O clima estava pesado entre eles. Um silêncio incômodo reinava no quarto onde eles se encontravam. Grissom foi quem quebrou o silêncio primeiro.

_ Como você está? – ele perguntou preocupado, sem tirar os olhos dela.

_ Com uma ressaca horrível, mas vou sobreviver – ela respondeu pouco à vontade. Estar quase nua diante de Grissom não a fazia sentir-se à vontade – Me lembre de nunca mais me exceder na bebida.

Em uma sintonia que nenhum deles soube explicar, Grissom e Sara observaram o aposento em que se encontravam. Perguntavam-se mentalmente como haviam chegado ali. Era uma suíte espaçosa, com uma grande cama redonda. As paredes eram brancas. As janelas davam para uma linda vista de Las Vegas. Mais ao canto havia uma linda e espaçosa banheira de hidromassagem.

_ Você faz ideia de onde nós estamos? – ela indagou com a esperança de que ele soubesse.

_ Não faço ideia – ele respondeu baixando o olhar. Daria tudo para saber o que havia acontecido na noite passada.

De repente sem saber como ou por que, ela olhou para o delicado relógio em seu braço e espantou-se com as horas.

_ Estamos atrasados para o trabalho. Estou perdida! – declarou ela tristemente.

_ Com certeza, seu supervisor será complacente. Ele também está atrasado – ele disse sorrindo.

_ Temos que sair daqui logo, e descobrir onde estão nossos carros – ela corou um pouco e tomou coragem para falar – Você, poderia... hummm... virar-se enquanto eu visto minha roupa?

Ele obedeceu, embora estivesse louco para saber se o corpo de Sara era exatamente igual ao de seus sonhos. Ela pegou as roupas que estavam espalhadas pelo chão e vestiu-as rapidamente. Depois foi a vez de Grissom vestir-se. Sara também virou-se para dar-lhe privacidade, embora também tivesse curiosidade para saber o que se escondia por debaixo daquelas roupas todas.

Antes de sair do quarto de hotel, descobriram que a estadia dos dois já estava paga e que eles mesmos haviam pagado. Foi uma surpresa.

Descobriram que o hotel não ficava muito longe da boate em que estiveram na noite passada. Descobriram também que haviam deixado seus carros lá também. Ficaram aliviados. Era um problema a menos.

Antes de entrar no carro, Sara fez-lhe um pedido.

_ Grissom... – ela hesitou um pouco antes de continuar – Não comente sobre nosso casamento no laboratório.

_ Porque?

_ Porque entraremos com o pedido de divórcio e será como se nada tivesse acontecido.

Grissom ficou decepcionado. Ele queria aquele casamento. Ele queria Sara ao seu lado.

_ Mas aconteceu... O que houve tem por trás algo muito maior. Muitos se embebedam e não se casam. Sem inibições a gente segue o próprio sentimento.

_ Está querendo dizer que estou apaixonada por você? – era verdade, mas ele não precisava saber.

_ Talvez. Nós nos casamos ontem, pelo amor de Deus! Isso significa algo.

_ É significa! Significa que bebemos demais e cometemos um erro.

De repente um lampejo de memória passou por seu pensamento.

_ Oh! Meu Deus!

_ O que foi? – perguntou Grissom assustado.

_ Não podemos ser casados e trabalhar no mesmo turno.

_ Por quê não? Eu posso explicar ao Ecklie...

_ Explicar o que? Que bebemos de mais e nos casamos. Isso é ridículo! E não, você não pode.

_ Por que não?

_Porque seremos alvo de risos de todo o laboratório.

_ E daí?

Ela bufou. Não tinha como convencê-lo. Mas tentaria.

_ Me prometa Grissom, que você não falará nada para ninguém enquanto não resolvermos isso.

Ele se apiedou dela. Percebeu o quanto ela estava preocupada.

_ Tudo bem. Eu prometo. Mas não se esqueça de que nossos amigos são CSI’s...

Ele disse isso e entrou no carro, dirigindo para sua casa. Sara fez o mesmo. Precisava de um bom banho e se arrumar rapidamente para ir ao trabalho.