As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 12
Capítulo 12 – Beleza Efêmera. (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Hi, mina! Hoje estou trazendo mais um cap para vocês =) Devo avisar que esse terá um tom mais sentimental e contará um pouco mais sobre Tsukiyo. Espero que gostem =) Por favor, não deixem de comentar e MUITO obrigada a todos os lindos leitores que continuam a me agraciar com comentários e favoritações! É por causa de vocês que eu continuo xD Para esse capítulo deixo com vocês o link de uma música que acredito expressar bem os sentimentos de Tsukiyo. Ela é em japonês e talvez alguns de vocês a reconheçam de outro anime, mas aqui está o link com letr, tradução e vídeos. Aconselho a ouvir durante o flashback ;) http://letras.mus.br/naruto-shippuuden/1643178/traducao.html



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Aquela pergunta causara grande impacto em Sesshoumaru. Sentiu-se extremamente inclinado a desistir do jogo, mas não se deixaria perder novamente para a hanyou. Seu orgulho gritou mais alto. A raiva crescia em seu ser pela audácia da jovem ao questioná-lo sobre isso. Ela deixou-o sem saída e não havia qualquer tipo de brecha desta vez.

A insistência dela foi o estopim para estourá-lo. Sesshoumaru utilizou de todos seus esforços para apenas responder-lhe. Não se esforçou para esconder o tom ameaçador na voz. Suas palavras encerraram aquele assunto, deixando claro que para o bem dela, não deveriam voltar nele novamente.

Agora, era sua vez de perguntar e deixá-la sem saída, mas o ódio murchou seu ânimo para o jogo. Sesshoumaru apenas caminhou em silêncio, agradecendo mentalmente o fato de que a hanyou também se calara. Naquele momento, ele dispensava provocações ou qualquer tipo de consolação. Não preciso disso por parte dela.

O sol finalmente havia se escondido atrás das montanhas, diminuindo a visibilidade do local com a chegada da noite. A lua cheia brilhava junto às estrelas tornando possível evidenciar a mudança do terreno. Eles que antes andavam sobre planícies e campos, agora sentiam a inclinação do terreno, caminhando por morros e colinas. Estavam se aproximando das montanhas.

Nervoso consigo, Sesshoumaru demorou a perceber que os passos, que antes o acompanhavam, estavam silenciosos. Ele olhou para trás e percebeu a jovem parada no topo de uma colina, olhando distraída para o horizonte.

Estava prestes a repreendê-la por ter parado, mas algo nos brilhantes olhos amarelos o impediu. Era quase a mesma cena que o congelou noite passada. Ainda irritado, ele se aproximou dela e perguntou ríspido:

— O que está fazendo?

A jovem foi tirada de seu devaneio e o olhou espantada. Sesshoumaru manteve a face séria, esperando a resposta. Ela se recompor, deixou escapar um sorriso triste e apontou ao longe uma vila. Ali, de cima do morro, a vila humana parecia ainda mais distante e pequena. Estava completamente iluminada como um ponto de luz no horizonte escuro. Mesmo dali, Sesshoumaru percebeu um grande movimento das pessoas no local.

            – Eu estava admirando a vila. Desculpe ter parado. – falou sincera. – Não é bonito? – perguntou distante, sem realmente parecer esperar resposta dele.

            Ao responder, Sesshoumaru percebeu que a raiva ia aos poucos cedendo. Não conseguiu entender o fascínio dela pelo local.

            – É apenas uma vila humana. – disse arrogante.

            A hanyou se virou para ele e riu fraco.

            – Você não sabe nada mesmo sobre humanos, não é?

            Sesshoumaru ignorou o comentário, contendo um sorriso amargo. Podia não se importar em conhecer humanos em geral, mas tinha certeza que sabia mais sobre eles do que ela poderia imaginar. Com um ar desinteressado ele continuou encarando-a. Estava prestes a ordenar que continuassem, quando ouviu-a perguntar distraída.

            – Sabe que dia é hoje? – perguntou retoricamente num tom melancólico atípico. – Hoje é o Festival da Lua.

            O nome não lhe era estranho. Lembrava-se vagamente de Rin comentando sobre. Era uma festa que os humanos comemoravam todos os anos. Carecia dos detalhes, pois Rin deixou de comparecer à festa quando se mudou para seu shiro. Youkais não possuíam essa comemoração e, como ela nunca voltara no assunto, Sesshoumaru tão pouco se importou em perguntar.

