Matespritship escrita por Bardo Maldito


Capítulo 1
Matesprit


Notas iniciais do capítulo

Essa one-shot surgiu de completo improviso.Pediram no meu Ask pra eu citar uma situação fictícia na qual,da maior felicidade,eu decairia para o completo desespero.E eu estava sem ideias,até que pensei que a situação pela qual o Kurloz passou com a Meulin era EXATAMENTE isso.Então,eu basicamente escrevi a história dos dois,mas adaptando pequenas coisas.
Porém,pra não perder um bom texto,decidi postar aqui.Ficou bem curto,porque o Ask.fm tem limite de caracteres,mas coloquei o máximo de emoção que podia nas palavras.
Nota: Eu ouvi falar da história do Kurloz e da Meulin através de uma amiga minha viciada em Homestuck,mas eu ainda não cheguei nem perto dessa parte (estou na metade do Segundo Ato).Então,se houver erros,ou eles estiverem muito OOC,peço desculpas.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/500093/chapter/1

Eu a amava muito, e sabia que ela também me amava. Na verdade, acho que o sentimento ainda sobrevive... mas as sequelas das circunstâncias pelas quais passamos ainda sobrevivem nos dias de hoje.

Estávamos juntos. O último momento que passamos verdadeiramente juntos. Lembro que ela se deitou de encontro a meu peito e mordeu meu queixo de leve, como era sua mania, enquanto eu acariciava seus cabelos, a vendo sorrir e se aconchegar. Sorri pra mim mesmo... tão fofa. Tão minha.

- Meulin?

- Hum?

- Eu te amo.

- Eu sei. - ela riu, deslizando os dedos por meu rosto - Mas eu nunca quero parar de ouvir isso de você.

- E eu nunca vou parar de dizer isso pra você.

Nos aconchegando um ao outro, logo caímos no sono. Porém... o sono trouxe escuridão e revolta. Não conseguia ver nada, ouvir nada, mas sentia raiva, muita raiva, dentro de mim. Não sabia o que estava fazendo, me sentia sozinho no mundo, ao mesmo tempo que sentia todo o mundo ao meu redor queimar. E um fogo que eu tinha criado. Raiva, raiva, raiva, apenas isso e nada mais. Num reino de fúria e ódio, eu era o príncipe soberano, indomável e destruidor. E sem perceber, enquanto a fúria me devorava por dentro, toda a raiva saía de dentro de mim em um grito, soando alto como uma buzina ou uma trombeta que anunciava a destruição.

Não a ouvi chamando meu nome. Na verdade, não há prova concreta de que ela tenha chamado meu nome. Mas eu sei, consigo imaginá-la me sacudindo e tentando me acordar enquanto eu gritava de ódio e horror. Até o ponto no qual... simplesmente não consegue mais, e também grita, de dor e horror.

Até que acordei. Os olhos arregalados de horror, ainda experimentando toda a fúria explodindo dentro de mim.

Até olhar para o lado. E experimentar o verdadeiro horror.

Lá está ela, caída. Sangue em profusão escorrendo de seus ouvidos.

Desfalecida.

Morta?

****

Ela sorriu pra mim. Por um segundo. Antes do horror.

Bandagens cobriam a maior parte de sua cabeça. Eu não conseguia mais ver suas orelhas. Meu ódio, meu grito destruidor havia estourado seus tímpanos. Um dano do qual ela nunca se recuperaria. Mas ela sorria, sorria pra mim. Como era possível? Como ela podia sorrir pra mim, quando eu queria arrancar meu coração por tê-la feito sofrer?

E,ainda assim, ela sorriu. Por um segundo.

Seus olhos esquadrinharam minha boca. Ainda estava inchada, e ainda saía um pouco de meu sangue púrpura. Ela não conseguia ver que eu tinha mordido minha língua até arrancá-la, pois minha boca estava completamente fechada. Lacrada, com linhas passando por ela, costurando a porta infernal pela qual havia saído o sofrimento da pessoa que eu amava.

Caminhei até ela, mal contendo o sofrimento ao ver o modo como ela me encarava. Horrorizada, sim, mas por compaixão. Por que eu fiz algo tão horrível comigo mesmo?

E por que eu fiz com você, minha amada kittybitch?

Ela tocou meu rosto,hesitante. Me olhava nos olhos, e eu via neles todo aquele amor que já vi outrora.

Balançando a cabeça, afastei a mão dela.

Ela me olhou, entre confusa e ferida. Eu novamente balancei a cabeça, uma nítida negativa.

Ela não podia ouvir o que estava dizendo, mas mesmo assim disse:

- Não mudou nada. Eu te amo.

Balancei a cabeça novamente. Levei a mão a meus lábios costurados... e em seguida, toquei seu coração. E repeti o gesto negativo com a cabeça.

Ela entendeu.

"Não... eu nunca mais poderei te dizer que te amo."

Em seguida, virei as costas. Ela fez menção de ir atrás de mim... mas não foi. Sem me virar, eu podia saber que lágrimas estavam escorrendo de seus olhos. Assim como dos meus.

Eu sabia que eu estava fazendo ela sofrer. E também, estava causando meu próprio sofrimento. Eu sabia que ela se recuperaria: ela era forte. Mas eu não estava tornando nada mais fácil... e chorava por dentro, porque estava fazendo ela sofrer.

Mas não importava.

Esse seria o último ato de sofrimento que eu imporia a meu amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom,está aí.Eu realmente amo a história desses dois,o que foi principal razão pra eu querer voltar a ler Homestuck.Sei que vai demorar muito,mas...vamos que vamos.
Espero que tenham gostado,e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Matespritship" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.