Arcana Magic Story - Valéria, a Rainha do Mal escrita por Abraxas


Capítulo 1
Capítulo 1 - Bom dia e Morram!




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Mais um dia se inicia na Academia Arcana. Os pássaros cantam e o Sol brilha no céu. A sua Luz é um invasor poderoso que ilumina todos os lugares, inclusive aqueles mais escuros e ocultos.

Um desses lugares é um específico quarto. Um daqueles alojamentos reservados aos alunos da instituição e este citado pertence às garotas. Apesar de ser escuro, nota-se que o local é arrumado e limpo. Não por sua dona, pois é uma bagunceira, mas sim as suas servas que excutam todo o serviço pesado.

O seu é Valéria Crowley, mas agora de ser chamada “de Titânia” referência para a sua ambição de ser Rainha da Fadas. Coisa que não deseja verdadeiramente, pois a garota amaldiçoada tem outros desejos momentâneos. Como ter um corpo de adulta e ser superior as outras mulheres.

Pura inveja...

Enquanto a ocupante do quarto dorme profundamente, uma de suas Sprites, Solis, a fada da Luz, desperta ao ser tocado pela brilhante luminosidade. As suas companheiras ainda repousam em pequenas camas construídas por elas mesmas.

Na verdade, as colegas de Valéria construíram uma casa de bonecas para todas as sete Sprites. Principalmente, Jennifer que é apaixonada por bonecas. Lógico que Valéria tentou quebrar a casinha de bonecas de suas servas, por pura maldade. Porém o labor constante de todas, fizeram que a má senhora desistisse de sua sanha de ciúme.

Esfregando os seus olhinhos diminutos, a bela fada de asas de inseto voa e começa os seus afazeres domésticos e de higiene. Limpando o seu rosto e arrumando a sua cama. Logo está de saída do quarto, assumindo uma forma similar a humana.

Todos sabiam que era uma Sprite, porque a criatura mantinha as suas asas de inseto em suas costas. Mesmo assim os rapazes ficavam admirando as curvas e a beleza mágica da criatura. Porém o que ela queria é uma coisa bem prosaica. Pão, leite, queijo e chá para o café-da-manhã.

Em poucos minutos a bela Sprite retorna ao local, e é recebida por sua parceira que desperta em seguida, Jovis, a Fada do Ar. Com a sua velocidade incrível, conseguiu preparar a mesa na sua casinha de bonecas, como também a bandeja de refeição da senhora de todas.

Depois de vinte minutos, todas as suas companheiras estavam despertas e sentadas bebendo os seus líquidos preferidos e pão com queijo.

- Quem vai ser a “vítima” que vai servir a “Sua Majestade”? – pergunta Solis. Como combinado, eu a servi na última vez, por tanto estou fora do sorteio. – decreta.

Uma disputa de papel, pedra e tesoura foi feito.

A derrotada foi Venis, a Fada do Fogo.

- Praga! – amaldiçoa o seu destino.

- Alguém tem fazer... – diz Saturnia, a Fada das Trevas, bebendo o chá preto.

- Espero que não acorde de mau humor. Sabe o que aconteceu da última vez. – comenta Hermis, a Fada da Mente.

- Eu fiquei uma cicatriz horrível na minha testa. – aponta Martis, a Fada da Terra. Precisava jogar a bandeja só porque a detetive descobriu sobre a ilusão?

- Ela faria isso com qualquer uma de nós... – observa Lunes, a Fada das Águas.

Um ruído e grunhidos deixam todas sobre alertas.

- Ela acordou! – diz Solis. Vai lá, Venis!

- Deseje-me Sorte, Amigas... – diz a Sprite em prantos.

A linda Fada do Fogo fica em forma humana e espera a sua mestra despertar. Coisa que não demora muito. Valéria está horrível. O seu olhar é de puro desprezo e ódio.

Todo dia ela desperta da mesma maneira.

- Bom dia, Senhora. – diz a pobre Sprite esperando pelo pior.
Valéria não responde. Apenas olha para quem a serve...

- Venis... Queria que fosse a Martis. – comenta.

- Por que, Senhora? – pergunta inocente.

- Para machucá-la de novo. – e dá uma risada medonha. É tão bonitinho vê-la chorando.

- Poderá ter a sua oportunidade quando for à vez dela, Senhora. – diz Venis fingindo coragem.

A amaldiçoada dá um pigarro e cospe no chão. Apesar de ter uma aparência de uma garota de doze anos, o seu corpo está mostrando que a velhice aproxima. Limpando a sua saliva do canto da boca com as costas de sua mão, Valéria levanta-se e olha para a Fada do Fogo.

- O que temos? – pergunta.

- Leite quente com chá preto, pão e queijo provolone. – responde a Sprite.

-Trouxe mel? – pergunta a garota.

Todas sabiam o que isso significa.

- Está na mesa, Senhora. – responde esperando o que ia acontecer em seguida.

A garota vai a mesa e abre o pote de mel.

- Vocês são tão delicadas... Tão boazinhas... Todos gostam de vocês... – e vira o pote no topo de sua cabeça.

