Dia 4 / Manhã

O desafio de hoje foi estranhamente normal... Eu estava em um labirinto, com paredes que eram tão altas que nem se podia ver o topo, cobertas por plantas verdes. Eu comecei a andar, procurando por uma saída. Demorei cerca de meia hora até encontrar com Marcus, que tentou me abraçar, mas eu não deixei. Ele me perguntou por que eu estava tão chateada com ele, e eu perguntei se ele não se lembrava que tinha roubado um beijo da Amanda. Ele disse que não se lembrava, e me perguntou se era verdade. Eu disse para ele que ele era idiota, e continuei andando, até ele me segurar e perguntar se estava tudo bem. Eu disse que não estava nada bem, que nós estávamos correndo perigo, que ele beijou uma garota na minha frente, que eu não estava em casa, e deixei escapar que Lucas havia tentado me matar. Ele ficou um pouco paralisado, não querendo aceitar o fato e eu disse que o “precioso amigo” dele havia tentado me matar. Ele tentou me perguntar como isso aconteceu, mas eu disse que tinha que correr, pois queria acordar. Ele tentou me seguir, mas eu não deixei, o mandando ir por outro caminho.
Andei mais um pouco e encontrei com Ana. Ela me disse oi, e eu resolvi segui-la, pois tinha certeza de que ela sabia o caminho. Ela me perguntou se eu realmente estava chateada com Marcus, e eu disse que sim, pois ele era um idiota infantil. Ana riu discretamente, e pediu desculpas, falando que era engraçado me ver com raiva. Eu falei que não era engraçado, eu estava sofrendo por dentro. Ela disse que me entendia (ela não parece ser do tipo que teve muitas experiências amorosas, na verdade, não parece ter nenhuma experiência no assunto), e que sabia como era se decepcionar com alguém que você ama. Eu perguntei a ela se ela sabia para onde estava indo, e ela disse que não fazia ideia, e riu, enquanto viramos uma curva e vimos uma porta de madeira. Nos encaramos por uns segundos, então eu abri a porta, revelando uma luz muito forte, que me acordou. Fui para o quarto de Ana, e ela estava acordada também. Todos os outros estavam dormindo.
Chamei Ana para tomar café, e fiz misto quente para nós, enquanto ela fazia chocolate quente. Ficamos conversando durante uma meia hora sobre música e coisas do tipo. Ela parece ser uma pessoa bem divertida, mas é muito tímida. Então fui perguntar a ela sobre como é o relacionamento entre ela e o irmão. Ela ficou um pouco triste, e disse que Lucas sempre fazia o que quisesse, sem se preocupar com os outros. Eles moravam juntos até ela fazer dez anos, quando seus pais se separaram, deixando Lucas com a mãe e Ana com o pai. A mãe deles sempre dava tudo o que Lucas queria, enquanto o pai era super protetor com Ana. Ela disse que eles nunca foram irmãos de verdade, apenas tinham que se aturar pois eram obrigados pelos pais. Lucas sempre tinha que carregar Ana nas viagens, e ela não tinha a opção de não ir.
Eu resolvi que era o momento certo, então perguntei por que ela entrou no jogo da ultima vez. Ela me olhou por um instante, suspirou e disse que ela queria se matar, mas não tinha coragem, e então um amigo lhe sugeriu o jogo. Ela aceitou o desafio, pois não teria nada a perder. Então entrou no jogo apenas com o amigo dela. Durante uma semana, eles se encontravam todas as noites nos sonhos, e cumpriam os desafios juntos, até que chegou o oitavo dia. Ana contou que nesse dia, eles estavam em uma sala totalmente espelhada, grande, um em cada ponta. No meio da sala, estava um envelope branco. O amigo dela abriu o envelope, e a encarou, com um sorriso. Ela andou até ele, e perguntou o que havia lá dentro, e ele disse “a vitória”, retirando um bilhete dourado que dizia vencedor. Então ele sumiu, deixando Ana sozinha na sala, ficando presa em um sonho.
Tentei perguntar como ela havia escapado, então Amanda apareceu na cozinha, dizendo “bom dia” para nós duas. Ana disse que ia para o quarto escrever no diário dela, e Amanda concordou, dizendo que iria fazer o mesmo. Eu resolvi seguir a ideia e vim escrever agora... Ainda falta um bom tempo para o desafio acabar, mas tudo o que eu quero é ir embora dessa casa.

Até mais tarde.