Esperando a Eternidade Acabar escrita por Naoya


Capítulo 4
Capítulo 4 - O Preço da Vida Eterna.


Notas iniciais do capítulo

Eu não sou psicopata nem nada, ok? :v
Oh, minha fofurinha cute cute, entrarás hoje... Bom, desejo uma ótima leitura!



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Desespero, raiva, medo... Eram poucos dos sentimentos que me passavam em mente para descrever aquele momento. Pessoas estavam caindo mortas no chão, sem nem conseguirem se defender. Por que... Por que eu ainda estava vivo? Por que ela não me atacava? Ela ficava em minha frente várias vezes, porém, não era atacado. Isso não acontecia só comigo... Marrie, Miroshi, Willia e os gêmeos não receberam nenhum arranhão. Provavelmente demorou vários minutos para que raciocinassem totalmente a cena, uma garota que ninguém conhecia estava a matar todos os grupos, ninguém entendia o motivo, mas tentavam contra-atacar. Todas as tentativas eram sem-sucesso, e davam a iniciar mais uma morte.

– Preciso fazer alguma coisa... - murmurou baixo um dos gêmeos, sacando uma pequena faca que guardava em seu bolso - Eu preciso proteger os outros...! - correu em direção a garota, que por sua vez, estava desviando de ataques dos sobreviventes do grupo Alfa 3, era como se pudesse prever cada movimento das armas...

Aquela garota não aparentava perceber os movimentos de um dos gêmeos, tanto que ao notarem que ela não se tocava, algumas pessoas que ainda não tinham sido mortas tentaram lhe atacar pelas costas.

Estavam perto de matar aquela assassina, com suas lâminas quase tocando a cintura, mas... Tanto sangue foi jorrado de uma só vez, a morte da garota não aconteceu. Uma grande lâmina de guilhotina surgiu por trás da menina, cortando a cabeça de todos que tentavam a atacar pelas costas. Aquilo concluiu totalmente o que eu já estava começando a imaginar, ela não era normal. Tinha alguma espécie de poder mágico? Com certeza, nenhum humano normal desviaria tão bem de golpes como aqueles, também não faria surgir uma arma por suas costas apenas para se proteger. Parei de analisar a cena e virei meu rosto, olhando para o gêmeo sobrevivente, estava pálido, assustado com a morte do irmão. Ao virar meu rosto, observava Miroshi e Marrie encolhidos em um canto, abraçados, ele provavelmente estava tentando impedir com que ela observasse a cena. Willia subiu numa árvore, ainda olhando os acontecimentos. Eu era o único que estava parado tão próximo a garota, não era atacado por ela, nem por facas que desviava, o que estava acontecendo comigo naquele momento?

Fechei meus olhos, suspirei demoradamente e sentei-me no chão. Provavelmente eu morreria naquele momento, mas já não me importava mais. Espero apenas que digam a Rinny o que ocorreu e que a perdoem pela burrice feita por seu irmão mais novo... Oh, minha irmã, será que está tudo bem? Meu único desejo é que não nos encontremos tão em breve, até porque você iria aos céus, e eu cairia no cruel inferno. Se eu ainda conseguisse ter seu perdão... Me desliguei novamente do que estava acontecendo e comecei a lembrar de minha infância, dormindo junto de minha irmã, passeando longas horas com ela, sorrindo sem medo, pois sabia que sempre estaria aqui comigo... Eu joguei tudo isso fora para dar um futuro as crianças do amanhã, sinto que estou começando a me arrepender dessa decisão... Havia viajado totalmente em meus pensamentos, um tanto nostálgicos, mas que me faziam bem. Minha respiração estava abafada e meu coração batia mais rápido do que o normal, quando finalmente abri meus olhos, o estrago estava feito; Haviam apenas cinco sobreviventes, de restante, todos mortos.

– Eu disse que seria um jogo rápido... - a garota estava em pé, na minha frente, sem um único arranhão - Ei, garoto, quer morrer também? - ela se abaixou, olhando fixamente em meus olhos.

– ... Por que você fez isso...? - Foi a única coisa que consegui dizer. A garota, por sua vez, abaixou a cabeça, ainda em silêncio - Não irá dizer nada a respeito disso?!

– Eu os matei porque é meu trabalho, seu imbecil. Aproveite que deixei você e mais esses cinco miseráveis vivos, deveria ser grato a mim, sabia? - Ela falou num tom sério, porém conseguia ver o ódio em seu olhar - Vão embora agora, a não ser que queiram morrer.

Fiquei 2 minutos analisando aquela garota; Aparentava ter a minha idade. Tinha o cabelo de uma cor que não consegui definir se era roxo escuro ou preto. Seus olhos possuíam um ar de escuridão, mas eram azuis. Suas roupas pareciam ser velhas, com pequenos rasgos em algumas partes, era um vestido normal, não uma armadura. Isso me fazia pensar mais ainda que ela possuía algum poder mágico.

– Você... Você não é normal... - Me levantei devagar, a fazendo olhar ainda mais profundamente em meus olhos. Não demonstrava qualquer sentimento naquele momento, procurei fazer o mesmo, sem resultado.

