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O sangue pulsava em minhas veias, a adrenalina subia pelo meu corpo, eu estava correndo sem parar, e não cogitava a ideia de olhar para traz.

Depois de um tempo que tinha me distanciado de Henry, mal sabia para onde ir, apenas só queria despistar aquele homem que provavelmente estava correndo atrás de mim.
Virei por vários corredores aleatórios, mal sabia que o celeiro era tão grande assim. Em um desses corredores que havia entrado, no final haviam duas curvas. Na direita você descia, enquanto na esquerda você se mantinha no mesmo nível do chão. Não sei o que houve com a minha cabeça naquele momento, já que tinha pensado: "Direita sempre!".

Desci as escadas quase tropeçando nos degraus. E atrás de mim um barulho estranho aconteceu. Fora uma espécie de "Puff", mas com um som agudo e estrondoso no final.

Não importava o que havia acontecido, a minha lembrança de não olhar para trás ainda continuava em minha mente.

O corredor que estava seguindo agora era muito longo e eu tive a leve impressão de estar ali por alguns minutos.

Suas paredes estavam muito sujas ou talvez fosse o fato de elas serem de terra como o seu teto. O medo que estava sentindo no momento se aumentou um pouco por pensar que aquilo poderia desmoronar em cima de mim. Agora estava correndo o mais rápido que eu podia.

Apenas queria chegar num ligar a salvo de tudo.

Na penumbra a frente apareceu uma silhueta. Então pensei: "Agora é o meu fim!". Mas em vez de vir em minha direção, virou correndo para a direção contrária e foi para onde eu estava indo.

Agora que percebi que tinha uma varinha para me ajudar, tirei-a do bolso do casaco que estava usando e disse:

– Trip Jinx!

Um raio amarelado saiu da minha varinha e foi em direção da pessoa que estava a minha frente.

Eu não sabia se este feitiço iria funcionar já que tinha o aprendido num livro que peguei na biblioteca na semana passada.

A pessoa tropeçou e caiu de cara no chão, com alguns vestígios de luz consegui ver em sua cabeça cabelos longos e ruivos.

Eu tinha acabado de machucar Gwen!

Ela estava se levantando e fui ajudá-la:

– Sai me solta! - Ficou se debatendo em meus braços.

– Calma Gwen! Sou eu, Anne!

– Ah meu Merlin, Anne! Você me assustou! Nós temos que correr, ele ainda pode estar vindo.

Saímos correndo novamente e conseguimos achar no final do corredor uma porta.

Temos que empurrá-la com força até que ela se abra, revelando uma sala relativamente grande nas masmorras.

Fechamos a porta e colocamos uma mesa que estava ao lado em sua frente para impedir a passagem do outro lado.

– Você está bem? - Pergunto a Gwen

– Acho que sim. - Respondeu ela, mas quando olhei para as pernas, seu joelho estava sangrando. - Eu não tinha percebido isso! Só agora que está começando a doer, e muito.

Peguei uma cadeira para ela se sentar, ela quase estava gritando de tanta dor. E então eu disse:

– Vamos ter que ir para a enfermaria. Você acha que consegue andar?

– Acho que não. - dizendo depois fazendo um urro de dor. - Mas talvez... Abre minha bolsa.

Caminho até o canto da sala, onde deixamos nossas bolsas.

– Livro verde. - Disse Gwen. Reviro sua bolsa de couro e encontro o livro verde que... Não era lá grande coisa. Era do tamanho de uma agenda e sua cor era um verde mofo. Muito feio. - Procura um feitiço... Acho que se chama Levicorpus.

Começo a procurar o feitiço. As páginas do livro são velhas e amareladas, e cada página corresponde a um feitiço. Percebo que está em ordem alfabética.

Passo por uma série de feitiços, como Aquamenti, Accio, Bombarda e etc, até que eu encontro. Levicorpus. O livro, que estava em manuscrito, dizia que ele levitava corpos vivos, mas com certo problema... Ele o deixava de cabeça para baixo. Gwen sabia disso?

– Ham... Aqui diz que ele vai te deixar de cabeça para baixo. Você quer mesmo isso?

– Sim. Melhor do que andar. Mas, você não vai poder ir me acompanhando, Anne.

– Ham... Por quê? - Pergunto ainda confusa.

– Primeiro, se você for me acompanhando, existe uma grande chance de você se distrair e eu cair de cara no chão. De novo. Segundo, pelo tempo que demora das masmorras à enfermaria, você poderia ficar tão cansada ao ponto de desmaiar. Você sabe de cor o caminho?

– Ham... Mais ou menos.

– Você vai precisar imaginar o caminho daqui até lá, para que eu vá levitando até lá. Mas por favor, não se desconcentra! Senão eu vou me quebrar inteira!

– Ta. Acho que consigo.

Treino um pouco o movimento. No livro dizia "Faça um movimento circular com a varinha, e depois que pará-la, mirando-a para cima, diga o feitiço."

Olho para um rato que passava ao meu lado no momento e sigo as instruções do livro.

– Levicorpus! - O rato começa a flutuar de cabeça para baixo. Tadinho, está desesperado para chegar ao chão. Mecho a varinha recitando o contra-feitiço. - Liberacorpus! - O rato voltou ao chão com segurança e saiu andando. Gwen aplaudiu. - Está pronta?

– Não.

Ela anda relutante à porta que já estava livre da mesa. Ela a abre.

– Vamos menina! Mostre o que você aprendeu nos últimos 10 minutos!

– O.K.! - Me preparo. Começo a mexer a varinha e digo o nome do feitiço apontando para Gwen. - Levicorpus!

Ao abrir meus olhos novamente, Gwen já está de cabeça para baixo.

– Agora, feche os olhos... - Ela engole em seco. - E imagine o caminho.

Fui imaginando Gwen levitando de corredor em corredor, passando na frente das salas de Poções, Duelos, Ensino trouxa e outras. Visualizo a sala da enfermaria. Ela está a salvo. Mexo a varinha dizendo:

– Liberacorpus! - Visualizo Gwen voltando ao chão com segurança.

Sinto uma mão em meu ombro esquerdo.

– Posso saber o que está acontecendo aqui?