Novos Começos escrita por Tenshikass


Capítulo 7
Capítulo 7 - Mensagens.




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...

— Você gostou da flor?

— Ah, é, foi muito gentil da sua parte, mas... — Nem terminei de falar e Itachi deu um suspiro seguido de uma risada.

— Não gostou, né? Bem que me avisaram.

— Não é bem assim, é que eu prefiro as flores onde elas têm quer estar: na terra. Se você tivesse me dado sementes, eu teria realmente apreciado. Quem te avisou? — Ele me analisou por um instante sem dizer nada, depois de quase um minuto ele riu novamente. "eu sou uma piada das boas hein"

— Entendi, você é uma anti-floriculturas, a Ino sabe disso?

— Não seja bobo... e é claro que ela sabe. — Eu ri de volta, de novo, mais uma vez lá estava eu rindo com Uchiha Itachi, me lembrei do placar imaginário. — Espera aí, não vai marcar um ponto? "e ele fugiu da pergunta"

— Ah não, eu perdi um ponto com a flor, então vou contar essa risada como pagamento de um débito.

— Você me chamou aqui só pra saber disso? — Ele me mandou uma mensagem no começo da última aula que dizia para encontrá-lo na frente dos banheiros do andar acima do meu, eu nem sabia como ele tinha conseguido meu número de telefone.

— Basicamente, sim.

— Você é sempre esquisito assim, ou eu sou privilegiada?

— Privilegiada, com certeza. Mas eu também queria te ver, não te vi por aí o dia todo.

— Ah. — Eu nem sabia como responder aquilo.

— "Ah", de novo — Ele riu. — Vou ter que te dar outra flor pra você me contar o que pensa?

— Então foi por isso. — Eu ri. — É que você diz umas coisas que eu não sei como responder...

— Uau, olha só, te deixo sem palavras, logo você. Bom saber. — Aquele brilho malicioso cruzou o olhar dele novamente, ele estava encostado na parede da entrada do banheiro, e eu de frente para ele, encostada na pilastra que dividia as grande janelas do outro lado do corredor.

— Então... — Ele deu cerca de 5 passos largos e se aproximou de mim, perto o suficiente para que eu pudesse notar seu peito subindo e descendo no ritmo da respiração por debaixo de sua camisa fina. — O que você vai fazer depois da aula?

— Ah... Eu... "não consigo lembrar como se respira"

— Ela tem um compromisso, comigo. — Uma voz soou pelo corredor enquanto passos lentos se aproximavam da gente.

— Sasukemo, o que faz aqui?

— Deixa disso idiota, eu vim usar o banheiro aqui porque o nosso lá embaixo está interditado. — Ele explicou naturalmente, mas eu sabia que era mentira, havia passado por lá e não estava, assim como a história do compromisso.

— Então você vai estar mesmo ocupada mais tarde? — Ele voltou sua atenção do Sasuke para mim, passou as mãos pelo meu cabelo colocando uma mecha atrás da minha orelha, eu sabia que ele fazia isso pra me desestabilizar e ele sabia que funcionava quando um farol vermelho se acendia na minha cara.

— Eu já disse que sim. — Sasuke respondeu, eu olhei pra ele e podia jurar que ele tinha se incomodado em ver o Itachi arrumando meu cabelo.

— Não to falando com você irmãozinho... — Itachi deu um sorriso cínico para Sasuke, a tensão estava crescendo.

— É-É ve-verdade, eu, eu me esqueci totalmente, a gente combinou de, de, de estudar! É, para uma atividade que temos juntos, né? — Ela estava de olhos arregalados enquanto gaguejava e olhava pra mim como se implorando que eu confirmasse, já que eu que iniciei aquela mentira.

— Isso mesmo, viu, Itachi? Seja lá o que você precisava, vai ter que ficar pra outro dia, irmão. "quem sabe nunca"

— Tudo bem, Sakura. — Ele me ignorava completamente — Depois a gente se fala então, agora você tem meu número. — Ele piscou para ela e mais uma vez passou os dedos por uma mecha do seu cabelo e saiu andando, mentalmente eu voei em cima dele e afastei aquela mão segurando seu braço.

