Infringente escrita por RB


Capítulo 2
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

*LUMOS*

E aí pessoas lindas! Adorei os comentários do cap passado! E que venham mais! Enfim, espero que gostem desse cap também. Será que o Tobias vai conseguir salvar a Tris? Só lendo pra saber! Rsrsrs Boa leitura!

*NOX*



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TOBIAS

Meu corpo travou. Eu não conseguia raciocinar direito. Quer dizer que a Tris não estava morta? Por que mentiram para todos? Por que a estavam torturando dessa forma? O que está acontecendo aqui?

Essas e outras perguntas rondavam a minha mente. Fui trazido de volta bruscamente para a realidade com mais um grito agudo dela.

– TOBIAS, NÃO!

A sua dor invadiu meu peito me rasgando por dentro como uma faca afiada. Ela gritava meu nome como eu gritei o dela quando descobri sua morte. Um grito agoniado, de quem suplicava por algo. Como seus olhos estavam fechados eu presumi que ela estivesse sonhando. Sonhando que eu estava em perigo, como se fosse uma simulação. O que estavam fazendo com a minha Tris?

Queria gritar em resposta. Dizer que estava tudo bem comigo e que não precisava se preocupar. Queria salvá-la, envolver seu corpo pequeno com os meus braços e nunca mais a deixar longe de mim. Porém não conseguia me mover. O estado de choque ainda percorria por todo o meu corpo.

Ela se contorcia e gritava sem parar. Olhei pelo canto de olho. Os homens ao lado de Marcus estavam fascinados com o monitor. Já o próprio esbanjava um sorriso de orelha a orelha, parecia satisfeito com os resultados, com os gritos, com a dor de Tris. A raiva me atingiu borbulhando e meus olhos escureceram. Quero causar dor a eles como causam nela agora.

Coloquei a mão na maçaneta, olhos fixos na maca. Iria tirá-la de lá nesse exato momento.

– Não faça isso. - um homem disse com a mão em meu ombro.

Me virei. Eu conhecia aquela voz e por muito tempo a repudiei. Peter. Era ele que estava ali, vestido com um jaleco e que me impedia de invadir a sala. Sai do choque e logo o joguei contra a parede, da forma mais ameaçadora possível.

– O que você tá fazendo aqui? O que está acontecendo?- perguntei com raiva.

– Acalme-se Quatro! Você tem que ir embora daqui e esquecer do que viu! Vai ser melhor pra você.

Ele queria que eu esquecesse que a mulher que eu amo está sendo torturada pelo meu próprio pai? Só pode ser brincadeira.

– Eu só vou perguntar mais uma vez.- respirei fundo para não quebrar seu pescoço ali mesmo.- O que está acontecendo aqui?

– Eu só sei uma parte da história, mas já que você insiste eu posso te falar um pouco sobre ela. Primeiramente está vendo aquilo ali?

Sua cabeça indicou a lateral superior da parede. Havia uma câmera lá. Eu não me importava com isso. Só queria uma explicação lógica para a situação. Tris berrava e aquilo estava ferindo minha sanidade.

– Eu cortei o sistema de segurança assim que te vi na tela. Nesse exato momento você poderia me matar e ninguém iria saber.- ele me encarou.- Viu? Pra eu te falar isso é por que estou do seu lado. Pelo menos porque é do meu interesse.

Afrouxei a mão em torno de seu pescoço, porém não o larguei.

– Por que você acha que eu devo confiar em você?

Ele fez aquele ar irônico.

– Bom você tem duas opções: Ou você não confia e eu te deixo ir embora como se nada tivesse lhe acontecido, porém sozinho. Ou você confia e eu lhe ajudo a salvar sua preciosa Tris e conto todos os detalhes dessa história. É pegar ou largar.

Eu reflito um pouco. Se saísse sem ela seria a mesma coisa que ser morto por dentro. Agora que sabia que estava viva eu não a perderia de novo. Por mais que eu não goste do Peter eu precisaria confiar nele.

– Tudo bem.- concordo o soltando.- Eu arrombo a porta e você me dá cobertura, ok?

Não aguento mais um minuto dessa separação. Preciso dela comigo. Seus gritos me partiam o coração e eu precisava tirá-la dessa agonia. Ele me olhou incrédulo e começou a rir.

– O pai é seu e parece até que não conhece! Acha mesmo que você vai simplesmente invadir a sala, tirar a Careta de lá e voltar tranquilamente pra onde quer que você more?

Eu parei. Realmente não era um bom plano, mas o que mais eu podia fazer?

– Qual o seu plano então gênio?

– Você precisa aguardar eles a levarem para o quarto onde ela fica presa. A deixam lá e vão para a moradia deles no complexo ao lado. A sede ficará vazia, apenas com dois seguranças em sua porta e então você poderá agir.

Por mais desesperado que tivesse, tinha que admitir que era muito estranho o Peter me ajudando.

– Por que você está fazendo isso? Me ajudando?- perguntei honestamente.

Ele me encarou e pela primeira vez eu vi tristeza em seus olhos. Geralmente só continha raiva neles.

– Não estou te ajudando por que gosto de você, que fique claro.- ligou seu modo grosso de ser.- E sim por vingança.

– Vingança?

– Seu pai armou tudo isso junto com Jeanine. Mas quando ela morreu, teve que arcar com as consequências. Só agora teve força para se infiltrar no novo governo e realizar seu plano, seja lá qual for. Com isso ele precisava de ajuda e reverteu o efeito do soro da memória em mim. Tudo porque precisava de alguém franco e que tivesse algum desentendimento com a Tris, anteriormente. Tive raiva disso. Eu estava muito bem sem me lembrar de nada e ele veio e botou o amargo passado nas minhas costas mais uma vez.

