Não sabia explicar, mas percebi que não tinha abertura o bastante para perguntar o que havia acontecido com ela. Mas sabia que precisava ajuda-la, apesar de não conhecer ela tão bem.

– erg... Cindy, oi... – resmunguei

– Oi Luke... – Falou baixo, virada para sua mesa.

– Está tudo bem?

Essa é a pergunta mais idiota que uma pessoa pode fazer, a pessoa está chorando e o cara vai lá para perguntar se está tudo bem? Sério?!

– Bem, muito bem. Por que ? – tentou ser breve

– Você está, tipo, chorando Cindy...

– Não estou, por que acha isso ?

– Olha para mim então. – falei me aproximando dela.

Em um gesto rápido ela virou o rosto, estava seco, e desta vez sem maquiagem, mas como era desligada, não notou que sua manga branca estava inteira manchada .

– Cindy... – ri alto.

– Anh ? – tentou sorrir

– Sua manga. – toquei em seu casaco.

– Droga. – soltou um sorriso sem graça.

– Quer conversar sobre isso ?

Fazia tempo que não era tão legal com alguém, não gostava de ouvir desabafos nem nada relacionado a isso, mas ela tinha alguma coisa que me fazia querer ouvi-la sempre que podia.

– Eh... Luke, adorei o fato de estar preocupado comigo, mas agora não quero conversar. – Parou – Ai, como eu sou horrível! Desculpa, foi mal mesmo!

– Não. Eu entendo, de verdade.

Na verdade não, eu estava completamente sem graça e desapontado, estou a cinco horas seguidas pensando de como eu fui tolo tentando ajudar uma pessoa que eu conheço tão pouco. Sei lá o que ela deve pensar de mim, me preocupo com isso. Passo uma imagem a ela diferente do que eu sou.