POV – Jesse Green

Minha intenção era que assim que terminasse o jantar seguiria a garota e a confrontaria para que ela me dissesse a verdade. Quem ela era e de onde veio e o que estava fazendo na minha casa. E acima de tudo, quais eram as intenções dela mentindo daquele jeito como se ninguém nunca fosse sequer desconfiar. O que infelizmente era meio que verdade.

Todavia, ao que a seguia a passos largos para o primeiro andar e então pelo corredor que dava aos quartos a vi seguir um caminho diferente e entrar no quarto da pequenina Chery. Que pelo visto já havia caído na ilusão com esta estranha. A segui e entrei no quarto de Catharina que fica ao lado. Fiz uma runa na parede e então eu podia ver e ouvir minha irmã deitada com a cabeça no colo da garota. Ela parecia assustada enquanto a minha irmã abria um berreiro sobre os temas que sempre costuma fazer drama. Observo atentamente enquanto a garota fala, como ela faz um carinho tão íntimo na minha irmã e tenta confortá-la. Bem, uma coisa é inegável: ela é bem bonita.

Não, não minha irmãzinha. Ela também é... mas estou falando da estrangeira. Os cabelos pretos longos, aqueles olhos azuis tão insistentes e arrogantes, o corpo com as curvas e pelo anjo que curvas!... bom ela estava em uma situação um tanto quanto significativa quando nos "embarramos hoje" de manhã para que eu não aproveitasse. Linda de verdade e uma beleza diferente. A pele branca, tão branca que tudo faz um contraste tão grande. E se encará-la por muito tempo tem se a impressão que ela é uma garota feita de neve. Aquele tipo de neve que as vezes vemos em Idris, que cobre os campos e ilustra o Gande fazendo-o parecer cenário de conto de fadas - não que eu leia contos de fadas. Tão alva, tão gélida, tão linda e tão perigosa... Não é o tipo de beleza que se vê caindo por aí de um portal bem na sua vida... Tanto que meu irmão, Will já está caidinho por ela. Mal sabe ele...! Campbell! Essa família sequer existe mais! Nenhuma garota desaparecida.

Sou distraído por um ataque histérico de risos da pequena Chery. Ela parece tão feliz! E a estranha é a culpada disso. Elas faz cócegas na minha irmãzinha que implora para que ela pare. Fico um pouco abalado ao prestar atenção na conversa. Minha irmã namorando? Ok. Precisarei dar um jeito nisso rapidamente e afastar essas ideias da cabecinha da minha menininha. Namorando! Que coisa! E um garoto da escola, pois eu irei justamente ter uma conversinha com esse tal de Dylan.

“...você acredita em amor verdadeiro Angel?” Chery pergunta e eu presto mais atenção

“Bem... é o que eu sinto pela minha família.” Responde a ‘ANGEL’ está mais para demônio, mas tudo bem.

“Não! Não esse tipo de amor!” grita a minha irmã e que voz irritante ela tem!

A “Angel” fica visivelmente incomodada com a pergunta ao mesmo que do nada fica bastante distante. Ela sem nenhuma palavra coloca minha irmã na cama em posição para dormir e fala baixinho sobre sua mãe e uma canção. Para minha surpresa, da minha pequena Chery e da própria. Ângela começa a cantar baixinho num tom de voz rouco e doce. E eu não posso negar. É lindo de se ver, ela cantando, digo. Vejo minha irmã pegar no sono enquanto a garota canta cada vez mais baixo até sussurrar e os olhos ficarem marejados. Bem, é difícil de acreditar que essa seja a mesma garota que se infiltrou na minha casa sob um nome falso e mentiras descaradas e o pior, parecendo saber a verdade sobre o William, é a mesma. Saio do quarto e caminho até o meu próprio antes que ela saia. Hoje aconteceram coisas demais para um dia. Talvez uma longa chuveirada e uma boa noite de sono me ajudem a pensar no que fazer agora em diante. Eu só não posso me deixar enganar - não, se existe uma garota de gelo nada como um pouco de fogo para trazê-la a sua forma original.

Meus planos eram simples para esta noite. Abri a porta de meu quarto disposto a não pensar em mais nada que envolva neve ou olhos azuis por essa noite, eu só não contava com a presença de uma garota sentada na minha cama.