Ficamos em silêncio, só o que precisávamos era ficar em silêncio e torcer para que a horda se dissipasse com o tempo. Decidimos que enquanto alguns tentavam dormir, os outros vigiariam a casa, eu fui o primeiro a ir dormir, ainda era dia e o sol estava lá fora, na verdade ainda era muito cedo, cerca de oito da manhã.

Eu decidi ir descansar, pois meu corpo estava pesado, e pedia por um bom descanso. Eu me deitei no sofá, e nem mesmo os altos grunhidos do lado de fora me impediram de cair no sono.

(...)

Eu havia me juntando ao grupo, nele havia um homem de cinquenta anos, pai de Lucy, Daniel irmão de Lucy, e a mesma.

Eu já estava bem melhor, já fazia alguns meses e meu ferimento já não passava de uma cicatriz, minha aproximação com Lucy só aumentava com o tempo, e agora quase podíamos ser considerados namorados, e sua doçura e inocência me encantavam. Estávamos no carro voltando de uma busca de suprimentos, ela sorria, enquanto me contava mais uma de suas histórias do passado, de quando sua mãe quase lhe bateu por ter batido o carro, quando saiu com o mesmo sem permissão, era lindo como seu rosto se iluminava e seus olhos brilhavam ao falar da mãe.

Me conte sobre você, eu fico só tagarelando sobre mim, me diga algo do seu passado Jay. ela havia me dado um apelido, eu não gostava, mas não conseguia dizer não para aqueles olhos verdes.

Não tem muito que contar, minha vida é um poço de chatice. meu sorriso era maior do que eu gostaria.

Foi quando do nada na estrada surgiu um errante, e por alguma razão estupida eu tentei desviar do mesmo, e o carro capotou.

(...)

JAKE! Emily balançava meu corpo com força, e eu acordei assustado.

Foi quando olhei ao redor, havia errantes tentando entrar na casa, muitos deles, Robert e Emily estavam ainda ali tentando me fazer acordar.

Vamos pro andar de cima. disse Robert, e assim o fizemos.

Começamos a subir a escada, quando finalmente a horda conseguiu derrubar a porta, um zumbi se agarrou em minha perna o que me fez cair. Eu chutei seu rosto com força e me levantei.

Chegamos ao andar de cima e os errantes já se amontoavam na escada para tentar subir até nós.

Para onde vamos? eu disse olhando em volta.

Aqui. Evan surgiu de uma porta, e nós chamou para dentro.

Assim que passamos pela porta vimos que se tratava de um quarto, ao qual teve a porta bloqueada por uma cômoda.

O que vamos fazer agora? Anne se manifestava pela primeira vez em horas.

Vamos pular a janela! eu disse já indo em direção a mesma.

Tem muitos lá embaixo? falou Emily pousando sua mão em meu ombro.

Não muitos, dá pra matar.

Então vamos! disse Andrew me puxando pelo ombro e abrindo a janela por completo.

A passagem da janela era grande , o suficiente para todos passarem.

Quem será o primeiro? disse Anne puxando o marido para junto de si, insinuando que não seria ele.

Eu vou, nem é muito alto. estava tentando convencer a mim mesmo.

Fiquei parado por alguns instantes, até que os primeiros murros serem ouvidos na porta.

Vai logo! disse a morena mandona como sempre.

Eu fui, me sentei na janela e pulei, caí ajoelhado e com as mãos no solo, eram cerca de dois metros até o chão. Logo em seguida foi Emily que pulou, e os primeiros errantes já se aproximavam de mim. Droga eu precisava arranjar uma faca.

A morena atacou os primeiros dois, e eu não podia usar minha arma, então fiquei atrás dela. Foi a vez de Evan saltar, ela caiu quase perfeitamente e se levantou já atacando os zumbis que começavam a se juntar. Então Andrew pulou, e logo em seguida Emily.

Eu não consigo. disse Robert surgindo na janela.

O que esta dizendo, venha logo! ordenou Evan indignada.

Fique com a minha arma. disse ele a jogando pela janela, e eu peguei. Acho que eu não caibo nesse espaço. seu tom era receoso, enquanto tentava sentar na janela.

Foi quando um errante surgiu atrás dele, e o puxou para dentro do quarto. Seus gritos cortaram o silêncio. Depois de alguns instantes se calou.

Vamos, ele esta morto. disse Andrew frio, pegando a mão da loira.

Mesmo sentindo a perda, fizemos o que ele disse, estávamos na parte de trás da casa, saltamos uma pequena cerca que dividia os imóveis, até sair no quintal ao lado, nos abaixamos atrás da casa seguinte, enquanto ouvíamos os gemidos dos errantes que ainda tomavam a rua.

Estávamos todos uns ao lado dos outros.

O que faremos agora? disse Mike sussurrando.

