Capítulo Bonûs - Segunda Parte, Final.

“Alguns erros podem ser fatais,
Alguém pode morrer pra você mesmo ainda vivo.

Mas dizem por ai, em algum lugar, que perdoasse na medida que se ama.
Talvez isso seja verdade,

Por que, olhe pra mim!

Ainda estou aqui, mesmo depois de tudo,

De tantas dores e erros.

Estou te amando.”

Mari Silva.

O silêncio era total na sala.

O castanho no verde.

Ethan olhava o homem a sua frente, seu pai. Bem, ele não tinha tanta certeza se este termo se aplicava a Edward. Não depois dele ter simplesmente o abandonado.

O olhar do pequeno Ethan era magoado. Ele mesmo distante e com uma lembrança quase vaga de sua mãe a amava demais, e o mesmo se referia ao seu pai, mesmo com todos os erros do homem a sua frente ele não podia deixar de sentir amor por ele. Mesmo com toda magoa.

– Ethan.. - Alice murmurou tentando parar ele. Mas ela sabia que agora ele não iria parar, ele ia dizer tudo que queria até o fim. Jogaria toda decepção que teve com seu pai pra fora. Ele precisava dizer.

– Não tia! Ele me deixou! - O pequeno gritou apontando para Edward, esse que observava a maturidade do filho. Como ele exatamente igual a Isabella.

– Ethan isso é conversa de adulto! - Jasper disse tentando puxar o mesmo.

– Não é não! Por que você fez isso pai? - Ethan questionou seu rostinho vermelho, algumas lágrimas caindo.

Edward sentiu seu coração para ao ouvir Ethan o chamar de pai, e logo depois acelerou.

Ele poderia se sentir mais culpado? Ele quase matou sua amada e agora estava lidando com a culpa de ter deixado seu filho, fruto seu e de Isabella.

– Eu.. Eu.. Não é verdade.. Eu.. - Edward tentou achar algo que justificasse, mas ele sabia que nada na terra nem no céu justificaria seus erros.

– É verdade sim! Você não me quis, a mamãe não pode ficar comigo, ela não pode ficar com você, por isso me odeia! - Ele gritou novamente seu rosto mais vermelho que antes.

Edward começou a sentir sua irritação tomar níveis que não eram legais. O que Ethan dizia não era verdade, Se ele o odiasse não estaria ali, não arcaria com tudo que ele precisasse e mais! Não era verdade, se fosse isso ele não estaria ali com medo de perde-ló.

– Cala a boca! - Edward disse seu dedo estirado pra face do menino. - Você não sabe de nada! acho que seus tios o mimaram demais! - Ele disse irritado! Não é possível que até a petulância da mãe o garoto tenha puxado!

– Claro que não sei! Meu pai não me criou pra me dizer as coisas, pra me dizer como a minha mãe era, sua cor preferida! Nada! Eu realmente não sei nada! Se eles me mimaram foi pra suprir a falta que sua posição fez na minha vida! - Ele gritou se aproximando do Edward.

Edward respirou fundo tentando buscar controle. Não era possível que esse garoto fosse capaz de lhe irritar tanto.

– Cala a boca moleque! - Edward gritou. - Se eu não fiquei com você eu tive motivos! Agora sobe e arruma suas coisas por que você vai comigo! - Ele ordenou.

– Eu não vou! Agora quem não precisa de você sou eu! - Ele bateu o pé.

– Você vai!

– Não vou!

– Vai!

– EU. NÃO. VOU! - Ethan gritou.

Edward fechou os olhos na esperança de recuperar o controle, por que sua verdadeira vontade era de sacudir aquele moleque mimado.

– Eu não vou mandar de novo. - Ele disse baixo entre dentes. - Se você não subir agora e arrumar suas coisas eu vou te levar somente com a roupa do corpo.

– Edward! - Alice se intrometeu o repreendendo.

– Ele não tem que querer Alice! ele não queria um pai? então ele vai ter! - Ele disse.

– Mas não é assim que funciona Edward! Ele é uma criança!

– Não interessa Alice! Já subiu moleque? - Edward disse se voltando a Ethan.

– Tio Jazz eu não quero ir! - Ethan disse correndo para Jasper.

– Edward acho melhor vocês conversarem outro dia. - Jasper tentou.

– Não! Ele vai hoje.

– Jazz leva Ethan para arrumar as coisas. - Alice disse ao marido, mas seus olhos estavam fincados no irmão. Subiu com Ethan, com o mesmo reclamando.