Valéria fazia isso com geléia, mas como acabava rápido e os outros podiam desconfiar que sente prazer em humilhar as suas servas. A garota fazia com mel. Para que rendesse mais e é mais lento para lambuzar o cabelo da Fada. É como uma tortura... Depois de alguns minutos, o cabelo da bela Sprite estava todo melado.

- Queria que fosse com sêmem, safada... – e dá uma risadinha de “bruxa malvada”.

Uma lágrima escorre dos olhos da corajosa Fada do Fogo. Não é uma lágrima de frustração, mas de impotência. Ela queria quebrar a cara daquela garota nojenta e mal-educada.

Logo Valéria estava sentada na mesa comendo o seu pão e bebendo seu leite com chá preto.

- Pode ir, cretina... Mande a outra para me acompanhar até a sala de aula. – decreta a mimada e ingrata Senhora.

Ao entrar na casa de bonecas, Venis é recebida por suas companheiras. O seu cabelo é limpo e outro sorteio é feito e a vítima é Saturnia, a Fada das Trevas.

- Ótimo... Dia ensolarado... Educação física. Espero que preparem a minha banheira com sais, vou precisar. – decreta a azarada Sprite.

Antes que a sessão de torturas se inicie, uma batida sutil ecoa na porta do quarto.

- Atendam logo! A porta não vai se abrir sozinha! –grita a garota pouco se importando se a pessoa do outro lado vai ouvir.

Saturnia assume a forma humana e abre a porta.

- Ah, a gótica! Que linda! – diz uma voz feminina.

- Quem é?! –pergunta a ocupante do quarto.

- Jeniffer Nice. A segunda melhor aluna do grêmio do Falcão. – Saturnia não precisava dizer isso, mas o instinto de vingança falou mais alto.

Ela sabe que isso machuca o coração maligno de sua dona.

- Eu vou atendê-la! – grita de um jeito estridente.

Logo a garota pede que a sua colega entre no quarto.

A ruiva Lefou entra no quarto e admira a casinha de bonecas.

- Eu já tentei quebra-la várias vezes... Porém essas idiotas adoram isso aí... – e engole de uma vez o seu leite.

- Que maldade... – censura.

- Dane-se! O que foi?! Por que está aqui tão cedo? - questiona a amaldiçoada.

- E que a biblioteca do Grêmio teve uma limpeza no final da semana passada e sortíamos os membros que farão as tarefas e você foi sorteada para recolocar os livros no lugar. Vale pontuação geral e o mais importante. Sem as suas Sprites! – explica à ruiva.

A sua expressão foi de puro desprezo.

- Bah! Até parece que isso me incomoda! – desdenha. Quando isso vai ser feito?

- Agora! Neste instante. Sem desculpas. O professor Castanheira estará observando e avaliando a sua capacidade de organização numa biblioteca mágica. Por isso a pontuação. – explica à ruiva.

“Vaca! Sapata nojenta1” Pensa a garota.

- Sem problemas. – e sorri falsamente.

Jeniffer espera no lado de fora, enquanto a garota determina as suas ordens as suas Sprites.

- Cadelas! Hoje é um dia de Sorte para vocês! Vou ficar fora do raio de ação de todas. Aproveitem bem o dia. À noite vou querer uma refeição leve, um mingau de aveia com amoras. Entendidas? – explica com uma expressão de raiva.

As Sprites não escondem a sua felicidade.

Não antes de dar um tapa no rosto de cada uma delas, pois todas estavam em forma humana.

- Só para lembrar quem que manda aqui. – e ri por pura maldade.

Todas ficam com ódio dela alisando as suas faces marcadas.

No lado de fora, a Lefou aperta a sua mão de raiva. Ela nunca faria isso com servas tão dedicadas e simpáticas. Mesmo convivendo, observando a situação e sabendo que Valéria tem uma existência miserável. É impossível não se revoltar com a atitude dela.

Quando a garota de óculos e cabelos castanhos sai do seu quarto, a ruiva comenta revoltada:

- Como pode ser tão nojenta? – desabafa.

- Acho que é dom... – e ri.

Não aguentando mais, a ruiva segura à gola da camisa e ergue a baixinha para a altura dos seus olhos.

- Que os Deuses me perdoem! Eu juro que vou dar uma lição em você, pirralha. – ameaça a bela lefou.

- Acha mesmo que vou mudar depois disso? Quantos anos têm, Jeniffer? Dezesseis? Eu tenho quase quarenta anos. Em breve, devo morrer. Eu tenho uma doença, sabia? Aquela que ninguém consegue curar é uma daquelas maldições que sou obrigada a carregar pelo resto de minha Vida. Não faz diferença. – desabafa.

- Como não faz diferença?! Se eu soubesse que iria morrer em breve eu teria feito o melhor de mim para deixar um legado de decência e Amor para com todos. –esclarece à ruiva.

Uma inesperada lágrima escorre no rosto da Valéria que responde:

- Não faz diferença. Não importa que boas ações eu faça, para onde irei quando eu morrer? Acha que vou para o Inferno? Quisera eu! Uma das minhas maldições diz que vou me tornar uma morta viva. Entende? Não faz diferença! – justifica.

Jeniffer larga a garota e a mesma cai como um saco de batatas.

- Vamos logo para essa maldita biblioteca... – balbucia derrotada a ruiva.


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Notas finais do capítulo

(Continua)



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