Felizes... para sempre? escrita por Enthralling Books


Capítulo 24
Quem se foi?


Notas iniciais do capítulo

Hey, dears. Sentiram minha falta?
Tudo bem, até eu sei que essa demora foi demais. Eu realmente tive vários motivos para isso, e quando eu digo vários, quero dizer muitos mesmo.
Como eu não pretendo fazer um monólogo da minha vida, vou citar os dois motivos principais:
1º - Tive problemas com a Oi Velox. Eles cortaram o telefone e, consequentemente, a internet (sem motivos, porque as contas - que, por sinal, nunca atrasam - sempre são pagas em dia). Estou começando a achar que isso é preconceito contra a minha pessoa. Fiquei ligando para lá direto, mas demorou bastante.
2º - Entrei em época de trabalhos e, onde eu estudo, isso consegue ser tão tenso quanto a semana de provas. Um trabalho em particular me sugou tempo, energia e dinheiro, e o tempo que me restava, eu estava tão cansada que não conseguia nem raciocinar...

Enfim, todo esse capítulo foi escrito pelo celular então perdoem qualquer erro de português. Eu revisei, mas sei lá... As vezes passa alguma coisa.

E a propósito, leiam as notas finais. É importante e do interesse de vocês.

Enjoy, my dears!



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– Ah, America! Ele... Ele... – Gaguejou. Senti minhas pernas fraquejarem e vi quando Nicole desceu as escadas correndo, provavelmente em alerta pelo som do telefone. Ela me fitava com seus olhos castanhos transbordando de medo e ansiedade.

– Ele o que, mãe? Ele quem? Pelos céus, o que aconteceu? - Chorei.

– Ah, filha! Ele se foi.

::

Eu já podia imaginar Maxon chegando ao Hospital e Clarkson garantindo o trono, ao puxar de um gatilho qualquer ou ao empunhar de uma espada afiada e igualmente silenciosa. Talvez nem tenha sido ele a executar a tarefa, provavelmente fora apenas um soldado cumprindo ordens e que, sem sombra de dúvidas, seria executado com direito a acusação por traição e a um show de interpretação nível Clarkson de teatro com lágrimas hipócritas derramadas por seu único filho.

Agora mais do que nunca, o olhar ansioso de Nicole parece me queimar e eu sequer consigo imaginar como darei esse tipo de notícia a ela. Como nós duas seguiremos adiante num mundo em que Maxon não esteja? Eu estarei fadada à viuvez assim como Nicole estará fadada a ser órfã de pai e esse simples pensamento me traz um desespero terrível e avassalador.

Lembranças de nós dois vieram sem pedir permissão. Lembrei-me do nosso reencontro nada convencional, dos nossos beijos apaixonados de reconciliação, de seus olhares cheios de desejo por mim, do segundo pedido de casamento que ele me fez, dos meus momentos de fraqueza em que ele me consolava, dos seus momentos de dúvida em que eu o acalmava, de todas as insuficientes vezes em que estivemos juntos com nossa filha, de cada toque, cada olhar, cada detalhe.

A vida que eu jamais sonhei que pudesse ter um dia se tornou tão essencial que qualquer pensamento de perdê-la era sufocante. Pouco me importa a realeza, a coroa, os títulos ou mesmo o dinheiro, mas sim as pessoas que eu conheci e passei a amar. Maxon mais do que a todos.

Ele se foi.

Quem é ele?

E se não for Maxon?

Não!

Meu pai não!

A consciência me atingiu como um baque. Começo a dar atenção aos choros e soluços de minha mãe ao telefone. Pode sim ser o meu pai.

Todo o tempo na Itália começa a me fazer falta. Eu fiquei tão longe do meu pai, tão longe. Eu deveria ter ficado com ele no Hospital para presenciar seus últimos momentos, eu deveria estar lá segurando sua mão e chorando sobre seu peito. Dizendo adeus. Estar aqui em segurança parece injusto com minha família que, agora mesmo, está na linha dos tiros.

Nicole não terá a oportunidade de crescer sob a influência de um grande homem, não terá a oportunidade de abraçá-lo enquanto ele a chama de gatinha como um dia chamou a mim. Meu pai não deve ter suportado a transferência no Hospital, talvez o novo quarto não dispusesse dos recursos do anterior, talvez não tenham conseguido prepará-los a tempo ou talvez Clarkson tenha conseguido invadir o Hospital e como meu pai era o mais indefeso do local, tenha se tornado a vitima ideal.

– Que... Quem foi? – Perguntei hesitante.

