The Choice escrita por Victoria Reid


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Após assistir o último episódio, City of Blood, fiquei com o coração dividido. Muito feliz com as cenas Olicity (mais uma vez, sofrendo com um quase beijo)! Porém, fiquei revoltada com alguns acontecimentos que estão permeando a trama de Arrow. A pseudo protagonista Laurel começou a atacar novamente. Apareceu na cave, quis roubar o lugar de Felicity, atrapalhou nosso herói... Enfim, fez o que sabe fazer de melhor: atrapalhar o andamento da série. Sorry, Laurivers. Sad, but true!Somado as declarações dadas pela atriz que interpreta a personagem, meu desejo pela morte de Laurel aumentou. Então, resolvi escrever essa fic com o destino que, no meu ponto de vista, seria mais adequado para a personagem.OBS I - Esta fic se passa pelo ponto de vista de Oliver. OBS II - A princípio era para ser uma One-Shot, entretanto para o melhor desenvolvimento da trama, resolvi dividi-la em dois ou três capítulos.



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— Escolha, Oliver! — Slade gritava. — Escolha!

Não consigo me concentrar, pois lembranças explodem em minha cabeça. Shado e Sara. Mamãe e Thea.

Estou morta — diz Shado.

Oliver! — Diz mamãe.

— Olhe para nós, Oliver! — Diz Slade. — Olhe para nós e diga qual é a sua escolha.

— Não! — Digo. — Eu não posso fazer isso.

— Mas você já fez isso antes, lembra-se? — Slade se aproxima. — Alguns anos atrás, eu estava morto e lhe deram essa escolha. O que você fez?

— Slade, por favor —imploro por clemência.

— Escolha! — diz Slade.

Slade caminha alguns passos até ficar posicionado atrás de duas figuras que permanecem ajoelhadas. Estamos em uma floresta e não há muita luz. Apenas a claridade da lua que penetra por entre as árvores.

— Ollie! — Reconheço o tom choroso de Laurel.

Tento desvencilhar das cordas que me amarram. Porém, estão tão apertadas, que parecem cortar a minha pele a cada tentativa frustrada.

— Se você não escolher, perderá as duas — diz Slade em tão ameaçador, apontando a arma ora para a pessoa da esquerda, ora para pessoa da direita.

Não consigo identificar quem é a segunda pessoa que está na mira do Slade. A única certeza que tenho é que são duas mulheres. Será Thea? A escolha seria óbvia: escolho minha irmã. Será Sara? Talvez Helena... Porém, meu peito doe com a opção que acaba de passar pela minha cabeça: Felicity.

— ESCOLHA! — Slade grita. — Agora!

— Não! — Ouço Felicity gritar. — Ele não precisa escolher.

— Não, Felicity! — Grito enquanto observo a Felicity, com muito esforço, se levantar e permanecer parada em frente ao Slade.

— Ollie — diz Laurel. — Por favor, deixe sua assistente resolver isso. Ela parece saber o que o senhor Wilson deseja.

Slade segura o braço de Felicity e a gira em seu próprio eixo, virando-a para mim. Agora, eu consigo claramente observar seu rosto. Há temor. Lágrimas rolam por suas bochechas e precipitam direto para o chão forrado de folhas. Quando Slade encosta a arma em sua têmpora, vejo-a fechar os olhos ao assustar com o metal gelado do cano.

— Oliver, qual é o seu segredo? — Slade sussurra. — Por que tantas mulheres? O que você faz para deixá-las assim, tão dependentes e, ao mesmo tempo, tão fortes?

Respondo mentalmente: eu não sei. Eu entendo que desde o princípio caminhei por estradas repletas de curvas e obstáculos. Talvez meu caminho tivesse sido mais fácil se não escondesse tantos segredos. Faltou-me dizer a verdade, mesmo que ela machucasse alguém. Se no começo, tivesse dito a Laurel que na verdade eu me interessava por Sara, sua irmã, talvez não estivéssemos aqui. Afinal, não precisaria me esconder no Queen’s Gambit para viver um amor proibido. Assim, Sara e eu não teríamos perdido cinco anos em uma ilha infernal. Não haveria, Slade, Shado... Nada de Lian You pertenceria a mim. Também não conheceria Diggle e Felicity, porém esse seria um preço justo por não colocá-los em constante perigo. Enfim, continuaria sendo o playboy de Starling City.

— Vamos, Oliver! — Slade interrompe meus pensamentos. — Responda!

