Em Nome Do Pai escrita por Paula Freitas


Capítulo 3
Razões


Notas iniciais do capítulo

"A beleza das coisas existe no espírito de quem as contempla." (David Hume)



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Abraçados na cama, depois de fazerem amor, Niko e Félix estavam em total silêncio, apenas aproveitando o momento e o calor dos corpos um do outro. A respiração de ambos voltava ao normal. Félix apresentava um sorriso no rosto. Parecia que o bom-humor havia voltado.

Se pudessem, ambos ficariam assim pelo resto do dia... Pelo resto das vidas. Mas, alguém tinha que quebrar o silêncio, afinal, havia uma família do lado de fora daquele quarto para cuidarem.

Com um beijo estalado em seu companheiro, Niko quebrou o silêncio.

– Eu te amo! – Disseram os dois quase ao mesmo tempo depois do beijo.

Sorriram. Niko pigarreou e titubeou um pouco para perguntar:

– Félix... Quer conversar um pouco?

– Conversar? – Félix estranhou e riu. – Ah Niko, eu devo ter saqueado as trinta moedas de Judas para você querer conversar agora! Corta todo o clima, carneirinho!

– Eu sei amor, mas... Não acha que está faltando alguma coisa?

– Hum... Faltando o quê?! – Perguntou em tom malicioso. – Só se você estiver falando sobre alguma fantasia ou posição nova, senão, não sei o que falta!

Niko corou e sorriu. – Ai Félix, você diz cada coisa!

– Ora... Que é?! Por acaso, você tem alguma fantasia, carneirinho? Pode dizer que eu realizo, se estiver ao meu alcance! Mas, se não for sobre isso, não sei do que você está falando!

– Na verdade, eu acharia muito sexy se você realizasse uma fantasia que tenho...

– Ah ah, não falei?!

– Mas, não estou falando disso, Félix, poxa... – Niko corou mais. - É sério!

– Tá, carneirinho, tentarei ficar sério... Apesar de que vai ser difícil depois de você me confessar que tem uma fantasia sexual...

– Félix, para! Chega tá! Eu tento começar uma conversa séria com você e você vem com coisas nada a ver...

– Ok! Parou! – Félix pôs os dedos na boca e riu mais um pouco, antes de dizer: - Pronto, agora estou sério... Fala, sobre o que você quer conversar?

– Félix, está faltando... Você me dizer o que está acontecendo! Desde... Desde aquela ligação do Eron e agora com a visita do Rafael e da Linda você está estranho! Tem horas que fica super normal como está agora, brincando, sendo você mesmo... Tem horas que se revolta, se aborrece, se entristece... Amor, eu não gosto de te ver assim!

Félix suspirou, tentou, mas não conseguiu evitar ficar com aquela expressão que Niko não gostava de ver.

– Ah, não Félix, não fica assim de novo só porque eu disse isso, por favor! Olha, esquece o que eu disse, tá bem...

– Não, não, carneirinho... Está tudo bem, é sério... É só que... Ai, Niko, eu não quero saber o que tem no testamento do papi!

– Mas, por que, amor? Por que você não quer saber?

– Por que... Ai, não sei, Niko... Acho que tenho medo de ouvir a leitura desse testamento!

– Medo?

– É, medo... – Félix suspirou profundamente. – Tenho medo de ouvir o que ele podia ter reservado para mim!

– Como assim, Félix?!

– Niko... Antes de eu e meu pai nos darmos bem, você sabe como era... Nós já brigamos como cão e gato, nós já fomos quase inimigos... Nos últimos tempos, ele estava doente, morreu de repente, não teve tempo de nada... Me diz, pra que eu vou?! Pra que minha ida até São Paulo para isso é tão importante?! Não deve ter nada naquele testamento para mim! Por que eu tenho que ir, então?!

– Mas... Félix, você... Você não quer ir porque acha que ele não teve tempo de mudar o testamento e tem medo do que ele possa ter deixado escrito, é isso?!

– Ah, Niko, não é nada disso... Eu devo ter secado o Mar Cáspio pra você pensar a essa altura que eu estou pensando somente no que o papi pode ter reservado pra mim!

