Em Nome Do Pai escrita por Paula Freitas


Capítulo 7
Agradecer


Notas iniciais do capítulo

Provérbio Popular:
"Hoje é o amanhã que tanto nos preocupava ontem".



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O ortopedista correu até sua sala, mas quando estava chegando parou e franziu as sobrancelhas quando percebeu que não era só um paciente que o esperava, mas também o diretor do hospital.

– Doutor Vinícius, isso são horas de chegar?

– É... Desculpe-me, doutor Eron! Eu me confundi com os horários dos plantões...

– Pois fique mais atento de agora em diante! São só seus primeiros dias no hospital, você não quer sair tão rápido, não é?!

– Não, não, claro que não... Era meu sonho trabalhar num hospital como o San Magno...

– Então para continuar com seu sonho, chegue no horário certo! Da próxima vez eu terei que comunicar à presidente!

– Não, eu serei mais atento e mais responsável, doutor Eron! Não se preocupe!

– Assim espero... – Apontou para Niko. – Esse é o paciente que o estava esperando...

– Nossa! Q-quer dizer, desculpa a demora! – Exclamou o doutor ao ver Niko, surpreso pela sua beleza.

– Bom, Niko, você já vai ser atendido agora, eu vou para minha sala, se precisar de alguma coisa você sabe onde fica!

– Obrigado, Eron!

Eron saiu e o médico respirou aliviado.

– Puxa... Venha senhor, por favor! Pode entrar na sala, é bem aqui, eu vou atendê-lo!

O médico entrou e Niko entrou em seguida.

– Desculpe a demora mais uma vez! Não pense que sou desses médicos irresponsáveis, não... Eu sou só meio distraído!

Niko, sempre simpático, respondeu: - Não se preocupe! Eu não esperei tanto assim...

– Mesmo assim... Eu já deveria estar a uns vinte minutos aqui no hospital! Além de distraído, sou azarado!

– Azarado? Por quê?

– É muito azar se atrasar e ainda dar de cara com o chefe, não?!

Niko riu. – É, é mesmo!

– Pois é, é muito azar... Deixe-me ver seu raio-X... – Niko entregou o exame para ele, que continuou. – Essas coisas sempre acontecem comigo, sempre! Como diria um velho amigo... É o apocalipse!

Niko o olhou surpreso.

– O que foi que você disse?!

__

Félix chegou ao Café e logo avistou Márcia. Balançou a cabeça, sorrindo e pensando:

– Como não vê-la com essa flor na cabeça? Ai, ai... Ela não aprende...

Estava sentada numa das mesas com Valdirene e Mary Jane. Félix chegou silenciosamente e tapou seus olhos.

– Mas o quê que é isso? Valdirene quem é que tá me tapando aqui?

Félix fazia sinal para Valdirene não dizer.

– Gentil? É você?

– Não, mãezoca, não é o Gentil, não! – Respondeu Val.

– Mas, quem é? Olha aqui, se for o Carlito, pode parar com essa brincadeira besta...

Félix se revelou dizendo:

– Como ousa me comparar com o Carlito, hein, Hot-Dog Queen?!

– Menininho! – Exclamou Márcia levantando para abraçar Félix.

– Ai, criatura, que saudade!

– Ah, meu menininho... Eu que estava com saudade! Faz tempo que não te vejo, como está lindo!

– Lindo eu sempre fui, Márcia! – Félix ajeitou a sobrancelha com o dedinho. – Agora me deixa ver como está minha queridinha Mary Jane...

Ele a pegou do colo da mãe.

– Boa noite, Mary Jane! Você não me esqueceu, não foi?! – A pequena sorriu para ele quando ele a jogou para cima como fazia com Fabrício.

– Não diz boa noite pra mim também não, Fléx?! – Perguntou Val.

– Ai, criatura, é Félix! Vê se aprende a falar porque eu não quero que a Mary fale errado, ok!

– A Mary Jane fala errado, tá, Fléx! Porque ela é muito pequenininha e não sabe falar muitas palavra ainda, mas a palavra errado ela já sabe! Né, Mary Jane?! Fala aí... Errado!

– Ai, Márcia... Como é que esta criatura que você chama de filha pode ser tão burra a esse ponto crítico?! Gente, isso é o apocalipse! Eu vou acabar levando a Mary Jane comigo para criá-la e educá-la, por que se depender da mãe, ela vira uma periguete burra!

– Oh, mãezoca, ele me chamou de periguete, é isso?! Não sou periguete não, Fléx!

– Mas, quanto a ser burra não se discute...

– Ai ai ai... Parem vocês dois! Ora, isso é um hospital... Bom, aqui não, é uma lanchonete, mas tem um hospital aqui do lado, oras! Mais respeito!

