, e logo depois outra fazendo as dobradiças da porta tremerem.

–Droga!

Aquilo não ia segurar ele lá dentro por muito tempo, outro impacto, ouvi o som de madeira estralando, olhei para o lado da minha cabeça e pude ver uma rachadura que cruzava a porta. Mais uma batida e estilhaços de madeira voaram ao lado do meu rosto, deixando um pequeno buraco grande o bastante para uma mão passar, mas não foi uma mão que saiu dali e sim uma pata de tigre, a qual se eu não tivesse me abaixado, teria arrancado um pedaço do meu rosto. As garras puxavam as bordas do buraco, tirando pedaços que realmente iria fazer falta.

Olhei para a minha cama, era a única coisa no quarto que poderia me ajudar, tentei me concentrar no caminho da cama até mim, estiquei a mão tentando chamar a cama, mas ela nem se moveu, não tinha se movido nem um centímetro. Mais uma batida e as dobradiças sacudiram, pânico havia se espalhado por todo meu corpo, olhei em volta procurando algo que eu pudesse usar, mas não havia nada, se tirasse meu peso que dava apoio para a porta tenho certeza que na primeira batida se partiria. Minha cabeça havia voltado a doer e as pancadas da porta não estavam ajudando, estava atordoada, assustada. Outra pancada; foi à gota de água para mim.

Não sei o que havia acontecido, mas algo dentro de mim havia chegado ao limite, era como uma represa cheia de água, e eu não conseguia segurar a força...

Olhei para a cama novamente;

–VEM!

Gritei com uma voz autoritária, ao mesmo tempo ouvi outro estrondo na porta, dessa vez parafusos voaram das dobradiças de cima.

A cama sacudiu e se moveu um metro, me concentrei e novamente; ela chacoalhou e veio em minha direção, se arrastando de vagar, raspando o chão com um som horrível. Não sei o que fiz de errado, mas em uma nova batida à cama parou e logo depois se arrastou em minha direção novamente; só que dessa vez muito mais rápido. Atravessou o quarto e ficou de pé. Tentei para-la, mas não consegui. Fechei os olhos esperando ser esmagada. Ouvi barulho de ferro colidindo com parede, mas não senti nada, abri meus olhos e vi que os pés da cama tinham batido na parede em vez de em mim, o barulho de tijolos e reboco quebrando chamou minha atenção. Observei com espanto; os pés da cama estavam se enterrando na parede. E ela estava vindo diretamente na minha direção.

A porta estava praticamente sem nenhum parafuso e o buraco do lado da minha cabeça estava maior, permitindo que a boca do tigre mordesse a madeira, esperei até o último momento para a cama estar bem próxima à parede, o tigre do lado de dentro se jogou contra a porta novamente, e as dobradiças cederam deixando a porta cair sobre mim, no mesmo momento a cama veio com toda força contra mim, rolei para o lado, vendo a cama selar a porta novamente.

Me apoiei na parede, minhas costas estavam doendo muito por causa dos consecutivos impactos na porta. Um silêncio se fez no quarto, achei que ele tinha desistido, afinal, era uma cama de ferro pesada. Como que para me responder, um rugido alto ecoou de dentro do banheiro; um BAK alto fez o material da cama ranger.

Aquilo também não ia o segurar. Eu tinha que sair da li. Agora!

Sai pelo corredor virando a esquerda, era a primeira vez que andava por aqui, não fazia ideia de onde era a saída desse lugar, ouvi um estouro vindo do quarto e corri o mais rápido que podia, seguindo corredores aleatórios, virei um corredor olhando para traz e senti tropeçar em algo grande, tinha caído por cima da coisa, levantei meu rosto de cima de um tecido vermelho, e vi que não era uma coisa e sim alguém. Uma mulher com cortes como de garras que desciam do pescoço até seu peito, o sangue manchando o jaleco branco que agora se encontrava em vermelho escarlate. Tentei me levantar apavorada, minha respiração estava fora do normal. Era sangue! Em minhas mãos!