– O que você pensa que está fazendo Edward? - Alice disse assim que Jasper e Ethan sumiram.

– O que eu já deveria ter feito a tempos. - Ele disse correndo seus longos dedos por seu cabelo rebelde.

– Ele ainda não tá preparado pra isso Edward. - Alice disse deixando um suspiro escapar.

– Ele vai ter que se acostumar Alice. eu já perdi tempo demais. e hora de por as coisas em ordem. - Ele disse olhando para um ponto invisível.

– Se assim você deseja Edward.. Que assim seja. Mas não o faça sofre, ele já sofre por não ter a mãe, eu não quero que ele sofra mais do que já sofreu por você.

– Eu sei. Eu vou tentar fazer tudo certo dessa vez. - Ele disse dando um meio sorriso.

– Okay, saiba que eu tô aqui se precisar. Não quero que se sinta sozinho. Vai ficar tudo bem, logo. - Ela disse puxando Edward para uma abraço.

– Obrigada Alice. - Ele disse fechando os olhos deixando ser tomado pelo abraço acolhedor da irmã.

***

_ Primeira semana com Ethan_

– Pega seus sapatos por que você não tem empregada garoto! - Edward disse com autoridade pra Ethan que ao passar pela porta de entrada arrastando sua mochila deixou seus sapatos pelo caminho.

– Não tô a fim, se não tem empregada contrata uma! - Ethan disse irritado.

– Eu não sou obrigado a fazer suas vontades seu mimado. - Edward disse contento a irritação.

Ethan apenas o ignorou seguindo para o quarto.

_ Segunda semana com Ethan_

Edward caminhou pelo corredor observando shampoos caros, sabonetes, hidratantes, toalhas, pegadas e sujeiras ao longo de todo corredor. Seus lábios estavam pressionados em uma linha fina somente com a imagem do que Ethan poderia estar aprontando.

Ele caminho mais a frente vendo que a bagunça levava a porta do banheiro social.

Edward parou na porta ouvindo a gargalhada de Ethan e o barulho de água em movimento.

Ele abriu a porta e se deparou com uma bagunça maior ainda se possível, tinha água e espuma para todo lado Ethan estava de pé dentro da banheira segurando uma.. Iguana?

– Isso é uma iguana? - Edward perguntou espantado.

– É. - Ele confirmou sem emoção.

– E O QUE UMA IGUANA ESTÁ FAZENDO DENTRO DA MINHA BANHEIRA ETHAN ANTHONY CULLEN? - Edward gritou com as mãos na temporã.

– EU VOU FICAR COM ELA! - Ele gritou puxando a iguana contra ele.

– NÃO MESMO! - Edward gritou avançando pra dentro do banheiro tentando se aproximar da banheira mais escorregou e caiu antes de chegar ao seu destino.

Edward gemeu de dor com o impacto ouvindo a gargalhada de Ethan.

_Terceira semana com Ethan_

– Eu vou te doar pra fazer sabão moleque! - Edward gritou a o ver sua geladeira de inox toda rabiscada de caneta colorida.

Ethan apenas riu correndo para o quarto.

_ Quarta semana com Ethan_

– Eu desisto Ethan! Desisto! - Edward disse caminhando para cozinha. Ele estava frustrado com toda confusão que Ethan estava causando durante o primeiro que eles estavam passando juntos. Alice ligava bem dizer todos os dias! e nos finais de semana busca Ethan para algumas horas de diversão.

O garoto simplesmente era uma peste! Aprontava uma atrás da outra, ele sentia que era um milagre não ter nenhuma ligação da escola ainda.

– Novidade! - Ethan gritou entrando pela cozinha segurando Marlon sua iguana, sim ele tinha ficado com a iguana mesmo Edward dizendo que não.

– Eu vou te devolver pra sua tia! Ou te vender pra fabrica de sabão moleque mimado! - Edward disse batendo a porta da geladeira com força.

– Devolve! Eu não me importo! Você nem está tentando pai! Desde que eu cheguei tudo que eu tenho de você são gritos e broncas! eu nem sei por que me quis aqui se você nem está tentando fazer o certo! - Ethan gritou e lágrimas desceram por seu rosto pequenino.

Edward o fitou deixando que as palavras daquela criança fizesse o efeito que ela faria sobre si.

Ele não estava tentando? Como não? se tudo que fez foi tentar! Mas o garoto tinha uma teimosia do cão!