Carlito chegou na porta e fez sinal para Valdirene.

– Já vou, mãezoca! Me dá minha filha, Fléx!

– Não dou não... Ela está bem mais segura comigo! Se não já tivesse os meus eu a levaria! Você prefere o tio Félix, não é Mary?! – Perguntou brincando com a pequena.

– Mãezoca...

– Chega, Valdirene! Deixa a Mary Jane aqui comigo que depois eu levo ela pra casa quando o Gentil sair!

– Tá bom, mãezoca! Vou curtir um tempinho com meu palhaço então...

– Ei, vai nada, senhora Valdirene! Vocês tem outra filhinha pra cuidar que ficou lá com a outra avó, e nem pense em dar mais irmãos pra as duas, viu!

– Nem brinca mãezoca! Eu sei o que estou fazendo, sou inteligência pura, esqueceu?! Cuida bem da minha Mary Jane viu, Fléx!

– É Félix! E cuido sim, melhor que você, sem sombra de dúvida!

Ela saiu fazendo de conta que não tinha ouvido o que ele disse.

Márcia ria dos dois.

– Está rindo de quê, rainha das flores e dos hot-dogs?! Posso saber?

– Acho tão bonitinho quando você e a Val discutem! Parecem irmãos! Você sabe que você é como se fosse meu filho, né Félix?!

Ele sorriu e a abraçou com um braço enquanto segurava Mary Jane com o outro.

– Ah, claro que sei, Tetê! Mas, não vou te chamar de mãezoca como aquela lá não, tá! É muito brega!

Eles voltaram a sentar-se à mesa para conversar.

– Então, me diz... Tá fazendo o que aqui, hein, meu menininho?!

– Ah, Márcia... O carneirinho está se consultando...

– O quê?! O que houve com o carneirinho carneirão?

– O carneirinho carneirão, como você diz, sofreu um acidente... Por minha culpa!

– Sua culpa?! O que você fez com ele, Félix?!

– Calma Márcia, eu jamais faria mal ao meu carneirinho lindo... Mas... – Félix suspirou profundamente e mudou de expressão. – Quando estávamos vindo pra cá, começou a chover e eu garanti que iria ter cuidado com a estrada... O Niko disse que não gostava de viajar com o tempo assim, ainda mais por que nossos filhos estavam no carro conosco... Só que tínhamos que vir para a abertura do testamento do papi...

– Ah... Eu tô sabendo... O Gentil me disse que vai amanhã lá pra casa da sua mãe pra esse negócio aí...

– Sim... Devemos estar presentes... – Ele suspirou de novo. – Ai, Márcia... Se eu pudesse escolher, não iria... Eu não quero saber o que tem no testamento do papi... É minha obrigação, mas... Eu não queria mesmo estar aqui pra isso...

– Sei... Te faz lembrar seu pai, né, Félix?

– Não imagina o quanto! Foi por isso até que eu acabei machucando quem eu mais amo... – Félix encheu os olhos de lágrimas.

– Como assim, meu menininho?

Segurando o choro, ele respondeu: - Eu vinha dirigindo e me distraí com as lembranças do meu pai... Da minha infância e... Tirei a atenção da estrada e o carro derrapou, por pouco não causei um acidente sério! E minha família estava naquele carro, Márcia!

Ao falar em sua família, Félix não segurou uma lágrima que escorreu em seu rosto. A pequena Mary Jane que estava em seu colo tocou em seu rosto com as mãozinhas e enxugou aquela lágrima. Félix se surpreendeu.

– Mary...

Márcia sorriu. – Ela é uma criança, mas sabe o que você tá sentindo, Félix! As crianças sentem quando a gente está triste, deprimido...

– S-sério?! Então, me fala, Mary, me explica... Por que eu não sei! Eu não sei se o que eu sinto é saudade do papi soberano, se é remorso por não ter aproveitado mais a vida ao lado dele, se é a dúvida se estou fazendo bem à minha família, se estou fazendo feliz o carneirinho e nossos filhos mais do que o papi pôde fazer feliz nossa família e a mim nos últimos dias que vivi com ele...

– Félix... Meu menininho... A Mary Jane não sabe te responder isso... Nem eu que sou uma velha sei... Meu amor, existem muitas perguntas que a gente não sabe responder, muitas respostas que a gente não sabe explicar... Mas, tem coisas na vida que não precisam de explicação...

Félix sorriu. – Sabe que o carneirinho, um dia, me disse algo parecido...

...

– Quando eu penso em você, eu sinto... Ai, uma coisa que, eu não sei, não consigo nem explicar...

– Não tenta explicar não, Félix! Sentimento não tem explicação... É assim mesmo... Só existe!

...

