Novos Começos escrita por Tenshikass


Capítulo 26
Capítulo 26 - A Jujuba e a Pimenta.




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...

— Tá a fim de me falar o que diabos eu te fiz agora, Karin? — Perguntei enquanto aguardávamos o sinal de saída na secretaria sentadas lado a lado. Já havíamos assinado uma advertência, e de brinde ganhado uma ligação para a minha mãe e para a tia Kushina.

— Foi mal, sério... Acabei me irritando com a pessoa errada, me precipitei. — Karin suspirou, era desconfortável vê-la apreensiva, desanimada, eu não sabia como agir já que ela estava sempre no modo turbo.

— Como assim? “você se confundiu e tentou me matar? hahaha lindo”

— Neji.

— O que tem o Neji? — assim que as palavras saíram da minha boca eu me dei conta de que já sabia o que era.

— Você capturou a atenção de todos os caras gatos do colégio, foi isso que aconteceu. — Ela me encarou séria, quase entrei em posição de defesa de novo, mas apenas suspirei exausta.

— Claro que não, Karin. Você sabe que ele não se sente assim por mim, foi até mesmo eu que confundi as coisas, não ele! “deuses, isso vai me perseguir pra sempre”

— Será? Eu ouvi quando ele te disse que não seria tão difícil assim a ideia de ele te mandando os bilhetes anônimos. — Ela corou, parecia estar tão desconfortável quanto eu, ou ainda mais.

— Ele só disse que eu era bonita, aquilo foi só uma análise, é a cara dele. Com o tempo que vejo vocês andando juntos, achei que já tinha notado. — Um sorriso malicioso se formou nos meus lábios, por instinto me aproximei de Karin e nossos rostos ficaram tão colados que qualquer um à distância acharia que estávamos nos beijando. — O Neji nunca, nunca, eu estou te dizendo, nunca deixa de olhar a tela do celular quando está conversando com alguém. As poucas vezes que eu tive contato visual com ele, é porque ele estava focado em trabalhar em algo. Mas com você é diferente, né? — A ruiva ruborizou violentamente, o que me fez soltar uma risadinha.

— Você está maluca... — respondeu e virou o rosto.

— Então você também está. Vocês acham que só vocês têm tempo de fofocar sobre a minha vida, mas eu também sei de várias coisas interessantes sobre vocês. — Me afastei dando de ombros.

— Tipo? — Ela tornou a me olhar, estava fazendo um bico, mas seus olhos brilhavam de curiosidade, não pude deixar de achar aquela expressão muito fofa.

— A Hina me disse que ele tem falado sobre você, às vezes. Ela achou isso muito importante vindo do primo, já que é difícil ele fazer perguntas tão diretas assim à ela.

— Sério?... Obrigada. — Pude ver um sorriso suave se formar nos lábios de Karin, senti meu coração bater forte, percebi que estava torcendo por ela. — E me desculpa, por tudo isso, apesar de que eu quem levou a pior. — Ela riu.

— Caramba, você é fogo, não pode bater em alguém só porque acha que ela está te atrapalhando, mesmo amorosamente. — Falei em tom de repreensão.

— Eu sei, eu sei. Mas você me entende, temos o mesmo tipo de gênio e fomos criadas com a mesma mulher por perto...

Tia Kushina! — dissemos em uníssonos e caímos na gargalhada, até que nossos olhares se cruzaram e começaram a ficar pesarosos.

Nos lembramos que a matriarca Uzumaki disse ao telefone que faria questão de nos buscar na saída do colégio, o que não era nada bom — com certeza morreríamos. Enquanto nossas expressões pareciam atrair uma nuvem escura de tempestade, o sinal tocou e mesmo assim ficamos congeladas no banco da secretaria desejando poder desenvolver poderes de invisibilidade ou de teletransporte.

 ...

Vocês só podem ter enlouquecido! Tebane! — Tia Kushina dirigia enquanto nos dava bronca. — Acho bom que tenham mesmo se entendido, se brigarem de novo, vão ser ver comigo! Duas moças tão jovens e lindas! Guardem essa energia para lidar com os garotos!

— Sim, tia. — Respondemos juntas e tentávamos não rir.

— Não acredito que o Naruto preferiu seguir a pé..., mas é a oportunidade perfeita, contem-me, como ele está indo? — Ela nos olhou no banco traseiro pelo retrovisor, seus olhos tinham um brilho que era um misto de enérgico e preocupado. Karin olhou para mim um pouco em dúvida, mas logo entendemos, então ela respondeu.

