Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 23
Capítulo 22: Filho do Martin


Notas iniciais do capítulo

Yo! Tentei postar o cap ontem, mas fiquei sem internet, ou seja, desculpas
Enfim, aqui, a frente de vós, o cap 22. Espero que curtam



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Finn

Encarava-o de forma assustada. A cabeça do ser era ligada pelo líquido esverdeado espalhado pelo chão, que de forma mística, atraía a cabeça decepada do musculoso pescoço. Não era algo que desse nojo, mas sim impressionante

Uma memória estalou como uma trovoada em minha mente. Lich, com um corpo humano, tendo-se regenerado, com fios juntando as partes feridas

Avancei, chegando próximo a Jake e Canela. Ouvindo meus passos, ambos se viraram para me encarar. Eu não estava tão cansado. Não a ponto de não ser útil e observar

– Finn, mete a bunda na grama e....

– Nem vai rolar cara, esse... esse monstro, ele tá me deixando bolado – Interrompi meu irmão, logo quando este iria continuar a frase

Os minutos que o sol ficaria no horizonte já poderiam ser contados em uma única mão. O dia banhava as terras de sua luz alaranjada pelos últimos momentos, e a leve e gélida brisa da noite cumprimentava antecipadamente os que faziam seus afazeres do lado de fora

Assim que a cabeça foi colocada no lugar, a besta se levantou de supetão, encarando-nos com as íris roxas e rosnando com seus dentes pontudos

Um segundo após, um berro estridente rompeu aquele final de tarde, levando minhas mãos aos ouvidos. Parecia mais alto do que das outras vezes

Canela preparou sua espada, e Jake apenas encarava o ser se enraivecer, forçando os musculosos braços a se moverem para frente e para trás

Senti um choque percorrer em mim, e a lâmina surgiu em minha mão mais uma vez. Apertava o couro da empunhadura da arma com firmeza, e pude responder para mim mesmo ''Essa arma é feita pra mim''

Olhei para os dois a minha volta. Eles iriam ficar parados. Esperariam o bicho avançar, antes de atacarem

Enhanted Aies

Tudo a minha volta se tornou mais escurecido, enquanto a monstruosidade a minha frente brilhou em um tom verde-esmeralda, gritando e mostrando seus dentes para nós. Ele tinha uma aura contida. Era estranho. Podia perceber que era poderoso, mas se limitava a pairar nos limites de seu corpo

Por que estava parado? Medo?

Em um movimento, ele golpeou o solo com ambas as mãos. Tal, despedaçou-se a seus pés, elevando tudo ao lado, levando pedras se desprenderem e apontarem para nós. Em um velosíssimo movimento, girou, capturando uma rocha que pairava longe das demais com uma das mãos. Tinha no mínimo o tamanho normal de Jake. Ao arremessa-la, foi tão veloz, que mal pude ver o caminho a ser feito para desviar. Ela colidiu com o chão, quicando mais longe

Avancei. Uma investida rápida, me escondendo atrás de um pedaço do solo que foi levado para cima com o impacto. Canela fez o mesmo, e assim que voltou a atenção a nós, a criatura pareceu confusa a só ver meu irmão ali

Ele estendeu seu braço, atacando com um poderosíssimo murro na face do oponente, que quase caiu para trás. Porém, ele voltou, pisando forte ao lado e urrando, não de dor, mas em desafio

Szoom

Apareci a poucos metros do monstro. Pegaria ele de surpresa, com um poderoso golpe que o mandaria para a direção de Canela. Já sentia a energia percorrer a lâmina e fazê-la brilhar mais dourada que nunca. Nem poderia ver quem o atacou. Um ser tão grande teria que ser dez vezes mais rápido do que demonstrou ser para conseguir perceber e tentar defender, e ainda mais para desviar

Mas ele não o fez. Mesmo com todo o aparente peso, ele girou com facilidade, bem mais rápido do que minha movimentação, seus olhos brilhando e fervilhando, encarando-me. Porém, sua íris não era mais roxa. E sim verde-esmeralda, assim como todo o corpo em Dark Vision. Mesmo desativando a habilidade, os olhos da fera continuaram brilhosos

Olhamo-nos por milissegundos, e eu pude perceber algo. Algo que eu mesmo não podia distinguir no momento