— Eu não sei! — respondo aos gritos. A pressão começa a me definhar. Isso me torna o homem mais fraco da face da Terra.

Felicity se desvencilha de Slade que a segura pelo braço e se vira encarando-o. Ela parece ainda mais frágil próxima ao Slade: tão pequena, tão delicada... Nunca deveria tê-la envolvido nisso.

— Ele é forte! — Felicity começa a falar. — Não forte no sentido físico, mas forte o suficiente para seguir em frente.

Ela suspira e continua:

— Muitas vezes ele precisa que alguém o faça enxergar isso, mas no final, ele continua... Segue em frente. Isso faz dele uma pessoa melhor!

Felicity se vira para me olhar. Por alguns segundos pude observar seus olhos. Agora estão secos, não há lágrimas: vejo coragem. Retorna a encarrar Slade.

— Nunca vou saber, em detalhes, o que vocês viveram na ilha. Porém, posso imaginar que não foi fácil. Certamente, houve muita dor, saudade, ódio... Coisas ruins aconteceram por lá. Lá! — diz apontando aleatoriamente para um ponto escuro da floresta.

— Realmente coisas horríveis devem ter acontecido, porém essas coisas os transformaram. Oliver deixou na ilha um garoto de fraternidade que constantemente aparecia nos tabloides como o playboy problemático. Trouxe para Starling City um homem com dupla jornada: um CEO de uma grande empresa; um vigilante disposto a defender a cidade.

Mais uma vez, ela torna a olhar para mim. Um tímido sorriso surge em seus delicados lábios. Volta a falar:

— Ele é um herói!

Há uma pausa. Apenas o barulho da floresta sibila. Ela ainda olha para mim. Como pode ser tão bonita mesmo vivenciando uma situação como esta? Mais uma vez ela respira fundo. Torna a encarar Slade. Sei o que ela pretende fazer.

— Não, Felicity... — Minha voz sai embargada. — Por favor, não faça isso.

— Fazer o quê, Ollie? — Laurel interrompe.

— Não sei por quantas coisas ruins Oliver passou, mas isso não fez dele um assassino. Pelo contrário. Sempre o fez seguir em frente tentando não cometer os mesmos erros — Felicity diz calmamente.

— Não faça isso, Felicity! Por favor! — Aos prantos, digo ao imaginar o que está por vir.

— E você, senhor Wilson? O que você fez? — Felicity diz apontando o dedo indicador para o rosto de Slade. —Transformou-se em um assassino!

Sei que essas palavras cortaram o peito de Slade e vejo em seu rosto a raiva crescendo, dominando-o. Com muita violência, Slade segura a mão de Felicity e retira-a da frente do seu rosto. Felicity grita de dor. Isso visivelmente me afeta.

— Você não seguiu em frente. Você apenas está vivendo do passado e sendo consumido pela vingança! — Felicity diz enquanto aperta o pulso ferido pelo gesto violento de Slade. — Shado, né? Esse ERA o nome dela, certo?

— Esse É o nome dela! — Slade responde olhando para trás, como se estivesse vendo alguém.

— O quê? Ela está ali, não é mesmo senhor Wilson? — Felicity aponta o dedo para o ponto em que Slade olhou. — Hey, Shado! Você está feliz com tudo isso? Você realmente admira esse homem? Ou devo dizer assassino?

Isso é muito, mesmo para Slade Wilson. Ele a segura pelo pescoço, estrangulando-a. Já o vi fazer isso antes e, com sua força, em alguns segundos Felicity estará morta.

Reunindo todas as minhas forças, tento me livrar das cordas que amarram meus pulsos. Acho que, de tanto tentar me livrar delas, acabaram ficam frouxas e, finalmente, consigo me desvencilhar das amarras.

O que estou por fazer é suicídio, mas não posso deixar Felicity definhar através das mãos de Slade. Mesmo que isso signifique minha própria morte, corro ao encontro do monstro transformado pelo Mirakuru.

Em microssegundos estou atacando Slade que, por reflexo, deixa Felicity cair. Agora eu que estou sendo estrangulado. Porém, isso não me machuca tanto como ver Felicity caída no chão frio. Não há reações. Deduzo que ela esteja morta.

Agora, a pouca vida que resta em meu corpo, parece não mais lutar. Entregou-se ao destino fadado. Sinto o frio da morte se aproximando e isso parece justo. As poucas pessoas com as quais eu realmente me importo sobreviverão sem mim, mas eu não poderei sobreviver a ausência eterna desse anjo que me trouxe luz: FE-LI-CI-TY. Eis um nome apropriado para um ser que emana felicidade, compaixão e sabedoria. Incapaz de machucar, incapaz de ser má.

