O lenhador e a suiça escrita por Liza


Capítulo 1
O lenhador e a suiça


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, comentem e favoritem. Eu acho que não ficou muito boa, mas vale o esforço. BBYY,você sabe, né? Espéro que goste.



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“Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”

Clarice Lispector

O lenhador e a suíça

Acordei, me vesti com várias calças e casacos, luvas e botas bem quentinhas. Fui à cozinha do meu pequeno chalé onde moro sozinha e percebi que não nevava, mas havia muita neve no chão. E quando não há? É assim onde vivo em um pequeno chalé nas montanhas da Suíça. Meu chalé é bem isolado, a vila mais próxima fica a meia hora de trenó. Gosto de viver sozinha, é uma escolha que fiz após o falecimento dos meus pais em um acidente.

Fiz meu chocolate quente matinal e o tomei lembrando-me de quando meus pais eram vivos. Nós três possuíamos uma grande empresa de chocolate, uma das mais importantes do país. Mas após o acidente decidi vender tudo o que tinha, mansões ao redor do mundo, carros, até mesmo a empresa. Hoje vivo do muito que isso me rendeu, mais a herança. Nunca gostei de extravagâncias, poucos diriam que eu fui uma das donas da grande empresa, que decaiu um pouco.

Levantei-me e sai para a caminhada que fazia quando não nevava muito forte. Fui logo à floresta, sabia o que me esperava e isso me atraia. Quando cheguei, o lindo lenhador estava lá. Não sei o seu nome, nunca conversamos, sempre o admirei de longe. O máximo que nos falamos foi um simples olá, quando eu passava por ele. Mas eu sempre ficava a algumas árvores adiante para observá-lo.

Mas para minha sorte, hoje ele foi fazer seu trabalho perto da minha casa na árvore. Subi e fiquei na pequena varanda observando-o a tirar as lascas da árvore. Ele não é exatamente um lenhador, mas gosto da palavra, o faz parecer forte. O que ele já é, e muito. Seu trabalho consiste em tirar as lascas de um determinado tipo de árvore. Não sei para que servem, mas desde que não desmate para mim está bom.

Ele pareceu notar minha presença e levantou o olhar da árvore. Seus lindos olhos castanhos encontraram os meus olhos verdes escuros. Senti algo diferente aos nossos olhares se encontrarem, foi como um choque. Meu estômago se embrulhou, mas não de um jeito ruim. Dizem que isso é o amor, para mim é atração. O amor não se constrói apenas com uma troca de olhares.

–Olá- Ele falou após um tempo. Não foi como das outras vezes, parece que ele falou com mais esforço.

–Olá- Falei esforçadamente sem tirar meus olhos dos seus. Não queria palavras, não queria conversa. Apenas... ficar assim, sem falar nada.

–Gosto do seu trabalho- Ainda não havíamos desgrudado nossos olhares. Surpreendi-me pela magia continuar presente- apesar de não saber para que sirva.

–Acredite ou não, mas também não sei- Me espantei por suas palavras. Seus olhos já tinham voltado para árvore- meu chefe é rabugento, nunca me explicou nada apesar dos meus vários pedidos. Estou nesse emprego, pois preciso de trabalho. E você mora sozinha? Nunca vi ninguém sair do seu chalé.

–Moro sozinha.

–Não sei se eu iria suportar viver sozinho.

–E você, tem esposa?

–Quem me dera, moro com meus pais

Continuamos conversando, nunca pensei que conversar fosse tão bom, como pude suportar viver sozinha por tanto tempo? Fui para casa e lembrei-me que não havia perguntado seu nome. Se não nevasse fortemente no dia seguinte nos encontraríamos, um sorriso foi aos meus lábios ao pensar nessa hipótese.

Fui fazer um chá para amenizar o frio que sentia cada vez mais, na presença do lenhador, não havia percebido o quão o frio aumentara. Fiz o chá e sentei-me no sofá. Enquanto tomava fiquei pensando naqueles olhos, naquele sorriso encantador, no rosto branco como vela. Mas pensei, acima de tudo, naquela alma pura, que parece encaixar-se com a minha, naquela alma a qual me encantei, naquela alma que anseio, naquela alma que desejo conhecer melhor.

Fui dormir ainda com esses pensamentos e com um pequeno sorriso nos lábios. Acordei na manhã seguinte contente e fiquei mais ainda ao descobrir que nevava apenas um pouco. Sai para minha caminhada e ao chegar à floresta ele estava lá. Sorrimos aos nossos olhares se encontrarem.

–Olá

–Olá

Não dissemos mais nada, neste dia ele foi a um lugar mais afastado, então, sentei-me na neve e fiquei o observando trabalhar. Impressionei-me pela sua delicadeza ao tirar cuidadosamente com a faca as lascas da árvore. Após um tempo comecei a sentir frio por causa da neve, na qual eu estava sentada. Levantei-me.

–Já vai ir?- Ele perguntou com algo diferente na voz. Seria... tristeza? Dei um pequeno sorriso ao pensar nesta hipótese.

–Está frio sentar na neve.

Virei-me de costas e comecei a andar.

–Espere- Ele gritou

–Sim?

–Eu... é meio cedo, mas, eu... te amo- Me surpreendi com suas palavras e com um enorme sorriso no rosto, fui caminhando em sua direção.

–Você mal me conhece- Falei, nossos rostos estavam incrivelmente perto.

–Não, eu morava perto de sua casa. Sempre quando passava ficava olhando pela janela. Uma vez fizemos uma guerra de neve- Ela deu um pequeno sorrisinho.

–Você?- perguntei o reconhecendo. Nunca imaginei que aquele menininho de sete anos na janela pudesse se tronar esse homem.

Nossos rostos estavam ainda mais perto. Senti seu hálito na minha face e sua barba para fazer roçando meu rosto. Quando percebi seus lábios estavam nos meus e os meus nos seus. O beijo foi ficando mais apaixonado e minhas mãos estavam em sua nuca o puxando mais. Agora éramos um só, o lenhador e a suíça.

“Quando eu digo que Te Amo!

Quando eu digo que Te Amo
Quero dizer que Te Amo, mas não como os
poetas, cheio de floreios e belas palavras
que encantam, pois não sou poeta e a
minha rima soaria falsa...
E o Amor que sinto por você,
é verdadeiro demais!
Quero dizer que Te Amo, não através de
uma tele mensagem qualquer, ou de um
carro de som que grita e berra o que
eu mandar, porque é alarmista e
soaria frio demais...
E o Amor que sinto por você, é quente
como um dia de sol intenso!
Quero dizer que Te Amo, não através de
um livro de romance, que pode contar
uma linda história, pois soaria como
pura *invenção* e jamais seria
a Nossa História.
A Nossa História é única,
e linda demais!
Quero dizer que Te Amo, não através de
flores ou de presentes, por mais lindas
que sejam as flores, elas não são tão
belas quanto você...
E o presente, por mais caro, não se
compara ao valor do teu abraço!”

–desconhecido


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor.



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