Pelo escuro escrita por Olavih


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoinhas do meu ♥, como vão? Obrigada por me dar essa chance, espero que goste do capítulo. Ele não tá muuito empolgante, mas é que no começo é difícil mostrar o que você tem a oferecer pro resto da fic. Então, eu espero que vocês tenham paciência comigo k. Enfim, boa leitura e até mais.



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Prólogo

O folheto exibia uma foto com bastante cor verde e empolgante além das informações do evento. O título era: Salve uma árvore no dia da árvore. Que titulo complexo não?, Pensei com ironia. Parei em frente à entrada para o evento e observei as pessoas que ali estavam. A maioria delas estava com algo verde, seja uma blusa, ou calça ou até mesmo o cabelo. Elas sorriam e comentavam umas com as outras sobre algo que parecia empolgante.

O cenário era bem agradável, tive que admitir. Havia várias barracas com diversos tipos de brincadeiras, um palco mais a frente, aonde uma banda se apresentava e uma plantação enorme onde crianças e adultos plantavam sua árvore. Não havia lixo no chão e as pessoas eram pacíficas, o que me deixou impressionada. Um perfeito mundo ecológico. Levantei as sobrancelhas e entrei nesse mundo ecológico.

Enquanto andava fiquei observando as pessoas. A maioria parecia ter uma familiaridade típica de cidade pequena, sempre se cumprimentando e fazendo perguntas como: “E a sua mãe como vai?”. “Fiquei sabendo que o seu irmão vai pra faculdade o ano que vem. Que legal!”. E outras que eu sinceramente não queria prestar atenção. Apenas continuei andando e olhando para todos os lados, procurando minha amiga.

Kyra Boorera minha melhor amiga desde que me entendo por gente. Estudávamos na mesma escola, e embora eu fosse bolsista ela nunca teve nenhum problema em conversar comigo. Sempre me defendia e sempre esteve do meu lado, mesmo quando eu não merecia. Mesmo agora que a geografia parecia nos separar, ela nunca deixou de me telefonar, ou mandar uma mensagem, ou qualquer coisa apenas para dizer: “Ei, estou aqui se lembra? Eu sempre vou estar!”.

Ela era ecologista e depois que se mudou pra essa cidade parecia que seu sonho finalmente havia se tornado realidade. Ela sempre quis convencer as pessoas da importância de se salvar uma árvore, ou a água do mundo, essas coisas. Eu nunca me importei muito, mas fazia o que podia pra que ela se sentisse orgulhosa, ou pelo menos ouvida. Ao que tudo indica, acho que ela finalmente achou pessoas que a escutassem de verdade.

Depois de quinze minutos procurando eu já estava desistindo. Comecei a imaginar se ela não teria ido para casa, ou se esquecido de que eu viria, ou que eu estava no evento errado, embora tivesse certeza de que nenhum outro evento teria um nome tão ridículo como este. Achei um lugar para sentar e me acomodei, vasculhando novamente a área. E mais uma vez, não a achei. Olhei para o palco que estava a minha frente. A banda que ali estava tinha feito pausa para o almoço e as pessoas estavam começando a se dispersar.

Rapidamente um plano se formou em minha cabeça. Algo que eu pudesse fazer para homenagear minha amiga e ao mesmo tempo encontra-la. Olhei mais uma vez para o palco, refletindo e sentindo a adrenalina aumentar em meu corpo. Levantei, largando minha mala ali mesmo no banco e caminhei até o palco, abrindo espaço pelo público. Ignorando as expressões confusas, me concentrei no microfone e assim que consegui chegar até em cima do palco agarrei-o com a maior força.

—Bom dia galera! — gritei. Como resposta me veio apenas fracos e desanimados bom dia. Franzi a testa e falei: — Eu acho que eu não escutei, vamos de novo! Bom dia galera. — gritei mais alto. Dessa vez as pessoas sorriram e gritaram mais fortes e mais animadas. — É isso aí. Bem, pra quem não me conhece sou a Eva Corner amiga da grande e maravilhosa organizadora do evento, Kyra Boor. — uma salva de palmas começou quando falei o nome dela. — é, ela mesma. Enfim, eu vou cantar essa música pra ela, e eu espero que vocês gostem.

Peguei o violão ao meu lado e comecei a tocar as notas que já sabia de cor. I’m yours sempre foi à música favorita de Kyra e quando eu finalmente aprendi a tocar violão essa foi a primeira música que ela insistiu para que eu aprendesse. Passávamos tardes juntas com ela repetindo a ordem das notas e o ritmo e me convencendo de que eu iria arrasar no festival de música do colégio. Por fim eu acabei não competindo, pois peguei catapora na semana do festival. Mesmo assim as horas que passamos juntas foram ótimas e sempre ríamos quando contávamos essa história.