– Não é verdade Ethan! Eu estou tentando! Mas você não permiti! - Ele gritou impaciente.

– Você sempre faz isso! Você joga suas responsabilidades em cima dos outros! - Ethan gritou marchando para fora da cozinha e minutos depois Edward ouviu a porta sendo batida com força.

Edward sentou em uma das cadeiras do balcão apoiando sua cabeça sobre o mesmo.

Ele não sabia o que fazer, não tinha noção de como ser pai. Ethan tinha razão, ele não estava tentando.

– Amor, Bella .. você precisa voltar.. você tem que voltar.. eu não sei o que fazer.. volte.. - Edward sussurrou em meio as lágrimas silenciosas.

***

Na mesma hora em outro lugar da cidade.

O bip do aparelho aumentava freneticamente médicos tentavam fazer de tudo pra salvar a bela mulher que estava em coma por anos.

Seu coração estava muito acelerado, os médicos não sabiam explicar o por que.

E por exatamente um segundo o bip cessou e o silêncio reinou na sala do hospital. Os médicos se encaravam sem saber o que fazer, ele conheciam bem o marido daquela mulher, bem o suficiente pra saber que ele enlouqueceria com a noticia de que algo aconteceu aquela mulher.

Mas derrepente o silêncio foi interrompido, os olhares dos médicos ali presente eram de incredulidade. Não era possível que algo desse grau acontecesse.

Mas aconteceu.

***

– Ethan.. - Edward chamou do outro lado da porta, sua testa apoiada contra a mesma.

– Eu não quero falar com você. - a voz do menino soava quebrada e magoada.

– Me desculpe. olhe abra a porta e vamos conversar. - Edward pediu, sua voz estava rouca devido a crise de choro que teve na cozinha.

– Eu não quero! Vai embora! Você não ia me devolver pra tia Alice? então chama ela! - ele gritou.

Edward sorriu, ele era tão igual a mãe que chegava ser irritante.

– Tá rindo de que? - Ethan perguntou.

– De você! - Edward disse ainda sorrindo. - Você é tão parecido com sua mãe. - Ele disse com um sorriso saudoso.

– Sou? - Ethan perguntou. Era possível notar a curiosidade em sua voz.

– Sim, esse jeitinho irritado, suas palavras.. Você sabia que seus olhos são idênticos ao dela? - Edward perguntou se sentando contra a porta seus dedos correndo pelos fios dourados.

– Tia Alice me disse isso.. - Ele murmurou com a voz baixa, o que fez Edward ter a certeza de que ele estava sentado contra a porta como ele.

– A cor preferida da sua mãe era verde, ela amava comer doce em compota direto do pote, amava usar minhas camisas… - ele sorriu lembrando da sua amada. - Amava o sol, por isso que deixei o estados unidos, por ela. Ela amava o Rio, dizia que era aqui que ela se sentia em casa. Apesar de não falar muito bem o português. - Edward riu.

– Ela gostava de sorvete? - a voz do menino soou tímida através da porta.

– Sim, e Deus como gostava! Ela enchia o nosso carinho do mercado com potes de sorvete, mas o seu preferido era morango. Ela amava morangos. - Edward sussurrou.

– E música? Ela gostava? - Ethan perguntou.

– Sim, amava um bom e velho rock.. mas ela ouvia de tudo! Até One Direction acredita? - Edward riu.

– Sério? - Ele quis confirmar. Edward podia sentir o riso em sua voz.

– Sim. - Edward responde.

Ficaram alguns minutos em silêncio.

Edward ouviu Ethan fungar baixinho o fazendo saber que ele chorava.

– Ethan, me desculpe.. Mas eu não sou bom em ser pai entende? Eu não quero que você me odeie, nem precise de mais ninguém. Eu quero ser bom pra você. Mas você precisa me ensinar a fazer isso. Por que eu não sei o que fazer, eu sempre pensei que eu e a sua mãe passaríamos por isso juntos.. mas não aconteceu.. eu estive preocupado demais com a ferida que estava aberta em meu peito desde que ela fechou os olhos, eu sinto muito.. eu sei que eu não tenho sido bom.. Mas eu quero acreditar que vai ficar tudo bem. Pode não parecer mas eu te amo, de verdade! Como não amar você homenzinho irritante.. - Edward riu. - Sangue do meu sangue, fruto do amor da minha vida! - ele deu uma breve pausa. - Eu só não conseguia olhar pra você, eu acho que a culpa foi tão grande que eu te afastei, e no final pode não parecer, mas eu estava me sentindo culpado por tirar Isabella de você antes mesmo de você a ter.. eu quero que fique tudo bem entre a gente, que a gente tente, mas eu preciso de ajuda.. eu não vou conseguir sozinho.. Mas se você não quiser ficar tudo bem.. eu te levo pra sua tia. Eu só.. Sinto muito. - Ele desabafou fechando os olhos.

