Tudo se Ajeita, menos a Morte escrita por Kam_ted


Capítulo 2
Capítulo 2




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À noite, já em casa no apartamento no Leblon, seu coração batia acelerado. Trancou-se no banheiro com um maço de cigarro Hollywood que roubou da Ju, a empregada. Lucinha havia parado de fumar temporariamente, assim como João o fez, tentando influenciar o seu filho ao o mesmo. Mas assim como Cazuza, escondiam seus maços e fumavam escondido para aliviar a tensão ou para "matar" um pouco do vício. O nervosismo o atacara horas antes de ir ao Canecão, queria algo nas mãos; procurou seus maços de cigarro e não os encontrou, então foi à cozinha vazia dando de cara com um maço de cigarro no bolso da calça da empregada.

Não entendia tal reação. Logo ele, o irreverente, o primeiro a se mostrar. Três meses longe dos palcos, longe da euforia. Três meses que sua foto não era estampada nos jornais com notícias do "poeta do rock", "O burguês vagabundo", "shows lotados do exagerado". Ao contrário, anunciavam sua súbita ida aos States com ar de mistério.

Um público gritava repetidamente seu nome, com batidas de pés aflitos por a imagem do poeta. Zeca o acalmava e ao mesmo tempo o estranhava.

- Cazuza, o que cê tem? Isso tudo é nervosismo? Você nunca entrou no palco assim. E então lhe deu um beijo na testa, o encorajando novamente.

- Cazuzaaaaaa - uma voz conhecida gritou seu nome se destacando na multidão. Até então não havia lembrado dos amigos que não tinha visto durante os poucos dias que havia chegado.

Frejat, Maurício, Rodrigo, Guto, Sandra, Marina e tantos outros usavam blusas com seu rosto estampado. Faixas o idolatrando apareciam. Sua mãe e seu pai estavam de pé. Ney estava acompanhado com inúmeros rapazes e um de óculos e rosto magro surgiu a sua frente. Não o conhecia. Lágrimas vieram aos olhos, o coração continuava a bater mas não mais de ansiedade, agora de felicidade.

E por vocês eu largo tudo, cantou apontando para plateia amada.

No camarim, fotógrafos, jornalistas, fãs, e amigos se acumulavam no espaço amplo.

- Cajúú - Frejat surgiu atrás dele, o abraçando e dando um beijo no rosto do amigo.

- Do caralho, cara - Falou retribuindo o abraço e abraçando os amigos que por ali estavam. Depois que deu a atenção merecida aos profissionais que ali trabalhavam cobrindo o show, juntou-se aos que sobraram. No meio dos amigos, sorria, falava, bebia e fumava.

Um par de olhos verdes o fitava mas a animação era tamanha que esqueceu que não conhecia aquele homem alto e magro. Foi Nathália Lage quem falou, já bem embriagada:

- Cazuza, óh, este aqui é meu queridíssimo amigo e escritor Caio Fernando Abreu. Vou me perguntar "onde é que você estava?" se nunca tiver ouvido falar neste cara foda. Olhou aqueles olhos e lembrou do rapaz na plateia em companhia do Ney.

Respirações ofegantes se misturavam no canto da boate onde todos foram curtir o resto da noite. Caio sugava avidamente a língua do Cazuza. Este o apertava forte, o mordia, deixava marcas vermelhas em seu pescoço. Ereções os incodavam sob as calças jeans. Mãos passeavam livremente pelo corpo um do outro. Caio o puxava mais e mais para si, imprensando as nádegas do outro contra seu pênis ereto; sua mão ia tocá-lo por baixo da calça e repentinamente Cazuza deixa o trabalho de morder e chupar o lóbulo da orelha do outro para fixar os seus nos olhos verdes.


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