Senti meu rosto molhado e com desgosto descobri que também tinha sangue nele, olhei novamente para a mulher no chão e aquilo me deu total desespero.

“Se não sair daqui é assim que você vai terminar”

Pensei para mim mesma.

O barulho de algo correndo me colocou em alerta de novo, voltei a correr por mais alguns metros e infelizmente quanto mais andava pelos corredores, mais corpos retalhados eu encontrava, aquilo era horrível, senti meu estomago embrulhar pelas imagens de corpos rasgados e o sangue em mim era pior ainda, já tinha me machucado, mas ver aquelas pessoas assim me trazia sensação de já ter visto algo muito parecido, obvio que não lembrava o que era, mas aquela sensação de já ter presenciado isso antes fez meus olhos encherem-se de lágrimas, queria parar ali mesmo e chorar, mas não podia, tinha que continuar, precisava espantar para longe aquelas sensações.

Olhei para baixo e percebi que deixava uma trilha de sangue com meus sapatos sujos pelo tombo em cima do cadáver, olhei em volta e vi uma sala que parecia ser um depósito, pelos passos no corredor alguém já estava me alcançando, eu não tinha chances de sair dali assim, não conhecia o lugar e com aquela coisa atrás de mim não teria chance.

Tirei meus sapatos e fui até o pequeno deposito, era uma sala estreita com prateleiras, cheia de caixas e produtos de limpeza, formando longos corredores, coloquei algumas caixas pesadas em frente à porta para reforçar a entrada.

Andei até o fim do corredor da sala que devia ter uns 20 metros de comprimento, sentei me escorando na parede ficando de frente para porta. Tinha que ter um jeito de sair dali, mas com aquela coisa lá fora seria difícil, não podia contar com meus poderes quando mais precisava, não acontecia nada! E se acontecia, eu quase me matava.

Lembrei do rosto do homem quando ele entrou em meu quarto e começou a se transformar, sua face se contorcendo e ganhando traços animalescos até virar um lobo e logo depois um tigre. Um calafrio passou por minha espinha, uma sombra parou na frente da porta, parecia ser humana, mas não se movia.

Ouvi mais passos no corredor parando também em frente à porta e uma voz de homem quebrou o silêncio.

–A encontrou?

Em seguida o outro que pela voz deveria ser o cara que tinha entrado no meu quarto falou;

.-Não, mas a clinica esta cercada, ela não vai longe.

–Não vamos subestimá-la de mais, só porque ela não sabe do que é capaz. Você fez isso e acabou trancado em um banheiro. Não deveria ter deixado você ir até lá sozinho!

Ele parecia irritado com a incompetência do parceiro.

–Desculpe não vai acontecer novamente.

–Espero.

Estavam falando algo sobre as entradas e saídas, mas estavam falando mais baixo não conseguia ouvir direito. Levantei tomando cuidado para não esbarrar nas caixas e entulhos e andei ate a porta.

–As escadarias do subsolo estão com apenas um guarda, a clinica é grande; com muitos quartos e com esses mortos fica difícil de farejar, tive que espalhar homens para procurar e do lado de fora logo àqueles idiotas do Instituto podem aparecer aqui e causar problemas, vamos achar a garota e rápido!

–Sim senhor.

As sombras se contorceram e viraram sombras de animais quadrupedes.

Então tinha uma saída mal protegida? E o sangue em minhas roupas era o que estava me salvando de ser encontrada? E como eu havia pensado, eles não eram do Instituto.

As sombras tinham ido, comecei a remover a pilha de caixas da frente da porta, precisava achar essa escada. Me distrai com um barulho do lado de fora e desequilibrei uma caixa cheia de potes de vidros, tubos de laboratórios, um deles caio fazendo um estilhaçar de vidro para todo lado.