Fiquei estático. Então no fundo Peter só queria sossego como eu mas isso lhe foi tomado. Pensei no que ele me disse. Que plano é esse do meu pai? E por que ele precisava da Tris?

– Mas o que Tris tem com isso?

– Sinceramente, eu não sei. Quando recuperei a memória ela já estava aqui. O que sei é que tem feito experimentos com ela, que grita a toda noite a três anos. No início Marcus me pediu para relatar como era feita o processo de simulação dos medos. Depois, só me pede para vigiar o sistema de segurança. Ele confia em mim pois acha que não vou traí-lo me aliando aos seus inimigos. Pensa que não é do meu interesse. Enfim, tentei descobrir mais alguma coisa só que foi impossível. Ele sabe guardar bem um segredo. Eu juro que só sei disso, mais nada.

Olhei em seus olhos e acreditei no que me disse. Ia responder mas ouvimos um barulho dentro da sala e os gritos de Tris, que estavam me ferindo emocionalmente, cessaram.

Corremos para uma outra sala vazia e olhamos escondidos pelo visor. Marcus ia na frente de seus dois capangas, que seguravam o corpo pálido, ferido e exausto de Tris. Ela vinha caminhando lentamente apoiada neles. Seu rosto apesar de tudo estava lindo, e era um alívio ver aqueles olhos azuis brilhantes. Viva, ela estava viva! Queria correr e satisfazer essa abstinência dela, mas me contive. Não podia estragar tudo agora. Sua expressão era parecida com de raiva, mas o cansaço a impedia de fazer qualquer outra coisa. Parou perto da porta na qual estávamos escondidos.

– Por que você está fazendo isso comigo?- ela sussurrou, quase sem fala.

Marcus se virou. Eu conhecia aquele olhar maligno desde a minha infância.

– Minha cara menina, você é forte demais para eu não aproveitar isso. É a cobaia perfeita para todos os meus planos se concretizarem. Além do mais é uma Divergente, se posso controlar você eu posso controlar os mais fracos. O Tobias não merecia alguém como você. Ele é fraco demais.

– Não fale assim dele!

Ela se descontrolou e tentou a todo custo se livrar e ir em direção à Marcus, mas levou um soco no estômago que a fez cair de joelhos. Era como se eu tivesse levado um também. Fui abrir a maçaneta mas Peter me impediu mais uma vez.

– Não.

– Mas eles a estão machucando!-supliquei.

– Vão machucar muito mais se você não se controlar.

Concordei de má vontade e a olhei mais uma vez.

– Ele não merecia um pai como você. O Tobias é muito melhor que qualquer homem que eu conheço. Você é nada perto dele.- ela berrou.

– Então cadê ele aqui pra te salvar, hein? Esqueça o meu filho, eu o fiz pensar que você morreu.

Estou aqui pra te salvar Tris, não se preocupe. Eu te amo! Falta tão pouco para te ter em meus braços novamente...Meu subconsciente gritava.

– O meu amor por ele é muito forte. Nada vai nos separar.- ela disse com lágrimas nos olhos.

– Sei...- Marcus falou com desdém.- Agora chega de papo e vamos voltar para o quarto. Você precisa descansar para os testes de amanhã.

– A colocamos no lugar de sempre chefe?- Um dos rapazes perguntou. Eu lembrei dele. David, aquele que tinha atirado nela.

– Sim.

Eles saíram arrastando Tris para um lado e Marcus foi pro outro. Aguardamos um tempo até que olhei para Peter, esperando sua confirmação.

– O quarto dela é no andar debaixo na terceira porta à direita. Os dois ficam na porta como segurança. Eu não vou poder te ajudar pois tenho que voltar para a sala de segurança e inventar uma forma de explicar a "falha" no sistema. Acha que pode dar conta dos dois sozinho?

Eu ergui a sobrancelha. Óbvio que sim, ainda mais pela Tris.

– Ok, desculpe! Esqueci que estava falando com Quatro a lenda viva da Audácia!

Revirei os olhos.

– Só mais uma coisa, a chave fica na cintura do David. Toma essa seringa e aplique neles. Fará com que fiquem inconscientes e esqueçam quem os atacou. O que lhe darão alguns minutos para fugir.

Eu assenti, peguei a seringa e abri a porta. Nós nos separamos mas antes dele sumir eu me virei e disse.

– Hey Peter, obrigado.

Ele parou por um momento mas depois continuou andando e nada disse.

Eu corri e segui suas instruções. Agora só me importava uma coisa: Tris. Meu coração batia mais rápido a cada segundo. Eu iria vê-la, senti-la em meus braços. Que saudade!

Cheguei em sua porta e não demorei nem um minuto lutando contra eles dois. Eram tão ruins de briga que me admira o Marcus ter colocado os dois de vigia. David deu um pouco mais de trabalho que o outro, mas nada que eu não pudesse superar. Logo os dois estavam no chão, inconscientes.

Eu peguei a chave e abri a porta. O quarto era todo fechado, sem luz e sem janela. Tinha um colchão sujo mas só me importava quem estava nele. Ela se virou com o barulho da porta e seus olhos azuis focaram em mim. Senti como se todo o meu corpo fosse uma corrente elétrica. Finalmente.

– Tobias?


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Notas finais do capítulo

*LUMOS*

Eu particularmente gostei de escrever essa conversa entre o Peter e o Tobias. E aí curtiram? Comentem, recomendem e favoritem galera! É uma das melhores recompensas para o autor! Ateh o próximo cap. Bjss

*NOX*



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