Ainda é dezembro escrita por criatividadeinsana


Capítulo 1
Capítulo 1




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Isso mesmo, ela tinha um amor bandido.

Um amor mentiroso, um amor doloroso,

ela tinha um amor.

Ela sabia de toda a verdade

mas insistia em querer fazer durar,

ela é humana, é carnívora,

ela não sabia em quem confiar.

Esse amor durou anos,

começou antes mesmo de começar,

no fundo ela sempre soube,

Eu serei de César, e César será meu.

Dito e feito, feito e fim.

Ela realmente foi de César,

realmente, literalmente, completamente, de corpo e mente...

A diferença é que César foi dela,

de Renata, de Bianca, de Jordana e Maria Lúcia.

O relacionamento durou bastante,

muitos dias e muitas noites,

muitas horas de conversa e amor...

Rendeu comentários perante toda sociedade,

perante o bairro, a rua, a casa, a família, as amizades...

Apesar de ser um amor bandido,

foi a melhor coisa que aconteceu na vida deles.

Clarisse começou a entender, como funcionava a vida,

entendeu que não adiantava querer mudar,

nem ela, nem César,

afinal, ambos não estavam dispostos a entender,

que para amar, você tem que aceitar a pessoa como ela é,

que para viver, você tem que aceitar as pessoas como elas são,

é um exercício para vida, até porque a cada esquina

uma nova pessoa, outros defeitos, muitas manias...

Clarisse não era tão perfeita assim,

sofreu porque quis,

ela sabia que tinha uma personalidade gélida,

e a maneira no qual tratava César, após cada briga,

somou bastante para esse final.

Ela demonstrava seu amor, para suas amigas, nas redes sociais,

mais no 'carne e osso' era muito racional.

Ele por sua vez,

atraía muitas brigas, por poucos motivos,

era incerto demais!

Atacava Clarisse, com palavras rudes e de baixo calão,

por ciúmes inventados, sem motivos e sem razão.

Claro que, esquecia, de toda moral que dava

para as outras meninas, sem falar das escapadas!

Ambos enfrentavam problemas com o tempo,

César funcionário atarefado, e Clarisse acadêmica de direito.

Outros problemas cercavam César de tal maneira....

Descaso, ausência, orgulho, então nem se fala.

Só que o destino contava com algo que nem César, nem Clarisse esperavam,

a experiência.

E a imensidão de carinho e todo o respeito que Clarisse doava para César,

ele não encontrara em nenhuma outra...

E apesar de César, ter vivido casos paralelos, ele sempre voltava pra casa,

e dispensava toda sua atenção para Clarisse,

coisa nenhuma amiga conseguia fazer...

E dezembro chegou...

Clarisse estava esgotada, não estava mais conseguindo 'fazer durar...'

Começaram a dormir em mundos separados, na mesma cama,

a responder uma pergunta com outra,

a discordarem de tudo, até mesmo quando concordam...

Mesmo que Clarisse se esforçasse para conseguir 'aguentar a barra',

César não ajudava, não percebia, parecia até que não sentia,

que o pior se aproximava,

e que talvez, uma hora qualquer, tudo passaria a ser em vão.

Já era dezembro!

Num relapso qualquer, César acordou!

Começou a sentir-se só no mundo,

percebeu que ninguém mais se importava,

se ele voltava pra casa ou não,

se ele sentia frio ou calor,

percebeu que a cada segundo,

tudo ficava mais monótono,

como se Clarisse fosse desaparecendo aos poucos,

Não que dezembro tenha algo de diferente dos outros meses,

mas é o último mês do ano,

e por isso, somente por isso, traz a responsabilidade de fazer o que não fez o ano inteiro,

o que prometeu o ano inteiro,

colocar onde falta, tirar onde excede,

Dezembro quer dizer: tenta, ainda tem tempo.

Tenta, ainda é Dezembro!

César sabia de tudo isso. Clarisse também!

Então, Clarisse foi tentar ser feliz.

Saiu de casa e não falou nada.

Optou por evitar a fadiga,

deixou César vazio, desamparado, desesperado,

Ela deixou César!

Clarisse não chorou! Aguentou forte, pensou bem, hoje é dezembro.

César, encharcou a cama de lágrimas. Apertou forte, o coração, e lembrou: hoje é dezembro.

Antes mesmo que Clarisse chegasse à porta,

César impediu.

Ficou de frente para ela,

de braços para cima e pernas esticadas,

bloqueando toda e qualquer passagem pela porta,

ficou alguns segundos olhando fixamente para Clarisse,

muito triste por não vê-la chorar,

na verdade, ele nunca a viu chorar.

Prendeu toda a angústia que estava sentindo,

e se ajoelhou no chão,

implorou perdão.

E ainda disse mais: "Prova de amor, é provar que ama, é pedir desculpa na hora certa, é saber esperar a raiva passar, é reconhecer que estar errado, prova de amor é amar..."

Entre soluços, até chegou a balbuciar "casa comigo?"

Ele transbordava arrependimento,

e realmente, parecia amar.

Ficoualijogado no chão,

Ficouali, ajoelhado pedindo perdão,

esperando alguma reação,

um retorno, uma mão,

uma ajuda para se levantar, um 'tudo bem, vamos voltar...'

E então, Clarisse se mexeu,

respirou fundo, fechou os olhos e se rendeu,

se rendeu para sua felicidade...

Uma que fosse de verdade.

Estendeu a mão para César, e enxugou suas lágrimas,

o abraçou forte, e ficou na ponta dos pés...

Chegou bem perto ao seu ouvido,

e então decidiu,

disse que iria abdicar o amor,

em nome da sua própria felicidade,

agradeceu César por fazê-la quem ela é,

uma mulher forte, sincera, corajosa e que se ama acima de tudo.

Perdoou César por fazê-la quem ela é.

"Espero que você me entenda,

eu quero ser feliz, acima de tudo..."

Ainda é dezembro, não perca seu tempo,

pode ser tarde demais.


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