Dia 5 / Manhã

Eu consegui escapar da casa de Lucas com Ana e Amanda. Estamos no meio da estrada, no carro de Lucas. Foi uma noite bem longa... Bem, eu tenho que começar a contar o que aconteceu ontem.
Eu estava no quarto, sentada na cama chorando, enquanto Ana gritava com a porta na esperança de que Lucas ouvisse. Já eram quase 3:00 horas, até que Lucas gritou pela porta: “eu quero propor um desafio. Vou jogar as chaves por debaixo da porta na hora em que entrarmos no jogo. Caso vocês acordem primeiro, vocês escapam. Se eu acordar primeiro, matarei as duas, que tal?”. Ana nem pensou duas vezes antes de dizer que aceitava, e eu não achei um motivo para negar a oferta, afinal, iria morrer do mesmo jeito. Logo, comecei a sentir os efeitos do jogo, fiquei extremamente tonta e sem energia, e a última coisa que vi antes de apagar foi uma chave entrando por debaixo da porta.
Abri os olhos e estava no quintal de uma mansão que era cercada por muros altos demais para se pular. Eu andei até a porta da mansão, tentei abrir a porta, mas ela estava trancada. Percebi que eu teria que encontrar a chave, mas o quintal era enorme, com um rio e uma ponte, árvores, arbustos e muitas flores. Eu olhei para o céu, estava de dia, e o cronômetro estava lá, contando o meu tempo para a vitória ou a morte. Eu não estava correndo apenas contra o tempo, mas também contra Lucas.
Eu não fazia ideia de por onde começar, mas senti um alívio gigantesco ao ouvir a voz de Ana me chamando. Corri até ela, e perguntei onde estava a chave, e ela me disse que tínhamos que encontrar antes que Lucas o fizesse, pois só existia uma, e ele poderia nos trancar do lado de fora. Eu perguntei por que deveríamos entrar na mansão, e ela me disse que o objetivo do jogo era encontrar uma outra chave, que transformaria a porta que abrisse em um portal para se sair do sonho, e que só funcionaria com uma pessoa. Então começamos a procurar pela chave da mansão. Andamos durante meia hora, procurando em arbustos e pedras, até que esbarramos com Amanda. Ela estava ofegante, e parecia preocupada, nos mandando ficar em silencio e se esconder atrás de algumas plantas. Observamos e vimos Manuela passar correndo, sem notar nossa presença. Perguntei a Amanda o que estava acontecendo, e ela disse que Manuela estava ajudando Lucas, e que iria nos impedir de vencer o jogo. Amanda parecia extremamente triste, provavelmente por que Pedro foi assassinado por Lucas, mas quando fui tentar falar alguma coisa, ela me mostrou a chave que procurávamos. Eu perguntei onde ela encontrou, e ela disse que estava dentro de uma rosa negra que estava junto com várias outras em um dos canteiros.
Fomos correndo para a mansão, e quando chegamos na porta, eu ouvi a voz de Pedro. Amanda virou para trás, e saiu correndo para abraça-lo. Eu estranhei a cena, pois acreditava que Pedro estava morto. Eu abri a porta, e vi Lucas correndo logo atrás de nós. Corremos para dentro e tranquei a porta, a tempo de ouvi Lucas gritando que ia entrar. A chave começou a se desfazer, e Ana falou para sermos rápidos, pois ela iria aparecer em outro lugar e Lucas poderia encontra-la. A mansão parecia muito maior por dentro, com muitos corredores, salas e mobílias. Seria impossível encontrar uma chave lá.
Enquanto andávamos pelo local, perguntei a Pedro o que havia acontecido entre ele e Lucas, e ele me disse que a última coisa de que se lembrava era de ver Lucas com uma arma na mão. Amanda começou a chorar, dizendo que ele estava morto, e que não devia estar ali conosco, então Pedro disse que ele realmente podia estar morto, mas ainda não havia perdido o jogo. Aparentemente, morrer fisicamente não afeta o jogo. Mas infelizmente, morrer no jogo te mata na vida real. Por conta disso, Marcus não está mais aqui. Ana tentou acalmar Amanda, dizendo que Pedro poderia voltar a vida se quem ganhasse o jogo desejasse isso.
