9:00am

–Então você afirma que o réu levou a senhorita contra sua vontade?

–Sim senhor.

–Temos testemunhas que falam que a senhora era amante do réu, isso é mentira?

–Eu nunca tive nenhuma ligação afetiva com o réu senhor.

Louis estava na minha frente, lágrimas escorria pelo seu rosto e eu tentava encarar a parede, nunca senti uma dor tão forte, quase podia comparar com a dor de perder meu pai. Afinal, eu estava perdendo o Louis. Não tive a menor chance de falar com ele, só podia depois do julgamento, ele me odiava agora, e aqueles olhos acabavam comigo, não era.

–Senhorita, os donos da pousada disseram que vocês pareciam bem íntimos, pareciam amantes de verdade. Ousaram dizer que nunca sentiram tanta paixão em um casal antes. A senhora tem certeza que não tem ligações com o réu? A senhorita tem noção dos perigos de mentir no tribunal?

–Sim senhor, o meu envolvimento com o réu foi apenas parte da espionagem, não tive e nem tenho nenhuma ligação com o réu. Tudo foi apenas para descobrir o real mandante, no caso a Senhora Luns.

–Obrigada senhorita, isso é tudo.

Uma semana após o julgamento.

–Sr. Thomas, eu preciso falar com ele!

–America isso é muito perigoso! Ele vai ser transferido amanhã para uma prisão de segurança máxima, eu cumpri o prometido. 10 anos! Apenas deixe o tempo passar.

–Apenas uma vez, por favor.

–As visitas são as 3:00pm, venha as 2h e verei o que posso fazer.

–Muito obrigada.

1:40pm

–20 min adiantada, se você chegasse com antecendencia assim nas nossas reuniões de trabalho, me siga…

–Ex trabalho, eu tô fora e não tente mais que eu já entreguei a papelada…

–Tudo bem, nossa espiã prodígio. Sentirei falta.

–Ainda não esqueci das coisas que o senhor implantou na minha casa.

–Foi preciso, você tem uma mania de lembrar de tudo né?

–Por isso virei prodígio.

–Okay, espere aqui.

Entrei em uma sala pequena, com duas cadeiras e uma mesa entre elas.

Ele entrou na sala.

–Desculpa, eu não quero receber visitas. Louis falou.

–Apenas sente e faça o que for mandado, isso não é colônia de férias.

Sr. Thomas saiu e ele estava com as algemas na mão, sentado na cadeira olhando para mim.

–O que a senhorita deseja?

–Louis me escuta.

–Não tem o que escutar, eu fui só joguinho para você, não foi loira?

–Você sabe que não, e não sou mais loira.

–Claro, você apenas cumpriu seu trabalho, eu fui só o sapo que confiei que o escorpião atravessasse nas minhas costas o lago. Lembra desse ditado? Maldito escorpião.

–Você sabe o quanto foi difícil fazer isso? Não, você não sabe porra!

–Claro, até porque quem tá preso aqui é você, não é mesmo?

–Pois é, preso por 10 anos. Você deveria ter pegado no mínimo 30 idiota!

–E o que você tem a ver com isso?

–Eu? Coloquei a porra da minha pele em risco, pra deixar você aqui por apenas 10 anos, menti, me corroí por dentro, deixei que você me odiasse pra te ver feliz futuramente, sem peso e com a vida livre pra recomeçar. Somos jovens Louis, 10 anos é fichinha!

–Por que você fez isso?

–Por que você é meu, eu preciso de você. Se a gente fugisse seria uma vida de cão, nunca teríamos uma família ou seriamos realmente livres, você não entende?

–Mas porque você não me contou? Eu me entregaria sei lá, o que fosse! Mas você me traiu da pior forma.

–Fazia parte do acordo, apenas me der uma chance. Me espere.

–Bem, você tem 10 anos, não vou fugir mesmo.

–Okay, tenho 10 anos para te conquistar de volta?

–10 anos.

–Muito bem, você será meu novamente Louis.