— A senhora quer dizer com a Hinata? Está bem, eu acho, eles parecem felizes, e se tratam muito bem, né, Jujubinha?

— Sim, tia, não se preocupe, eles estão indo muito bem, Naruto é um bom garoto.

— Ah, que alívio! Vocês sabem como o Naruto é um pouco sem noção às vezes, também é coisa de mãe, fiquei preocupada, ele não é como o Minato era, totalmente seguro de si... se bem que também não era um expert em relacionamentos, tebane. — Ela riu e nós rimos de volta.

— Garotos. — dissemos as três.

Poucos minutos depois chegamos na casa dos Uzumaki, liguei para minha mãe e depois de a tia Kushina lhe contar que tudo estava bem e resolvido, insistiu para que eu e Karin ficássemos para o jantar, o que não poderíamos recusar de jeito nenhum, já que tínhamos sobrevivido àquele furacão ruivo. Quando Naruto e o pai chegaram, ajudávamos a colocar à mesa na sala de jantar. Com todos reunidos, não pude deixar de notar o quanto Kushina e Karin se pareciam, em personalidade e cabelos — claro — ambas mulheres lindas e cheias de vida, assim como eram Naruto e o tio Minato, que tinha cabelos loiros e olhos azuis como o filho. A casa emanava amor e alegria, era reconfortante estar ali, parte de mim se sentia aquecida, mas uma parte mais sombria, sentia falta da minha família completa.

Após o jantar, Karin e eu fomos juntas para casa parte do caminho, eu morava a poucas quadras adiante da casa dos Uzumaki, então recusei o pedido de Naruto para me acompanhar, Karin disse estar cheia de ter que olhar para cara feia do primo, então também recusou ser acompanhada, a ruiva morava um pouco mais longe.

— Você está bem? — perguntou Karin.

— Sim, por quê?

— Te achei um pouco pra baixo no jantar. O que é meio impossível de se ficar com o Naruto e o tio Minato presentes. — Ela riu.

— É verdade, são dois bobos hilários... Acho que ver vocês acabaram me lembrando do que eu perdi. — Tentei sorrir para aliviar um pouco o comentário, mas não consegui.

— O seu pai...

— Sim.

— Eu te entendo, quer dizer, pelo menos um pouco, é diferente, meus pais ainda estão vivos, mas é quase como se não... — sua voz estava carregada de amargura.

— São dores diferentes, mas igualmente fortes, sinto muito que seja assim, Karin, sei que tivemos nossas diferenças, mas você é uma mulher incrível, eu não daria conta de morar sozinha e me sustentar como você faz, pelo menos não aos dezoito anos. — Por impulso segurei a mão dela, queria que ela soubesse que estava sendo sincera.

— Obrigada, mas não é tudo verdade, você também é muito forte. — Ela apertou minha mão. — Naruto me contou como você cuidou do seu irmão e da sua mãe depois de tudo, como segurou a barra. Fora que você está sempre tentando cuidar de todos à sua volta, incluindo eu, não precisava ter me contado sobre o Neji, mas contou.

— Acho que sim... — Eu corei, não esperava que Karin soubesse tanto de mim, nem que desse a mínima para tantos detalhes.

— Bem, pelo menos a confusão de hoje serviu para unir a gente. — Paramos em frente ao meu portão e ainda estávamos de mãos dadas.

— Sim, unidas pelo bem cósmico do universo, porque ninguém sobreviveria a nossa rivalidade. — brinquei.

— Verdade. — Ela riu e então meu irmão se aproximou de nós, estava saindo de casa.

— Primeiro vocês tentam se matar... e agora vão viver um romance? — Sagi disse juntando as palmas das mãos em oração e abrindo um enorme sorriso.

Karin e eu olhamos uma para outra e sorrimos, viramos para Sagi que agora estava passando pelo portão e juntas demos um tapa de cada lado de sua cabeça.

Aiiii, suas lutadoras insanas, era brincadeira. — Ele disse esfregando a cabeça com as duas mãos.

Guardem essa energia para lidar com os garotos! — bradamos em uníssono e nos despedimos, eu entrando em casa e ela seguindo pela calçada, deixando meu irmão totalmente confuso olhando de uma para outra.

...

Tomei um banho e me joguei no sofá da sala, Sagi tinha finalmente um encontro com Konan e minha mãe faria o plantão da noite, entrando madrugada adentro no hospital. Era sexta-feira e lá estava eu, sozinha, sem planos, passando os canais da TV sem achar nada que me interessasse, que animador.

