As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 4
Capítulo 4 – Estratégias de Guerra. (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

E aí, galerinha? Ficamos mais tempo do que o esperado sem capítulos, mas foi para uma melhoria do site, não me condenem kkk Mas para deixá-los felizes, postarei o capítulo programado para semana passada hoje e amanhã o desta semana que tal? Dois cap em um fim de semana o/
Agora teremos introdução de novos personagens e a aparição de, quem sabe, o antagonista da fic. Espero que gostem... xD



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Sesshoumaru retornou ao shiro pouco antes do pôr-do-sol. Estava transtornado com tudo que lhe acontecera, mas ainda tinha responsabilidades a cumprir. Chegando a entrada principal, recebeu uma longa reverência dos guardas e de longe pôde ver a aproximação de seu servo.

— Sesshoumaru-sama! – Jaken correu e reverenciou seu mestre, aliviado pelo mesmo ter voltado são e salvo. – Meu Lorde, os generais o esperam no salão.

— Diga-lhes que se dirijam à sala de reuniões. – ordenou Sesshoumaru. – Encontro-lhes num minuto.

— Sim, meu senhor. – fez outra reverência exagerada e partiu para avisar aos outros.

O grande youkai de cabelos prateados assistiu à partida do servo e começou a se dirigir ao seu quarto. Precisava trocar o quimono para que ninguém perguntasse sobre a manga rasgada. Agradeceu por Jaken sempre falar em meio a uma reverência, assim o servo não notou o rasgo em sua manga. Mudou de roupa rapidamente e se dirigiu ao salão para a reunião. Não estava com vontade de comparecer, mas como Senhor das Terras do Oeste, tinha que cumprir com suas responsabilidades para poder usufruir de seus privilégios.

Ao entrar na sala, seus generais já o esperavam. Sendo uma reunião de guerra, todos estavam vestindo suas armaduras. Os quatro generais ao ver a presença de Sesshoumaru, o saldaram com um aceno da cabeça. O primeiro a se pronunciar foi Hiryu.

— Boa noite, Sesshoumaru.

O Lorde acenou com a cabeça cumprimentando de volta e se dirigiu ao seu lugar na ponta da mesa.

Hiryu era seu braço direito e amigo de infância. Pertencia ao clã dos youkais dragões, e foi o primeiro a ser chamado por Sesshoumaru para ser seu general. Desde a época de Inu Taishou, o clã dos cães e dos dragões eram aliados, pois eram duas das famílias mais antigas de youkais. O youkai possuía cabelos rubros, que escorriam por seus ombros como se fosse a própria lava de um vulcão. Seus olhos eram profundos, vermelhos, com um brilho dourado único. Vestia sua armadura vermelha, com um medalhão de rubi preso no peito, símbolo de seu clã.

— Como está a situação das tropas? – questionou Sesshoumaru aos presentes.

— O exército deles ainda é mais numeroso que o nosso, mas possuímos melhores guerreiros. – Agora foi a vez de Tsubasa se pronunciar. – Mas estranhamente, o exército deles parou de avançar e montaram acampamento não muito longe das fronteiras.

Tsubasa era o líder youkai do clã das águias reais. No passado, Sesshoumaru o havia ajudado na guerra contra o clã de youkais serpentes, e desde então, Tsubasa formou uma aliança com o inu youkai e tornou-se seu general. Tinha cabelos brancos com duas mechas acentuadas castanhas, e seus olhos eram azuis como o céu que ele sempre dominava em batalha. Sua armadura tinha tons de marrom a branco, como as penas dos pássaros, e no ombro, pousava um emblema em forma de duas asas se cruzando, representando o clã.

— Isso é estranho. – disse Arashi. – Deveríamos aproveitar para atacar, talvez estejam enfraquecidos. – olhou para Sesshoumaru esperando uma resposta.

Arashi era a única mulher na sala. Conquistara o respeito de Sesshoumaru e outros youkais por suas habilidades no campo de batalha. Filha do líder do clã dos leões, ela aceitara rapidamente a proposta de Sesshoumaru, desejando não apenas unir os clãs, mas ser livre para provar seus dons como guerreira. Vestia uma armadura dourada com o brasão de seu clã na ombreira esquerda. Seus cabelos eram loiros como a sol e seus olhos azuis escuros. A áurea selvagem que exalava era a mesma das poderosas feras de seu clã, os leões. Por sua beleza e poder, foi apelidada de: A Dama Mortal. E sempre demonstrara muito apresso por seu apelido.

— Hm. – exclamou Sesshoumaru, pensativo. – O que acha Suiryu?

— Acredito não ser prudente atacar agora. Não sabemos a razão da estagnação inimiga. Talvez nos fazer avançar é exatamente que querem. – sugeriu.