– Ah... Esse seu carneirinho é um anjo que caiu do céu na sua vida, meu menininho! Mas, eu estou te dizendo que, às vezes, a gente tenta procurar uma razão pra tudo... E, às vezes, essa razão não existe! Você não tem que buscar resposta pra tudo, ou querer fazer tudo bem feito... Se só fizer com toda a alma, já basta!

– Ah, Tetê... Você é maravilhosa! Mas, o que eu faço pra aliviar esse peso que eu ainda tenho? Essas dúvidas? Uma vez, o Niko me disse que aonde quer que a gente vá, a gente carrega a nós mesmos! Tudo que vivi no passado, Márcia, me faz pensar se estou fazendo direito no presente... Se estou sendo um bom pai, um bom marido, um bom companheiro, um bom amigo... Eu nunca aprendi como ser essas coisas...

– Menininho... A gente não aprende a ser nada... A gente é o que é, o que se torna, e o que é capaz de ser!

Félix sorriu.

– Obrigado, Márcia! Por tudo! Se eu pudesse eu agradeceria a cada pessoa que fez algo por mim, aos que me estenderam a mão como você, o carneirinho... Aos que me perdoaram... Que são tantos...

– E você pode fazer isso quando quiser, Félix! Faça enquanto estão todos vivos...

Félix voltou a derramar uma lágrima.

– Ah Tetê... É isso que me dói... Todos estão aqui, vivos... Mas, o que eu mais queria... Pra aproveitar mais tempo a companhia dele, pra viver os momentos que não vivemos...

– Era seu pai! Eu sei! Mas, Félix, o passado não volta... – Márcia pegou em sua mão.

Félix lembrou, nesse momento, de algo que Niko lhe disse certa vez...

...

– Félix... A gente não pode mudar o passado! Mas, a gente pode impedir que o nosso passado prejudique o nosso presente... E o nosso futuro!...

...

– Márcia... – Perguntou Félix, acordando de seus pensamentos. – Tem tanta gente que gosta de mim, não é?! Mesmo depois de tudo que eu fui, tudo que eu fiz... Até o papi confessou que gostava de mim...

– E você ainda tinha dúvida sobre isso, meu menininho?!

– N-não... Eu... Eu só não aprendi... Ou melhor, não sou do tipo de pessoa que sabe demonstrar muito bem o que sente... Sabe, sabe o que eu acho que eu sinto falta? Do que eu não consegui fazer!

– O que você não conseguiu fazer?

– Agradecer ao papi por ter me amado! Por ter me dado a oportunidade de ouvi-lo me chamar de filho!

– Félix... Será que não foi seu pai que morreu agradecido por ter tido a oportunidade de te chamar de filho?!

Félix se surpreendeu com aquela “pergunta-resposta” de Márcia. Em sua cabeça surgiu a imagem de seu pai morto, na cama, como o encontraram. Estava dormindo, com uma expressão serena, leve, tranquila. Uma expressão de paz.

– S-será que o papi morreu feliz comigo, Márcia?

– Isso eu não sei dizer, menininho... Mas, você pode sentir isso dentro de você!

– Como?

– Falando com seu pai! Perguntando pra ele!

– Como criatura?! Será que eu vou começar a psicografar aqui...

– Não, Félix, você não é nenhum médium! Não seja burro! Olha, quando eu perdi meu pai, nossa, eu chorei, fiquei muito mal, senti muita saudade dele, pensei que ia morrer de saudade... Mas, eu descobri um jeitinho de conversar com ele! Sempre que eu precisava de um conselho, de uma força, eu juntava as mãos, rezava e deixava minha alma ir longe... Aí, parecia que podia ouvir a voz do meu pai dentro de mim... E eu me lembrava dos momentos bons com ele, me lembrava das coisas bonitas que ele dizia, do rosto dele, e matava minha saudade! Eu não me sentia só!

– D-do que você está falando, Márcia?

– Eu estou falando em você elevar sua alma e falar com seu pai... Pra isso, começa falando com o Pai de todos nós que está no céu, e depois, pode ter certeza, as pessoas que a gente ama nunca nos deixam totalmente sós!

Félix baixou a cabeça.

– Márcia... Eu acho que eu nunca rezei, nem sei como é...

Márcia balançou a cabeça em negação.

– Depois diz que não é burrinho... Ai ai menininho, não precisa decorar uma oração! Félix, rezar não é só falar o Pai-Nosso, a Ave-Maria e o que mais quiser, não! Você pode, simplesmente, agradecer por tudo que tem! E você tem tanto pra agradecer, meu menininho!

_

Algum tempo depois, Márcia levou Félix para a capela do hospital.

– Você é da família dos donos do hospital e não sabia que tinha uma capela aqui, menino?!