Ataquei. A lâmina da espada banhada de energia acertou o punho dele, ambos em trajetória. Um estrondo se formou, quebrando tudo a volta. Pude jurar que as pedras mais próximas estouraram. Elevando a poeira e jorrando-a para os lados. O chão quebradiço se rachou ainda mais, elevando-se a nossa volta conforme abaixo de nós afundava. Foi poderosíssimo

Nenhum de nós dois foi jogado para trás. Pelo contrário. Recuamos por conta própria, preparando mais ataques

Porém Canela chegara antes, dividindo o corpo do ser em dois, do abdômen para cima e para baixo. Jake se aproximou, subindo com agilidade as pedras que surgiram com o choque. Atacou com as mãos, goleando as duas partes para frente, formando uma área de impacto em ambas, que voaram para longe. Literalmente. Tão longe que passaram a ser invisíveis para nós depois de segundos de voou

E ali ficamos, esperando para que ele voltasse ainda mais irado do que da última vez. Mas ele não o fez. E assim que a lua se instalava alta e brilhosa, decidimos parar

...

Andava sobre a água, observando o céu a frente. Não estava claro, como da última vez. Pelo contrário. Estava noite, e as estrelas instalavam-se normais no alto, como se nada fosse parte da minha cabeça

Cada passo provocava uma pequena reação no líquido abaixo de mim, e tudo era tranquilo e calmo. Eu pensava, enquanto caminhava, esperando a aparição de algo estranho, sobre os eventos que tem acontecido. Esse cara, o das linhas verdes, já atacou duas vezes. O castelo e a casa da árvore. Quem seria ele? Não via motivos claros para seus ataques. Pelo menos, não agora

‘’Pelo menos.... escutar.... é um bom começo’’

Olhei para baixo. Nada mudou como da última vez, e também, diferentemente de antes, não tomei susto ou caí para trás. Pelo contrário, minha visão ficou vidrada na cor verde-esmeralda de um dos brilhos. Eles eram literalmente como meus reflexos, porém ambos tomavam direções opostas a partir de mim, um indo pela direita, e outra para esquerda. Um verde, e outro azul claríssimo

Sem receio nem medo, dobrei os joelhos e arqueei minha coluna, chegando mais perto, e os reflexos fizeram o mesmo. Pude ver algo se mexendo em uma delas, algo que deveria ser a boca

‘’Parece que você não é tão inútil, né garoto?’’

Agora, e apenas agora pude notar o tom de escárnio na voz de tal. Era ainda ligeiramente oscilante, e era como se outras vozes se adicionassem a esta quando as palavras vagavam até meus ouvidos, mas com certeza, estava caçoando de mim

Recuperando-me da evidente surpresa, perguntei

– Quem é você?

Desta vez, tive uma absoluta certeza. Ele sorria. De ponta a ponta. Um sorriso literalmente cruel

‘’Você sabe quem eu sou, não finja essas merdas’’

Com a última palavra, uma tontura tomou conta de todo o meu corpo. Tudo passou a girar e algo como um redemoinho se formou a volta. Não reagi, apenas afundei. Não havia nada a meu alcance para me segurar, e afundei de vez, me entregando a escuridão que veio seguinte

Assim que minha cabeça foi totalmente emersa na água que não molhava, uma súbita gravidade me afetou, e eu desci em queda livre pela penumbra. Não sentia vento, não sentia frio nem calor. Nada

Um sorriso se formou em meio à escuridão. Os olhos traiçoeiros me lembravam de alguém, e junto ao sorriso, pude determinar quem era. As faces do inimigo misterioso tinham proporções absurdas, bem maior que meu próprio corpo. E eu caia em direção a tais. Ele riu em alto tom, sua voz quebrando o silêncio da queda, e abrindo bem a bocarra, me engoliu. Minha única reação foi fechar os olhos... mas eles já estavam fechados

Voando ao meu lado, estava uma coruja dourada. Acompanhava-me em minha queda desde quando? Só havia a percebido agora, mas poderia estar aí a bem mais tempo

O que mais poderia faltar para ser um sonho de morte? A coruja cósmica? Não, afinal, ela pairava a meu lado. Mas nada seria mais estranho do que ela se deformar em frente a meus olhos, se desvanecendo e deixando para que outra figura tomasse seu lugar. Era como um fantasma, de cor preta predominante, e branco bruxuleando como se fosse cabelo. Uma linha vermelha impedia ambas as partes de se encontrarem

Algo me dizia que era a queda chegava ao fim. Mas como? Nada se via, e mesmo de olhos fechados eu enxergava...