            Apesar da postura de tédio dele, ela pôs-se a explicar. Claramente a presença dele ali, não fazia diferença naquele momento.

            – Ele ocorre em toda primavera, na primeira noite de lua cheia. – falou. – É uma comemoração ao final do inverno e pedidos para uma boa colheita pelo resto do ano.

            Algo no seu tom incomodou Sesshoumaru. Era delicado, frágil. Ela falava como se tivesse medo de algo. Como se uma lembrança lhe escapasse.

            – Você parece saber bastante sobre ele. – insinuou o Lorde.

            – Quando eu era pequena, meus pais me levavam ao festival.

            Sua expressão suavizou-se e Sesshoumaru viu um brilho nos olhos. Ela está segurando lágrimas. Ele ficou confuso quanto à atitude dela. Compreendeu que se tratava de algo antigo, pessoal e percebeu que ela se forçava para esconder a fraqueza. Sem entender o motivo, Sesshoumaru sentiu-se desconfortável com isso.

            Ignorando o sentimento, ele buscou aproveitar o momento para saber mais sobre ela, uma vez que levara a pior no jogo. Jogo que, a propósito, não havia acabado.

            – O que fazia um youkai nesse evento? – falou, fingindo não ver os olhos marejados dela.

            Por um instante, a jovem se surpreendeu com a pergunta. E dando um sorriso fraco, respondeu, de forma quase agradecida pelo fingimento dele:

            – Sabe, nem todos os youkais são preconceituosos como você que odeia todos os humanos.

            Internamente, Sesshoumaru riu ao pensar na ironia daquelas palavras, mas por fora manteve a máscara costumeira. Ele apenas encarou a vila enquanto ela continuava.

            – Sabe, meu pai me ensinou algo que nunca esquecerei. – começou. – Não é porque sou parte humana, mas acredito que os humanos são criaturas fascinantes e maravilhosas. Talvez até as mais bonitas existentes.

            – Bobagem. – retrucou. – Humanos são seres fracos. Sua vida passa num piscar de olhos e quando morrem, não deixam nada. – falou amargo, contrariando até os próprios sentimentos.

            – Acredito que justamente por causa dessa mortalidade que são tão maravilhosos. Essa mortalidade os dá uma chama que brilha mais intensamente que qualquer outra coisa. – falava sonhadora. – Para os humanos, cada segundo, cada momento conta, pois sua vida é demasiada curta. Tudo se torna mais belo, mais alegre. Suas vidas são mais intensas, mais emotivas. Seu tempo pode ser o menor entre os povos, mas são os que mais parecem vivos.

            Uma brisa bateu, carregando as palavras dela para longe, deixando apenas o impacto que causaram. Sesshoumaru compreendia o que foi dito. Realmente os humanos pareciam muito vivos, e o melhor exemplo que ele tinha era Rin, que sempre se alegrava ou espantava com os mínimos gestos. Que tinha olhos encantados para cada flor, criatura e atitude. Essa sua característica o encantara diversas vezes, sendo um dos motivos de tê-la amado.

            – E por isso tenho orgulho de possuir parte do seu sangue. – completou a jovem baixo.

Ambos ficaram encarando a vila, refletindo sobre as palavras. Sesshoumaru sorriu internamente com esse pensamento que nunca lhe ocorreu.

A efemeridade realmente tem sua beleza...

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         Tsukiyo já não estava ciente da presença ao seu lado. Bastou que o silêncio se instalasse novamente para sua mente ser transportada ao passado. Deixou-se levar, desejando, quase suplicando que as lembranças tomassem conta dela. Como se lhe permitissem, verdadeiramente, voltar no tempo.

Flash back...

            Tsukiyo corria alegre entre as pessoas. A pequena, com aproximadamente seis anos avançava pela multidão, até ser agarrada por um par de braços. Sentiu os pés saírem do chão, envolta pelas carinhosas mãos.

            – Calma aí, pequena. – falou a voz macia e tranquila do pai. – Assim vai acabar se perdendo.

        Tsukiyo, nos braços do youkai, ria e brincava com os cabelos negros do pai. Parou quando ouviu o chamado da mãe, gritando aos dois.

            – Querido! Tsuki! Vamos, está quase na hora das lanternas! Precisamos fazer a nossa. – dizia sua mãe.

