American Horror Story: Dark Circus escrita por Annabel Lee


Capítulo 10
Apresentações Cordiais


Notas iniciais do capítulo

"Toda pessoa normal se sente tentada, de vez em quando; a cuspir nas mãos, içar a bandeira negra e sair por aí cortando gargantas".

Henry Mecken



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Heaven City, casa da tia Cassie. Fevereiro de 2010.

– Avó? - Lucy chegou a quase berrar. Com um último olhar na mulher desconhecida que lhe sorria com falsidade, ela virou todo o corpo e atenção para sua tia. Tia Cassie havia deixado um dos pratos de porcelana repousando, cheio de sabão, na pia, enquanto secava as mãos e olhava para ela.

– É uma longa história, querida...

Sem paciência para longas histórias, a jovem se virou bruscamente para a suposta "avó".

– Você é mãe de quem? - quis ir direto ao assunto.

A mulher olhou com desdém para a camiseta dela, com o logo amarelo do Nirvana do meio daquele preto desgastado do tecido; depois seu olhar foi subindo até o rosto dela, avaliando cada ponta de cabelo loiro escuro e olheiras sob os olhos castanhos.

– Sou mãe de Maryse e Cassandra - ela disse, lentamente, com a postura de uma rainha.

Mamãe, Lucy pensou com pesar e desespero.

– Por que nunca veio antes? - Lucy continuou com as perguntas, quase gritando - por que está aqui agora?

– Não posso me meter na sua vida - passou a mão nos cabelos dourados, como se a paciência divina dela estivesse sendo testada - sua mãe me proibiu. Ela me afastou porque achava que eu... atrapalharia seu tratamento médico.

Merda.

– Está falando dos meus remédios?

– Como sabe dos remédios? - tia Cassie perguntou a ela.

– Por favor, Cassandra, você sabe como essa família tem esses problemas médicos há gerações.

Lucy franziu o cenho.

– O que há de errado comigo? - a pergunta que se fazia desde que nascera.

– Nada, querida - Tia Cassie sorriu - não há nada de errado com ninguém.

Então, subitamente, uma loucura aconteceu. Todos os pratos de porcelana da tia Cassie explodiram, o som dos estilhaços afinando nos ouvidos, cacos brancos com flores indo para todos os lados. E, mais louco ainda, congelaram no ar enquanto se espalhavam. Como se alguém tivesse parado-os no tempo.

– Mentirosa - uma familiar voz soou da porta de entrada.

Lucy olhou. Tristan estava lá. Sua bochechas não puderam evitar em esquentarem ao vê-lo, mas depois a estranheza da situação a trouxe de volta. Ela o encarou; com a jaqueta jeans sobre uma camiseta vermelha velha, os cabelos loiros bagunçados e uma expressão de quem não dormia por um tempo. A mesma consequência dela, depois de fumar várias no parque.

– Tristan, suponho - Samantha dirigiu-se à tia Cassie, mas os olhos estavam fixos no suposto neto - abandonou o medicamento, não foi? Seu arruaceiro de merda.

Lucy não entendia nada. Os joelhos tremiam, ainda mais depois de um caco de porcelana lentamente passar pelo rosto dela. Que diabo era aquilo?

– Vocês sabe o que os remédios fazem - Tristan dirigiu-se às duas - sabem o que eu faço. Já estava na hora de esclarecerem as coisas... Melhor ainda com você aqui, né vovó?!

– Ponha esses pratos no lugar, Tristan - a mulher nem se abalara - não queremos que o vizinhos vejam o que séculos dessa família conseguiram esconder...

– Você quer dizer o que aquelas pílulas controlam! - ele retrucou, mas acalmou-se.

Num passe de mágica, os pratos voltaram para a pia. Intactos.

Era demais para a garota.

Pegando todos de surpresa, ela driblou a mesa da cozinha onde a avó ainda estava elegantemente sentada, passou como um foguete por Tristan, e atravessou a porta para a cidade nublada lá fora. Correu, focando apenas em fugir e manter os pés firmes no asfalto cinzento.

Foi então que tombou em alguém, chegando a cair sentada no chão por conta do impacto.

Olhou para cima. Um homem com seus vinte anos a encarava com surpresa - e até um pouco de perplexidade - com seus olhos azuis feito safiras. Ele usava um sobre-tudo preto, que combinava com os cabelos cor de piche e com o meio sorriso irônico e misterioso que revelou depois que o susto passou.

Ele ergueu a mão para ela, que aceitou e se ergueu.

– Mil perdões - ele disse com educação - não a vi se aproximar.

– Eu que peço desculpas - ela limpou a calça jeans, enquanto enrubescia com o olhar intimidantemente sexy do sujeito - por ter se aproximado com tanta... força.

Ele sorriu mais.

– Não teria sido um problema em uma ocasião diferente... - então aqueles olhos azuis a olharam de cima à baixo - qual é o seu nome, se me permite perguntar?

– Lucia. Lucia Black.

Lucy juraria até por Deus se acreditasse nele, que os olhos do homem brilharam mais assim que ela disse aquelas palavras.

– É um prazer, Lucia - fez uma reverência; talvez brincando, talvez só sendo um fofo mesmo - me chamo Louis. Louis Chyfer.


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Notas finais do capítulo

AMOOOOOOOOOOORES DESCULPE-ME.
PC pifou. Semana passada foi concertado mas eu admito que fiquei com preguiça de vir postar...

MAS EIS CAP NOVOOO. Amanhã a gente volta firme e forte :3



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