— Acho que agora temos que ir embora juntos, né? — Quando voltei dos meus pensamentos em relação a Itachi, ela estava na minha frente me olhando confusa. Eu podia perder dias inteiros só olhando no fundo daquele mar esverdeado.

— Acho que sim, desculpe por mentir, eu não sabia direito dizer se você precisava de uma forcinha pra escapar do Itachi... — Eu cocei a cabeça meio sem graça, a verdade era que eu quem não queria vê-la com ele.

— Não precisava, na verdade, mas você começou e se eu negasse poderia virar uma confusão, então tudo bem. 

Eu já estava pronto para ser chamado de intrometido, foi um alívio ela não estar brava, mas claramente parecia contrariada, voltamos pelo corredor para descer as escadas até nossa sala sem dizer mais nada.

...

— E então, Naruto, você entendeu essa parte agora?

— Claro, Hina, você é muito boa. — Ela me olhou confusa e foi ficando vermelha. — Boa nisso, quero dizer, em ensinar, sabe. — E lá estava eu rindo como um idiota para descontrair, como sempre.

— Obrigada... Você aprende rápido, só precisa se focar, sabe disso. — Não era uma repreensão como da minha mãe, ou da Saki, seu tom era suave e delicado, mostrando que eu tinha potencial e precisava trabalhar nisso.

— Eu vou, prometo. "mas não muito, senão perco esse tempo com você..."

Ficamos nos olhando e um silêncio um pouco constrangedor se instalou, ela desviou o olhar e começou a arrumar o material da mesa, estávamos sentados em dupla estudando com o tempinho de "revisão livre" que o professor Iruka nos deu antes do fim da última aula. Estiquei minha mão por cima da mesa e segurei a dela, estava gelada.

— Nossa Hina, você está com frio? — Antes que ela respondesse eu recolhi minha mão, tirei minha blusa de moletom e entreguei para ela.

— N-Não p-p-precisa Naruto, nós já vamos pra casa daqui a pouco mesmo e...

— Eu não vou te deixar com frio por mais quase uma hora, Hina, pega vai.

Ela segurou a blusa e hesitou por um momento, depois ela cedeu e me agradeceu, passou a blusa pela cabeça e depois pelos braços, era um pouco larga, mas ainda sim deixava marcado seus... — engoli em seco — "seu corpo, seu corpo" repeti mentalmente tentando afastar outros pensamentos.

— Melhor? — Perguntei por fim.

— S-sim, obrigada. "eu só queria que meu coração parasse de bater tão rápido"

Eu não conseguia parar de pensar que estava sentindo o calor gerado pelo corpo dele, nem que seu cheiro se misturava com o meu, minha mãos iriam continuar frias porque a qualquer momento eu iria desmaiar.

...

Na saída Sagi estava sozinho esperando por nós cinco no portão.

 Okay. Parem aí. — Ele pediu quando nos aproximamos. — Hinata usando a roupa do Naruto, Sakura reconhecendo que o Sasuke existe e Ino está tão no mundo da lua que tá andando de mochila aberta. O que rolou? — Ele foi tão repentino que parecia ter criado um clima de tensão geral, nos olhávamos envergonhados e gaguejando sem responder a nada exatamente.

— Uau, calma gente! É só uma brincadeira, respirem! — Literalmente todos soltamos a respiração relaxando, Sagi nos olhava perplexo e rindo, se divertindo muito.

— A Hina esqueceu um agasalho, acabou ficando com frio, só isso. — Naruto se pronunciou.

— Muito cavalheiro hein. — Sagi piscou para ele.

— Por aí. — Naruto ergueu as mãos atrás da cabeça como costumava fazer quando queria disfarçar o nervosismo.

— Nós somos da mesma sala e viemos de lá, o que tem demais? — Fulminei meu irmão com o olhar.

— Nada. — Ele sorriu de um jeito debochado e deu de ombros. "vai ficar me perturbando pra sempre agora"

— Aconteceu uma coisa hoje, preciso contar. — Ino finalmente parecia ter saído de um transe, enquanto caminhávamos pelas ruas, ela contou o que tinha acontecido entre ela, Hidan e Gaara no intervalo.

