Ainda Não Acabou - Romione escrita por Srta Granger
Seus pés bateram em algo fofo, o ar era muito seco e quente, chegava a sufocar. Rony já havia estado num lugar semelhante. Areia a perder de vista!
– Egito? Esse sol vai torrar nossos miolos!
– Você já esteve uma vez aqui e pelo que sei você não reclamou! – disse Hermione fechando a cara.
– Eram outras circunstâncias. E daquela vez ficamos num vilarejo, tinha água e comida, e não no meio do deserto!
– Ótimo Ronald! Desculpe se não temos uma cama de luxo e água fresa, mas devo lembrar que foi você que decidiu vir comigo, e se você não pode agüentar 2 ou 3 horas assim... é melhor ir para casa!
– Perdão Mione. – disse ficando mais calmo e endireitando uma mecha de cabelo da garota.- Eu sou esse idiota mesmo. Não vou embora, não sem você e seus pais. Vou ficar sempre do seu lado, lembra? – e a abraçou.
– Você é meu idiota favorito...
Era tão bom abraçar o ruivo, mas precisava se concentrar em encontrar os pais.
– Rony, estamos no topo de uma duna, vamos descer.
– Você quem manda!
– Veja, Ron! Parece uma caverna. – disse apontando ao longe.
– Caverna? Acho melhor não! – Rony havia parado e observava na direção que Hermione apontara.
– Não seja bobo. Não precisamos adentrar a caverna, só o bastante para nos proteger do sol. Ainda é cedo e a temperatura vai aumentar.
– Está certo.
Depois de caminhar uns 500 metros, chegaram na tal caverna, que ficava onde terminavam as dunas e não tinha mais que 5 ou 10 centímetros de areia no chão. Ao fundo ficava uma pequena formação rochosa. Era pequena, mal dava para ficar de pé, mas isso não importava. O que eles queriam era sentar e esperar.
...
Na Toca todos pareciam acordar ao mesmo tempo. Alguns pareciam nem ter dormido e ninguém trocava uma palavra durante o café. Gui e Fleur, que costumavam chegar apenas na hora do almoço de Domingo, haviam quase madrugado na Toca.
– Posso sentir o cheiro das tortinhas lá do quintal. – falou um rapaz que acabara de apontar na porta da cozinha.
– Carlinhos! – gritou a Sra. Weasley levantando e correndo para abraçar o filho.
– Porque não nos avisou que vinha, meu filho? – perguntou o Sr. Weasley também abraçando o rapaz .
– Queria fazer uma surpresinha. Passar mais uns dias com minha família vai ser muito bom!
Depois de cumprimentar a todos e se sentar, o Weasley recém chegado perguntou:
– Onde estão Rony e Percy?
A matriarca caiu no choro. Gina levantou e abraçou a mãe na tentativa de acalmá-la, em vão .
– Percy ainda está no apartamento que alugou- respondeu o Sr. Weasley- E Rony... bem, Rony foi ontem com Hermione à procura dos pais dela.
– E isso é bom ou não? – quis saber Carlinhos.
– Bom? É, é muito bom! – disse Jorge sendo irônico, aquelas eram suas primeiras palavras em dias.
Os demais estavam paralisados encarando-o e ele continuou:
– O nosso querido Ronald, meu caro irmão Carlinhos, resolveu fugir para mais uma aventura ontem...
– Jorge!
– Vai defendê-lo, pai? Olha o estado da mamãe. Acha que ele se importa? Ele acha que realmente virou herói. Ele acha que é motivo de honra o nosso irmão ter morrido naquela batalha! Nessas semanas ele não me dirigiu a palavra uma única vez.
– Você não sabe o que está dizendo, o Rony tem sofrido tanto quanto você. – disse Harry começando a se exaltar.
– É a mais pura verdade! Ele não se importa com a família, nunca se importou...
– Chega Jorge! Já basta! – impôs o pai. Todos nós estamos sofrendo a morte de Fred, inclusive Rony!
– Pensem como quiser! – disse Jorge se levantando. Eu vou para o meu quarto.
– Volte aqui, Jorge! – gritou o Sr. Weasley, mas não adiantou.
Terminaram de empurrar o café e em silêncio foram deixando a cozinha.
– Mãe, deixa que eu faço isso. – disse Gina quando a mãe começou a tirar a mesa do café.
– Você sabe que eu gosto Gina. Me distrai.