– Calma, Félix, eu não quis te ofender... Eu só não entendi ainda o motivo de você não querer ir!

– Carneirinho... Eu passei os últimos dias da vida do meu pai cuidando dele e me dedicando a ele, e ele demonstrou que me amava como nunca demonstrou... Mas, antes, eu só tinha lembranças amargas com meu pai! Eu... Eu considerava a Paloma minha rival, por causa do meu pai, porque eu disputava o amor dele com ela... E eu sempre perdi essa disputa! Niko, eu... Eu não quero chegar lá depois de ter vivido tudo, todos os dias maravilhosos que vivi com o papi aqui... Seus últimos dias... E, chegar e ouvir que no testamento o meu nome não aparece do mesmo modo que o da Paloma e do Júnior, e sabe por quê?! Por que, eu vou lembrar que, na época em que o papi escreveu esse testamento, ele e eu... Nós, ainda...

Félix não conseguiu terminar suas palavras, tentando não chorar. Niko completou:

– Vocês ainda brigavam, não é?! Não é isso que você ia dizer?!

Félix fechou os olhos para conter as lágrimas e suspirou profundamente, completando e respondendo a Niko:

– Não, não só brigávamos, Niko! Nós, ainda nos odiávamos!

Niko o olhou com aquele olhar compreensivo que enchia Félix de paz, e falou com a voz serena:

– É disso, então, que você tem medo?! Que esse testamento te faça lembrar os momentos ruins com seu pai?

Félix apenas balançou a cabeça em confirmação. Mas, levantou da cama, vestiu-se enquanto Niko só o olhava, e respondeu antes de sair do quarto:

– Se eu lembrasse só momentos ruins, Niko, eu não ligaria em ir! Mas, o que eu não quero... É lembrar toda minha vida!

Depois disso, só restava a Niko esperar que um milagre acalmasse o coração daquele homem que ele tanto amava e que não suportava ver sofrer.

_

Félix desceu e foi para a espreguiçadeira da varanda que ele tanto gostava. Ficou com o olhar distante. No que ele pensava, nem ele mesmo sabia. Apenas sentia um sentimento de ausência, de carência.

Alguns minutos depois, Niko foi até ele e sentou na cadeira ao seu lado. Porém, permaneceu calado, até que o próprio Félix resolveu se pronunciar.

– Eu sei o que você vai dizer, Niko!

– Como você pode saber, Félix?!

– Nem que eu tivesse salgado a santa ceia para não saber o quanto você é previsível!

– Já que você acha que eu sou tão previsível, eu não vou falar nada, pronto!

Niko apenas permaneceu calado ao seu lado, olhando para o nada como ele. Félix fingiu não se importar, mas aquele silêncio estava sufocante.

O vento frio do fim de tarde de outono batia em seus corpos. Félix notou seu carneirinho ficar com o nariz e as bochechas rosadas por conta do vento frio, mas continuava quieto ao seu lado com os braços cruzados para amenizar a sensação térmica. Félix o olhava e pensava em porque, mesmo com frio, ele não saia dali do seu lado. Aquele homem realmente não desistia dele por nada.

Então, se ajeitou na espreguiçadeira, chegou mais perto e o abraçou, esquentando-o, apoiando a cabeça em seu colo. Niko se surpreendeu, mas compreendeu que aquele abraço não era só para ele, Félix também precisava ser abraçado naquele momento.

Depois de alguns minutos ali, Félix ainda agarrado a Niko, começou a desabafar.

– Ah carneirinho... Eu pensei que eu já tinha superado... Mas, não... Ainda sinto falta do papi... Eu falhei...

– Você não falhou em nada! Você cuidou dele e se preocupou com ele a cada dia, cada instante...

– Mas, eu falhei, Niko! Eu não estava com ele no momento da morte...

– Não tinha como você adivinhar, Félix!

– Mas, ele tinha sentido dores de cabeça... E eu fico pensando se seria diferente se eu o tivesse desobedecido e chamado um médico... Se ele poderia estar vivo...

