Between Light and Dark - Pride escrita por LaraEHTeodoro


Capítulo 13
John Shellwave




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/500788/chapter/13

John acordou no susto ao mesmo tempo que Lauren. Os dois levantaram rapidamente e foram para as janelas que havia na frente do chalé. Quando olharam, a paisagem linda da floresta estava iluminada com focos de incêndio. Lauren havia sido treinada para situações desse tipo, John não.

Ao ver aquilo, John ficou paralisado, enquanto Lauren colocava o traje de batalha.

– Ei, garotão, não sei se você percebeu mas estão precisando de nós lá fora, então, ao menos que você queira ver o acampamento destruído e sua namorada morta, mexa-se!

Aquela frase de efeito dita por Lauren, tirou John do transe, fazendo com que ele rapidamente trocasse de roupa. Lauren tirou sua presilha do cabelo e Maré Vermelha surgiu. John liberou a sua espada, parou na frente da porta e aguardou Lauren.

– Juntos? - perguntou a garota.

– Juntos.

John abriu a porta do chalé e viu o caos instalado. Lauren saiu correndo em direção a batalha, mas parou, pois percebeu que ele não a acompanhava.

– John, você não vem?

John nem chegou a ouví-la. O medo e o desespero tomaram conta dele. Nunca se deu por vencido, mesmo quando sofria bullying na escola; não conseguia se entregar facilmente. Mas ver o acampamento, sua nova casa, daquele jeito, jogou sua cabeça nas nuvens.

As imagens da sua primeira manhã no acampamento vieram-lhe à cabeça, pois foi ali, naquele mesmo lugar, que John respirou a brisa suave e agradável que vinha da floresta e dos campos de morango. Agora, essa brisa tinha cheiro de madeira queimada e de sangue.

– John! John! - Lauren o sacudia - Acorda!

John sacudiu a cabeça e olhou fixamente para ela.

– O acampamento não vai mudar se você ficar aí olhando. - disse Lauren.

– Certo, certo. Foi mal.

Os dois correram ao encontro de Thomas, que ora matava alguém com uma flecha de seu acervo envenenado, ora fazia a pessoa ser engolida pelas trevas.

– Thomas, retaguarda! - gritou Lauren

Ele se virou e acertou uma flecha na testa de quem vinha atacá-lo.

– Mas quem é que está nos atacando? - perguntou John.

– Quem você acha, mané??? - gritou Lauren.

John tropeçou em um corpo no chão, enquanto andava distraído à procura de Sophie. Quando olhou para o corpo procurando ver se era a namorada, quem encontrou foi o guarda que deixou ele e Sophie sozinhos com Nero na prisão, possibilitando a fuga deles do Acampamento Júpiter.

– Romanos - disse John espumando de raiva.

O único lar de verdade que John tivera fora o Acampamento Meio-Sangue, que agora estava sendo atacado. John já não gostava dos romanos, e agora, gostava menos ainda.

– Eles prometeram que viriam atrás da gente - disse John para Lauren e Thomas, que agora acompanhava-os na batalha ao mesmo tempo que rasgava a garganta de um legionário.

De repente, John ouviu uma voz aguda gritar seu nome. Ao se virar na direção de quem o chamava encontrou Sophie caída ao chão, desarmada, com um guerreiro romano indo em sua direção, espada em punho, pronto para matá-la.

A visão daquilo fez John estremecer. Sophie o havia salvo uma vez, dentro daquele barco, mas John nunca pôde retribuir de forma digna e igual, até então. O guerreiro avançava para ela com fervor. John cerrou os olhos em direção àquela cena, e correu.

John não sabia de onde conseguiu tanta habilidade na espada, mas sabia que provavelmente só estava conseguindo pois a adrenalina e ansiedade agora tomavam conta de todos os seus sentidos. Enquanto corria em direção a Shopie, ia matando quem quer que tentasse entrar em seu caminho.