– Como tem tanta certeza disso, humano miserável? - abaixou sua lâmina, se aproximando de mim.

– Não é possível que exista uma garota tão forte em luta corpo-a-corpo e em mão armada, você também desvia de uma maneira que com certeza não é normal... Luta de um jeito perfeito, como se fosse impossível alguém te derrubar... É como se fosse imortal... - Minhas últimas palavras a fizeram mudar de expressão, um tanto surpresa. Notei um pequeno sorriso forçado em seu rosto.

Antes que ela fizesse qualquer movimento, finalmente percebi; Ela era o nosso inimigo de verdade.

– Eu deveria te matar agora por falar demais, seu imprestável... - correu em minha direção, levantando a arma levemente, seu ataque iria ferir minha barriga, provavelmente me mataria.

Antes que a lâmina me tocasse, uma grande rajada de vento a levou para trás, fazendo-a cair, também tirando a arma de sua mão. Achava que era impossível estar mais confuso, mas aquilo conseguiu embaralhar minha mente... Aquela ventania me protegeu? Era improvável que surgisse assim tão do nada... Outra pessoa com poderes tentou me salvar...? Eu já não sabia o que por em minha mente.

– Liz, precisamos deles vivos. - Uma voz fina e doce ecoou sobre meus ouvidos, olhei para trás, observando uma pequena garotinha ruiva correndo na direção da menina que chamou de Liz, provavelmente, o nome verdadeiro daquela assassina - E-Eeeh? Eu te machuquei?! Me desculpe, Liz! - se reverenciou de leve.

– Está tudo bem... - Liz suspirou e se levantou, voltando a olhar em minha direção - Você e seus amigos tem que vir com a gente. - Virou de costas e andou para longe.

– Não acredito que tenho que explicar isso sozinha... - A ruiva bateu em sua testa com a própria mão, se virando em minha direção - Você é Louis Aaron, certo? É um prazer em te conhecer!! - Se reverenciou novamente, mostrando respeito a minha pessoa - Meu nome é Ruth Magdalene!! Agora... Marrie Barthelemy, Miroshi Beri, Willia Madson, Raimond Vinolle... Vocês também terão de vir conosco! É uma longa história, mas... Vocês são os únicos que pensamos que talvez possam nos ajudar em algo... Venham comigo se quiserem viver, entenderam?

Viver... Eu já não sabia mais se queria isso, não sabia mais se aguentaria o restante dos próximos acontecimentos, tanto que por um momento, hesitei me aproximar da garota... Ela era ruiva, cabelos curtos e olhos verdes, suas roupas eram mais bonitas do que as de Liz, parecia realmente ser uma boa pessoa, mas não era verdadeiramente normal... Eu já não sabia mais o significado da palavra "normal"... Marrie correu até ela, provavelmente, pegou confiança com as palavras da pequena. Miroshi foi atrás, assim como Willia. Raimond (o gêmeo sobrevivente) não expressava qualquer sentimento em relação aquilo, mas se aproximou de Ruth... Eu era o único que estava repensando se deveria aceitar aquela decisão ou não. Coloquei o rosto de Rinny em minha mente, chorando, ela pioraria se soubesse que morri? Não sei, talvez já tenha certeza disso, porque eu também não sei se estou vivo ou se isso é só um sonho de uma alma falecida. Depois de pensar, dei passos para frente, demonstrando estar de acordo em sobreviver.

– Eu tenho muito a contar para vocês... Mas acho que primeiramente devo pedir perdão pela Liz, ela tem de matar boa parte dos grupos... Só peço para que não se revoltem, ou também morrerão! - ela parecia estar feliz, mesmo dizendo palavras tristes como aquelas - Não quero ninguém daqui morto, viu?

– ... Mataram... O meu irmão... - Raimond estava paralisado, creio que tinha vontade de acabar com a raça da Liz naquele momento, com a intenção de se vingar do ocorrido - Eu não quero mais viver... - caiu de joelhos no chão, chorando um pouco - Por favor... Me matem...

Liz se virou para trás e o encarou, suspirando demoradamente, disse apenas "Por que não tenta viver por aquele inútil do seu irmão? Acha mesmo que ele ficaria feliz em te ouvir dizendo que quer morrer? Tenha Santa paciência, pensa um pouco nele, miserável" por alguma razão, aquelas palavras tocaram Raimond, ele se levantou e a encarou, sorrindo de leve.

– Eu viverei para te matar um dia, sua víbora - Seu sorriso se tornou algo sádico, talvez numa tentativa desesperada de meter medo em Liz, que não expressava sentimento algum com a cena.

– Que se dane, não conseguiria mesmo. - Voltou a caminhar em frente dos outros, mostrando direção a um lugar que apenas ela e Ruth conheciam.

– Bom... - Ruth pegou na mão de Liz e começou a explicar toda aquela situação - Eu e ela não somos especificamente normais, como o Louis citou... E também há um motivo para ainda não termos morrido, mesmo lutando daquela maneira... É uma longa história, não sei se vocês possuem tempo para ouvi-la...