– Meu filho. – Ouvi uma respiração profunda que ainda não sei se foi dela ou minha – Seu irmão, America. Kota se foi. – Sua voz estava entrecortada pelo choro e ela soluçava muito.

Caí sentada no chão, imóvel diante da notícia. Ainda consegui assimilar Nicole vindo em minha direção a passos lentos e se sentando ao meu lado.

Minha mãe chorava incessantemente e eu sabia que ela não poderia oferecer nenhum detalhe minimamente coerente então desliguei o telefone, sem saber se eu mesma teria forças para suportar a história caso ela pudesse contar.

– Mãe, por favor, me diz que não foi o meu pai. – Nicole pediu suplicante e já com os olhos marejados.

– Não foi o seu pai. – Sussurrei sem ousar levantar o tom da voz.

– Então quem, mãe? – Não respondi por medo de dizer as palavras em voz alta, medo do entendimento que me atingiria se eu dissesse – Quem, mãe? – Insistiu.

– Seu tio Kota.

Meu irmão! Não! Meu irmão! Meu irmão!

Não pude me impedir de me sentir culpada por sequer ter pensado nele. E pensar que as últimas palavras dele para mim foram que o nosso pai ainda viveria mais do que nós. É possível sentir saudades daquilo que nunca se teve?

Sinto falta dos anos que nós perdemos sem nos falarmos, falta dos anos que ainda viriam após a nossa reconciliação. Eu jamais poderia vê-lo se casando e tendo filhos que eu faria questão de mimar, jamais poderia admirar sua típica concentração ao esculpir, jamais poderia analisar o formato do seu rosto com um de seus escassos, mas completamente encantadores sorrisos.

Chorei por todos os anos que perdemos, por todas as oportunidades que não teríamos, por toda a proximidade que jamais reconstruiríamos. Chorei alto e sem reservas, chorei sem me importar com quem pudesse ouvir, chorei com minha filha apoiada em meu peito, com os braços em volta da minha cintura e molhando minha blusa com suas próprias lágrimas. Simplesmente chorei.

Não sei se foram minutos, horas ou dias em que permaneci na mesma posição, mas senti quando a respiração de minha filha ficou mais fraca e calma, indicando que ela havia sucumbido ao sono. Em algum momento da madrugada passei a acariciar seu cabelo, sentindo-me incapaz de dormir. Não ousaria me afastar do telefone de qualquer forma, então apenas fiquei me torturando com as lembranças felizes que tivemos quando ainda éramos crianças, mesmo que nossa infância tenha sido pobre.

Fiquei neste estado semivegetativo até que umas vozes alteradas me tiraram da inércia.

– Aspen, volte para a cama. Você não pode fazer esforço ainda.

– Vocês que estão fazendo tempestade em copo d’água. Eu não estou doente e sou um soldado e um soldado não fica parado enquanto precisam dele.

– Avery vai saber cuidar de tudo. Você não precisa ir. – As vozes foram se aproximando.

– Eu vou e isso é assunto encerrado, Lucy.

– Por acaso você não pensou que... – Lucy se interrompeu no topo da escada quando me viu – Meri?

Permaneci em silêncio, disposta a voltar a ficar inerte, e fixei o olhar para nada especificamente, mas aparentemente Aspen e Lucy não estavam dispostos a me deixarem quieta no meu canto. Olhei para os seus rostos quando se abaixaram diante de mim e foi Aspen quem quebrou o silêncio.

– Meri, o que aconteceu? Não me diga que... – Ele não completou a frase, mas eu a entendi. Não me diga que Maxon morreu. Ele me analisou procurando em minhas feições a resposta não dita. Seja lá o que encontrou não pareceu acalmá-lo – Fala o que te deixou assim. Você sabe que nós só queremos te ajudar, mas você precisa dizer o que está acontecendo.

Meus olhos trilharam o caminho até minha mão direita, onde Lucy acariciava agora.

– Meu irmão. – Sussurrei – Kota morreu – admiti e odiei o som dessas palavras.

Aspen e Lucy pareceram ter uma conversa silenciosa apenas a partir dos olhares e eu não estava com a menor disposição para tentar decifrar então apenas ignorei.

– Você tem certeza? – Lucy pediu uma confirmação, mas é óbvio que minha mãe não teria ligado chorando por Kota se houvesse uma mínima possibilidade de que ele estivesse vivo. Assenti.

– Você quer que eu leve Nicole para cima? – Aspen se ofereceu e eu agradeci mentalmente por ele não tentar usar a típica expressão animadora comigo, vai ficar tudo bem. Todos sabemos que não vai ficar tudo bem – Você precisa descansar. Já é quase dia.