A porta foi aberta fazendo o corpo de Edward tombar pra trás, Ethan pulo em cima dele envolvendo seus braços em torno do pescoço de Edward.

– Eu não te odeio pai. Eu apenas precisava ouvir isso. Que você está tentando. Eu não quero ficar com a Tia Alice, eu preciso ficar com você! eu vou te ensinar a ser uma pai maneiro, eu vou ensinar tudo que você precisa.. - Ethan começou a falar sem parar fazendo Edward gargalhar.

– Ei, ei, ei respira moleque! - Edward riu envolvendo o filho em um abraço. Ele encarou o filho, ele tinha a certeza de que daria a vida por aquele moleque. - Eu te amo Ethan. - Ele disse com os olhos vermelhos tentando reprimir o choro. - Um dia vai ficar tudo bem. - ele disse apertando o filho nos braços.

– Eu sei pai, eu sei que vai.. - o menino disse com fé.

Ficaram alguns minutos em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro.

O telefone tocou fazendo os dois se assustarem e depois gargalharem.

Edward levantou com o filho no colo caminhando para a extensão do aparelho que tinha no corredor.

– Cullen. - Disse ao atender o telefone.

– Sr. Cullen aqui é do hospital onde a Sra. Isabella está. - Disse a voz calma e polida.

– Ethan vá escolher um filme para vermos. - Edward disse tenso o colocando no chão. Ethan obedeceu ao pai e foi escolher o filme. Edward se encostou na pare suspirando. - Prossiga. - Disse ele a voz do outro lado da linha.

– Tivemos uma mudança brusca no quadro da Sra. Isabella, o Dr. quer vê-lo pediu que o Sr. viesse o mais rápido possível. demais.

– Eu estarei ai em meia hora. - Murmurou encerrou a ligação.

Tinha que ficar tudo bem, que não seja nada demais, que não seja nada ruim.. Edward implorava silenciosamente.

***

– O que aconteceu? = Edward perguntou assim que encontrou com o médico.

– Eu acho melhor ver o senhor mesmo. - O médico murmurou caminhando pelo corredor branco e claro demais.

Edward segui durante todo caminho em silêncio

Até parar em frente a um quarto. O que ele estranho já que Isabella estava na Unidade de Tratamento Intensiva.

– O que estamos fazendo aqui? - Edward perguntou. Ouviu vozes vindo do quarto. Ele franziu a sobrancelha, ele não estava entendendo nada.

O Dr. abriu a porta fazendo Edward paralisar com a cena.

Isabella estava de pé, Isso mesmo de pé do outro lado do quarto enquanto proferia palavras rude contra a enfermeira que tentava fazê-la se alimentar. Seus cabelos estavam uma desordem total, nenhuma camisola de hospital jamais ficou tão perfeita em alguém como ficou nela. Seus olhos pararam em Edward o fitando e a linda de irritação que estava em sua testa sumiu por um momento, e um sorriso nasceu em seus lábios rosados. Mas logo sumiu quando a enfermeira novamente insistiu que ela comesse.

– Eu não quero a porcaria dessa comida sem sal! Edward diga ela pra não insistir! - Ela disse irritada caminhando na minha direção. eu estava totalmente paralisado sem reação!

Ela estava de pé depois de sete malditos anos! Meu Deus ela estava de pé, ainda possível discutia sobre comer com uma enfermeira! Se for um sonho não me deixe acordar por favor!

– Edward?- Ela me chamou novamente. Eu sem me conter a puxei para meus braços a apertando com toda a minha força.

– O que foi? Você está bem? - Ela perguntou se afastando um pouco para me olhar. Algumas lágrimas estavam descendo pelo meu rosto.

– Eu que devia estar fazendo essas perguntas.. - Eu disse rindo em meio as lágrimas.

– Eu estou bem. - ela disse mordendo os lábios, e Deus! Como eu queria a beijar! Mas precisávamos conversar.