Segurei a respiração, não foi um grande barulho, mas no silêncio do lugar parecia que tinha sido uma barra de ferro. Os passos pararam durante um tempo e depois continuaram em direção a porta do deposito larguei a caixa o mais silenciosamente possível e me escondi abaixada atrás de uma pilha de caixas ao lado da porta.

“Droga Sakura oque foi que você fez!?”

A porta se abriu lentamente me deixando atrás dela, tampando minha visão do que estava entrando, o ranger da porta parou e ela bateu levemente na pilha de caixas, uns segundos de silencio ate ouvir um rosnado.

O som era alto, senti um calafrio percorrer toda minha coluna e parar em minha nuca. Aos poucos um focinho preto com caninos brancos se mostrava a frente da porta. Segurei a respiração novamente, o rosnado era aterrorizador, logo mais do rosto do animal foi aparecendo até haver uma cabeça de lobo negro rosnando e olhando para frente a menos de meio metro de mim.

Eu não respirava, eu não piscava sequer consegui raciocinar direito estava rezando para que aquele sangue em mim o fizesse não perceber minha presença. Mas infelizmente não foi isso que aconteceu. Ele encolheu a cabeça ainda olhando para frente, mas logo em seguida a virou para mim.

Pulei desajeitada para o lado no momento que ele avançou, bati na pilha de caixas que caíram entre nós, não pensei duas vezes; corri para o corredor o mais afastado da porta, ouvi um barulho de caixas e potes rolando, olhei para trás e vi ele correndo atrás de mim, corri pelo corredor cheio de entulhos e caixas, pisei em algo, acho que era um cabo de vassoura, me desequilibrei e cai de costas, senti minha cabeça colidir com o piso e latejar dolorosamente, logo depois, algo estava sobre mim.

Sentia minha nuca molhada com algo que descia para o meu pescoço, tentei abrir meus olhos, mas estava tudo turvo, as imagens pareciam embaralhar-se e a luz branca das lâmpadas fazia minha cabeça doer mais ainda. Acima de mim um lobo negro, a única coisa que contrastava com o seu pelo e olhos negros, eram seus caninos brancos. Olhei para o lado e vi no que tinha resvalado; era uma barra de ferro redonda de uns 40 centímetros de comprimento, estava perto da minha perna direita. Busquei minha voz, seja lá onde ela estava não saia, abri e fechei a boca umas três vezes até conseguir falar algo.

–Tudo bem, eu vou com você. É isso que vocês querem né?

Ele rosnou mais perto do meu rosto por alguns minutos depois deu alguns passos para trás saindo de cima do meu corpo, sentei devagar sentindo minha cabeça latejar, provavelmente não me considerava ameaça no estado que me encontrava quase desmaiando, ele olhou para um lado distraído com algo, era minha chance.

Peguei a barra de ferro e acertei o rosto do lobo que graniu e cambaleou para o lado, me levantei segurando a barra com mais força; ele logo se recuperou e pulou sobre mim, juntei todas as forças que tinha e acertei a lateral do seu corpo o fazendo cair em uma das estantes, derrubando várias coisas sobre ele.

Tentei correr o mais rápido que meu corpo aquentava; não ia poder ir muito longe nesse estado, sentia que a qualquer momento minha cabeça ia explodir. Entrei em outro corredor e eu estava no limite do meu corpo, não sentia minhas pernas direito e tudo parecia girar me sentei entre duas latas de lixo grandes, foi quando ouvi um uivo.

“Por favor, me deixem em paz!!!”

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LADO DE FORA DA CLÍNICA:

Vi Tenten voltar a passos rápidos para o carro, não parecia trazer boas noticias do reconhecimento da área em torno da clínica. Estávamos estacionados umas duas quadras de distância e o tempo estava totalmente fechado, sem duvida haveria chuva para o final da tarde.

–Então qual a situação?

–Dois metamorfos de cada lado do prédio e pelo menos três lá dentro, ou estavam com muito medo que ela escapasse ou já estavam nos esperando.

–Suponho que seja ambos.