Ao olhar para o seu destino, viu que agora o legionário levantava a espada com as duas mãos, tendo na cara um riso sarcástico. Ele correu, e quando se aproximava do alvo, saltou. Ao mesmo tempo que a espada era baixada em direção a Sophie, John baixava a sua em direção ao pescoço do matador.

Todos que guerreavam pararam de brigar para olhar a cena. E como se fosse em câmera lenta, John cortou a cabeça dele, caindo perfeitamente no chão logo em seguida, ajoelhado, apoiado na espada, levantando a cabeça a tempo de ver a cabeça do inimigo, caindo para o lado oposto do corpo, revelando por trás daquela massa corpórea, uma Sophie desesperada e assustada.

John se levantou, recebendo nos braços uma menina aos prantos. Ela o beijou, lhe agradeçendo. John se desvencilhou dos braços dela indo em direção a cabeça recém cortada, arrancou o capacete e encontrou a cabeça de Augustus, o pretor romano.

Com um sorrisinho no rosto, John agarrou a cabeça pelo cabelo e ergueu-a com um grito, sendo seguido pelo resto do Acampamento Meio-Sangue, que ganhou novas forças para enfim forçar os romanos a baterem em retirada, sem líder e sem uma boa parte do seu contingente.

Sophie logo em seguida pulou em cima dele. John soltou a cabeça e viu o Acampamento inteiro, ou o que sobrou dele, vindo correndo em sua direção. Cercado por todos, foi erguido no alto, onde conseguiu ver todos sorrindo para ele.

Ao longe, meio afastados do grupo, estavam Nero e Henry que pareciam intactos, como se tivessem fugido da batalha. Mas isso realmente não adiantava para John; ele estava vivendo seu momento de glória. Sem soltar a mão de Sophie, John foi colocado no chão um tempinho depois, sendo liberado para falar com Percy, que conseguiu acesso a ele abrindo um caminho na multidão.

– Todas as minhas dúvidas sobre a sua lealdade foram sanadas agora, maninho - disse Percy antes de abraçá-lo

Aquelas palavras fizeram John sorrir. Ser chamado de irmão por Percy Jackson, um dos maiores semideuses da história.

– Obrigado, irmão - disse John.

– Ok galera, circulando, deixem ele respirar um pouco, ok? Depois a gente marca uma coletiva de imprensa e ele dá autógrafos a todos - era Thomas.

O sorriso de John se alargou.

– Cara, eu tenho que admitir, você tem estilo - falou ele apertando a mão de John.

– Parabéns, ér… Gêmeo - disse Lauren o abraçando - Posso chamá-lo de gêmeo certo?

– Certo.

Agora que toda a adrenalina se esvaia, ele pôde perceber que estava exausto e machucado.

– Nossa amor, como você está machucado e sujo - disse Sophie - Lauren, se você permitir, eu poderia..

– Ir para o chalé cuidar dele? - completou Lauren antes que Sophie terminasse.

– Sim.

– Claro que pode. E se quiser, e o Percy permitir, pode dormir lá também. Eu sempre tenho um cantinho lá no treze. Não é Thomas?

– Sim, sim, claro querida - disse Thomas.

– Percy, por favor. Deixe-me dormir com John hoje - pediu Sophie

– Só hoje. Esse cara aqui merece, desde que não façam nada contra as regras. - disse Percy lançando um olhar desconfiado para os dois, que mais tarde John percebeu ser de brincadeira - Quem diria que um semideus mataria um dos pretores de Nova Roma em sua primeira semana de Acampamento?

Percy deu um soquinho no ombro de John.

– Obrigada. Thomas, pode levar ele até lá para mim enquanto busco as minhas coisas? Acho que com esse machucado na perna ele não vai conseguir andar direito.

John nem havia notado que sua perna estava com um enorme corte que sangrava muito.

– Levo sim.

– Isso, Thomas, aproveita e vai comigo buscar minhas coisas - completou Lauren.