Minha voz saía melodiosa enquanto eu ditava as palavras da letra. Fechei os olhos para melhor concentração, cantando com empolgação. As pessoas começaram a acompanhar e bater palmas e quando terminei todos explodiram em uma salva de palmas empolgada. Kyra estava no meio deles, sorrindo com felicidade e incredulidade para mim. Ela subiu ao palco e me abraçou, tirando toda a saudade acumulada. Eu a abracei de volta e ficamos alguns minutos assim, apenas curtindo os braços uma da outra.

—Você mal chegou e já chamou a atenção? O que eu faço com você Eva?

—Faz o que você sempre fez, me ame! — nós rimos. Kyra falou algumas palavras ao microfone e descemos abraçadas, dando lugar à banda que iria tocar.

—Então bonita, você demorou! Achei que já tinha fugido de novo. — disse Kyra passando o braço ao redor dos meus ombros. Caminhamos até o banco e eu peguei minha mochila.

—E perder essa festa linda? De modo algum! — sorri.

—Claro, e perder a chance de chamar atenção? Só se você não se chamasse Evangeline!

—Bem que eu preferiria ter o prazer de não ter um nome ruim como este! — nós rimos.

—Então Eva como estão as coisas? Seu pai realmente não exagerou ao dizer que você está magra!

—As coisas vão indo e meu pai é um mentiroso. Falta muito pra eu estar magra. — Kyra revirou os olhos.

—Enfim, você já comeu?

—Já sim. — menti.

—Ah minha cara, você ainda não aprendeu que eu sou a rainha da verdade? — disse Kyra com seu sorriso presunçoso. — você pode até enganar o seu pai com essa conversinha mole, mas comigo as coisas vão ser diferentes. — declarou ela. Bufei e sem ânimo para protestar e apenas concordei.

—Então me paga um cachorro quente que eu to morrendo de fome. — falei enlaçando meu braço ao dela e a carregando para uma barraquinha de cheiro esplêndido.

Caminhamos colocando as novidades em dia. Kyra me falou de como tem sido dura à vida de trabalhar e estudar ao mesmo tempo e como não estava tendo tempo nem mesmo para respirar quem dirá para arrumar um namorado. Contou que, desde que se desvencilhara do dinheiro do pai, se sentia mais livre e menos receosa para com o parente e daqui a algum tempo poderia até mesmo voltar a ir às festas de família.

Além disso, relatou seus trabalhos voluntários, feitos em vários lugares. Contou que quando escolheu jornalismo seu foco principal era a injustiça e por isso passa horas procurando injustiças no mundo, principalmente na política. Não é preciso dizer que era muito fácil de achar.

Enquanto estava saboreando meu cachorro quente, tentando esquecer as calorias que eu provavelmente adquiriria, e escutando sobre como o evento foi organizado, escutei uma voz falando atrás de mim.

—Kyra tem como você me dar às chaves de casa? — virei-me para encarar o dono da voz. Ele era branco, tinha cabelos castanhos escuros e lisos penteados cuidadosamente em estilo militar antigo, olhos castanhos escondidos atrás de óculos quadrados, um rosto encantador e incrivelmente familiar. Ele sorriu torto quando me viu, e pude ver a cicatriz que acompanhava sua sobrancelha direita. Sabia muito bem que era Ethan, o irmão mais velho de Kyra.

—Caraca Ethan, como você melhorou desde o colegial. Nem parece aquele nerd magricelo! — sem pensar deixei as palavras saírem da minha boca.

—É bom te ver também Evangeline.

—Eva. Por favor, Evangeline não! — protestei. Ethan e eu não éramos amigos. Ele era dois anos mais velhos e participava do grupo dos nerds. Enquanto ele não tinha nem um bilhete na agenda para manchar seu currículo perfeito, eu estava prestes a ser expulsa por conta das minhas diversas artimanhas. Resumindo vivíamos em mundos diferentes que só eram ligados pela presença da Kyra.

—Ah tá aqui Ethan. — Kyra lhe entregou as chaves. — mas você já vai?

—Desculpe-me mana, mas eu realmente tenho que ir. A prova de...

—Tá, eu entendi. Bom estudo. — Kyra virou para o lado, sem esconder sua decepção. Ethan pegou as chaves e deu-lhe um beijo carinhoso na bochecha. Depois saiu correndo e se misturou a multidão. —Então, eu já contei tudo. Sua vez!

Eu contei como havia sido o namoro e quando comecei a me achar mais gorda. Relatei apenas um resumo de minhas dietas malucas, e ocultei a parte que tomava laxante quando tinha uma “recaída”. Kyra tentava demonstrar neutralidade, e só se revoltou quando contei a última briga que tive com Patrick.

—Esse cara é um imbecil Eva. Um ridículo, patético, controlador e obsessivo. Não sei como você consegue ficar com ele! — o modo como Kyra falava mostrava sua repulsa por Patrick. Eu sabia o porquê aguentei as humilhações que Patrick me fizera, mas não ia falar. Então apenas menti.

—Eu também amiga. Eu também.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Não gostaram? Amaram? Odiaram? Enfim me diz o que você achou, o que você realmente achou, que aí eu vou fazer o possível pra melhorar ok? Beijos beijos e até mais.



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