Eu fiz sinal para que ele ficasse em silêncio. Depois de alguns instantes, Emily se manifestou:

Podemos ir por trás das casas.

É uma boa ideia! - eu completei.

Nos agachamos para que não fossemos avistados pelos errantes que estava na rua, e nos dirigimos a parte de trás da casa seguinte, paramos novamente, já atrás do imóvel ao lado, todos sentados no chão.

Os grunhidos pareciam ter ficado mais altos, como se mais zumbis se juntassem a horda, ou estivesse mais próximos.

Atrás das casas havia uma cerca mais alta.

O que há atrás dessas cercas? eu questionei.

Todos ficaram em silêncio, como se tivessem a mesma duvida que eu.

Mais casas, e mais casas. respondeu Anne depois de alguns instantes.

Foi quando um zumbi surgiu ao lado da casa, e assim que nos avistou grunhiu alto, e logo depois dele outro e mais outro foram aparecendo, provavelmente atraídos pelas nossas vozes. Voltamos pelo caminho que tínhamos vindo antes, chamando a atenção de ainda mais errantes. Pulamos a cerca com pressa, enquanto mais zumbis se juntavam atrás de nós e na nossa frente, os que vinha pela frente nós finalizávamos com nossas armas, e assim que chegamos próximos a casa que antes estávamos, a infestada de errantes, parecia que um mar de zumbis nos cercava. Continuamos a atirar nos que vinham pela frente e nos que estavam mais próximos, Evan e Emily, punham por terra com suas facas. De alguma maneira que a adrenalina do momento não me ajudou a entender, estávamos de repente na rua, e os errantes agora estavam todos atrás de nós, corremos começando a subir a grande rua inclinada, quando eu vi Mike tropeçar e alguns errantes se aproximarem dele, eu parei.

Atirei nos que se aproximavam dele e o ajudei a levantar, mas devido a isso a distancia entre nós e o resto do grupo estava maior, mas a distancia para os errantes estava perigosamente menor.

Foi quando um som de pneu contra o asfalto se foi ouvido em meio aos grunhidos, e um carro grande, como um caminhão mostro, com um tipo de placa na frente surgiu de repente. Um homem apareceu na janela do veiculo e gritou nos mandando entrar.

Fomos em direção ao carro enquanto atirávamos nos zumbis que se aproximavam. Conseguimos todos entrar dentro do mesmo, e já dentro pude observar o quanto era espaçoso, havia cerca de 7 lugares atrás, e todos pudemos sentar cada um em um lugar, arrancou derrubando os zumbis que apareciam na frente do veiculo com sua placa, logo já estávamos mais ao longe e a horda já estava sendo deixada para trás.

Estávamos em uma estrada onde ainda dava para se observar algumas casas ao lado da rua, mas ao longe já era possível se observar um grande galpão, parecido com aquele onde se guarda aviões.

Obrigado por nos salvar! eu me manifestei.

É isso que fazemos! se limitou a dizer.

Ele era um homem não muito alto, cerca de um metro e setenta, mas era muito forte, tinha muitos músculos, e sua pele era morena, deixando visível a sua descendência latina.

Chegamos até o galpão e ele estacionou o carro, descemos rapidamente do veiculo e observamos enquanto um homem magro, barbudo, e com cabelos longos veio em nosso encontro.

Sejam bem vindos! ele disse com sua voz rouca e quase baixa. Eu sou Ethan.

O que é aqui? perguntou Mike, um tanto vislumbrado com o tamanho do local.

Um dos últimos postos de resistência! respondeu.

Você saem por aí ajudando pessoas? Anne questionou com um tom, um tanto empolgado.

Sim, vamos aonde achamos que ainda há sobreviventes.

Mas no caso de vocês o Alejandro na verdade estava em uma busca por suprimentos. outro homem disse, era parecido com Ethan.

Sim, ouvi os grunhidos e fui ver o que era, sorte estar com o guerra, se não, não poderia tê-los salvado. disse o latino que havia nos salvado, aparentemente chamado Alejandro.

Acho que guerra era o nome de seu carro, que na verdade era de fato muito impressionante.

O que fazem com os que resgatam? desta vez foi Evan que perguntou, parecia receosa.

Venham, e eu mostro a vocês! disse o homem dando costas, mas de repente parou e se voltou novamente para nós.

Precisamos que se desarmem, questões de segurança! - o homem parecido com Ethan disse.

Nos entreolhamos e colocamos as armas no chão. Eu estava com a arma que Robert havia jogado para mim bem segura em minhas costas. Alejandro se aproximou e pegou as armas que nós havíamos jogado ao chão.

Ótimo... ele sorriu. Agora podem vir.

O seguimos galpão a dentro, e foi quando chegamos a parte onde estavam o restante dos sobreviventes, onde eu vi algo que me fez gelar.