– Uma história?! - Marrie aparentou se animar, correndo para o lado de Ruth - Por favor, conte-a! Eu... Eu gosto de histórias contadas... - admitiu em um tom baixo, fazendo a menor esboçar um grande sorriso em seu rosto - E eu vim aqui pronta para morrer a qualquer momento, mas ainda não quero que isso aconteça, ouviram? Ajudarei no que for preciso!

Marrie, a antes Tsundere traumatizada, estava completamente animada com aquela situação. Talvez por nunca ter vivido uma aventura? Eu não sei, não gostaria de saber. Mas também queria ouvir aquela "história"... É, demoraram alguns momentos para perceber o que aquilo significava; Uma longa história de duas garotas com poderes anormais, era isso que eu poderia escrever! Pegar alguma coisa do meio e colocar como uma moral seria mais do que ótimo! Ter as encontrado enfim possuía alguma coisa boa, mas as cenas das mortes ainda percorriam minha mente, me traumatizando cada vez mais.

– Eu também aceito ouvir essa história...! - Willia caminhou mais rápido, ficando atrás de Marrie. Miroshi suspirou e seguiu as duas. Raimond fez o mesmo. - Confesso que fiquei desesperada ao ver tantas mortes e que ainda estou com um pouco de medo da senhorita Liz, mas... Acho que a senhorita Ruth não mentiria para nós, então confiarei nas duas! - sorriu, fazendo a pequena garotinha dar pulos de alegria, parando de andar.

– O ânimo de vocês para ouvirem algo tão triste me contagiou! Liz, por favor, podemos contar agora? Sarah vai nos perdoar se nos atrasarmos, tenho certeza! Agora... Deixa? - a olhou com cara de cachorrinho pidão, Liz fez sinal de sim com a cabeça, se encostando no canto de uma árvore - Obrigada! Bom... O que irei contar aconteceu a mais ou menos 10 anos atrás...

– 10 anos...? Foi a época que começou o grande desespero na França e a guerra com a Inglaterra...! - murmurei baixo, então aquelas duas garotas tinham uma verdadeira ligação com tudo aquilo...

– Eu sei, Louis... - suspirou e se sentou no chão - Enfim... Criaturas horríveis atacaram vários países, fazendo pensar que havia algum inimigo no mundo... O rival do país de vocês era a Inglaterra... Uma garota percebeu todo esse colapso universal e acabou recebendo uma espécie de poderes sem um fim específico... O nome dessa garota era Sarah. - Sarah... Ela tinha acabado de mencionar essa menina, já comecei a ficar com a curiosidade de saber quem era - Ela se tornou uma Deusa da Terra, super boa e doce com todos! E decidiu escolher vários guerreiros para lutarem contra essas criaturas que faziam mal para a humanidade... Dentre esses guerreiros, tem eu e a Liz...

– Espera, espera! Vocês são guerreiras amigas ou inimigas? - Miroshi interrompeu Ruth.

– Não queríamos verdadeiramente vos matar, apenas ajudar! O que fizemos foi necessário, peço perdão! - Abaixou a cabeça e retornou a falar - Bom... Para se tornarmos guerreiras, tínhamos que fazer um acordo com a Sarah e dar algo para ela em troca dessa "honra"...

– Tipo um bem-familiar que tenha uma validade inimaginável? - Perguntou Marrie.

– Não... Tipo partes do coração. - Aquilo nos calou por alguns minutos, até que Ruth retornou a falar - E... Como guerreiras, teríamos que ficar mais fortes. Então... Eu tenho o poder de controlar os 4 elementos da Natureza - Isso explicava a grande rajada de vento - Liz pode criar objetos de pequeno a grande porte com o pensamento - Isso explicava a lâmina de guilhotina surgindo do além - Também podemos flutuar, mas não costumamos mostrar isso... E... O mais interessante... Vocês já se perguntaram qual é o verdadeiro preço da vida eterna?

Aquilo nos calou ainda mais, provavelmente estavam todos pensando... O preço da vida eterna? Para mim, seria algo que valesse a própria vida da pessoa, mas não acho que alguém trocaria algo tão importante por viver para sempre... Aquilo realmente me pegou de surpresa.

– O preço da vida eterna são seus sentimentos, idiotas. - Liz falou de forma séria, em alto e bom som, o que nos surpreendeu ainda mais.

– Liz está certa... Bom... Acho que já entenderam... Eu e Liz temos vida eterna. - falou, sorrindo. - Para conseguirmos isso, trocamos coisas que nos dominavam em determinada época... Liz deu seus sentimentos felizes em troca de ser uma guerreira e eu dei meus sentimentos tristes. Ela não consegue estar feliz e eu não consigo estar triste. - Se levantou, dando um risinho baixo - E então... Nos tornamos guerreiras e lutamos contra essas coisas ruins que estragaram seu país!

Naquele momento, eu já não entendia mais nada do que aconteceu. Só tinha apenas uma certeza... Minha vida nos próximos 6 meses não seria calma, não seria boa. Seria apenas uma prévia do inferno que irei cair quando retornar a França.


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Notas finais do capítulo

OMG!! Esse foi o capítulo mais longo que escrevi...!
Espero que tenham gostado, kissus!



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