– Bom, já que estamos todos combinados, vamos dormir. Amanhã temos muito trabalho arrumando tudo isso. - sugeriu Percy - Anunciarei nossas perdas pela manhã. Boa noite a todos.

Thomas passou o braço pelo ombro de John, dando-o apoio, e partiram em direção ao chalé três. O caminho todo foi feito em silêncio. Ao chegarem, o chalé estava do mesmo jeito que haviam deixado: camas bagunçadas e pijamas ao chão.

John pediu para ser deixado na cama, e foi assim que ficou. Lauren arrumou suas coisas e saiu, logo depois Sophie entrou. Ao vê-la ali, viva, John não conteve um sorriso, que foi retribuído por Sophie.

– Vamos lá, meu herói, preciso te limpar e cuidar dos seus ferimentos.

Com apenas uma perna ao chão, John foi até o banheiro, acompanhado por Sophie. Já no banheiro, entrou no chuveiro com armadura e tudo, a água quente escorrendo pelos seus arranhões e cortes fazia John gemer de dor. Aos poucos foi se desvincilhando da armadura e de suas roupas rasgadas até ficar apenas com sua cueca, revelando um corpo seminu e destruído.

Depois de ter o corpo limpo, faltava cuidar dos ferimentos. Sophie o ajudou a deitar-se na cama, e foi cuidar dos rasgos e cortes. Primeiro deu-lhe néctar, a bebida curadora dos deuses.

– Só me responde uma coisa, como você não percebeu esses machucados todos? - perguntou Sophie.

– Desculpa, mas eu estava preocupado indo salvar uma donzela indefesa.

– Own. Te amo tanto.

– Também te amo.

– Ta bom, agora chega de meiguisse e vê se não chora enquanto eu limpo esses machucados. E nunca mais me chame de donzela indefesa.

– Haha, até parece que eu vou chor.. AI!

– Só não chore.

Sophie cuidou perfeitamente dos ferimentos. Já passava de quatro da manhã quando os dois conseguiram adormecer. John teve um sonho naquela noite. Um sonho muito estranho, que pareceu durar horas.

Dentro do seu sonho, estavam Sophie, Nero, Henry, Lauren e Thomas. Os seis saíam em uma missão, algo a ver com monstros, deuses e vingança. E a missão deles era derrotar alguns inimigos. Só que como todo sonho de um semideus, o sonho se transformou em pesadelo.

John apenas não conseguiu descrever o pesadelo, era algo como falta de esperança e mortes em massa. Foi o suficiente para que acordasse assustado. Abriu os olhos, o sol já entrava pelas janelas, estava ensopado de suor, precisava de um banho.

Não sabia o estado de sua perna, mas precisava tentar movimentá-la. Em silêncio e sem fazer movimentos bruscos, colocou os dois pés no chão, agora sua panturrilha doía menos e conseguia andar. Fazendo de tudo para Sophie não acordar, John pegou impulso na cama e levantou indo em direção ao banheiro.

Ao entrar lá, tirou sua camisa afim de tomar banho e tirar todo o suor que adquiriu durante o pesadelo. Assim que retirou sua camisa observou os músculos extras que havia conseguido nesses dias que passou no Acampamento Meio-Sangue. “Impressionante”, pensou.

Assim que John retirou a bermuda do pijama, ouviu um grito agudo e estridente vindo do quarto, era Sophie. Não teve tempo para se trocar, o que o fez forçar a perna para correr até lá apenas de cueca. Ao chegar, Sophie estava sentada na cama, apavorada e ensopada de suor. Sem dizer nada levantou da cama e abraçou-o, um abraço sincero e desesperado.

– Você... Faça… O favor… De…. Não… Morrer - disse Sophie ofegante.

– O que aconteceu? - perguntou John

– Missão… Desespero… Desesperança… E muitas mortes.

Sophie resumiu o sonho de John, e não o largou enquanto não conseguiu estabilizar sua respiração novamente. Assim que o soltou, John a beijou, porém tiveram seu deleite interrompido por batidas na porta.