– Não vou conseguir descansar enquanto eles estiverem em perigo, mas ponha Nicole na cama para mim, por favor. – Aspen retirou minha filha cuidadosamente do meu colo, para que não acordasse.

– Meri, eu sei que é a última coisa que você deve querer ouvir agora, mas eu realmente sinto muito.

– Obrigada, Lucy.

As pessoas dizem eu sinto muito quando não sabem como agir e geralmente essa frase é tão mecânica e hipócrita que se torna ofensiva, mas a sinceridade de Lucy sempre foi um sentimento palpável. O abraço que ela me oferece em seguida é quase maternal e eu aprecio o que ela está me proporcionando: conforto.

Aspen retorna um instante depois e só então eu percebo que ele estava trajando a mesma roupa de quando invadiu o palácio.

– O que pretende fazer?

– Ir ao Hospital ajudar como eu puder.

– Sozinho? – Perguntei descrente.

– Não. Pensei em levar mais uns cem soldados. Se houver uma luta quando eu chegar, ataco pela retaguarda e Clarkson estará cercado. Talvez seja nossa chance de vencê-lo.

– America, diga para ele que isso é loucura. – Lucy pediu.

– Isso é loucura, mas talvez seja nossa melhor chance, se não for a única. – Aspen lançou um olhar para Lucy de eu bem que te avisei. – Você tem certeza que está em condições, Aspen?

– Eu estou bem, não se preocupe. – Assegurou antes de tocar o rosto de Lucy e tranquiliza-la mais uma vez: - Não se preocupe.

Vi quando se levantaram e foram para um corredor mais ao longe, mas na calada da madrugada não foi o suficiente para me impedir de ouvir o que disseram a seguir:

– Você acha que ela vai ficar bem?

– Vai. Meri é forte. Depois de tudo o que ela passou, ela já aprendeu a lidar com perdas.

– É... O que eu não entendo é essa reação dela. Tudo bem que Kota era seu irmão, mas eles não tinham uma boa relação, mal se falavam, e agora ela está jogada no chão sem se levantar nem para por a filha para dormir.

– Exatamente por isso, Lucy. America e Kota não tinham uma boa relação e é por isso que ela está tão mal, ela queria que tivessem.

– Você acha?

– Eu não tenho dúvidas.

– E o que eu faço?

– Dê um pouco de tempo a ela e depois tente distraí-la.

Quando parei de ouvir suas vozes, deduzi que já tinham se afastado mais. Em poucos minutos, havia mais soldados acordados e se preparando para seguir seu General.

Mais cedo do que de costume, as criadas se levantaram para preparar os suprimentos que fossem necessários e em menos de uma hora, os soldados já estavam a caminho.

POV Maxon

Não é minha primeira luta.

Eu venci os rebeldes quando ainda era príncipe. Eu venci a guerra contra a Nova Ásia nos primeiros anos do meu reinado. Eu contive revoltas em partes isoladas de Illéa que sequer chegaram ao conhecimento do povo. Eu já empunhei espadas e puxei gatilhos. Eu fiz com que o mundo reconhecesse Illéa, mesmo sendo um país novo e cheio de problemas. Eu governei uma Nação.

Mas nunca estive tão nervoso e inseguro quanto agora.

De certa forma, enfrentar meu pai pode ser mais uma chance para eu me provar. Mas não consigo desviar meus pensamentos da preocupação pelos que eu vim proteger.

Eu cheguei tarde.

Quando vi o Hospital da Monarquia ao longe, ele já não estava mais intacto. Vi pessoas correndo e ouvi seus gritos desesperados, vi médicos tentando ajudar pacientes a fugirem e vi quando eles caíam sem forças.

A cena desprezível que se apresentava diante de mim me deixou completamente resoluto e voltei a ser o homem prático e funcional que aprendi desde menino que deveria ser. Antes de avançar, virei para os soldados e ditei ordens que eles seguiram sem questionar.

Alguns soldados ficaram com a missão de evacuar o Hospital e ajudar os pacientes e médicos no que precisassem, outros foram combater os soldados do meu pai e uma pequena parcela foi comigo procurar a Ala em que estavam Magda, Shalom, Kenna e Astra, entre eles, Kota, Gerad e James. Insisti para que ficassem em casa com America e Nicole, mas não houve jeito. Seria impossível impedir James de chegar à esposa e à filha, assim como seria impossível impedir Kota e Gerad de chegarem aos pais. Na verdade, acho que minha filha foi a única causa de America não ter tentado vir também.