– Félix, sinceramente... Eu acredito que quando chega a hora, não tem nada que faça diferença...

Félix o soltou e com a voz embargada, continuou:

– Talvez... Mas, eu prometi cuidar dele...

– E você cuidou! Amor, raras vezes eu vi filhos tão dedicados a cuidar de um pai doente como você foi nesse último ano...

– E antes?

– O que tem antes?

– Antes... Eu só pensava no dia em que poderia ler esse maldito testamento... E agora, carneirinho... – Seus olhos encheram-se de lágrimas. – Eu não queria mais que esse dia chegasse nunca!

Niko o abraçou novamente. – Oh Eu sei, meu amor... Estava tudo indo tão bem né... Mas, pensa que seu pai se foi em paz, porque ele teve tempo de aceitar o filho maravilhoso que tem e provar que te amava...

Suspirando e enxugando as lágrimas antes que escorressem pela sua face, Félix respondeu: - É... É isso que me consola, carneirinho... Mas, mesmo assim, eu ainda sinto um vazio aqui... – Ele pôs a mão no peito. – Você não entende, Niko!

– Eu entend...

– Não, não entende... – Félix o interrompeu e falou sério. – A saúde, o bem-estar do papi haviam se tornado objetivos de vida pra mim... Você acha que entende, mas não foi você quem perdeu uma das razões da sua vida!

Niko não conseguiu falar mais nada. Não tinha respostas, também não precisou. Qualquer coisa que poderia ser dita foi interrompida por Fabrício que ia em direção aos pais. Andando com seus passinhos ainda desajeitados, o menino sorriu ao ver os pais e tentou correr ao encontro deles. Niko ficou observando deixando que ele fosse sozinho, para se superar. Félix ainda não havia notado a presença do filho. E, o pequeno se superou. Deu alguns passos mais ligeiros e caiu sentado, mas olhou de novo para os pais e viu que Niko sorria para ele. Então, sorriu, se apoiou e se levantou, voltando a caminhar em direção a eles, até voltar a dar uns passinhos mais rápidos. Já estava mais perto. Quando ia caindo de novo, segurou nas pernas de Félix.

Félix notou, então, e fez um carinho em sua cabeça, surpreso com o filho.

– Fabrício... Veio andando sozinho até aqui?!

O pequeno estendeu os bracinhos para ele, pedindo:

– Papai... Pega papai... Pega...

Félix voltou a sorrir naquele instante, pegando o filho nos braços e brincando com ele. De repente, parecia que toda a tristeza o havia deixado. Niko não parava de olhá-los com o eterno sentimento de esperança de que, assim como Fabrício havia acabado de se superar nos seus passinhos, Félix também ia superar de algum jeito aquela dor. E sua família voltaria a ter plenitude.

Niko levantou, deixando Félix e Fabrício se distraindo. Mas, antes de sair, tocou no ombro do seu marido e disse:

– Eu só espero que você entenda que ainda tem muitas razões para viver!

Niko entrou e Félix o compreendeu. Olhou para Fabrício que o chamava novamente: - Papai... Fio... – E se encolheu em seus braços.

Félix entendeu que o filho estava dizendo que estava com frio. Sorriu e levantou segurando-o, protegendo-o.

– Vamos que lá dentro você vai ficar quentinho... Razão da minha vida!

_

Félix levou Fabrício para dentro e trocou a roupinha do filho. Desceu do quarto com ele, Niko estava na sala com Jayme.

– Olha como estamos quentinhos agora, carneirinho!

Niko olhou e se encantou. Félix e Fabrício estavam vestidos com roupas de frio parecidas, ao estilo pai e filho iguais.

– Ah, que lindos, Félix! Vou vestir um casaco parecido com o do Jayme também!

– Ih, já vão nos imitar, tá vendo Fabrício?! – Disse brincando com o pequeno. - Vão ficar lindos, carneirinho! Agora, toma... – Félix pôs Fabrício no colo de Niko, que logo estendeu os bracinhos para o loiro. – Papai... Pega, papa...

– Ah, vem cá, meu amorzinho... – Disse pegando Fabrício. – E você vai pra onde, Félix?

