28 de novembro de 2013

July estava sentada na cadeira de uma das mesas do Mystic Grill, conversando com Klaus, por volta das 21h. Ele tinha acabado de chegar, e a olhava curioso pelo convite repentino.

–E então? O que foi? –ele pergunto encarando os olhos verdes dela.

–Eu precisava te encontrar, pra falar pessoalmente que... Eu estou namorando o Damon.

–Nossa... –ele falou respirando fundo.

–Eu sei que nós somos amigos, e sei que você sentia alguma coisa por mim. Não sei se continua mas... –ela falou olhando pro chão.

–Ok... Bom... A vida é sua... Eu não costumo deixar as coisas assim, sabe? Sem nem tentar, mas... Eu ando muito cansado, July. Tenho a sensação de que todos me usam pra conseguir o que querem e ainda tem o meu irmão, o Jesse, vindo... –ele falou esfregando os olhos.

–O que aconteceu com ele? Alguém me mordeu ontem e mandou dizer que ele ta na cidade.

–Bom... Ele sempre foi meio doido. Assim que virou vampiro o poder subiu a cabeça e ele começou a se vingar de todos aqueles que tinham o feito mal. Mas isso há séculos atrás. Minha mãe não queria matá-lo, mas disse que o botaria de castigo, por um tempo. Só que o seu castigo era colocá-lo numa caixa e jogá-lo em um rio. Ela não queria que a gente tirasse ele de lá sem as suas ordens, então não nos contou o endereço. Ela morreu com esse segredo, e por ele ser tão perigoso, nós nunca fizemos questão de procurá-lo. Já que ele é um vampiro, deve ter morrido e ressuscitado muitas e muitas vezes todos esses anos, e mesmo assim, pelo que ouvimos, ele voltou ainda pior. –concluiu Klaus.

–Que horror. –suspirou July com os olhos arregalados.

–Eu sei. –ele falou rapidamente. –Mas vou dar um jeito nisso. De qualquer forma... Você tem certeza que quer namorar o Damon?

–Como assim? Claro que tenho. –ela falou, sem entender direito.

–É que... Eu sei que eu não posso falar muita coisa, mas... July, ele é um monstro. Ele matou um monte de gente por vontade própria e aposto que não se arrependeu. Aposto que você já o viu chegar de noite ou de madrugada todo ensanguentado. Lembra quando ele te abandonou? July, eu gosto de você. Não quero que você fique com um cara que possa te deixar de lado por mais ou menos dois meses sem explicação.

–A gente tinha um acordo, Klaus... –ela suspirou, tentando defender o namorado.

–July, a vida é sua. Só acho que ele não chega nem aos pés de um homem bom pra você. –comentou Klaus, olhando nos olhos de July, que por sua vez respirava fundo.

–Ele mudou, Klaus. –ela respondeu baixinho.

–A questão é: ele vai mudar de novo? E se mudar, você vai conseguir conduzi-lo pro bom caminho? –ele perguntou se levantando. –Sobre o Jesse, eu vou dar um jeito nele. Se cuida, July.

July respirou fundo. Por mais que negasse, sabia que Klaus estava certo. Qualquer um estranharia a presença constante de Damon em torno da July, afinal, ele tinha a salvado no dia anterior por um acaso, já que estava indo falar com Stefan e com sua audição de vampiro escutou os gritos dela, mas mesmo assim, há quem diga que ele só estava seguindo, por mais que ele jure, dizendo a verdade que não. Imagine o que essas pessoas falariam se descobrissem que por acaso, ele também estava no Mystic Grill aquela hora, esperando Santana pra perguntar dos feitiços de proteção contra o Jesse que poderiam ser feitos. Certamente iriam comentar o quão grudento ele era, ou sobre a falta de privacidade, afinal, Damon tinha escutado cada palavra que Klaus tinha dito, e assim como ela, sabia que praticamente tudo era verdade.

...

Já era tarde, umas 23 ou 00h. July estava deitada, meio sonolenta, olhando pro teto. Ela não estava mais se importando com a conversa que teve com Klaus. Ela tinha se convencido de que namorar o Damon não era errado. Ela queria entrar fundo naquilo.

Stefan estava deitado, provavelmente lendo, e Damon estava fora, pelo menos até aquele momento. O barulho da porta fez July se mexer. Ela brincava com o lençol, balançando o pé. Escutou alguém subir as escadas e fingiu dormir. Damon abriu a porta e se aproximou de July, a beijando na testa, depois de ter passado em seu quarto, aberto a camisa e porto o celular e as chaves na sua mesa de cabeceira. Ele se afastou e ela abriu os olhos.

–Oi. –ela disse, sorrindo.

–Oi. –ele respondeu. –Vou pro meu quarto.

–Não. –ela chamou. –Fica. Eu... Eu quero, Damon. Você sabe o que.

Ele arqueou as sobrancelhas e pensou um pouco. Ele queria aquilo tanto quanto ela, mas as palavras de Klaus se repetiam em sua cabeça. E se fosse verdade? Ele não queria fazer aquilo naquela hora, naquelas circunstâncias. Era a sua primeira vez, e seria única.

–Fica pra outro dia. Boa noite, July.

–Boa noite, Damon. –ela disse, um pouco decepcionada.