Corri para dentro do Hospital sem me preocupar em conferir se estavam me seguindo. Felizmente, os poucos soldados do meu pai que notaram a minha presença em meio à confusão não tiveram tempo de dar a notícia antes de estarem criando poças de sangue próprio no chão frio.

Se meu pai estava esperando que minha família se rendesse, definitivamente algo o fez mudar de ideia. Só espero que ele não consiga o que eu acho que ele quer.

Ala Oito. Ala Oito. Onde fica isso?

Olhei em volta tentando me localizar, e vi sinais de luta por todo o lugar. Desde sangue nas paredes, móveis quebrados e cadeiras reviradas, até corpos imóveis no chão. No ambiente, havia um som agudo, como de uma máquina, que não parava de soar nem por um segundo. Em meio ao caos que o lugar se encontrava, encontrei uma mulher escondida atrás de uma mesa virada no chão. Não teria visto, se a criança agarrada ao seu pescoço não tivesse soluçado, claramente se recuperando de um choro. Era um menino mais ou menos da mesma idade que Nicole que percebeu minha aproximação e me olhou com medo.

– Não se preocupe. Não vou machucá-los. Eu sou...

– Sabemos quem o senhor é, majestade. – A mulher respondeu, mas ainda tinha medo. Olhei para meus cunhados atrás de mim, e eles assentiram, mesmo sem eu ter feito pergunta alguma.

– Como se chamam?

– Jenna e esse é meu filho, Matthew.

– Então venham conosco. Vamos protegê-los.

– Não protegeram meu filho. – Ela abraçou mais forte o menino perto dela e olhou para a cama hospitalar ao seu lado esquerdo.

Aproximei-me da cama e vi um menino que não deveria ter mais do que quatro anos com fios o conectando a uma máquina e com o cabo do respirador mecânico cortado. O som agudo e contínuo que ouvi só podia indicar isso: morte.

– O que aconteceu? Onde estamos? – Perguntei, ainda olhando para a criança.

– UTI, Ala Sete. Eles estavam lutando, seus soldados e os do seu pai, e um entre os do seu pai estava perdendo, então correu e ameaçou meu filho – a mulher soluçava -, o seu soldado se rendeu, mas o outro o matou mesmo assim. E depois eles voltaram a lutar e... Eu não sei mais... Eles... Eles não continuaram aqui. Saíram se atracando pelo corredor.

– Eu sinto muito por seu filho. – Disse, voltando minha atenção a ela – De verdade, apenas em pensar que poderia ser minha filha já fiquei angustiado. Eu posso imaginar sua dor e não desejo isso a ninguém, mas tenho que tirar vocês dois daqui. Estamos indo para a Ala Oito. Onde você disse que estávamos?

– Na Sete. – Voltei meu olhar para James e ele mostrou a mesma preocupação que eu estava sentindo. Se chegaram até aqui, já podem ter chegado lá.

– Vamos ajudá-la, mas temos que ser rápidos. – Estendi minha mão a ela, mas ela não a segurou de imediato. Primeiro, ela olhou em direção ao filho morto, como se relutasse em sair de perto dele, e depois olhou em direção ao menino agarrado a ela e finalmente se decidiu. Ainda há gente para proteger.

– A Ala Oito é por aqui. – Ela seguiu pelo corredor e virou à esquerda alguns metros depois, subindo alguns lances de escadas até chegarmos.

Quando finalmente chegamos, não apreciei nada a visão. Luta, sangue e morte por onde se olhasse. Minhas suspeitas foram confirmadas: Eles já chegaram até aqui.

Reconheci meus soldados lutando e os poucos soldados que Magda permitiu ficarem há dias atrás faziam uma barreira em frente a última porta do setor, sem dúvida nenhuma, a do quarto do Shalom. Infelizmente, a barreira estava disforme pela luta que eles já travavam.

– Gerad, cuide de Jenna e Matthew. – Não esperei por uma resposta, apenas avancei com Kota, James e alguns dos meus soldados.

Lutei instintivamente e sem me preocupar com a quantidade de vidas que eu estava tirando, sem me preocupar com as mulheres que chorariam seus maridos ou com as crianças que ficariam sem pais. Ainda haveria tempo para eu me lamentar ou me corroer de remorso pelos olhos sem vida em rostos cujas últimas feições foram repletas de dor, mas isso é uma guerra e não há tempo para hesitação. Não agora.