            A pequena desceu do colo do pai e segurou sua mão, puxando-o consigo para perto da mãe. Quando a alcançou, sentiu a mãe afagar-lhe a cabeça e segurar em sua outra mão. Assim, cercada por ambos os pais, ela se deixou ser conduzida por entre a multidão de pessoas e barracas do festival. Chegaram a uma barraquinha que distribuía lanternas de papel.

            – Você sabe o significado delas Tsuki? – perguntou o pai, enquanto pegava uma lanterna com o vendedor.

Vendo a pequena negar com a cabeça, seus pais sorriram e trocaram olhares. Sua mãe pegou-lhe no colo e com um leve beijo na face, disse:

— Venha, vamos lhe contar.

            Os três caminharam até um banco distante da multidão de pessoas, nos limites da vila. Ali, Tsukiyo sentou-se no colo do pai. Sua mãe sentou-se ao lado deles, com a lanterna de papel entre os dedos.

            – Sabe Tsuki, existe uma lenda muito antiga. – ela começou a falar. – Há muitos e muitos anos, bem antes do surgimento dos youkais e humanos, a divindade Lua se apaixonou pelo deus Sol. Ambos eram muito felizes e desejaram se casar para ficarem juntos para o resto da vida. – ela sorriu ao perceber o brilho nos olhos da filha. – Entretanto, o Universo, pai da Lua, não concordava com a união dos dois. Então um dia, ele lançou uma maldição para separá-los. O Sol foi obrigado a vigiar o dia e a Lua  incumbida de guiar a noite.

            – Que horror, mamãe! – exclamou a pequena com desgosto evidente na voz.

            A fala arrancou uma risada do pai, que continuou.

            – Mas sabe? Às vezes eles conseguem se encontrar. Em eclipses, a Lua consegue alcançar o Sol e por alguns minutos eles podem ficar juntos novamente. Mas, infelizmente, um eclipse pode demorar anos para acontecer, talvez séculos. E é por isso que fazemos esse festival, para matar a saudade da Lua de seu amado.

            – Por isso fazemos as lanternas. – explicou a mãe. – Elas são brilhantes, não são? Isso porque elas representam o Sol em todo seu esplendor. Todo festival lançamos elas aos céus junto com um pedido que escrevemos.

            – Por que um pedido? – perguntou Tsukiyo.

            – Porque dizem que a lanterna que alcançar a Lua terá seu pedido realizado, como agradecimento por conseguir fazer os amados se reencontrarem novamente por uma noite. – completou o pai. – Por isso, você deve escrever seu desejo. Para colocarmos na nossa lanterna.

            O youkai lhe deu um pedaço de pergaminho e um pequeno carvão pra ela escrever o pedido. A pequena pensou durante um tempo e teve dificuldade de elaborar algo, até que do fundo de seu coração veio um desejo puro: Eu desejo que papai e mamãe me tragam aqui de novo no próximo festival.

            Ela escreveu com dificuldade e entregou aos pais que, ao olharem o pedido, sorriram e trocaram um olhar cúmplice. Com muito orgulho, eles abraçaram sua filha. Quando se soltaram, viu a mãe apontar para o centro da vila. Algumas luzes flutuavam, subindo pelo céu negro.

            – Esta na hora. – falou a mãe.

            Juntos, os três colocaram o pedido na lanterna e a acenderam, soltando-a para o céu. Um gesto simples, mas dotado de carinho e significado. Tsukiyo foi colocada nos ombros do pai para enxergar melhor. Encantada, a jovem falou baixo.

            – Parecem mesmo vários sóis.

            – Sim, parecem. – concordaram os pais.

            A família acompanhou com os olhos sua lanterna vê-la se misturar com as outras dezenas. Assim como todos na vila, ficaram observando as luzes subindo, torcendo para que seu desejo fosse realizado. E os três ficaram ali, até a pequena adormecer.

            Infelizmente, o festival durou pouco. Logo, as nuvens negras que cobriam o céu, derramaram-se no lugar. A chuva dispersou a multidão e cada um retornou para sua residência, inclusive Tsukiyo e seus pais. A pequena dormia no colo do pai com um sorriso no rosto, sem saber que, em razão da chuva, nenhuma lanterna alcançaria os céus naquela noite.

...

            No ano seguinte, Tsukiyo estava encolhida naquele mesmo banco, que soltara a lanterna com a família. Desta vez, estava sozinha. Tinha uma lanterna ao lado e segurava com força o papel com seu pedido. Traga meus pais de volta à vida.