Fui muito egoísta ao envolvê-la nisso. Prometi protegê-la, mas muitas vezes deixei a desejar. Se não tivesse a procurado no departamento de TI, hoje ela estaria feliz desmontando algum equipamento da Queen’s Consolidated. Talvez eu deveria tê-la deixado partir com Barry Allen. Talvez eu deveria ter deixado a razão de lado e a feito feliz! Engraçado, hoje, isso parece mais sensato... Ela merecia muito mais! Sempre carregarei essa culpa comigo.

Repentinamente, interrompendo meus devaneios, sou lançado ao chão. Ao lado de Felicity, o meu corpo jaz sem forças esperando pelo golpe final. Entretanto, nada acontece. Esforço-me para levantar e implorar pelo golpe de misericórdia. Porém, Slade já não dá atenção a mim. Está observando Laurel fugindo, engatinhando por entre folhas.

— Senhorita Lance, onde você pensa que vai? — Slade caminha até tê-la em seus pés.

— Você realmente é muito diferente de sua irmã. — Slade ergue a cabeça de Laurel com a ponta da katana. — Sara é forte, corajosa!

Com a katana forçando seu pescoço, Laurel é obrigada a sentar-se.

— Mas você... — Slade faz uma pausa. — Você é covarde! Por isso, merece morrer!

Em um único golpe, Slade a perfura com a katana que atravessa-a. Em instantes, o vermelho do sangue mancha a roupa clara que Laurel vestia.

Não tenho força para agir. Apenas entrego-me, deixando meu corpo cair ao lado de Felicity. Tateio as folhas que, assim como nós, estão lançadas no chão. Agora gélida e sem vida, encontro a mesma mão que há alguns meses me fez perceber que “there was no choice to make”. Há muito tempo, eu já havia escolhido: “you will always be my girl, Felicity”.

Um som agudo corta o ar. Ouço as vozes de Sara e Diggle. Slade diz:

— Shado! Finalmente poderemos ficar juntos...

Em uma fração de segundos, John Diggle está ao meu lado.

— Hey, amigão! Vamos levantar! — diz enquanto me ajuda a sentar.

Vejo Sara abraçada ao corpo de Laurel. Slade caído, morto. Provavelmente, Sara tenha o acertado com um tiro em seu cérebro: a única coisa que Mirakuru é ineficaz.

— Felicity — pergunto com uma pontinha de esperanças. — Como ela está?

— Ela se foi... — John diz com a voz embargada. Uma lágrima corre pelo seu rosto.

Desabo. Diggle me abraça tentando me confortar, mas nada nesse mundo me faria sentir melhor. Sinto-me como uma criança que perdera tudo. Choro sem parar.

— John, eu preciso que você me faça um favor — digo entre soluços. — Não poderei viver assim... Estou seriamente ferido, mas, acima de tudo, não conseguirei carregar essa culpa — olho para o corpo de Felicity e torno a segurar sua mão. — Permita que eu permaneça ao lado de Felicity. Por favor, dei-me uma morte rápida e digna.

— Oliver, jamais eu poderia fazer isso — Dig balança a cabeça negativamente, afastando-se de mim e da ideia que acabo de difundir.

— Eu posso fazer isso — diz Sara que agora estava em pé, próxima ao Diggle.

— Sara... — John se desespera.

— Dig — Sara o interrompe. — Seja na vida ou na morte, acho que Oliver merece permanecer com seu verdadeiro amor. Felicity é a única pessoa que pode fazê-lo brilhar...

Sara aponta a arma em minha direção. Não estou com medo. Na verdade, sinto uma ponta de felicidade. Mesmo se não existir vida após a morte, paraíso ou inferno, ao menos o meu corpo descansará ao lado de Felicity. Então, depois de um tempo, a natureza cumprirá sua função, tornando-nos um.

Novamente, um som agudo interrompe o silêncio da floresta. Algo queima o meu peito. Caio ao lado de Felicity, segurando-a pela mão. Esforço-me para dizer minhas últimas palavras:

— Felicity, eu te amo...


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam da morte da pseudo protagonista? Por favor, comentem! Pode ser críticas, sugestões, correções... Qualquer coisa, OK? Até o próximo capítulo! Obrigada! :D



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