Então os abri

Meu rosto bateu contra o chão de madeira da casa da árvore, acordando-me de meu sonho e me entregando para uma manhã ensolarada demais

...

Chicletão

Um manto marrom me cobria, deixando apenas as pernas prateadas a partir do joelho a mostra. Um presente da princesa pelos meus serviços ao reino doce. Algo que eu estava fazendo agora

Sentado na mesa de um bar, uma caneca jazia em cima de minha mesa. Uma vez ou outra, fingia beber do conteúdo dentro. Algo com uma cor alaranjada e espumosa. Mas minha atenção estava em outro lugar

O lugar não era muito cheio. Mas também não tão discreto. Alguns só bebiam, enquanto alguns grupos jogavam cartas. Em um canto, um homem obeso se divertia com algumas mulheres. Tudo cheirava a fumo e comida podre. Só estava lá por um motivo. De acordo com o que já tinha escutado andando pelas ruas, bordeis e bares, lá era onde meus principais suspeitos iriam discutir um assunto importante. E lá estavam, mesas longe de mim, falando baixo sobre um assunto misterioso. Um encapuzado com trapos, de frente, impedindo-me de ver seu rosto, outro vestindo um sobretudo negro e chapéu fedora, deixando seus cabelos negros encaracolados a mostra...

– Ele vai atacar aonde agora? – Perguntou o mais elegante

– Faz outra pergunta. Quanto menos você souber disso, melhor – Respondeu o outro

– Não acha que está sendo duro demais?

– Duro demais? Nem vem com essa cara, você vai ficar com tudo se eu falar

– Pensei que você era o favorito daquele marionetista

– Favorito de quê? Ele não tem dinheiro pra bancar comparsas. E vai por mim. Nem precisa. Ele foi visto muito pouco, mas o que fez deu uma boa fama pra ele no meio. Uma fama muito boa. Tem gente pagando altas taxas pra mim por informação dele, sei lá por quê. Devem ter botado um preço na cabeça dele já

– Mas alguém sabe por que que ele atacou os doces? – Continuou. O de cabelos negros agora estava mais tenso. Podia ver isso tanto pelas mãos, agora entrelaçadas e colocadas à frente do rosto, como pela voz, mais séria – Richa com a Jujuba por acaso? Ou é só mais um sádico?

Seu companheiro de rosto escondido riu. O único momento mais alto da conversa tinha sido aquele

– Cê já viu ele por acaso? O cara é só mistério. Não é que nem você, que todo mundo quer saber dos teus segredos porque geral te conhece. Ninguém sabe muita coisa do cara. Duvido que alguém conheça mais coisa dele que eu, e olha que eu só vi ele uma vez, e só percebi no jeito como ele parecia uma alma penada. Por poucos segundos, eu tinha o cara que valeria mais grana no mercado negro na minha visão, e nem imaginava. Quem dera alguém soubesse o que ele quer

O outro descontraiu. Levou o indicador à uma mecha negra encaracolada que caía-lhe pelo rosto, e rodopiou o dedo por ela. A essa altura, já sabia bastante. Já tirava minhas próprias conclusões de quem era o ser daquela conversa, já era o suficiente... mas ainda assim, mantive-me quieto. Esperaria os dois saíram para não ser muito suspeito

A garçonete chegara com suas bebidas em uma bandeja. As mesmas que as minhas, e eles passaram a discutir outros assuntos. Desta vez porém, fingiam conversar normalmente, como amigos em um bar fariam

Isso se demorou apenas alguns momentos, até um deles se levantar, e o mais misterioso mostrar-se ser algum tipo de criatura humanoide. Ao passar logo ao lado do companheiro, pousou a mão, ou melhor, a ''pinça'' que tinha em seu lugar, saindo dos trapos, no ombro do sobretudo, aproximando o rosto escondido e falando a seu ouvido

– Vou facilitar pra tu. Uma fresca que recebi recentemente. O último alvo do marionetista foi o aventureiro, e o cara se fodeu. Como que alguém como ele se ferra lutando contra um daqueles, nem sei

O arrumado franziu o cenho

– Que aventureiro?

– O Mertens. Filho do Martin


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Notas finais do capítulo

Yo! O que acharam do capítulo? Espero que tenham curtido de vdd, e logo voltarei a postar. Não há nada a ser declarado em especial, apenas pra prestarem atenção. BASTANTE, atenção



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