            Ela se foram e era tudo culpa dela. Sabia que não tinha o direito de pedir, mas estava desesperada. Lágrimas escorriam pelo seu rosto sem que conseguisse controlá-las. Ao seu lado estava sua katana, o último presente do pai. Pegou e abraçou o objeto com força, tentando conter a tristeza.

            Mal percebeu a aproximação de três crianças, aparentando ter sua idade. Um deles, uma garota de longos cabelos e olhos verdes, que parecia tocada com a tristeza de Tsukiyo. O outro era um menino de cabelos pretos caindo sobre os olhos negros como a noite. Ele estava de mãos dadas com uma garotinha com os mesmos cabelos lisos escuros, mas com olhos azuis cintilantes.

O jovem se aproximou de Tsukiyo e olhou para o papel em sua mão.

            – Acho que seu pedido não pode ser realizado. – falou num tom triste.

            Ela sabia disso. Mas precisava acreditar que poderia. Tinha que acreditar. Sentiu os olhos embaçarem com uma nova onde de lágrimas.

A garota de cabelos verdes se aproximou com cuidado e abraçou-a. Sua voz era baixa, cheia de empatia.

            – Calma, não precisa chorar assim.

            – Você não sabe de nada! Deixe-me em paz!

Tsukiyo afastou-a de si. Sabia que a menina só queria ajudar, mas sua dor era tanta que não queria a compaixão de ninguém. Eles não sabiam sua história, não sabiam que ela não merecia pena. E não precisava de seus olhares de dó.

            De repente, Tsukiyo sentiu seu pulso ser puxado, quase a derrubando do banco. O garoto olhava firmemente em seus olhos e disse de forma dura.

            – Pare com isso! Não recuse os sentimentos dela assim!

            A reação do rapaz fez a garotinha que o acompanhava se esconder atrás da menina mais velha. Tsukiyo, por sua vez, estava em choque, não esperava uma reação dessas.

Mesmo sob os protestos da companheira esverdeada, o garoto continuou severo.

            – Não os conheço, mas acha que seus pais gostariam de vê-la assim?! Você deve honrar a memória deles!

Percebendo a expressão de choque de Tsukiyo. Ele corou, como se finamente se desse conta do que tinha feito. Ele soltou seu braço e deu um passo para trás. Sem conseguir encará-la nos olhos.

Algo em Tsukiyo pareceuse ascender com a voz do rapaz. Às vezes, não é de compaixão que se precisa para seguir em frente. É de um confronto. Um chacoalhar de espírito completo para voltar a si.

— Desculpe... – começou ele. – Eu só... Olhe, nós entendemos o que está sentindo agora...

— Como? – perguntou Tsukiyo. Seus olhos brilhavam entre as lágrimas, ávidos por descobrir almas semelhantes.

— Somos órfãos também. – respondeu a menina de cabelos verdes.

Tsukiyo se envergonhou pelo próprio descontrole e fraqueza. Agora que parou para reparar, os recém-chegados tinham as roupas amarrotadas, sujas e rasgadas em alguns lugares. Pareciam bem magros também, como ela própria deveria parecer. Era ela que não sabia de nada.

Ela olhou para o papel encharcado em sua mão. O que seus pais diriam ao vê-la assim. O garoto podia estar certo. Ela não devia se comportar dessa forma. Tinha, agora, a obrigação de ser a melhor pessoa possível em memória deles. Tinha que deixá-los orgulhosos, mesmo que no fundo eles a odiassem pelo que havia feito. Mesmo que ela si odiasse.

Ela respirou fundo e amassou seu pedido entre os dedos. Sem encarar seus visitantes, falou:

— Eu sinto muito pelos seus pais.

Sim, essa era a coisa correta a dizer. E ela falou com sinceridade. Não gostaria que ninguém sentisse a dor que estava sentindo.

Os visitantes trocaram um olhar significativo e sorriram de leve. Com um aceno da cabeça para a companheira, o garoto se aproximou de Tsukiyo. Ele estendeu a mão pálida e encarou-a com determinação.

— Venha, limpe essas lágrimas. Ninguém deveria chorar assim no festival.

            Ele deu um leve sorriso, encorajando-a. Tsukiyo surpreendeu-se com a atitude. Essa mão estendida era a primeira ajuda que recebera em meses. E mais importante, não era um gesto partido da piedade ou pena. Era um apoio para ela se reerguer. Era o convite de um igual. Era a promessa de um futuro longe da solidão.

Ela olhou para o garoto, que esperava sua decisão. Em seguida, seus olhos passaram para a garota que estava ao seu lado, sorrindo. E por último, para a pequenina que a encarava, com olhinhos inocentes, curiosidade e expectativa.

