Pelo escuro escrita por Olavih


Capítulo 12
Overdose


Notas iniciais do capítulo

HEY gracinhas! Então, eu sei que o dia de postar foi ontem, mas eu to em semana de prova, então mereço um desconto certo? O capítulo tá curtinho porque eu quis deixar para o outro ter mais emoções. Eu espero de verdade que vocês gostem desse e que não queiram me bater kkkkk. Três beijos e até mais.



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POV Ethan.

Passei meus braços em volta de sua cintura. Eva estava me deixando louco à noite toda. Com toda aquela beleza e sedução apenas no olhar. Seus lábios pareciam me atrair como se fosse errado minha boca ficar longe da dela. Ela passou seus braços em volta do meu pescoço, suas mãos obrigando meu rosto a ficar perto do dela. E é obvio que eu estava amando.

Não sei o que deu em mim. Nunca havia beijando uma garota com tanta vontade como estava agora. Era como se estivesse passado dias na seca e ela fosse minha água. Eu sempre desejava mais. Ela era a droga e eu estava caminhando para uma overdose. E realmente não me importava.

O beijo ia bem. Muito bem. Mas então ouvi algo. Apitos. Cachorros. Gritos. Um grito na verdade. Minha mente estava embaraçada, por causa da bebida. Quantas bebidas eu havia ingerido? E quem foi contar? Continuei beijando Evangeline, seguindo o que meu coração queria não a razão. Então, meu cérebro pareceu recobrar o controle da situação e eu me afastei da loira.

—Cachorro.

—Você me beija e me chama de cachorra? — perguntou ela meio entorpecida, meio brava.

—Não. Tem cachorros aqui. O guarda do parque! — mesmo arfando e zonzo, peguei a mão de Eva e saí correndo dali. Ela cambaleou atrás de mim, pegou minhas roupas e nós corremos. Os apitos e gritos atrás de nós eram o combustível de nossa risada. Isso mesmo, estávamos rindo. A cada passo uma risada gostosa que o vento levava. Eva corria e ria com paixão. Mesmo molhada, a maquiagem toda borrada e os cabelos em estado de calamidade, ela era a mulher mais linda do mundo.

Chegamos ao carro e eu não demorei muito a encontrar as chaves. Dei partida correndo dali, apoiando a cabeça no punho e o cotovelo na janela. Eva estava muito bêbada. Ela ria e falava sobre o quanto o guarda deve ter ficado grilado com nossa invasão. Eu apenas acenava positivamente observando suas manias. O jeito que as mãos moviam quando ela falava e como ela mudava a voz ao imitar o guarda, caso ele tivesse nos pegado. As caretas e o modo de mover as sobrancelhas grossas. Tudo nela era totalmente surreal.

Ela ligou o rádio. Estava passando This is how we do — Katy Perry, Eva começou a dançar no ritmo da música encenando conforme a letra falava. Ela encenava bem, para alguém bêbada. E eu estava rindo e gargalhando de suas palhaçadas. A rua estava vazia, só nós acordados ás três da madrugada. Estranhamente eu não sentia frio e nem ela, pois no refrão ela abriu o vidro todo e colocou metade de seu corpo para fora, sentando na janela e levantando os braços.

Em meu estado perfeito eu a puxaria para dentro e a daria uma belíssima bronca. Mas aquele Ethan que estava no carro não era eu. Era um Ethan mais descontraído que não se importava de dirigir bêbado e beijar a melhor amiga estando em um lago apenas de cueca.

Eva cantava a plenos pulmões e quando a música acabou ela entrou novamente. Então, deu-me um beijo na bochecha achando engraçado a marquinha do batom que ficou. Depois ela deitou a cabeça no meu ombro. E dormiu serenamente.

Quando cheguei à casa a levei no colo para seu quarto. Seu vestido tinha secado quase totalmente assim como seus cabelos, então apenas a deixei na cama e fui para meu quarto. Eu não tive problema para dormir, como geralmente tenho. Apenas caí na cama ainda ouvindo as gargalhadas de Evangeline na minha cabeça.

***

Dor de cabeça. Era só nisso que eu conseguia pensar. Todas as vezes que eu tentava me lembrar do que houve na noite anterior minha cabeça latejava mais do que tudo. Mas eu ainda tinha a lembrança de risos. Gargalhadas na verdade. A música da Katy Perry. E um sentimento. Como se eu tivesse experimentado algo muito bom e agora precisasse de mais dose, mas não tivesse. Será que eu tinha consumido drogas? Não, acho que eu não ficaria tão louco assim.