– Que bom.

– Cadê o nosso bebê? Eu o perdi não é? - Seus olhos brilhavam com algumas lágrimas presas.

– Como? Dr? - Eu me virei pra o médico confuso. Ela não se lembrava? ou ele não tinha contado nada a ela? - Eu vi ele sacudir a cabeça respondendo as minhas perguntas mudas.

– Isabella.. - Eu pronuncie seu nome com saudades. - Precisamos conversar. - Eu disse temendo a sua reação.

– Conversar? Eu o perdi não é mesmo? - Ela deixou algumas lágrimas cair.

– Não, não.. Isabella. - Eu disse tentando a acalmar. - Nosso filho está vivo! - eu disse.

– Mas.. - ela engoliu um soluço que tentava escapar. - Como? Eu não o sinto, eu… Edward… - Eu podia sentir o desespero em sua voz.

– Calma, senta. - Eu disse a puxando para a cama. A enfermeira e o médico saíram nos dando privacidade. - Eu vou te contar tudo.

***

Isabella olhava para Edward com os olhos vermelhos de tanto chorar. Ela não conseguia acreditar que tinha ficado “Apagada” por exatamente sete anos! Era demais pra ela acreditar, acreditar que perdeu sete anos da vida do seu filho.. sete anos que ela deixou sua vida pra trás e simplesmente apagou.

– Isabella.. eu sei que você deve estar confusa, em choque.. mas, diga alguma coisa. Você já esteve em silêncio por tempo demais. - Edward murmurou.

– Eu.. minha nossa! eu perdi sete anos da minha vida Edward! Sete anos! Meu Deus! Eu.. - ela não terminou a frase, apenas cobriu seu rosto com as mãos e chorou.

– Edward esperou silenciosamente que ela estivesse mais calma para dizer algo, apenas ficou ali em seu lado, pedindo silenciosamente que agora as coisas começassem a da certo.

– Como eu vim parar no hospital? - ela perguntou derrepente fazendo Edward se assustar.

– Você não se lembra? - Edward perguntou sem emoção. Ele não queria lembrar daquele maldito dia.

– Não.. - Ela disse o olhando nos olhos.

– Então é melhor deixar pra lá. - ele disse se levantando e lhe dando as costas, seus dedos castigando seu cabelo.

– Como assim deixar pra lá? - Ela perguntou irritada. - Eu estou em um maldito hospital, acabo de saber que perdi SETE anos da minha vida e que não lembro a merda que me trouxe aqui! e você quer deixar pra lá? Com é a porcaria do seu problema? - Ela gritou as palavras indignadas para ele.

– Eu quero fazer tudo certo dessa vez Isabella, não me obrigue a contar o que aconteceu! Eu não quero fazer o machucado sangrar mais! Isso vai interferir no nosso presente, futuro! Na vida do NOSSO! Então não me obrigue a contar algo que vai nos fazer sangrar! - Ele disse virando para lhe encarar.

– Foi algo assim tão ruim? Algo que pode mexer com tudo? - ela perguntou com uma voz baixa e quase amedrontada.

– Sim. - ele murmurou. - Eu só quero que agora tudo fique bem. Eu não sei se eu tenho mais estrutura para suporta coisas piores. - Ele disse em um fio de voz.

Definitivamente Edward Cullen estava quebrado.

Aos pedaços eu diria, seu coração doía só com a possibilidade de perde Isabella, perde pra ouro, pra vida!

Isso era algo que ele não suportaria.

***

DOIS MESES E MEIO MAIS TARDE.

– Eu acho bob esponja idiota, e sem noção! - Edward murmurava insatisfeito por Ethan e Isabella terem conseguido o convencer de que na noite de filmes e desenhos eles deveriam ver Bob Esponja.

– Não seja tão chato pai! - Ethan rebateu se jogando em cima dele na sala de Tv.

Ethan depois de ter aprendido com a mãe a fazer biquinho e os olhos brilhantes conseguia arrancar tudo que queria de Edward igualmente a mãe.

Eles era meio que inseparáveis, Isabella Ethan.

O encontro deles foi simplesmente lindo. Mesmo ocorrendo dentro de um hospital, naquela sala não teve uma pessoa que não se acabou em lágrimas. era algo simplesmente impossível!

Os médicos ainda não sabiam dizer o que tinha ocorrido, a medicina não tinha uma resposta para tal coisa. Ninguém sabia, alguns arriscavam a dizer que foi sua mente. se protegendo de algo ruim.

