Amassos ao Amanhecer

Uma brisa fria corria por toda a Torre de Astronomia, mas isso não fazia com que a beleza da vista se perdesse. O sol, logo iria sair e com ele o começo de mais um dia de aula.

A ruiva que estava encorada na mureta da torre suspirou. Desviou o olhar do céu por algum tempo e concentrou-se nos jardins. Fora uma noite de lua cheia e a menina sabia que Remus deveria estar sofrendo agora, mas o garoto tinha os amigos consigo, pelo menos. Os rapazes deveriam estar chegando a seu dormitório naquele momento, machucados e cansados.

A menina de dezessete anos abalançou a cabeça, espantando o pensamento de um James gravemente ferido, jogado na cama e dormindo de tanto cansado, esquecendo-se da dor. Aquela não era a uma imagem muito agradável, sempre se preocupava com essas aventuras.

– Lily? – a voz que sempre cercava seus pensamentos desde os primeiros encontros naquela torre, meses atrás, chamou-lhe.

– O que está fazendo aqui? Não devia estar descansando? – chiou para o rapaz de cabelos negros e olhos castanhos esverdeados.

– Sim, mas eu estava morrendo de saudades. Não nos encontramos faz quase uma semana. – disse o adolescente abraçando a ruiva.

– Hmmm... Verdade. Também estava morrendo de saudades. – murmurou entre um suspiro e outro, enquanto o rapaz distribuía beijos por seu pescoço.

– Viu? Não era o único com saudades. – sussurrou sobre a pele leitosa da menina. – Agora que tal eu ganhar uma recompensa por ter sido um bom garoto na frente dos nossos amigos? – pediu mordiscando a orelha de Lily.

– James... – sussurrou com um gemido.

– Lily... – respondeu dando-lhe beijos da orelha até o canto de sua boca.

A ruiva não lhe respondeu com palavras. Puxou-o pela gravata e deu o tão esperado beijo, pelos dois. As mãos dele voaram uma para a nuca e outra para cintura, enquanto as delas bagunçavam seu cabelo, puxando-o mais para si. Era um beijo cheio de saudades, onde suas línguas faziam uma batalha, onde não havia ganhador.

Com passos lentos, o maroto prensou seu lírio na parede, puxando uma de suas pernas para sua cintura, mostrando-lhe a situação em que estava. Como resposta, Lily gemeu contra seus lábios, que se separaram poucos segundos depois, por falta de ar.

Entretanto os beijos não pararam, desceram para o pescoço novamente, nunca deixando sua pele. A garota não ficou para trás infiltrando suas mãos na blusa de James, e passando as unhas pelo tanquinho bem definido pelo Quadribol. O esporte tão odiado por Lily, por atrair mais fãs que o normal para James, naquele momento fora elogiado pela ruiva, que passara a gostar do esporte aos poucos, por causa do namorado.

Com um suspiro sôfrego, pelos beijos que já lhe deixavam louca, puxou o maroto para um novo beijo, que respondeu com vontade as vontades da ruiva. Passaram mais um tempo entre beijos e carinhos mais ousados, nem ao menos repararam no sol que já nascera e trazia consigo um novo dia, cheio de vida e lentidão.

– James? – uma voz abafada e masculina chamou.

Isso bastou para assustar o casal, que logo se separou.

– O que foi isso? – questionou a ruiva, arregalando os olhos. – Juro que ouvi a voz de Black.

– E ouviu. – sussurrou o moreno. – Um momento. – pediu antes de tirar um pequeno espelho do bolso. A imagem de outro moreno, este de cabelos compridos e olhos acinzentados, era refletida.

– James? – chamou novamente, desta vez com um sorriso safado no rosto. – Atrapalho algo?

– O que foi? E sim, atrapalha. – grunhiu o rapaz bagunçando os cabelos ainda mais.

– Desculpa cara, não sabia que estava ocupado com isso. Quem é a gata da vez? Espero só Lily saber que aquele que tanto lhe jura amor está saindo com outras garotas. – diz o rapaz do espelho, dando uma gargalhada que mais pareceu um latido.

– Não te interessa. E você não vai falar nada para a Lily, por que... – porém parou no meio da frase pelo beliscão que levou da dita cuja.

– Por quê? – perguntou o outro.

– Que por quê? Eu não disse por que nenhum. – falou nervoso. – Tenho que ir, tchau. – disse antes de encerrar a chamada pelo espelho.

– James! Como você pode quase entregar tudo? – resmungou a menina irritada.

– Desculpa amor. Mas eu não estendo, por que não contamos para nossos amigos, eu não gosto de mentir para eles. – James perguntou calmo.

– Você sabe o porquê, Jay. Não quero ninguém atrapalhando o que temos. –murmurou ela lhe dando um selinho. – Agora que tal voltarmos de onde paramos? – sussurrou a pergunta no ouvido do rapaz, mordiscando sua orelha em seguida.

– Não precisa pedir duas vezes! – exclamou o menino puxando-lhe para uma nova sessão de amassos.

O momento agarração terminou somente quando passos foram ouvidos na escada da torre e James puxou Lily para uma passagem secreta, por onde fugiram para não serem pegos.