Perifericamente, vi quando uma brecha relativamente grande foi aberta na formação dos guardas que vigiavam a porta e me dirigi para lá, desviando de um soco do soldado – agora desarmado – que estava lutando comigo, e acertando-lhe uma cotovelada na orelha esquerda para desestabilizá-lo, seguida de um soco que o deixou inconsciente para combinar com o nariz quebrado.

Gerad também parece ter notado a brecha, porque se aproximava cuidadosamente acompanhado de Jenna e Matthew. Atirei em um soldado que mirava em Matthew e Jenna olhou para trás, assustada pelo barulho, e viu quando o homem que estava prestes a lhe tirar seu segundo filho caiu morto. Ela me olhou agradecida e apertou mais o seu filho contra si.

James também vinha em direção ao quarto. A nobreza fez bem à habilidade deles em lutas, porque estavam todos se saindo muito bem e praticamente aniquilando qualquer que se aproximasse da porta. Se bem que o fato de nossa família estar por detrás dessa mesma porta é um excelente estímulo para lutar.

Agradeci mentalmente à America por ter me pedido para encontrar um professor de defesa pessoal para eles, mas aparentemente os três avançaram muito mais nas aulas do que eu me lembrava, porque foram muito além de uma simples defesa pessoal.

Kota foi o último a cruzar a porta, deixando do lado de fora apenas os soldados.

Não pude deixar de notar o estado frágil de Shalom. Por mais que eu tenha esperanças, nada prepara uma pessoa para ver uma situação tão delicada como um homem praticamente entubado.

Magda correu em direção à Kota e Gerad e James fez o mesmo com Kenna e Astra. Um médico veio em minha direção com uma expressão assustada, mas fez uma reverência ainda assim.

– Majestade, é uma honra conhecê-lo, mesmo que as circunstâncias não sejam favoráveis. Diga-me, senhor, como estão as coisas lá fora? Tenho uma mulher e dois filhos em casa e não tenho notícias precisas do lado de fora. O ataque é apenas ao Hospital, ou toda Angeles está sendo sitiada?

– Acalme-se, doutor...

– Doutor Parker.

– Doutor Parker, apenas o Hospital está sendo atacado, mas eu vim com uma centena de soldados para cá. Logo, tudo ficará bem. Mas agora me diga: como está o senhor Singer?

– A transferência dele foi muito apressada e o estado dele ficou instável, quase o perdemos. Mas conseguimos normalizar. Ainda é tudo muito preocupante, mas não estamos poupando esforços para salvá-lo, majestade.

– Faça o que for preciso, doutor.

Astra veio em minha direção e me apertou em um abraço.

– O senhor está ferido, tio. – Ela tocou num corte em meu braço que a adrenalina no momento da luta não me deixou perceber, mas agora ardia.

– Não é nada demais. Eu vou ficar bem. A pergunta é como você está, querida.

– Fisicamente, estou bem, mas estou com medo. – Confessou. Astra aspirava ser médica, mas estávamos tão presos à nossa casta como um Cinco ou um Seis estariam. Astra é uma nobre e não pode ser nada mais do que isso. Talvez um dia, mas ainda não.

– Eu também. Está cuidando deles pra mim?

– Estou, tio.

– Ótimo. Continue assim. Nossa família precisa de nós, não é mesmo?

Ela assentiu e voltou para perto de James. Magda sorriu para mim e eu fui até ela, mas nenhuma palavra foi dita, apenas um abraço confortador. Se o conforto era para mim ou para ela, isso eu já não sei.

Permanecemos desfrutando dessa nossa estranha e tensa calmaria por quase uma hora, tempo suficiente para que uma enfermeira cuidasse dos nossos ferimentos em batalha.

Mas como nada que é bom dura para sempre, a porta se abriu subitamente e todos nos pusemos em pé instantaneamente.

– Pai?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Oi de novo, pessoas.
Como eu disse nas notas iniciais, tenho algo importante a dizer:
Como retribuição pela exagerada demora, vocês podem escolher um bônus para o próximo capítulo, entre os seguintes:

( ) Um POV diferente - Vocês podem escolher o pov.
( ) Um capítulo maior - cerca de seis ou sete mil palavras.
( ) Um personagem que sumiu da fic - Digam quem e eu trarei de volta.
( ) Um spoiler - Ainda vou me decidir qual, mas vocês podem sugerir sobre o que querem saber.

IMPORTANTE: Apenas considerarei quem votar até às 23h59min. de amanhã. Afinal, o capítulo terá que ser escrito mediante a resposta de vocês, então a votação não poderá se estender.

Não se esqueçam de dizer o que acharam do capítulo.
Beijos e até a próxima.



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