             Relutante, ela segurou a mão do jovem e levantou-se. O sorriso do garoto alargou-se e a jovem de cabelos verdes se aproximou.

            – Isso. Bem melhor. – falou ela, limpando as lágrimas do rosto de Tsukiyo com as costas da manga. – Eu sou Merioku, mas pode me chamar de Meri-chan. – ela piscou e sorriu.

            – E eu sou Akarin. E essa aqui é minha irmãzinha, Wendy. – falou o garoto apontando para a menor, que voltar a segurar firmemente sua mão. – Qual seu nome?

            – Tsukiyo. – respondeu baixo.

            – Hm. Tsukiyo... é um belo nome. – elogiou o garoto, então se voltou para ela e sorriu com ternura. – Ninguém deveria ficar sozinho, principalmente no festival da lua. Venha, vamos tentar conseguir algo para comer.

            Com isso, Merioku e Akarin começaram a caminhar de volta ao centro da vila, acompanhados por Wendy. A jovem de cabelos verde olhou para trás e gritou:

            – Você vem?!

            Tsukiyo olhava para a confiança do jovem e ternura da garota. Invejou a amizade que tinham e desejou poder participar também. Não queria mais ficar sozinha. Queria ser como eles: fortes e decididos e, ao mesmo tempo, alegres e solidários.

Assim como seus pais um dia o foram.

Tsukiyo sentiu uma última lágrima escorrer pelo rosto, selando seu pesar. Ali, na sua frente, com aqueles três, estava sua nova força e seu futuro. Agarrando-se ao raio de esperança que brilhava a sua frente, Tsukiyo começou a correr e gritou:

            – Estou indo! – secou a lágrima que havia escorrido e prometeu nunca mais chorar pelo ocorrido.

Aproximou-se deles e começou tímida.

— Ei, vocês sabiam que tem uma lenda sobre o festival?

            – Serio?! – indagou Merioku.

            – Como é?! – perguntou Akarin com os olhos negros brilhando de curiosidade.

            – Bem, há muitos e muitos anos atrás...

...Flash back

A partir daquele dia os três tornaram-se seus melhores amigos e sua nova família. Passaram inúmeras aventuras juntos, desde pequenas travessuras até grandes combates. Devia muito a eles, principalmente a Akarin, que fora seu grande suporte durante todos esses anos.

            Ele foi, não só aquele que a tirou da escuridão, como também aquele que se tornou tudo o que ela precisava ao longo dos anos: um amigo, um irmão, um amor... E agora, o pensamento doía o peito. Ela não conseguiu recompensar o favor. Ele, que a havia salvado tantas vezes, ela não havia conseguido salvar. Ele fora tirado dela.

Aquele monstro o tirou de mim, e pretendo pegá-lo de volta. A determinação e a raiva inundaram seu peito. Era sua vez salvá-lo...

Foi despertada pelo brilho de diversos pontos subindo ao céu. Ela apontou para o local e disse:

            – Olhe, estão soltando as lanternas. Não é lindo? – seu tom era baixo. – São como sóis na noite...

            Ela sabia que Sesshoumaru não responderia, nem esperava qualquer resposta. Estava falando mais para si do que para ele. Contudo, para sua surpresa, ela o viu admirando as lanternas de forma distante e um pouco melancólica, da mesma forma como ela provavelmente fazia. Ele não precisava responder. Esse pequeno gesto de ser incapaz de desviar o olhar já dizia tudo. Sim, era lindo.

Aquela noite mágica continuava a puxá-la para o passado, para o primeiro festival que fora. As memórias cruzavam sua mente, vívidas. A voz, o cheiro, a risada dos pais. Cada pequeno traço estava gravado. Sentiu as mãos tremerem levemente e os olhos inundarem. Ela se prometeu nunca mais chorar por isso, mas não conseguiu suprimir uma pequena lágrima que insistiu em escorrer.

Secou-a rapidamente, com medo que Sesshoumaru a percebesse. A última coisa que precisava era que ele a tachasse de fraca e emotiva, mas no momento, ele parecia tão distante quanto ela.

Sóis da noite.


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Notas finais do capítulo

Não deu tempo de revisar antes de postar, mas como eu não conseguiria postar amanha, tive que fazê-lo mesmo sem conferir. Por favor, se identificarem algum erro, me notifiquem para que eu possa concertá-lo =)