E por falar em coisas ruins… Isabella se lembrou, de tudo. Em exatas duas semanas em casa ela se lembrou. De primeira tudo que ela conseguia fazer era chorar, sentir raiva, se sentir traída e quebrada.

Ela sabia desde de sempre que Edward era ciumento e possessivo, mas não sabia que sua possessão o levaria a tanto.

Ela simplesmente foi incapaz de olhar em seus olhos durante um mês inteiro, ela não conseguia se sentia quebrada. Ela pensou que fosse incapaz de sentir uma dor tamanha a que ela sentiu.

Mas passado o mês a falta que ela sentia dele se tornou maior que a magoa, maior que o orgulho, maior que qualquer sentimento que a feriu.

Então eles tiveram uma conversa aberta. Edward contou tudo, desde de quando James lhe contou a suposta traição até ela acorda em um hospital.

Ela expôs seus medos e insegurança referente a ele.

Ele compreendeu. Disse que faria tudo e mais um pouco pra que a confiança que ele quebrou fosse reconstruída.

Eles ainda não estavam cem por cento. Ela ainda tinha seus medos e inseguranças, mas Edward estava mais carinhoso com ela e Ethan e dava de tudo e um pouco mais pra ver os seus sorrisos.

Eles não estavam vivendo uma vida perfeita, até por que uma vida completamente perfeita não existe.

Mas eles estavam fazendo JUNTOS tudo ficar bem.

***

Terminaram de assistir o desenho e Ethan já estava sonolento nos braços do pai.

Edward se levantou com o mesmo nos braços e caminho em direção ao quarto do menino, Isabella desligou as luzes e o seguiu pronta pra fazer sua rotina de todas as noites juntamente com os homens da sua vida.

Chegaram ao quarto de Ethan, Edward deitou o menino na cama sonolento e se deitou no lado do menino, deixando o lado oposto para Isabella que logo ocupou o espaço.

Isabella se curvou sobre o filho deixando um beijo carinhoso em sua testa. Era assim todas as noites ela e Edward se deitavam com o filho, contavam uma história até o mesmo dormir.

– Mamãe? - Ethan a chamou com a voz arrastada pelo sono.

– Sim, meu pequeno príncipe. - ela respondeu.

– Me conta uma história. - ele pediu quase fechando os olhos.

– Isabella sorriu. Ela tinha uma história.

– Claro meu amor. - ela disse arrastando seus dedos pelos fios de cabelo do menino que estava aconchegado ao pai.

– Era uma vez..– ela começou. - Uma menina que não tinha muito, na verdade quase nada. - ela sorriu. - ela desejava muito ser feliz, encontra seu amado e viver ao sol.. - ela disse sussurrando a história, seus olhos estavam presos nos de Edward que a encarava de uma maneira tão intensa, que nada se podia ver ali, se não, amor. - E um certo dia, caminhando pela rua da vida, ela encontrou seu príncipe. O mais perfeito príncipe. - ela disse sorrindo. - Ela o amou de primeira. Ela sabia ao olhar nos olhos mais belo que ela já tinha visto que tinha encontrado seu lugar no mundo. - Ela disse sorrindo.

– E o príncipe naquele momento soube que tinha encontrado sua princesa.. -Edward continuou a história sorrindo. - Mas havia um problema, o príncipe era muito ciumento referente as coisas que lhe pertenciam, e algumas vezes o príncipe errou, erros muito graves. - Ele disse desviando os olhos dos de Isabella.

– Mas a princesa não se importou, ela o amava muito, e ainda o ama. - Ela disse com determinação.

– Isso por que essa princesa tem o coração bondoso demais. O príncipe será eternamente grato a sua princesa por amar e perdoar seus erros. Ele promete a amar eternamente. - Ele disse.

– Enquanto viver. - Ela completou

– Eles realizaram seus sonhos. - Ele sorriu

– Sim, e agora estão vivendo seu felizes para sempre. - Ela murmurou sorrindo.

Ele a encarou mais uma vez, ele sabia, que ali, através daquela história, ela estava dizendo que tudo ficaria bem.

Eles se amariam, independente dos erros do passado, até por que esses era impossível de apagar, mas enquanto vivessem.

Eles começaram com “ERA UMA VEZ” e agora estavam vivendo o seu felizes para sempre.

“... Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.”

I Coríntios 13:13

The End
Era Uma Vez.