– Claro que eu sabia, Márcia! Pelas contas do rosário... – Márcia o interrompeu batendo de leve em sua boca.

– Psiu! Nada de soltar suas piadinhas aqui, ouviu!

– Desculpa... – Félix falou baixinho.

– Vai, se ajoelha aí! Logo que eu tô mandando...

– Ai, Márcia, também não é assim! É melhor eu só me sentar...

– Tá, senta! E se tivesse um padre aqui eu mesma ia chamá-lo pra você se confessar! Mas, fica aí quietinho e pensa um pouquinho no quanto você tem pra agradecer... Em tudo de bom que a vida te deu, meu menininho!

– Tem certeza, Márcia?! Olha, minha vida não era um mar de rosas, muito pelo contrário... Você mesma, participou de uma fase horrorosa da minha vida...

– Me diz uma coisa, Félix... Quando foi que você conheceu a minha linda netinha Mary Jane que você diz que gosta tanto?

– E eu gosto mesmo... Ora, foi quando eu estava morando na sua casa... – Ao falar isso, Félix se calou. Estava começando a entender.

– Me diz também, Félix, foi uma fase horrorosa quando você conheceu o Niko?! E, quando foi que você começou a cuidar do seu pai e se entender com ele, hein?!

Félix não respondeu mais nada, ele apenas percebeu. Percebeu que tinha mesmo muito que agradecer à vida. Nos momentos de maior dificuldade, ele encontrou verdadeiros amigos, o verdadeiro amor e verdadeira felicidade.

Félix suspirou profundamente. Baixou o olhar. Voltou o olhar um instante para Mary Jane no colo de Márcia. A menina olhou para ele. Ele sorriu e ela sorriu junto. Então, ele lembrou-se de Fabrício, das tantas vezes que o menino sorriu para ele mesmo antes de ele se tornar seu pai...

...

– Tô falando Félix... Esse meu filhote sorri mais pra você que pra mim!

– É que ele adora meu senso de humor... – Félix brincava com os pezinhos do bebê enquanto ele dava gargalhadas. – Não é, Fabrício? Não é? Olha esses pezinhos, carneirinho, dá vontade de morder...

...

Lembrou-se das vezes em que Niko se declarou para ele...

...

– Eu gosto de você, Félix! Eu queria você mais perto de mim...

...

– Niko, seu coração é burro! Você é inteligente em vários aspectos, mas o coração é burro, por que gosta de quem não te merece! Pronto, falei!

– É verdade, Félix! Olha, eu devo ser burro mesmo por que... Eu gosto de alguém que só me trata mal... Você!

...

– Tem tanta gente que gosta de você...

– Tanta gente não, Niko! Você!

– Eu!

...

– Você tem que fazer piada de tudo, é?!

– Ah, sou assim! Acho que é meu jeito de dizer que... Você mudou minha vida!

– Gostei... Ah, Félix, eu não vivo sem você!

– Eu não vivo sem você, carneirinho!

...

Lembrou-se das vezes em que Niko provou que o amava e que estava disposto a ajudá-lo a lidar com o pai...

...

– Eu só sinto que ele ainda prefira fazer as refeições sozinho, né?! Tadinho... Nem jantar ele vem jantar com a gente...

...

– Félix, meu amor, não se preocupa... Vê se bota uma coisa na sua cabeça: não importa o que seu pai diga de mim, de nós... Eu nunca vou desistir de você! Eu te amo e nunca vou te deixar só!

...

Lembrou-se da primeira vez que seu pai disse que o amava...

...

– Sabe pai... Eu te amo! Eu te amo!

– Eu também te amo... Meu filho!

...

...

Félix já não podia mais conter as lágrimas que escorriam incessantes pela sua face. Mas, ele sorria. Não parava de chorar, mas continuava sorrindo.

Márcia, que estava sentada do outro lado do banco, já distraída com a neta, só percebeu como Félix chorava quando pensou que este ia caindo do banco.

– Félix... Tá passando mal?

Mas, Félix não respondeu. Não precisou. Márcia entendeu o que estava acontecendo com ele. Félix não estava caindo e sim se ajoelhando. Ajoelhado, manteve os olhos fechados inundados de lágrimas. Abriu por um segundo e viu outras pessoas, poucas que estavam na capela naquele momento rezando por seus entes queridos internados no hospital. Olhou suas mãos, fechou os olhos outra vez e juntou as mãos. E ficou ali por alguns minutos.

Márcia levantou e saiu de perto dele, mas não sem se emocionar, pensando:

– Isso, meu menininho... Mais uma coisa que você aprendeu!

...

...


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Notas finais do capítulo

...Continua...
No próximo: o que terá rolado na conversa entre Niko e o ortopedista?!
...



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