((( Sasu chamando )))

Meu celular começou a vibrar e era ele, por um instante prendi a respiração, mas logo em seguida atendi antes que ele pensasse que eu estava dormindo.

— Alô? Sasuke? “não, é o papai noel, tonta!”

— Oi, Sakura, te acordei?

— Não, ainda é cedo, mas tarde para uma ligação, o que aconteceu?

— Eu sei, desculpa, eu só queria saber se estava bem, você e a Karin se acertaram?

— Ah, estou bem, sim, o Naruto não te contou? “aaaah ele ligou só pra saber se eu to beeeeeem”

— Não, ele costuma ignorar fatos importantes, e o seu irmão, saiu hoje mesmo assim?

— Saiu, faz cerca de duas horas eu acho, como assim “mesmo assim”?

— Ah, então o Naruto também não te contou. Nós brigamos com o Hidan pouco depois que você saiu do teatro...

— O QUE? — gritei no telefone e me arrependi.

— Sakura...

— Desculpa, não, o Naruto não achou que devia ser importante mencionar. — Bufei, uma veia de irritação com certeza pulsava na minha testa, eu podia sentir. — O que exatamente aconteceu?

— Ouvimos ele falar de você, de um jeito desagradável para o Itachi, então eu meio que quebrei o nariz dele... E depois que saí seu irmão completou o serviço.

— VOCÊ O QUE?

— Ah, eu vou ficar surdo. — Ele sussurrou, ao que eu pensei afastando o telefone da orelha, mas o ouvi mesmo assim. — Eu estou indo aí. — A voz falou agora novamente próxima do aparelho.

— Que? “QUEEEE?” Sasuke? Sasuke? “AAAAAAAH ELE DESLIGOU”

Tu-tu-tu-tu-tu-tu.

((( chamada encerrada )))

Ele havia desligado na minha cara e estava vindo para minha casa — um misto de raiva, incredulidade, animação e nervosismo tomou conta de mim. Se eu queria agitação em uma sexta-feira à noite, eu consegui.

— Droga, minha roupa! — Olhei para o meu corpo e eu estava usando o mesmo baby doll velho do dia em que ele me pegou desprevenida de manhã atendendo a porta. Corri escada acima e me troquei, coloquei um pijama de tecido fino, composto por calça e blusa de mangas longas, era o mais novo, portanto a melhor opção. Desci novamente as escadas, devia faltar pouco tempo para ele chegar, já que morava no final da rua atrás da minha. Voltei para o sofá e olhei para o relógio na parede da sala, era quase meia-noite.

— Tão tarde... Espera aí... Ele vai- — Antes que eu pudesse completar meu raciocínio em voz alta, a campainha tocou, era ele, corri para atender.

— Sasuke! — falei quando abri a porta e encontrei o moreno na minha frente, vestindo um pijama azul escuro muito parecido com o meu e usando tênis. “DO-DO-DO-DOR-DORMIR AQUIII?”

— Eu trouxe sorvete e chocolates, então me deixa entrar. — Foi tudo o que ele disse colocando duas sacolas na minha mão e passando por mim, se inclinou e retirou os sapatos os deixando no canto do corredor. — Não vai colocar na geladeira?

— Ah, claro. — Foi tudo o que consegui responder enquanto olhava cada movimento seu, paralisada. Fechei a porta atrás de mim e fui para a cozinha enquanto ele ia até a sala, parecendo estar em casa. “uaaah, que mandão!”

— Deuses, ele fica tão bem de pijama e é só uma droga de pijama, help! — disse para mim mesma colocando o sorvete na geladeira.

— Obrigado. — Sua voz soou atrás de mim e eu quase derrubei o sorvete no chão, fechei a geladeira depressa e me virei para ele. — Você também fica bem de pijama. — Ele sorriu e eu comecei a achar que estava sonhando, eu devia ter capotado no sofá mais cedo e devia estar babando à essa altura.

— Vamos para a sala? — Sasuke segurou minha mão e meu corpo se moveu sozinho, sua mão estava um pouco fria, com o toque tive certeza de que não era um sonho.

...

— E então, vai me contar o que de fato aconteceu? Como assim vocês bateram no Hidan? — Sakura me olhava aflita, estávamos sentados no sofá um virado de frente para o outro, ela segurava minha mão que tinha ficado vermelha e doía um pouco devido a força aplicada para se quebrar um nariz. E tudo em que eu conseguia prestar atenção era em como o pijama se ajustava ao corpo dela.