– Vou ficar um pouquinho lá fora, Niko, só entrei porque o Fabrício estava com frio...

Niko viu em seus olhos que ele preferia ficar sozinho, então não disse mais nada e o deixou ir. Antes que Félix se retirasse da sala, Jayme o interceptou, perguntando:

– Você tá melhor, pai Félix?

Com certeza, o menino estava perguntando por ter notado o pai mais triste desde o dia anterior. Félix não queria que sua família notasse, nem sofresse com ele. Virou sorrindo para Jayme e respondeu:

– Claro, filho! Estou ótimo... Se melhorar estraga! Obrigado, viu!

Jayme respondeu com um sorriso ao ver que o pai estava bem e virou de novo para continuar assistindo TV. Mas, Niko, sabia que seu marido não estava bem... Porém, era melhor dar tempo a ele.

_

Félix foi para a varanda. Sentou-se outra vez na espreguiçadeira. Ficou um bom tempo lá, contemplando o céu anoitecendo. Linda ia chegando e o viu ali parado, sério, pensativo, distante.

– Félix... Está triste?

Ele suspirou e a olhou enquanto ela sentava na cadeira ao seu lado.

– É... Estou, Linda!

– Por quê?

– Por que... Ah, você não entende Linda!

– Linda entende, Félix!

– É que... Você ainda mora com o tio Amadeu e... Você não entende o que é perder o pai...

– Você perdeu seu pai?

– Ele... Ele se foi, Linda!

– Se foi? Para onde?

Félix engoliu o choro que queria sair e sorriu com o toque de ingenuidade da prima.

– Para o céu, Linda! Ele foi para o céu!

Depois de todo aquele tempo como pai de família Félix tinha aprendido a dar umas respostas mais leves, até mais inocentes, para aqueles que mereciam.

Linda foi para mais perto do primo para ver o céu com ele.

– Para o céu? – Ela perguntou apontando.

– Sim, Linda, papi está no céu!

– Então, não fica triste não, Félix! – Ela pegou em sua mão e estendeu a sua outra aberta para o céu. – É só você tocar o céu!

Aquelas palavras o tocaram profundamente, o arrepiaram mesmo que ele não compreendesse muito bem o que ela queria dizer com toda aquela doçura.

– C-como assim, Linda? N-ninguém pode tocar o céu?

– Pode Félix! É só abrir a mão e fechar os olhos...

Ela continuava com uma mão aberta para o céu, como se realmente pudesse tocar o firmamento. Félix estendeu sua mão e repetiu aleatoriamente seus movimentos. Fechou os olhos por um segundo a sentir apenas o vento tocando sua pele. Abriu os olhos e começou a observar melhor o brilho das estrelas que apareciam e desapareciam por entre seus dedos enquanto ele mexia a mão estendida para o céu.

Sorriu ao começar a compreender o que Linda lhe disse. De repente, parecia que havia entrado em seu mundo.

– Linda... Você acha que o papi soberano está mesmo no céu?

– Você que disse que ele foi para o céu, Félix! Então, ele foi! – Félix gostou da resposta da prima.

Ela deu uma pausa e então, perguntou: - Félix... Em que estrela você acha que ele está?

Ele a olhou, surpreso. – O papi... Numa estrela?! – Enxugou uma última lágrima que minou em seus olhos e sorriu. – Linda você é linda! Senta aqui comigo... Me ajuda a procurar a estrela do papi?!

_

Enquanto isso, Niko deixou os filhos na sala e conversava com Rafael na cozinha sobre o quão era indispensável a presença de Félix para a leitura do testamento.

– Eu sei de tudo isso que você me disse, Rafael... Mas, será que não tinha jeito de, sei lá, o Félix saber depois o conteúdo do testamento...

– Não, Niko! Uma das cláusulas é que todos os beneficiados maiores de idade estejam presentes! Nós até podemos adiar a leitura, mas seria só dar mais tempo para uma coisa que tem que acontecer mais dia menos dia! Além disso, uma das vontades do doutor César era de que seu testamento fosse aberto, no máximo, em seis meses após sua morte! E com a presença indispensável dos filhos!

