– Venha comigo. AGORA! – Carol obedeceu a ordem de Julia e a seguiu. Julia a guiou para fora do colégio rapidamente. – Não acredito que ela era uma Lâmia e eu não percebi. Que ótima ninfa eu sou.

– Ótima o que?

– Longa história. Depois que chegarmos no Acampamento você vai saber de tudo, mas agora temos de sair daqui.

Carol não sabia o que dizer. Não estava entendendo o que acontecia ali. “Será que estou sonhando? Será que daqui a pouco vou acordar na minha cama, suando? Será que estou ficando louca?” Ela não sabia responder essas nem várias outras perguntas, mas fez tudo o que podia, seguiu Julia para fora.

Pararam de correr algumas quadras depois. Carol já ofegava, mas Julia mal parecia afetada pela correria.

– Precisamos dar um jeito de chegar à Long Island. – disse Julia.

– Long Island? Isso fica à horas daqui.

– Não do jeito certo. Vem. Precisamos chegar à alguma praça.

– Okay. – Carol a seguiu, retomando a corrida. Chegaram à praça da cidade poucos minutos depois.

As plantas haviam sido recentemente aparadas e o local cheirava muito bem.

– Fique aqui um segundo. Vou pedir a ajuda das ninfas daqui. – Julia avançou para o meio das árvores da praça. – IRMÃS! PRECISO DA AJUDA DE VOCÊS. – as árvores ganharam vida à frente dos olhos de Carol. Jovens moças de pele esverdeada saíram de dentro delas. Julia transformou-se em um ser igual às jovens que apareceram. “Então é assim que ela é de verdade. Que linda”. – Preciso que entrem em contato com Quíron ou com um dos guardiões. Fomos atacadas pela Lâmia agora à pouco. Temo que haja outros monstros por perto.

Algumas das Ninfas desapareceram ali mesmo, enquanto as outras formavam um circulo ao redor da praça. Uma delas virou-se para Julia e disse:

– Vamos protegê-las enquanto elas não retornam com um protetor. – sua voz era firme e determinada. Parecia ser a mais velha do grupo, embora fosse difícil dizer com certeza.

– Sei que vão irmãs. E agradeço. – disse Julia com uma voz firme. Virou-se para Carol e disse: - Vamos esperar. Creio que algum protetor ou guardião chegará em breve.

As irmãs de Julia permaneceram atentas por todo o tempo. Cerca de trinta minutos depois da partida das outras Ninfas, apareceu ali um grupo de monstros horríveis, parecidos com a Lâmia, possuíam duas serpentes no lugar das pernas, e tinham uma língua de cobra. Seus nomes eram Dracaenaes, pelo menos fora isso que Carol entendera do que Julia dissera.

As mulheres serpentes atacaram as Ninfas ferozmente, tentando alcançar a presa do dia, ela. Foi nesse momento que Carol olhou para Julia e disse:

– Não posso ficar aqui esperando que morram por mim. Dê-me o facão.

– Não posso. É muito perigoso Ca.

– Dê-me o facão.

– Já que não posso te impedir, tome isto, é melhor que um facão. – Julia lhe estendeu uma espada longa, cerca de oitenta e três centímetros, seu peso se adequava completamente à mão de Carol.

– Obrigado Julia. – Carol saiu em disparada contra a Dracaenae mais próxima, perfurando sua barriga com um golpe lateral. Ela seguiu em direção à segunda brandindo a espada ao lado do corpo, impedindo que outros monstros se aproximassem.

Carol matava monstro atrás de monstro, brandindo a espada com uma fúria assassina. Seus olhos mostravam raiva. Foi então que um hibrido de homem e bode apareceu no meio da praça.

– GROVER! – Julia o chamou. O hibrido chamado Grover olhou para ela. – Ajude-a. Ela não vai aguentar por muito mais tempo.

– Não? – perguntou Grover zombeteiro. – Pra mim parece que ela brande uma espada quase tão bem como Percy.

– Não fique de graça Grover. Vá ajuda-la. AGORA!

Grover trotou muito rápido até perto de Carol e começou a chutar os monstros a medida que se aproximavam das costas de Carol, enquanto a garota transformava em pó todos os monstros que se aproximavam pela frente.

Em pouco tempo, todos os monstros estavam exterminados. Foi então que Carol se virou para Grover e disse:

– Que diabos é você?

– Sou um Sátiro minha cara. Um guardião do mundo animal. Meu nome é Grover. E o seu? – disse ele enquanto na Ninfas se retiravam.

– Carol. Carol Stuart.

– Bem-vinda à família Carol. Pelo jeito que você luta, acho que deve ser filha de Ares ou de Atena. – Grover disse.

– Meu pai é Steven Stuart. Tenho certeza que seu nome não é Ares.

– Então é mãe. Aposto em Atena. E você Julia?

– Nem imagino Grover. Vamos, vamos sair logo daqui. Precisamos leva-la até Quíron.

– Venham. Vou chamar a Carruagem da Danação. – Grover acenou pra que o seguissem.

– Você quer mata-la de susto no primeiro dia?

– Não tem outro jeito Julia. Ela precisa chegar lá logo. Não importa quem seja a mãe dela. Os monstros a seguem, o fedor dela é forte demais.

– EI! – defendeu-se Carol. – Eu não fedo!

– Outro tipo de fedor minha cara. – disse Grover. – Um fedor que só os Meio-sangues têm.

– Meio... Meio o que?

– Meio-sangues. Mestiços entre humanos e deuses. - disse Grover sem rodeios. – Os deuses gregos e romanos não morreram Carol. Eles estão vivos, e vivem aqui nos Estados Unidos. E, às vezes, têm filhos com humanos. – ele apontou para Carol. – Como você.

– Então, o que vocês dois estão dizendo é que eu sou filha de algumas deusa grega ou romana?

– É isso mesmo que estamos dizendo. Porque é o que você é. Eu sei que a verdade pode ser mais confusa que a realidade, mas ela é o que é, e não vai mudar. Você tem o sangue dos deuses na veia Carol. Você é diferente dos mortais. Você é poderosa. E creio que mais poderosa do que deveria ser. Você tem um propósito no mundo, não sei qual, mas tem. Estaremos sempre aqui quando precisar de nós. E quero lhe apresentar alguém que pode te ajudar com isso. Alguém que passou por situações horríveis, lutou contra titãs e gigantes. – disse Grover calmamente.

– Ele... Ele lutou contra os titãs? E sobreviveu? – Carol não conseguia acreditar no que ouvira.

– Sim. Ele é o único filho vivo de Poseidon. Seu nome é Percy Jackson. – disse Julia.