– Por acaso eu posso entrar ou os dois estão seminus dando uns pegas? - era Lauren já abrindo a porta.

– Vai tomar banho que depois eu vou, até por que eu estou mais apresentável que você - disse Sophie apontando para a cueca de John.

– Certo - disse John entrando no banheiro e trancando a porta, porém não antes de Lauren flagrá-lo.

– Uiiiiii, the sexiest demigod! - caçoou ela.

– Ah, cale a boca! - gritou do banheiro, enquanto Sophie ria.

John tomou banho muito rápido, ser filho de Poseidon tem lá suas vantagens. Quando saiu do banho, Lauren não tinha uma cara muito boa.

– Nossa gente, que caras péssimas, até parece que tiveram um pesadelo sobre uma missão em que muita gente morria - caçoou Lauren.

John automaticamente arregalou os olhos seguido de Sophie.

– Que foi? Não me digam que realmente sonharam com isso.

Os dois estavam chocados e apenas assentiram. Lauren também arregalou os olhos.

– Ai meus deuses! - disse Lauren em tom desesperado sentando-se lentamente em sua cama e soltando o corpo no final - O que está acontecendo? Achei que só eu e Thomas tivéssemos sonhado isso.

John e Sophie também se sentaram.

– Pera aí. Você disse que você e Thomas também sonharam com isso? - perguntou John.

– Sim, acordamos quase que juntos. Já achamos estranho nós dois termos sonhado, agora vocês dois me vêm dizendo que sonharam também.

– Por que nós quatro sonhamos com isso?

– Não faço a mínima idéia, só falta aqueles dois trolhos romanos terem sonhado também. - Lauren quase cuspiu o “romanos”.

– Por quê? Por acaso eles também estavam no seu sonho? E o que significa trolhos?

– É só um termo que eu li em um livro uma vez. Achei que se encaixava perfeitamente neles. Enfim, estavam sim, por quê?

– Porque eles também estavam nos nossos, quer dizer, pelo menos no meu.

– No meu também - disse Sophie que até então estava muda.

– Ai meus deuses! Então nossos sonhos foram idênticos! - exclamou Lauren - Será que isso é um sinal ou coisa parecida?

– Não sei, podemos tentar falar com Percy depois do café. - sugeriu John.

– Certo, mas até lá não contem pra ninguém. Terminem de se arrumar e vamos tomar café - disse Lauren.

Depois de aproximadamente meia-hora, os três saíram em direção ao refeitório. Thomas e Sophie abriram uma exceção e se sentaram com John e Lauren. Quando estavam comendo, John olhou para o lado, e viu que Nero e Henry se aproximavam.

– Aff. Lá vem os… Como é mesmo Lauren? Trolhos? - disse John para os outros três.

Lauren apenas assentiu.

– Bom dia Nero e Henry - disse John com uma falsidade evidente na voz - Tudo bem com vocês nesse dia tão lindo depois de tantas mortes que vocês não tentaram evitar?

– Eu só quero saber o que vocês quatro estavam fazendo no meu sonho - disse Nero.

– Nosso sonho, porque tivemos o mesmo - corrigiu Henry.

– Tanto faz, idiota - replicou Nero

– Ei, não o chame assim. - disse Lauren que evidentemente havia nutrido uma certa compaixão pelo garoto.

– Só quero saber o que vocês, imbecis, faziam lá. - continuou Nero.

Thomas fez menção de levantar, mas Lauren colocou a mão em sua perna o forçando a se manter sentado.

– Sem brigas hoje, certo? Obrigada, de nada - disse a garota.

– Então, Nero, o problema, é que vocês dois também fizeram parte dos nossos sonhos - disse John.

– E o que isso significa? - perguntou Nero.

– Eis a questão, nós não sabemos! Foi difícil chegar nessa conclusão? - completou Lauren.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Between Light and Dark - Pride" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.