— Eu não acredito que aquele cretino tentou te agarrar. — Falou Sasuke. — Você tá bem mesmo?

— Sim, estou, mas se o Gaara não estivesse lá eu não sei o que teria acontecido...

— Estamos com você agora, não pensa mais nisso. — Eu a abracei e Hinata segurou sua mão.

— Eu vou cobrar qual é a desse vacilão. — Disse Sagi cerrando o punho e dando um soco na palma de sua outra mão.

 Nós vamos. — Acrescentou Naruto.

— Não gente! Ele já ameaçou o Gaara, vai acabar tudo em uma grande confusão, eu não quero isso. — Ino argumentou.

— Mas não pode ficar por isso mesmo, eu sei que vocês consideram eu e o Itachi como pegadores e tudo o mais, eu também sei que já estivemos com várias garotas, mas isso nunca aconteceu contra a vontade delas. — Sagi falava muito sério e não estava mentindo, mas a parte em que eles partiam o coração de metade das moças da cidade quando elas descobriam que não queriam nada sério mesmo depois de tanto cortejo, ele esquecia que também era uma tremenda sacanagem.

— É isso, o Itachi! — Exclamei e todos me olharam como se eu tivesse pirado. — Ele é amigo dele, eu vou falar com ele, posso pedir para falar com o Hidan pra te deixar em paz. — Conclui e nenhum dos rapazes presente tinha cara de que tinham gostado da minha ideia.

— Sakura, eu já não disse pra você não ficar de conversinha-

— Sagi, não me estressa, e cuida da sua vida, ok? Você acabou de meio que defender ele, não foi? — Virei para Ino. — Ino, eu vou falar com ele, tá? — Me virei para os três garotos. — Se ele não resolver, e o Hidan insistir em fazer mal a ela ou ao Gaara, eu solto a coleira de vocês, okay?

— E quem ousaria discordar, sim senhora, comandante. — Brincou Naruto.

— Não ouvi vocês.

— Tá. — Disseram Sagi e Sasuke, evidentemente contrariados e eu sabia que era pelo motivo Itachi.

...

Sagi se despediu de todos pouco depois da metade do caminho até nossa casa para ir à academia. Naruto acompanhou Hinata e Ino que eram praticamente vizinhas até em casa. Sasuke se ofereceu — para Sagi obviamente — para me acompanhar o resto do percurso até em casa, o que o meu irmão mais velho superprotetor aceitou na hora, sem ligar pra irmãzinha mais nova que estava pulando e fazendo vários gestos de negação com as mãos atrás das costas de Sasuke.

— O que foi? — Perguntei, ele estava me olhando enquanto andávamos, ajeitei o cabelo atrás da orelha, sempre fazia isso quando estava nervosa, ele riu e me deixou ainda mais confusa.

— Seu cabelo, eu adorei, sério, mas me lembro de gostar dele comprido, porque eu conseguia guardar meus lápis nele. — A espontaneidade do comentário me pegou de surpresa, uma gargalhada foi surgindo dentro de mim e eu não a segurei.

— Eu me lembro disso, HAHAHA, você os enrolava em algumas mechas e sempre ficavam um nós depois, obrigada! — Eu dei um soco de leve no braço dele.

— E como vou fazer pra guardar minhas canetas agora? — Ele brincou, eu gostava quando ele assumia um ar tranquilo, me poupava de estar sempre tensa perto dele.

— Tenho certeza de que seu estojo vai dar conta. — Eu sorri e inclinei um pouco a cabeça ao virar de lado para olhá-lo, o movimento revelou a corrente em meu pescoço.

— Acessório novo? — Perguntou e toda minha leveza se quebrou em mil pedacinhos.

— Hã?

— O colar, no seu pescoço.

— Ah não, não é novo... — Esperei para ver sua reação, se ele havia se lembrado, mas nada naquele rosto sempre tão misterioso me revelou alguma coisa, talvez eu estivesse certa e ele nem sequer se recordava de eu o ter dado aquele colar.