Ouvi a porta do Civic abrir e fechar, logo Sasuke estava ao meu lado apoiado no capo do carro com os braços sobre o peito.

–Alguma entrada mal protegida?

Ele perguntou encarando Tenten.

–Não, completamente cercado.

Praguejei baixinho.

–Podemos pedir ajuda. - Sugeriu Tenten.

–Não temos reforços suficientes no Instituto.

–Então... Eu entro.

Ela se ofereceu, me encarando esperando minha aprovação. Fui responder, mas Sasuke se adiantou.

–Não temos tempo para esperar você copiar uma mosca. Da pra entrar.

Tenten era uma Metamorfo de segundo grau, só se transformava copiando outros animais. Ela e Sasuke não se davam muito bem, por histórias passadas e por que ambos eram competitivos e o fato dela não conseguir evoluir era uma ferida a qual ele adorava mexer.

–Não, não dá Sasuke você não ouviu? Tem muitos só para nós três.

–Tá com medo Mitsashi?

Ela avançou pra cima dele, me movi ficando entre eles.

–Chega os dois! E Sasuke, isso não é hora, como você disse não temos tempo sobrando, a cada minuto aqui fora Sakura está correndo perigo!

–Certo. Eu entro é mais fácil e rápido pra mim.

–E como você sai?

Ele não poderia levar ninguém com ele, da ultima vez acabou mau.

–Vocês distraem os guardas dos fundos ao meu sinal, vai ser mais fácil sair visível do que entrar.

Assenti, não gostava muito da ideia, mas era o que tínhamos no momento.

–Que tipo de sinal?

–Passo o rádio pra vocês.

Foi até os bancos de trás do carro e tirou pela janela aberta uma mochila preta de lá jogou para nós duas rádios pretos.

–Certo.

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LADO DE DENTRO DA CLÍNICA:

Sabia que era fraqueza da minha parte sentar aqui e esperar que algum milagre acontecesse, mas não tinha mais nenhuma força. Levei minha mão ate minha nuca e senti um corte que parecia ser bem grande, olhei meus dedos que usei para ver o machucado; o vermelho vivo do meu sangue misturado com o escuro do sangue seco de uma meia hora atrás quando cai em cima de uma morta, a imagem voltou a minha mente...

Ouvi algo se chocar contra o ferro da estante atrás de mim olhei entre as prateleiras a tempo de ver algo preto se jogando contra ela, logo depois a estante balançou, tentei me levantar para sair de baixo dela antes que caísse, mas não deu tempo, as duas latas de lixo impediram que a estante me esmagasse, mas mesmo assim havia um peso grande em cima de mim deixando somente meus braços e minha cabeça para fora da estante.

Senti que estava me perdendo para as margens do abismo da inconsciência... Tudo parecia escuro meu peito doeu, e eu tossi; senti gosto amargo em minha boca tinha certeza que era sangue, tudo foi perdendo o foco e a última coisa que eu vi foi um par de sapatos pretos.

–Chega de tentar fugir!

E tudo apagou.

Era um beco escuro e tinha uma garotinha com um vestido vermelho com detalhes brancos, estava encolhida atrás de um contêiner de lixo, parecia tão assustada, seus olhos verdes estavam cheios de lágrimas parecia se segurar para não começar a soluçar em voz alta. Na saída do beco, as luzes dos postes que ainda funcionavam tornava o lugar mais claro, olhei novamente para a garotinha;

–Por favor, não machuque eles...

Ela sussurrou, achei que estava falando comigo, fui me aproximar, afinal alguém tinha que ajudar aquela menininha, dei um passo em direção a ela, mas parei quando ouvi um grito de mulher vindo da saída do beco, a menininha colocou a mão na boca e chacoalhou a cabeça como se estivesse proibindo a si mesma de gritar, olhei melhor para ela; cabelos rosa na altura dos ombros os olhos verdes que demonstravam puro medo, aquela... Aquela era eu!