— Foi tudo muito rápido, não pensei direito, ver ele falando bobagens sobre você me tirou de mim... — Corei, então desviei o olhar do dela. — Acabei socando o nariz dele com força demais, Naruto e eu saímos e cerca de um minuto depois, seu irmão saiu atrás de nós e disse que tinha dado mais um soco nele.

— Pelos deuses, o que foi que ele falou de mim pra vocês chegarem a esse ponto?

— Não vou repetir aquilo. — Suspirei e fechei os olhos, só de lembrar meu sangue fervia.

— Espero que meu irmão esteja bem, o encontro de hoje era justamente onde o Hidan costuma ir, droga, e ainda foi ideia minha. — Ela disse preocupada e soltou minha mão, se sentando de frente, eu sabia como ela cuidava do irmão, provavelmente agora não dormiria até ele voltar.

— Fica tranquila, não acho que o Hidan teria disposição de sair pra qualquer lugar hoje, eu também ouvi meu irmão discutindo com o Sasori sobre ele, parece que acabou se desentendendo com o amigo e o expulsou da oficina.

— Caramba, agora é que quero saber mais ainda dessa história! — Ela exclamou e virou o rosto para me olhar, seu cenho estava franzido.

— Estou levando um sermão de quem deu um IPPON em alguém hoje? — Eu não pude deixar de rir.

— Ai, meus deuses, que mico! Mas tinha um colchonete e ela nem se machucou. — Ela sorriu sem graça.

— Sei, e então, o que vamos fazer? — perguntei espontaneamente, mas nós dois coramos.

— A-ah, n-não sei, eu nem estava esperando visitas...

— Um filme? — ignorei a parte que me colocava como um invasor, a verdade é que quando ouvi sua voz no telefone senti vontade de vê-la e simplesmente decidi ir até lá, foi mais forte que eu. “você me faz perder a cabeça”

— Pode ser... Você vai dormir aqui? — Sakura perguntou tão baixo que eu quase não entendi, ela olhava para a TV enquanto mexia no controle remoto para escolher um filme, sua postura era tão rígida que se eu encostasse um dedo nela, cairia dura. “que bom que não sou o único nervoso aqui”

— Se eu puder. — Senti minhas mãos suarem, ela ficou em silêncio, não tive coragem de me esticar e ver o seu rosto, já que o meu deveria estar tão vermelho quanto as cortinas da sala.

— C-claro, quer dizer, você pode ficar aqui na sala, ou usar o quarto do meu irmão. — Ela sugeriu.

— Tudo bem. — Respondi me jogando para trás e me recostando no sofá, tentei não soar tão decepcionado, era óbvio que eu não era como o Naruto para ela, seria demais me deixar dormir no chão do seu quarto. “E de novo Lisandro vai dormir lá longe”

Assistimos primeiro a um filme de comédia, depois fizemos uma pausa para tomar sorvete na cozinha e conversar sobre várias coisas, em certo ponto ficamos mais relaxados e era como antigamente, ela falando muito e eu pouco, mas sem nenhuma tensão — tirando a clara tensão... sexual. Sempre que ela sorria eu via a menina pela qual me apaixonei, bem como a mulher pela qual ainda era perdidamente apaixonado. Não via a hora da surpresa que eu estava preparando ficar pronta, não me aguentava de ansiedade.

Voltamos para a sala e colocamos um romance de época que ainda não tínhamos visto. Em determinado momento do filme ela colocou uma almofada em cima das minhas pernas e deitou-se no meu colo. Não disse nada, estava virada de lado olhando a TV, então eu também continuei em silêncio, mas comecei a mexer em seus cabelos.

— Que saudade. — Deixei escapar baixinho, mas ela ouviu.

— Só não deixe nenhum lápis aí. — brincou e eu apenas sorri.

...

Quando cheguei em casa por volta das quatro da manhã, encontrei minha irmã e meu futuro cunhado sentados no sofá, adormecidos um ao lado do outro, ela estava apoiando sua cabeça no ombro dele e ele sua cabeça na dela. Eu poderia imaginar mil e um cenários para aquele acontecimento, mas já sabia qual era o plausível: ele ou ela fez uma chamada; ele acabou contando sobre a confusão com o Hidan; ela berrou no telefone e ele achou que era melhor vê-la pessoalmente e amenizar as coisas; Sakura ficou preocupada comigo e se recusou a ir para o quarto dormir e aí temos essa cena.