Contudo, uma coisa interessante aconteceu, ele levou a mão até o peito e pareceu segurar algo que estava por baixo da blusa de moletom que usava, mirei o olhar para o seu pescoço e consegui ver parte daquela corrente de novo. Ergui um pouco mais o olhar e de repente meus olhos cruzaram com os dele, involuntariamente minha mão alcançou o meu peito onde pousava o meu pingente também escondido pelas minhas roupas. Não desviamos o olhar um do outro pelo que me pareceu uma eternidade, onde tudo ao redor ficou silencioso, mas foi apenas um instante. Uma buzina de um carro passando pela rua nos despertou desse transe. Todo o restante do trajeto foi feito em silêncio e apenas trocamos alguns olhares perdidos de quem não sabia nada o que dizer.

— Obrigada por me acompanhar. — Falei rapidamente, mas mantendo um tom de voz alto e descontraído para ele não achar que eu estava fugindo de novo, mas estava, tinha medo de encarar mais uma vez aqueles olhos e chorar. Passei pelo portão baixo de grades brancas que batia na altura do meu ombro e me virei para fechá-lo, ele continuava de pé do outro lado.

— O que vai fazer no domingo? — Perguntou.

— Não tenho certeza... Por quê?

— É aniversário da mamãe... — A voz dele vacilou por um momento e ele olhou para baixo, eu senti meu coração se apertar dentro do peito. — Você iria comigo, levar algumas flores? — Completou, voltando a me encarar.

— É claro, Sasuke... — Senti vontade de abrir o portão novamente e abraçá-lo, mas não o fiz.

— Obrigado... Nos vemos depois, tenha uma boa noite.

— Boa noite.

Ele foi embora e eu ainda estava segurando o portão, lágrimas escorriam pelo meu rosto. O que eu tinha feito com a nossa amizade? O que nós tínhamos feito? Para eu não ter coragem de consolar um amigo no momento mais doloroso da vida dele, eu preferia que eu não o amasse como um homem, que eu apenas o amasse como um amigo, doeria menos e não estragaria a relação que existia há tanto tempo. Será que ele esteve sozinho no aniversário dela no ano passado? E no aniversário de morte? Pensar nele sozinho e triste me fez chorar mais, até que Itachi também passou pela minha cabeça, não importava sua personalidade extravagante e o jeito de bad boy que assumia muitas vezes, ele também devia sofrer muito e ao contrário de Sasuke, não tinha alguém como o Naruto ao seu lado, pelo menos não que eu soubesse e ainda tinha o fato de que os dois irmãos não estavam se dando tão bem quanto deveriam.

A luz da cozinha estava acessa, dava para ver pela janela com a cortina entreaberta, mamãe estava em casa, eu me recompus e enxuguei as lágrimas, fiquei um tempo deixando o vento gelado bater no meu rosto e aliviar as marcas de choro. Entrei naquele cômodo quente, ela estava cozinhando, a abracei forte e mentalmente orei e agradeci porque pelo menos ela ainda estava comigo.

...

Como de costume, eu enchia demais minha cabeça com preocupações que eu não tinha como resolver de imediato e ficava remoendo coisas que não devia. Dormi extremamente mal e tive sonhos que eu só me lembrava da sensação de serem conturbados. Depois de me levantar e tomar um longo banho, eu estava um pouco mais atrasada que de costume, mas decidi ficar um tempo de toalha sentada na cama, peguei o celular e tinham três notificações de mensagens.

"05h45 a.m. de Sasu

Dormiu bem?

Não esqueça de tomar café da manhã... direito."

 

"05h00 a.m. de Itachi

Bom dia, gatinha!

Posso passar aí pra te buscar?

06h00 a.m. de Itachi

Estou aqui embaixo te esperando."