Mais um grito, queria ficar ali e entender como aquilo era possível, mas algo me levou ate a direção do grito. Quase que saindo do beco avistei a silhueta de dois homens e uma mulher, um dos homens estava sentado no chão escorado em uma parede a mulher estava caída no chão e o outro homem de pé a sua frente.

Tudo passava rápido, não conseguia ver seus rostos, tentei me aproximar, mas não conseguia me mover, estava travada no mesmo lugar, eles falavam, mas só conseguia ouvir algumas partes:

–Cadê ela?

–Pode esquecer vocês nunca vão encostar nela de novo!

Os três brigavam pareciam falar sobre algo importante, mas aquilo que eu conseguia ouvir eram frases soltas que chegavam como eco dentro da minha cabeça...

–Se não vai falar, então não há porque te manter viva.

Ele apontou algo que parecia uma arma para ela.

–Não!!

Gritou o homem amarrado.

–Tem razão por que acabar com a festa tão rápido?!

Ele largou a arma no chão e começou a desafivelar o cinto, ele ia estuprá-la!!

–PARE, PARE!!!

Tentei gritar, mas eles não me ouviam.

–Fique longe da minha mulher seu porco!

O homem se ajoelhou sobre ela e começou a abrir sua calça.

–CHEGA VOCÊ NÂO PODE FAZER ISSO!

Gritei e novamente ninguém me ouvia, tentei me mover de novo, mas não conseguia.

A cena a minha frente ficou fora de foco como se a luz do poste me cegasse tudo que veio a seguir foi gritos, choros e mais gritos.

–Por favor, pare...

A mulher pedia para ele parar, pela sua voz ela estava chorando, e eu também, afinal estava ali parada e não podia evitar aquilo tudo. Gritos do que deveria ser o marido dela, o homem amarrado, e o outro homem jurando depois que termina-se matar eles.

Olhei para traz querendo fugir daquilo, se não podia ajudar me recusava a ser testemunha de tal barbárie. Meus olhos viajaram para o fundo do beco ate encontrar um par de íris verdes escondidos atrás do contêiner, tão apavorados quanto os meus...

Aquilo tudo parecia ter durado quinze minutos, mas quando senti minha consciência retornar parecia não ter durado nem mesmo um. O homem estava parado do mesmo jeito na minha frente com seus sapatos pretos em frente ao meu rosto.

–Se você obedecer posso fazer meu trabalho sem ter que levar sua carcaça morta.

Não sei o que tinha acontecido comigo, mas era como se algo dentro de mim queimasse, como se o cara do beco fosse ele e agora eu ia poder fazer algo, não sabia da onde aquela força vinha, só sei que aquela cena no beco havia me enchido de ódio, e aquele idiota na minha frente seria onde eu iria descontar! Fechei meus olhos sentindo meu sangue ferver, os abri e o encarei, podia ter certeza que tinha um brilho diferente neles, senti o peso sobre minhas costas diminuir percebi que a estante estava flutuando a alguns centímetros do meu corpo.

–Sai.

Ordenei da mesma maneira que fiz com a cama, a estante levantou e voou para o outro lado da sala levando com ela todas as outras estantes que ela batia, quando bateu na parede do outro lado da sala havia uma pilha de ferros tortos e uma parede com rachaduras bem feias, a sala tinha ficado vazia sem mais corredores ou entulhos, tudo tinha voado contra a parede.

A onda de raiva revigorou minhas forças, me levantei ficando de pé na frente do homem que agora parecia atordoado.

–Oque você pensa que...

–Dou dois minutos até você e seus amiguinhos saírem daqui antes que EU chute suas carcaças pra fora.

Aquela foi à primeira vez que senti prazer em ver o olhar de medo de uma pessoa, e saber que a responsável por aquele olhar fui eu!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Seção mendigação: POR FAVOR comentem!! Ajuda muito a saber se estão gostando ou não e me anima a escrever os próximos capítulos. Opiniões são sempre bem vindas.
BJOS ATÉ O PRÓXIMO!



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