– Eu entendo, Rafael! Mas... Vai ser muito difícil convencer o Félix a viajar! Ele é teimoso, e sofreu tanto... E agora que estava mais recuperado, voltando a ser o Félix de sempre... Aparece isso!

– Eu também entendo seu lado, Niko! Mas, precisamos convencer o Félix de qualquer maneira! Ele precisa mesmo ir...

– E eu vou, Rafael! – Disse Félix que, nesse momento, ia entrando com Linda.

Rafael e Niko olharam para eles e se olharam surpresos. Félix segurava na mão de Linda. Virando para ela, pediu:

– Posso te abraçar de novo, Linda?

– Pode... Pode Félix!

Eles se abraçaram. Rafael ficou surpreso, apesar dos avanços de Linda ela ainda não abraçava qualquer pessoa, só quem ela sentia mais afinidade e segurança.

Segurando em suas mãos, Félix agradeceu: - Obrigado por me ajudar, viu, priminha! Agora, vai com seu maridinho...

– Sim...

Linda foi até Rafael, que pegou em sua mão.

– Bom, é... Vamos passear um pouco na praia antes do jantar, Linda?!

– Vamos, Rafael!

– Então... – Virou para Félix. - Você vai viajar conosco amanhã, Félix?! Assim, segunda-feira já estaremos em São Paulo descansados para... O nosso compromisso!

– Sim, eu vou... – Ele passou o braço em volta de Niko e o puxou para mais perto. – Nós vamos! Não é, Niko?!

Niko sorriu ainda surpreso e confirmou com a cabeça.

Rafael respondeu: - Ótimo! Que bom que você se decidiu!

– Agradeça a sua esposa, advogado escoteiro!

Rafael olhou para Linda tentando imaginar o que ela e Félix poderiam ter conversado. Já Niko estava muito feliz com a atitude do marido, tanto que não quis lhe perguntar sobre o que o teria feito mudar de opinião.

_

Mais tarde, depois do jantar, Jayme e Fabrício já estavam dormindo, quando Rafael disse que ele e Linda já iam se retirar para descansarem para a viagem.

– Boa noite para vocês! – Falou Rafael.

– Boa noite! – Responderam Niko e Félix.

– Boa noite... Niko! – Exclamou Linda lembrando o nome do loiro.

– Boa noite, Linda! Durmam bem! – Respondeu Niko simpático como sempre.

Linda se aproximou de Félix e estendeu a mão aberta para ele. O primo fez o mesmo e tocou na mão dela. Ela sorriu e perguntou:

– Já achou a estrela, Félix?

– Ainda não, Linda... Mas, eu vou procurar tá!

– Tá! Procura! – Ela soltou sua mão e foi de novo até Rafael. – Boa noite, Félix!

– Boa noite, Linda! – Respondeu Félix numa simpatia como Rafael nunca tinha visto. O advogado estranhou, mas preferiu não fazer perguntas e se retirou com a esposa.

Linda e Rafael foram para o quarto de hóspedes. Félix sentou e pôs o braço em volta de Niko, que já não aguentando a curiosidade, perguntou:

– Sobre o que a Linda estava falando? E o que você e ela conversaram para que você mudasse de ideia?

– Sabe, carneirinho... Ela é minha prima e acho que eu nunca tinha falado tanto com ela... Também, eu não estava nem aí para meus primos... Mas, a Linda é mesmo especial...

– Diz isso por causa do autismo?

– Não... Por que ela acabou me ensinando uma coisa... Vem que eu te mostro! – Félix pegou em sua mão e o levou para o quarto.

Lá abriu a janela. Chamou Niko para mais perto. Estendeu a mão aberta para o céu e disse:

– Olha quantas estrelas tem no céu, Niko! Eu só preciso encontrar a estrela do papi e aí, sempre que eu sentir saudade dele, eu poderei senti-lo, tocá-lo... A estrela certa sempre estará ali... Basta estender a mão!

...


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Notas finais do capítulo

continua...
comentem...



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