— E eu não vou perder isso por nada. — Tirei o celular do meu bolso e por sorte ele ainda tinha carga o suficiente para uma foto. — Perfeitos.

Soltei uma risada baixinho, subi as escadas e fui até o fim do corredor no lado direito, abri o grande armário embutido na parede e peguei um cobertor. Desci as escadas devagar tentando fazer o mínimo de barulho, entrei novamente na sala e cobri os dois. Minha noite não poderia ter sido melhor, além de tudo que me aconteceu, minha irmãzinha dormia com um sorriso no rosto. Eu duvidava que fosse conseguir dormir, decidi tomar um banho e depois ir para a cozinha fazer um café da manhã na madrugada, como o papai costumava fazer. Não pude deixar de pensar “se ele estivesse aqui, estaria fazendo o mesmo por eles, e tirado mais umas três fotos de recordação”. Mamãe estaria em casa por volta de seis horas, logo estaríamos tomando café da manhã em quatro pessoas.

...

— Bom dia, meninos, o que acham de acordar? — Eu ouvi a voz da minha mãe soar ao longe, eu estava sonhando? Não, estava acordando. “Espera. Eu dormi no sofá?” pensei e logo minha mente foi despertando e se lembrando da noite passada, Sasuke e eu pegamos no sono por volta das três da madrugada e... “SASUKE E EU?”

—Bom dia, tia Mebuki. — disse Sasuke se espreguiçando com um braço erguido, percebi que eu estava com a cabeça pousada em seu peito, em algum momento durante o sono acabei o abraçando, seu outro braço também envolvia minha cintura. Me afastei rápido o suficiente para não começar a pegar fogo, mas não tão rápido sem antes registrar o toque dos nossos corpos e o cheiro dele. “aaah que cheiro bom”

— Bom dia, Sakura. — Ele voltou seu olhar para mim. “como pode estar tão lindo se acabou de acordar?”

“como ela pode ser tão linda se acabou de acordar?”

— Bom dia, Sasuke... B-Bom dia, m-mãe, a gente... — Comecei a me justificar.

— Vocês ficaram assistindo filme até tarde enquanto esperavam seu irmão e acabaram pegando no sono, eu já sei. E olha, vocês têm péssimo gosto pra cinema. — Ela disse rindo e olhando para o catálogo de filmes na TV que ainda estava ligada.

— Ah claro, obrigada, mãe. — Eu ri sem graça.

— Mas é verdade! Quem assiste faroeste zumbi? — Ela riu mais um pouco. — Sasuke, você pode usar o banheiro aqui debaixo para se higienizar, depois venha tomar o café, temos uma mesa cheia, acho que o meu filho mais velho teve uma noite agradável. — Ela suspirou feliz, acho que mamãe não aguentava mais nós dois socializando tão pouco e meu irmão “galinhando” por aí de tempos em tempos.

— Tudo bem, obrigado, tia. — Sasuke se levantou e foi em direção ao banheiro, achei engraçado como ele parava um pouco antes de seguir tentando se lembrar da disposição dos cômodos, mas não perguntava a direção.

Achei que você tinha jantado com o outro! — Minha mãe se inclinou e colocou a mão no canto da boca para sussurrar.

— Ah, é, esqueci de te atualizar... Enfim, acabou que você tinha razão.

— Eu sabia que era desse aí que você gostava! Você não escuta sua mãe. — Agora ela falou um pouco mais alto.

Ok, mãe! É verdade, eu sou uma péssima filha! — Eu sussurrei esperando que ela também voltasse a abaixar o tom de voz, sabia que estava vermelha porque ela me olhava e ria.

— Mas então, vocês só dormiram mesmo né? — Agora sua expressão mudou, ela falava sério.

— Sim, mãe, eu juro. Não estamos nesse ponto ainda, quer dizer, não oficializamos nada, nem um beijo! — Pareci mais frustrada do que queria, ela ficaria ainda mais preocupada com a minha pressa para ser beijada.

— Ah, é? Ele é mais devagar que o irmão então. — Ela relaxou e riu de novo, Sasuke estava voltando para a sala.

— O que é tão engraçado? — Ele perguntou e eu dei um pulo do sofá em sua direção.

— Nada! Vamos, eu te levo na cozinha! — Empurrei Sasuke pelas costas e lancei um olhar de pedido de socorro para minha mãe “não faz isso!”, ela apenas piscou para mim de volta e nos acompanhou.

...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler ♥



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