Lei da Paixão escrita por Bia Flor Escritora


Capítulo 21
Chegadas Inesperadas


Notas iniciais do capítulo

Queridas leitoras, me perdoem pela demora! Mas agora tenho pouquíssimo tempo para escrever e digitar. No entanto tenham a certeza de que não abandonarei a fanfic



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Um mês! Um mês havia passado tão rapidamente como a brisa matutina que se esvai facilmente à vista. Sara observou impotente o tempo passar sem que nada pudesse fazer para retardá-lo, apressá-lo ou alterá-lo.

Fazia exatamente um mês que ela havia recordado parte do que havia acontecido na noite em que toda a equipe do Laboratório de Criminalística de Las Vegas saiu para divertir-se na Boate Evolution. A fatídica noite que mudara completamente sua vida, a ocasião em que ela e Grissom se casaram após uma noite de bebedeira. Como se arrependia do momento de estupidez!

Na ocasião se encontravam na cozinha para o lanche antes de irem trabalhar, então ela contou para Grissom o que havia recordado e para sua grande surpresa também ouviu da parte dele que ele havia recuperado as mesmas lembranças. A conversa entre eles absolutamente não foi fácil. Ambos estavam envergonhados pelo que havia acontecido entre eles na tarde anterior, pelo acontecimento que precedeu o sonho. Se não fosse a ironia do momento, Sara até poderia pensar que ela e Grissom possuíam uma excelente conexão, pois haviam recuperado parte da memória exatamente ao mesmo tempo. No entanto, uma coisa ainda permanecia em incógnita: eles haviam ou não feito amor na noite em questão? Ela logo descobriria.

Também fazia um mês, um longo e torturante mês desde que eles estiveram juntos intimamente. Aquela tarde, a mesma em que eles contaram aos amigos como se dera o casamento deles, fora memorável, inesquecível. Foi maravilhoso ter Grissom em seus braços, sentir seu cheiro, provar sua pele e ter a gloriosa experiência de ser totalmente preenchida por ele, um encaixe perfeito. Tinha certeza de que jamais seria capaz de esquecer aquele momento tão especial. Fazia um mês desde que haviam feito amor, também fazia um mês que Grissom não a procurava, tampouco a provocava no âmbito sexual. Devia agradecer o fato de ele não a procurar, entretanto, percebeu que desejava ardentemente repetir a experiência. Porém o orgulho a impedia de expor seus anelos.

Se por um lado ele a deixou em paz no quesito sexo, por outro, ele se mostrava muito atencioso para com suas necessidades materiais, não deixando que nada faltasse. Ele parecia muito mais um melhor amigo que um marido. Por mais que se entristecesse com essa atitude de Gil, ela não podia reclamar, pois fora ela mesma quem assim o exigira. Grissom apenas passou a cumprir sua parte no trato.

As ações indiferentes, Grissom só demonstrava em casa quando estavam a sós, porque quando algum de seus amigos os visitava ( e isso era comum de acontecer) ou quando estavam no trabalho, ele se desmanchava em desvelos e carinhos para com sua adorada esposa. Ele tentava a todo custo manter a fachada de casal perfeito.

Depois da linda tarde de amor vivenciada por eles, o renomado entomologista forense sentiu remorsos por ter perdido a cabeça, ter-se deixado levar pela luxúria e ter possuído sua esposa contra a vontade dela, quando ele havia prometido a ela que isso jamais aconteceria. Ele jurou para si mesmo que tal ação voltaria a se repetir. Contudo, julgava que seria difícil cumprir sua palavra uma vez tendo provado o doce sabor da boca e do corpo de Sara.

Embora a morena tenha se entregado no momento de amor – ele sabia perfeitamente que ela havia se entregado a ele – sabia também que aquilo não era o que ela queria. Sua adorada esposa também havia se deixado levar pela luxúria, pelo desejo desenfreado. Sara havia deixado bem claro quando eles estabeleceram o acordo de que fazer amor estava fora de questão. Ele se arrependia por ter sido fraco a tal ponto de não ter resistido a tentação e ter se deixado consumir por seus desejos irrefreáveis. Todavia, tudo o que aconteceu fora inevitável. Ele achava impossível que as coisas tomassem outro rumo. Até porque se tivesse a chance de voltar no tempo, tinha certeza absoluta de que faria tudo exatamente igual, sem tirar uma única vírgula. Pensando bem, talvez uma coisa fizesse diferente – ele não sabia dizer se seria assim – talvez a única diferença fosse que ele se declararia para Sara, diria tudo mas tudo mesmo o que sentia pela morena de cara limpa, sem bebidas. Quem sabe se tivesse feito isso as coisas não seriam diferentes? Não havia como saber.

Continuaram a dormir em quartos separados. A única vez em que partilharam o mesmo quarto, a mesma cama foi quando dormiram juntos e mesmo assim, horas depois Grissom despertou e foi para o seu quarto, deixando Sara sozinha. Entretanto, isso já fazia muito tempo. Sara acreditava que nada mais em sua vida poderia piorar, contudo, podia e muito e isso eles não tardariam a descobrir.

–o-

Tudo aconteceu de repente. Pelo menos foi o que pareceu para Sara. Ela não contava com a chegada de sua sogra, muito menos com a chegada de uma moça que a acompanharia na viagem.

Não fazia nem uma semana que Grissom comunicara que sua mãe, a primeira senhora Grissom, os visitaria e que ficaria com eles. Comunicou também que os dois teriam de dividir o mesmo quarto já que a casa em que moravam, apesar de ampla possuía apenas um quarto de hóspedes. Nesse momento ela soube que as coisas sempre podiam piorar.