Rodamos por mais ou menos uma hora na casa, vasculhando várias gavetas, armários e tudo o que pudéssemos imaginar, até que eu vi um vulto passando em um corredor. Eu perguntei se alguém mais havia visto, e todos negaram. Resolvi segui-lo, e ele entrou em um quarto. O quarto era meio infantil, com vários brinquedos espalhados. Parecia um lugar bem confortável, por um momento pensei que não me incomodaria em ficar ali, e então reparei que aconteceria exatamente isso se eu perdesse o desafio, e percebi também que Marcus estava preso naquele labirinto, sozinho, para sempre. Eu olhei para as paredes do quarto, e em uma prateleira estava uma caixinha que me chamou a atenção. Eu peguei ela e a abri, encontrando uma chave. Todos olharam para mim e Amanda sorriu, dizendo que eu havia conseguido. Mas era apenas uma chave, e precisávamos de quatro. Amanda sugeriu que uma de nós saíssemos do sonho e tirasse as outras da casa. Eu disse que seria melhor ela sair, pois poderia nos botar no carro e dirigir para longe. Mas Ana disse que não adiantaria. Eu perguntei o por que, e ela disse que Lucas havia jogado a chave do quarto de Amanda no nosso quarto, e a nossa chave no de Amanda. Eu perguntei como poderíamos sair então, e Ana disse que como um quarto ficava de frente para o outro, poderíamos jogar a chave por debaixo da porta.
Pedro perguntou por que precisávamos das chaves dos quartos, pois ele não sabia que Lucas havia nos prendido. Explicamos para ele o que aconteceu enquanto procurávamos por outra chave. Depois de algum tempo procurando, encontramos a segunda, escondida em um armário dentro de outro quarto. Logo que fomos procurar a terceira, ouvimos a voz de Lucas entrando na casa. Pedro mandou eu e Amanda acordarmos, e levar Ana para o carro. Concordamos em fazer isso. Amanda fechou a porta do quarto onde estávamos, botou a chave e abriu a porta, revelando uma luz muito forte. Ela desejou sorte para Pedro e Ana, e sumiu na luz, então a porta se fechou novamente. Eu fiz a mesma coisa, e acordei ao Lado de Ana, cerca de cinco horas da manhã.
Peguei a chave que Lucas havia deixado no chão e testei na porta, reparando que ela realmente não funcionava. Então gritei para Amanda, e ela pediu para jogar a chave para ela, e eu o fiz, mas por um golpe de azar, a chave parou no meio do corredor. Amanda pediu para eu não entrar em pânico, e eu ouvi varias vezes o som da chave se arrastando no chão. Perguntei o que ela esteva fazendo, e ela disse que estava tentando joga-la para mim. Alguns segundos depois, a chave passou por debaixo da minha porta, amarrada a uma linha. Eu a peguei e abri a porta, peguei a chave que estava parada no corredor e abri a porta de Amanda. Ela estava machucada, e perguntei a ela o motivo, mas ela não me disse. Pegamos as malas que já havíamos arrumado, Amanda foi procurar a chave do carro e eu juntei o máximo de coisas da Ana (que ainda estava dormindo) e levamos para o carro. Depois voltamos para o quarto para levar Ana para o carro. Eu notei que o corpo de Marcus não estava mais na sala. Entramos no carro, botamos Ana deitada no banco de trás, e eu sentei na frente, ao lado de Amanda. Ela esta dirigindo, e disse que vai nos levar para a casa dela que fica mais perto do que a minha.
Ana acordou a alguns minutos, e disse que Pedro lutou com Lucas, e saiu correndo com ela para encontrar a terceira chave. Eles não viram nenhum sinal de Manuela, e quando encontraram a chave, Pedro mandou Ana acordar.

Espero voltar mais tarde.