A inteligência e cautela levaram Suiryu a se tornar o estrategista de Sesshoumaru. Com grande peso nas decisões, ele sempre buscava a melhor saída, e sempre fora muito respeitado pelo inu youkai. Pertencente ao clã das águas, ele se juntou a Sesshoumaru porque tinha grande consideração pelo mesmo, uma vez que seu pai havia servido a Inu Taishou e agora ele servia ao filho. Seus cabelos eram negros, e seus olhos tinham uma cor azul esverdeada. Na testa possuía uma pedra da mesma cor dos olhos, o símbolo de seu clã. Sua roupa era negra, com detalhes da mesma cor da pedra, fato que apenas realçava seu olhar profundo.

— Então o que sugere? – questionou Arashi.

— Sugiro que esperemos. Vamos aproveitar a oportunidade para nossos soldados descansarem. Mas continuaremos atentos a qualquer movimento inimigo e reforcemos a guarda na fronteira.

Todos se viraram para Sesshoumaru esperando sua opinião. Este apenas acenou.

— Concordo. Alguma notícia dos arredores? – olhou para o restante.

— Bem, nada de mais, mas hoje foi notada uma batalha não muito longe daqui. No centro da floresta do leste. – a notícia espantou Sesshoumaru. A batalha mencionada foi onde ele enfrentara os dois youkais. Se descobrissem, que ele fora salvar uma garota, iriam questioná-lo. Algo que ele realmente não queria que acontecesse.

— Algum detalhe sobre isso? – perguntou temeroso, mas mantendo o semblante neutro que constantemente marcava sua face.

— Não, apenas isso. – respondeu Tsubasa, para o alívio de Sesshoumaru. – Deseja que enviemos alguém para verificar com mais afinco?

— Não será necessário. Provavelmente era apenas alguma briga entre youkais, é algo comum. – tentou encerrar o assunto.

— Humpf, malditos. – exclamou Arashi. – Eles deviam estar cientes que há uma guerra acontecendo por aqui. Poderiam ajudar mais se não brigassem aqui, isso só desvia nossas atenções.

— Tsubasa, e quanto à fronteira do norte? – questionou Suiryu.

— Bem, não houve nenhum movimento suspeito, mas eu...

A discussão continuou, mas a mente de Sesshoumaru já divagava. No momento que foi citada a batalha, ele relembrou-se instantaneamente da jovem. Como será que estava? Onde será o lugar tão misterioso que mencionara? Concentre-se Sesshoumaru, você está numa reunião de guerra! Você é o Lorde destas terras, comporte-se como tal! Tentava manter a concentração sem sucesso, não conseguia esquecer o cheiro dela, muito menos aquele sorriso, tão parecido com o de Rin. Está ficando patético, Sesshoumaru. Apenas esqueça. Ela não era ninguém. Pior: era uma hanyou. Travava uma batalha interna, quando ouviu seu nome ser chamado.

— Sesshoumaru. Sesshoumaru! – demorou a notar que Hiryu o chamava e que todos na mesa o encaravam. Ele piscou e respondeu:

— Sim?

— Não ouviu o que acabamos de dizer? – como não houve resposta, Hiryu deu um suspiro e continuou. – Devemos reforçar a fronteira norte?

— Não, deixe-a como está. Seus soldados são suficientes para protegê-la. Além disso, o inimigo avança pelo sul e é lá que devemos concentrar nossas forças. – ponderou novamente Suiryu para Hiryu.

— Façam como ele disse. – ordenou Sesshoumaru, levantando-se da cadeira e indo em direção à saída. – A reunião está encerrada por hoje. Amanhã nós continuaremos.

Sem se despedir, foi direto para seu quarto. Ansiava por um banho quente. Depois de se limpar, colocou um quimono limpo e deixou a armadura e as espadas do lado do futon e deitou-se. Ele ficou horas pensando sobre seu dia até que finalmente conseguiu dormir, e pela primeira vez em dias, não foi atormentado por pesadelos.

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Um servo subia as escadas freneticamente. Estava com medo, pois seria ele a dar a notícia ao mestre que seu plano falhara. Em poucos minutos chegou a uma enorme porta. Tremendo, bateu duas vezes e esperou.

— Entre. – uma voz o convidou a entrar. Era macia e baixa. E isso assustava o pequeno lagarto.

Criando coragem, ele adentrou. O salão era grande, mas estava envolto na escuridão. Seu mestre estava sentado em seu trono de pedra, completamente relaxado. Com o cotovelo direito apoiado no braço do trono, ele sustentava a cabeça com as costas da mão. Os olhos permaneciam fechados, quase como se dormisse.

— M-mestre? – começou o pequeno youkai.

— Diga, Tokage: acharam a garota? – foi direto ao ponto.