Ela ainda se lembrava do diálogo que travara com o marido naquela ocasião. Ela se encontrava em seu quarto, descansando, quando ele entrou, após ter batido na porta e ter recebido a permissão para que adentrasse e comunicou animado:

— Querida, recebi uma carta de mamãe – ele parou um pouco esperando a aprovação dela. Sara, porém, não esboçou nenhuma reação – Ela virá nos visitar e ficará conosco por dois meses.

Se ela gostou ou não da notícia, não deu para perceber. Entretanto, intimamente estava apavorada. Não sabia o que pensar. Sua sogra viria visitá-la, ou melhor, viria visitar o filho. O que pensaria dela? A aprovaria como esposa de seu rebento? Mas o que estava pensando? Aquele matrimônio tinha data para acabar, portanto não devia se preocupar muito com o que a senhora Grissom pensaria dela. Contudo, ainda tinha onze meses de contrato com Gil, em onze meses tudo podia acontecer. O que seriam dois meses de convívio com sua sogra? Todos esses pensamentos martelavam sua cabeça, no entanto o que perguntou em voz alta foi:

— Ela sabe sob que circunstâncias nos casamos?

— Não – ele respondeu prontamente – Não tive coragem para contar isso para ela. Minha mãe é uma ótima pessoa, como você poderá comprovar. Mas ela é uma mulher à moda antiga. Ela acredita que o casamento é para sempre, para a vida toda – Grissom não comentou que também acreditava nisso. Herdara esse pensamento da mãe – Ela acredita no “felizes para sempre”, no “até que a morte nos separe”. Por isso contei a ela a mesma história que contei para nossos amigos.

— E como ela reagiu à notícia do casamento relâmpago? – sondou Sara, tentando identificar em que terreno pisava.

—No começo ela ficou chateada por ser a última a saber, mas depois ela ficou feliz por saber que seu filho estava casado como ela sempre sonhou.

Embora soubessem agora um pouco sobre como ocorrera a união deles, nada ou quase nada havia mudado. Tudo praticamente permanecia da mesma forma que antes: dois apaixonados, cabeças- duras vivendo sob o mesmo teto e que não dão o braço a torcer. Era difícil acreditar em palavras ditas sob a influência do álcool.

Ela olhou bem para o rosto daquele homem o qual há mais de um mês passara a ser seu marido. Nesse curto espaço de tempo de enlace matrimonial, vivendo sob o mesmo teto, aprendera a conhecê-lo melhor. Agora sabia identificar quando ele estava preocupado, - ele sempre passava a mão pelos cabelos grisalhos nervosamente – quando uma intensa crise de enxaqueca o atacava – começava a falar baixinho, seus olhos ficavam inchados e ele ficava mais sensível à luz e a ruídos – ou simplesmente quando ele escondia alguma informação dela. Quando isso acontecia, ele não conseguia fitar-lhe os olhos. E era exatamente isso o que estava acontecendo agora. Ele olhava para o chão, não ousava olhar em seus olhos, por isso ela o indagou:

— O que você não está me contando?

— Eu!? Nada! – ele tentou disfarçar.

— Corta essa Gil! Sei bem que você está me escondendo algo. Eu vejo nos seus olhos. Vamos me diga! – ela exigiu.

Ele pareceu indeciso se contava ou não, por fim decidiu que o melhor era ela saber logo:

— Sabe Sar... – era a primeira vez que ele a chamava assim. E ela gostou – Para minha mãe a nossa união é para valer – ele hesitou mais uma vez.

Respirou fundo, contou até dez e continuou:

— Nós temos apenas um quarto de hóspedes: o que você está usando...

— Chega de enrolação, Gil! Desembucha logo! – ela estava perdendo a paciência.

— Devemos compartilhar o mesmo quarto. Quando minha mãe chegar, você se mudará para o meu quarto.

— Nem pensar! – ela se opôs.

— Pense bem Sar! – ele apelou – O que mamãe pensaria se nos visse dormindo em quartos separados? Além do mais ela virá em companhia de uma amiga, uma espécie de acompanhante de viagem.

— Podemos dizer para sua mãe que somos um casal moderno e por isso dormimos em quartos separados – ela propôs. Não queria ficar muito próxima a ele. Tinha medo de não resistir e sucumbir aos seus desejos mais secretos – Quanto a amiga de sua mãe, não me importo com o que ela pense ou deixe de pensar – Uma ideia surgiu em sua mente que fez com que seus olhos brilhassem – Você poderia instalar as duas em um hotel, seria muito mais confortável para elas...

Grisssom a interrompeu. Seu rosto demonstrava sua indignação. Sara percebeu que fora longe demais.

— Não posso deixar minha mãe em um hotel. Já está decidido, Sara. Ela ficará aqui em casa – ele afirmou categoricamente – Se o seu medo é que o que aconteceu naquele dia se repita, fique tranquila que não se repetirá. Tem minha palavra – ele garantiu.

Sara não sabia se acreditava nas palavras do marido. Ela já havia prometido a mesma coisa uma vez e não fora capaz de cumprir a promessa. No entanto, não custava nada dar-lhe uma segunda chance.

Era interessante perceber que eles experimentavam sua primeira discussão em seu relacionamento. Naquele momento eles pareciam verdadeiramente marido e mulher.

Sara não teve alternativa a não ser aceitar. Grissom sabia muito bem ser cabeça-dura e intransigente quando queria.

— E quando elas chegarão? – ela quis saber para preparar-se psicologicamente.

— Em uma semana – ele respondeu e logo depois deixou o quarto, deixando-a sozinha perdida em seus pensamentos e receios.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Valeu a espera?
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