"Amor, oh! amor, É o que estou sentindo nesse momento, Por ninguém mais, ninguém menos, Do que você." (Clara Cavalcante)

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Olhei e pude ver Alex me abraçando. Espera, nenhuma marca de sangue em mim. O que aconteceu? Olhei e vi Isa se afastando. Só aí que eu pude ver um lobo preto no meio da floresta, mas ele olhava confuso para alguma coisa.

Um momento. Eu havia caído na frente de um tronco, e agora ele estava à uns três metros de mim. De repente, algumas marcas começaram a doer. Foi aí que eu percebi que eu estava toda arranhada, suja e com o que pareciam ser hematomas.

Alex me pegou no colo e me levou até o carro numa velocidade que eu não sabia que ele tinha. Dirigiu até a casa de Charlie com um pouco de pressa, me pegou no colo novamente, entrou na casa, me deitou no sofá e foi atrás de um kit de primeiros socorros. Logo ele voltou e começou a fazer curativos, percebi que eu tinha machucados no rosto, no braço, nas pernas e no tórax. Acho que eu quebrei algum osso, pois me lembro de ter batido as costas em outro tronco no momento em que parei de rolar no chão. Alex foi levantar um pouco minha blusa para cuidar dos ferimentos em minha barriga, mas eu não deixei que ele o fizesse. Eu já estava encrencada com a Isa, não queria ficar ainda mais.

— Belle, deixa eu cuidar dos machucados! - disse Alex.

— Não! Tá melhor, nem tá doendo mais! - eu disse, mas logo veio um gemido de dor me desmentindo.

— Aham, sei! - ele disse sarcástico, tentando de novo, mas eu não deixei. - Tá bom, então!

Ele se levantou, pegou o telefone e discou um número. Depois de aguardar um pouco, a pessoa atendeu.

— Oi! - pausa. - Eu to bem. - pausa. - A Belle tá... machucada. - pausa. - Calma, eu to fazendo curativos nela, só que ela não quer cooperar. - pausa. - São os machucados no tórax. - pausa. - Tá bom. - desliga.

Logo apareceu Justin na sala e o Alex nem se incomodou. Eu estava um pouco surpresa e chocada ao mesmo tempo. Ele veio até mim, se ajoelhou ao meu lado e perguntou:

— Belle, eu posso cuidar dos seus machucados?

— Você sim, mas... o Alex tem que sair. - eu disse, sem graça.

— Ah, tudo bem! Qualquer coisa eu to na cozinha. - disse Alex, saindo.

— Posso? - perguntou Justin, assim que o Alex saiu.

Fiz que sim com a cabeça. Ele levantou minha blusa, de forma que somente a minha barriga ficasse de fora e começou a fazer os curativos. Havia sangue em meu corpo e eu não sei como ele estava conseguindo se controlar ali perto de mim.
Depois ele abaixou novamente minha blusa com calma, para que eu não me machucasse. Ele se sentou no sofá e ficou passando a mão em meu rosto. Nem me importei com seu toque frio, eu só queria tê-lo ao meu lado. Eu ficava olhando-o, hipnotizada em seus olhos dourados. Eu queria que ele continuasse ali e nunca parasse, que sempre estivesse ali ao meu lado.

— Em que tanto pensa? - perguntou Justin.

— Em muitas coisas. - eu disse. - Em como sentia sua falta, em você ter aparecido do nada ao lado de Alex, em você cuidando de mim, de quando nos beijamos no hotel no Rio.

— Basicamente, está pensando em mim?

— É...

— Por que?

— Porque... porque eu te amo! - eu disse, e era a mais pura verdade. Eu havia me apaixonado novamente por ele.

Eu olhei pra ele e ele estava um pouco surpreso, mas ao mesmo tempo ele estava feliz, pude perceber em seu olhar. Ele pode até ter se transformado em vampiro, mas continua sendo o mesmo Justin de sempre. O meu Justin!

— Belle, eu preciso te dizer uma coisa que eu queria te dizer a muito tempo. - ele disse.

Eu me posicionei melhor no sofá para poder olhá-lo melhor e ele sorriu pra mim. Eu devolvi o sorriso e ele começou a dizer:

— Belle, desde que eu te conheci, quando me mudei pra casa ao lado da sua, eu percebi que algo importante estava para acontecer na minha vida. Foi então que eu sem querer te acordei tocando bateria, foi no momento em que você abriu a janela do seu quarto, que dava pra frente da do meu, vestindo um short e uma regata, sim, eu me lembro do que você estava vestindo, porque aquele se tornou um dos melhores dias da minha... existência. Foi naquele dia que eu te conheci. Você é minha vida. Desde que nos beijamos no hotel no Rio, eu não consegui te esquecer, eu só nunca tive coragem de te dizer o que eu sentia, e quando ocorreu o acidente... - ele se interrompeu. - Mas agora eu estou aqui te dizendo tudo isso, porque eu te amo. - ele se ajoelhou no chão. - Isabelle Fernandes Swan, quer namorar comigo?

Eu estava sem fala. Lágrimas de alegria percorriam meu rosto. Eu não consegui dizer mais nada, apenas me apoiei em um dos braços e o beijei. Ele retribuiu o beijo, me sentou com cuidado e sua mão foi parar em minha cintura. Minhas mãos foram para sua nuca e seu cabelo. Partimos o beijo com selinhos e depois encostamos nossas testas, olhando um pro outro com sorrisos bobos nos rostos.

— Isso é um "sim"? - ele perguntou, sorrindo.

— Pode ter certeza que sim. - eu disse, sorrindo também.

E nos beijamos de novo.