— P-perdão mestre, mas a missão foi um f-fracasso. – Tentou dizer, tremendo dos pés à cabeça.

— Quem foi desta vez?

— Os i-irmãos trolls m-meu senhor.

— Os dois?

— Creio que sim, senhor.

— Ora, ora. Ela conseguiu derrotar ambos de uma vez? – perguntou mais para si mesmo do que para o servo. Deu um meio sorriso e continuou, num tom debochado. – Eu acho que não... Deve ter tido ajuda.

— S-senhor? – indagou assustado, Tokage.

— Pois bem, vamos descobrir quem entrou no meu caminho. – terminando seu monólogo, ele ordenou ao servo. – Chame Kame, e mande-o atrás dela. Não quero erros desta vez. – ameaçou.

— Sim, meu senhor. – a pele escamosa do servo se encharcava de suor frio, tamanho o medo que tinha. Seu mestre, que não movera um músculo dede sua entrada, continuou:

 –E quanto às tropas?

— Recuram e montaram acampamento na fronteira, assim como o senhor ordenou. M-mas, senhor, não acho prudente deixá-las na...

— Não conquistarei as Terras do Oeste em um dia e não vou perder mais soldados até que ela esteja em minhas mãos. – cortou ríspido, mas mantendo a calma e baixo o tom de voz. – Pode se retirar.

— S-sim, mestre. – o pequeno se curvou e se virou para sair.

— E, Tokage... – o servo se virou para o mestre e tremeu. Dois olhos vermelhos brilhantes, destacados pela escuridão do lugar, o encaravam. As pupilas negras em fenda pareciam parti-lo ao meio – Não se esqueça de descobrir quem foi a bondosa pessoa que ajudou nossa querida amiga. Preciso cumprimentá-la pelo fato. – a ironia e o perigo inundavam sua fala.

— P-pode deixar, mestre. – um arrepio percorreu o corpo do servo.

Ele saiu e fechou a porta atrás de si com um suspiro. Estava feliz por sair vivo daquela sala. Finalmente relaxou a musculatura tensa e pôs-se a correr para cumprir as tarefas que lhe foram designadas.

—______________________XXXXX_____________________________

Tsukiyo estava surpresa. Nunca imaginaria que conheceria o famoso Sesshoumaru, muito menos que fosse salva por ele. Mas ela estranhara o youkai. Apesar da áurea perigosa que ele exalava, não havia lhe feito mal. Ou teria um motivo diferente para ele tratá-la bem? Ela não sabia dizer, principalmente porque ele mantivera a expressão desinteressada do início ao fim do diálogo.

Bem, o que importa é que ele não sabe nada sobre mim, ou pelo menos não demonstrou saber. Sua razão lhe dizia que estava tudo bem, mas algo não saía de sua cabeça: podia jurar que ele se mostrou surpreso quando lhe sorriu.

Provavelmente era o cansaço e a fome lhe enganando.

Ela olhou para o céu e percebeu que já escurecia. Quanto tempo eu apaguei? Rendida, ela decidiu deixar para o dia seguinte a busca por alimento. Com receio de ter algum outro inimigo nas proximidades, ela subiu com certa dificuldade numa árvore, se ajeitando num galho e adormecendo rapidamente.

...

Acordou na manhã seguinte com os raios de sol na face. Verificou o ombro e constatou que já estava curado. Retirou a tipóia, mas não a jogou fora. Enrolou o pedaço de pano na bainha da katana. Talvez por achar que seria útil mais a frente ou talvez por sentimentalismo, nem mesmo ela sabia o motivo, apenas o fez.

Aliviada, ela notou que a poucos metros à frente, estava uma árvore repleta de frutos. Pelo menos não terei que caçar. Preferia carne a frutas, mas na situação em que se encontrava, apenas agradeceu sua sorte. Sentou-se embaixo da árvore e começou a comer as frutas. Logo já estava satisfeita.

Estava com a energia reposta e bem alimentada, poderia continuar seu caminho, mas preferiu passar o dia por ali mesmo. O ombro já havia melhorado, mas sentiu que era melhor se precaver. Optou por descansar pela manhã, e se tudo corresse bem, tomaria seu caminho pela tarde.

Escalou até o centro da árvore frutífera e se escondeu entre os galhos, procurando descansar o máximo possível. Estava na sombra da árvore, com pequenos raios de sol irregulares aquecendo seu corpo. Uma leve brisa batia nos longos cabelos negros e as frutas ao seu redor balançavam suavemente.

Tsukiyo estava feliz curtindo essa paz momentânea. Em sua mente, as coisas pareciam caminhar para algo melhor.

Não podia estar mais enganada...

Os sombrios olhos da escuridão.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Por favor, não deixem de comentar e dar sua opinião xD



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