 

Eram seis e cinco quando olhei o relógio, dei um pulo da cama e corri para a janela, ele estava no portão, quando me percebeu, acenou de longe e abriu um sorriso, eu me lembrei que estava só de toalha e recuei para dentro do quarto saindo do campo de visão da janela. "um dia de paz, deuses, um único dia!" Me arrumei o mais rápido que pude e estava rezando para o meu irmão não sair de casa e dar de cara com sua pessoa favorita no portão. Desci as escadas e tudo estava em silêncio, parei em frente à porta e desbloqueei o celular para responder à mensagem do Sasuke, digitei "Dormi bem. Fico devendo essa, não estou com fome! :/" e enviei, depois do pedido de ontem, eu faria de tudo para deixar meus sentimentos de lado e ser mais natural, agir como uma boa amiga. Quando saí pela porta, Itachi ainda estava vivo e de pé no portão — Sagi tinha saído cedo e nem fez questão de avisar, ótimo.

— Bom dia Itachi, desculpe eu não vi sua primeira mensagem mais cedo. — Abri o portão e passei, me virei para fechá-lo e quando retornei para frente ele me deu um abraço tão forte que quase me tirou do chão.

— Bom dia. — Ele afrouxou o abraço e se inclinou um pouco para trás para me olhar, era tão alto que eu tinha que erguer um pouco a cabeça para poder o olhar de volta, ele não tirou as mãos da minha cintura. — Não precisa se desculpar. Nossa, seu perfume é tão bom. — Ele se aproximou do meu pescoço e eu me arrepiei, automaticamente dei dois passos para trás e as mãos dele saíram da minha cintura. — Desculpa, perto demais?

— Demais. — Foi tudo o que a minha voz conseguiu pronunciar sem parecer que eu estava desfalecendo.

— Então, vamos indo? — Ele deu uma pequena risada e saiu do meu campo de visão para revelar uma moto estacionada próxima ao meio fio.

— O que? De moto? Acha mesmo que eu vou subir nessa coisa com você? — Ele me ignorou e subiu na moto, pegou um capacete extra que estava no guidão e simplesmente apontou na minha direção para que eu o pegasse.

Eu peguei o capacete e coloquei. "aceita que perdeu o juízo de vez" Subi na moto, e ele apenas disse:

— Desculpa, mas vamos ter que ficar perto demais agora, — Puxou meus braços para si envolvendo seu abdômen, fazendo eu inclinar meu corpo para frente e pressioná-lo contra suas costas — se segure firme, ok? — Eu sinalizei que tinha entendido com a cabeça e apertei um pouco mais o abraço entrelaçando meus dedos da mão como uma tranca.

Ele deu partida na moto devagar, e aos poucos a velocidade foi subindo, meu coração batia tão rápido que parecia querer acompanhar aquela corrida, já a minha mente não conseguia parar de pensar no meu corpo pressionando aquelas costas enormes e... malhadas? Eu nem sabia que isso era possível, mas evidentemente eram.

Depois de alguns minutos paramos — e não era na escola.

— Temos tempo. — Ele desligou a moto e retirou a chave da ignição. — Sakura? — Eu ainda estava me segurando firme.

— Ahh foi mal. — Me soltei e desci da moto, estávamos de frente para um lago enorme, eu me lembrava de ir nadar ali quando era criança. Ele tirou o seu capacete e depositou em cima do banco, retirou o meu com muito cuidado e fez o mesmo.

— É lindo aqui, não é? Acho que é um dos meus lugares favoritos na cidade, fica muito calmo nesse horário. — Ele deu a volta na moto e ficou do meu lado.

— É mesmo lindo. — A luz do amanhecer refletida no lago era incrível, a grama baixa verde clara e as várias árvores do outro lado faziam tudo aquilo parecer uma pintura. — Realismo... — Pensei em voz alta.

— O que?

— Eu estava pensando em como se parece uma pintura realista. Uma pintura de paisagem.

— Entendi. — Ele soltou uma pequena risada que morreu tão rápido quanto nasceu em seus lábios. — Mamãe costumava dizer que parecia ter sido pintado na terra.

— A Tia Mikoto era mesmo muito sensível pra esse tipo de coisa. — Eu sorri para ele e segurei sua mão sem pensar, mas não recuei. 

Ele baixou o olhar para fitar minha mão sob a sua e fez com que nossos dedos se entrelaçassem. Ficamos assim por um tempo em silêncio admirando a paisagem de mãos dadas encostados na moto.

...


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