Fleur também argumentou:
– Mas nesse ritmo vai acabar ficando doente de tanto trabalhar e existem muitas outras formas de se distrair.
– Hoje é domingo e a senhora vai descansar mãe.
– Mas eu não sei ficar parada olhando para o nada! – indignou-se.
– E quem falou em ficar parada? Pode dar um passeio... – e dizendo isso a ruiva saiu correndo para a sala. Fleur retirava a mesa do café, depositando os utensílios na pia, e quando a sogra foi ajudar, ela exclamou:
– Não, não e não! Hoje vai ser tudo por conta de Gina e eu.
– Vocês duas estão insinuando que eu estou tão velha que não posso cuidar dos afazeres da casa?
Fleur, que começava a lavar as xícaras, parou e olhou para a Sra. Weasley.
– Negativo. O que queremos dizer é que a senhora não pode se acabar de tanto trabalhar e esquecer que tem uma vida própria.
– Mas minha família e minha casa são minha vida... - disse com lágrimas nos olhos.
A nora segurou suas mãos:
–E não podemos ficar sem a senhora, então trate de se cuidar.
– Oh, querida...
Nesse momento, Gina voltava à cozinha arrastando seu pai.
– Mãe, é melhor ir se arrumar.
A Sra. Weasley voltou o olhar para a filha e disse:
– Gina, não estou animada para sair.
– Molly, querida, nó merecemos um descanso, um passeio. Pode ser rapidinho e até aqui perto mesmo. Uma diversão de vez em quanto não faz mal a ninguém.
– Acho que não tenho escolha, não é?- disse abrindo um sorrisinho.
– Gina e eu vamos ajudá-la a se arrumar!
– Fleur, Gina... Eu sinto informar, mas eu mesmo vou ajudar Molly a se arrumar. Vamos querida? – e deu o braço à mulher.– Meninas, estaremos de volta para o almoço.
– Pode deixar pai.
E os dois saíram de braços dados. Gina e Fleur lavaram a louça praticamente em silêncio. Apesar de ter enfim parado de implicar com a cunhada, as duas ainda não tinham uma amizade muito íntima.
– Eu vou ver onde Gui está depois volto para a gente preparar o almoço.
– Está bem, mas... Obrigada por me ajudar com a mamãe. – disse um pouco sem graça.
– Sabe que não precisa me agradecer Gina. No início eu sei que não era muito bem vinda na família – Gina corou levemente- mas agora, além de ter me casado com um Weasley eu ME SINTO uma Weasley! Sua mãe é como se fosse minha mãe e você é como uma irmã mais nova.
Gina escutava em silêncio.
– Então, quando Fred morreu eu não perdi apenas um cunhado, perdi um irmão. E isso me dó muito também.
A caçula Weasley se comoveu de tal maneira com as palavras de Fleur que lhe deu um verdadeiro abraço fraternal.
– Me desculpe por pensar mal de você. Agora mais do que nunca eu sei que Gui fez a escolha certa .
As duas saíram da cozinha e encontraram Gui, Carlinhos e Harry conversando na oficina-depósito do Sr. Weasley. Jogaram um pouco de conversa fora, riram bastante e por fim Harry convidou Gina para dar uma volta.
– Gina!- chamou Fleur quando a ruiva e Harry já estavam se distanciando.
– Cuidado para não se distrair demais, temos um almoço para fazer! – disse em tom divertido e deu uma piscadinha para Gina.
A ruiva acenou afirmando e sorriu para a cunhada. Depois de mais alguns passos, Harry perguntou:
– Você contou para ela? Sobre a gente?
– Não... Mas você acha que já não perceberam?
– É verdade, realmente. Eu queria contar logo para todo mundo, mas com essa história de Rony e Hermione, prefiro esperar.
– Será que eles estão bem, Harry?
– Com certeza. Eles sabem se cuidar.
– Ei! Estamos debaixo da mesma árvore de ontem!
– Eu sei. – disse Harry dando um beijinho na amada- O que você acha desse ser uma espécie de marco do nosso amor? Nosso cantinho preferido?
Envolvendo os braços no pescoço de Harry e depois de enchê-lo de beijos carinhosos, a ruiva respondeu:
– Quando estou com você qualquer lugar é o melhor do mundo!
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Nos próximos capítulos Rony e Hermione chegam a Austrália, mas na hora de encontrar os pais de Hermione...