GOD: O Jogo dos Sonhos - Diário de Letícia escrita por Lua Calixto


Capítulo 5
Dia 2 - Final do dia




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Dia 2 / Fim do dia

Bem, hoje foi um péssimo dia para todos, e que teve algumas revelações muito intensas... Felizmente, todos acordaram, embora Marcus só tenha levantado vinte minutos antes do tempo final, o que me deixou extremamente preocupada. Já são 2:00 horas da manhã, e eu estou com muito medo de dormir, e a minha cabeça está cheia demais para eu conseguir simplesmente relaxar para dormir. Eu acho que esse jogo, embora tenha acabado de começar, está fazendo as pessoas mostrarem suas verdadeiras faces. O que me deixa muito assustada.
Como eu fui a primeira a acordar, observei todos os outros levantando. A primeira (logo depois de mim) foi Manuela. Ela disse que após uns vinte minutos no jogo, encontrou com Lucas, e disse que ele estava agindo de uma forma estranha. Então ela foi para o quarto dela dormir.
Por volta de dez minutos depois, Pedro acordou. Ele foi ao banheiro antes de vir falar comigo sobre o desafio. Ele ainda não havia entendido que o objetivo era se trancar em uma das salas, então expliquei a ele. Achei estranho, por que Pedro sempre foi o mais experto do grupo, ele sempre adivinhava as coisas mais rapidamente do que os outros. As vezes até me espantava com a forma que ele chegava as conclusões, formando sempre o caminho lógico “mais provável”. Ele sempre está certo.
Uma hora e meia depois do desafio começar, Amanda acordou. Eu tentei falar com ela, mas não consegui, ela saiu correndo para o quarto falar com Pedro.
Logo depois dela, Lucas acordou. Ele estava reclamando que o nariz dele estava doendo. Eu estava com tanto ódio dele que comecei a gritar no meio da sala, então Pedro, Manuela e Amanda foram ver o que estava acontecendo. Amanda perguntou por que eu estava gritando com Lucas, e eu disse o que ele havia feito. Todos ficaram em silêncio, encarando Lucas, que disse: “bem, eu acabei salvando ela, não foi? E afinal de contas, todos queremos viver, vocês não podem me julgar por lutar pela minha vida, aposto que fariam o mesmo, não fariam?”. Manuela concordou com Lucas, mas perguntou por que ele estava sorrindo quando me jogou no chão, e ele tentou jogar todos contra mim, dizendo que eu estava vendo coisas, e que era apenas um sonho.
Eu estava impaciente, sentada ao lado de Marcus, esperando que ele acordasse, até que Amanda veio falar comigo. Ela me perguntou se eu queria ir embora, voltar para casa e me livrar do problema. Eu realmente imaginei que ir embora seria a solução de tudo, mas havia um problema: eu continuaria no jogo. Ela disse que eu poderia ter menos uma preocupação, pois não ficaria perto de Lucas. Eu disse que era uma boa ideia.
Esperei Marcus se levantar, o que pareceu ter demorado uma eternidade. Quando ele acordou, eu o abracei muito forte. Ele me perguntou se estava tudo bem, e a resposta era meio óbvia, não estava. Fomos para o quarto, e eu disse que queria ir embora. Ele respirou fundo, e disse que iria me levar embora amanhã. Eu não contei para ele sobre o Lucas, e acredito que ninguém mais tenha contado...
O restante do dia foi péssimo. Ninguém estava animado para jogar, ou beber, nem nada do tipo. Todos estavam se estranhando, com uma aparência de funeral. Eu realmente não sei o que cada um viu acontecer, mas sei que todos passaram por um momento horrível. Eu passei o dia arrumando minhas malas, que estavam extremamente bagunçadas. Eu sempre fui desorganizada, deixo minhas roupas espalhadas, meu fichário da escola não faz sentido, meu computador tem mais lixo do que arquivos, e meu quarto nem se pode definir como um quarto de tão bagunçado que é. Eu consegui tirar todas as coisas das minhas malas em dois dias... Ana me perguntou por que eu estava arrumando as coisas, e eu disse que eu ia embora amanhã. Ela me pareceu um pouco triste, mas ela deu um sorriso (que pareceu muito forçado), e perguntou se eu queria ajuda para arrumar as coisas. Eu aceitei a ajuda, afinal, foi a primeira vez que ela começou uma conversa comigo. Comecei a falar sobre como era triste saber que poderíamos morrer, e ela me deixou um pouco assustada com o que disse: “mas, e se os jogadores não quiserem mais viver e viram isso como uma oportunidade de morrer lutando por algo que prezam?”. Eu comentei que ninguém sabia que o jogo poderia nos matar, mas então ela me deixou mais assustada ainda, dizendo que ela sabia. Eu parei de mexer nas malas, e olhei para ela, perguntando como ela sabia. Ela olhou para trás, checando se a porta estava trancada, então levantou a manga do casaco dela. Eu segurei o grito quando vi as cicatrizes de corte por todo o pulso dela. Ela disse para mim que muitas vezes ficava com tanto ódio do irmão (Lucas), que tentava se matar para poder escapar do “império” dele. Eu não tenho certeza se ela sabe sobre o Lucas ter tentado me matar, mas sei que ninguém contou a ela o que aconteceu. Perguntei então como ela sabia sobre o jogo, e ela disse que conhecia muito bem tudo sobre ele. Eu insisti para ela me dizer como, e ela me disse que já havia jogado.
Alguém chamou Ana para jantar, interrompendo nossa conversa, mas eu preciso perguntar a ela o que aconteceu quando ela jogou pela primeira vez. Digo, ela ainda está viva... Então... Ela venceu o jogo?

Fim do dia 2.


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