Desci as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível para que minha cabeça não doesse. Kyra estava na sala, sentada em frente à TV, vendo desenhos. Espera desenhos? E a Kyra em casa? Andei até ela e perguntei:

—Ué, você não foi salvar o mundo hoje?

—Bom dia para você também querido irmão! — zombou Kyra.

—Bom dia. Não foi salvar o mundo hoje?

—Não. Hoje é meu dia de folga.

—Ah sim! — dei de ombros e fui procurar um remédio. Assim que o tomei, voltei para a sala. — onde está Evangeline?

—Quarto. Ela não levantou ainda. — franzi a testa. Como assim ainda não havia levantado? Subi até seu quarto, batendo na porta antes de entrar. Depois de proferir uns três palavrões ela mandou quem estivesse fazendo barulho entrar.

—Ah, é você moreno? — um espirro. — to com uma — outro espirro — dor de cabeça que tá me deixando louca. — sentei em sua cama, colocando a mão em sua testa. Ela estava queimando de febre.

—Credo Evangeline, você está quente.

—Eu sou quente, baby. — ela riu.

—Não loira você está muito quente. Tem termômetro?

—Gaveta de baixo. — abri a gaveta e só tinha calcinhas. Minhas bochechas esquentaram. — a de baixo Ethan. — fechei a gaveta e abri a de baixo, pegando o termômetro. — Por Deus Ethan, é só uma gaveta de calcinhas.

—Eu não falei nada.

—Nem precisa, está mais vermelho que um pimentão.

—Eu... — iria negar. Mas eu sabia como estava então apenas me calei e coloquei o termômetro em sua boca, esperando um tempo. Quando achei ser suficiente, tomei-o de volta olhando a temperatura. Trinta e nove graus! Arregalei os olhos.

—Quanto?

—Trinta e nove. — ela também ficou espantada.

—Vamos ao médico.

—Não Ethan, é só febre. É só dar um remédio que passa. — ela falou como se não fosse nada. Eu ainda estava oscilante, na dúvida, então ela pegou minha mão como se quisesse me convencer com piedade. Aquela sensação de que algo estava faltando em mim voltou, juntamente com uma incrível dor de cabeça. Assenti, fechando os olhos devido à dor.

—Está bem, vou pegar o remédio. — levantei e fui busca-lo. Logo voltei com este na mão e um copo d’água na outra. Ela sentou-se na cama e tomou o remédio. — Engole tudinho viu bebê?

—Tá bom mamãe. — Eva sorriu e ao engolir o líquido ela fez uma careta. — esse remédio é muito ruim. — ela espirrou.

—Mas é necessário. Você não está legal.

—Tá, mais mesmo assim.

Passei a tarde cuidando de Eva. Ela quase não saiu do quarto, por pura preguiça mesmo. De acordo com sua versão ela não sentia fome quando estava com gripe, mas fiz questão de levar comida pra ela. Não queria nem me lembrar de como era Eva antes de chegar aqui.

Estávamos em na sala, lendo A Hospedeira, o único livro que ela aceitou que lêssemos. Deitados no sofá, os corpos colados, as respirações uníssonas. Ela deitou a cabeça no meu braço, que estava apoiado no braço do sofá. Eu estava lendo as memórias de Melanie quando Eva espirrou. Ela bufou e disse:

—Parece que aquele guarda ganhou.

—Que guarda? — perguntei, baixando o livro.

—Ué, o do parque ora!

—Parque? — continuei confuso. Ela virou-se para mim.

—De ontem!

—Ah sim. Até queria ter te perguntado, mas me esqueci. O que aconteceu ontem? — perguntei.

—Como assim o que aconteceu? Até onde você se lembra? — ela parecia brava. Recuei um pouco, falando baixo.

—Até a gente disputando no karaokê. — Eva arregalou os olhos. Quando falou sua voz era um sussurro.

—O lago? O carro? A música? Nada! — ela empalideceu e ficou sem ar.

—Eva, o que foi?

—Nada. Eu só... — então ela se levantou e virou o rosto. — vou pro meu quarto. — ela não olhou mais para mim, mas quando correu para subir as escadas, pude vê-a limpando uma lágrima.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Parece que o nosso Ethan teve uma amnésia certo? Eu sei que alguns de vocês podem ter esperado mais beijos ou qualquer outra coisa, mas isso só vai acontecer no futuro kkk. Comentem, please. Bjs bjs