Ainda Não Acabou - Romione escrita por Srta Granger


Capítulo 2
Capítulo 2 - Além da Floresta Proibida




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O Sr. Weasley levantou-se e perguntou a Hermione:

–Onde está Harry?

–Foi para o pátio, tentei conversar com ele, mas ele não quis.

No pátio, Harry podia ver mais corpos espalhados em meio a mais destroços, sem contar os gigantes e alguns trasgos também sem vida. Os professores Slughorn, Flitwick e Sprout e alguns alunos examinavam e recolhiam corpos para o salão principal.

–Harry?

Imediatamente reconheceu aquela voz. Por tantos anos, sempre que podia e era prudente, Harry passava alguns dias na Toca e aquele home era, talvez, a referência mais próxima de um pai. Agora, provavelmente, vinha para lhe falar o quanto o detestava e o quanto se arrependia de tê-lo acolhido em sua família. Talvez quisesse duelar, honrar a vida tirada de seu filho. Harry não revidaria, tão pouco fugiria, apenas deixaria que o Sr. Weasley fizesse justiça.

No mesmo instante, seus pensamentos foram interrompidos por um abraço forte, paternal. Envolto em pensamentos, Harry não tinha percebido quão perto o Sr. Weasley se encontrava a ponto de abraçá-lo e o mais surpreendente foi sua atitude. Um abraço em vez de sacar a varinha e estuporá-lo?

–Harry, meu rapaz...

–Eu não entendo.

Arthur se afastou, mas continuou com as mãos nos ombros de Harry, fitando-o.

–O que não entende, Harry?

–É, bem, depois de tudo que aconteceu, eu pensei que... o senhor sabe...

–Você pensou...?

–Senhor, a culpa é toda minha, Tonks, Lupin, Fred e os outros, eu sou o culpado.

–Harry, a culpa não é sua. Entenda isso. Você é responsável sim, mas pela paz que vai reinar agora em todo o mundo bruxo e trouxa. Harry, nós sentimos muito pelas pessoas que perdemos, muito mesmo, mas ninguém se foi em vão. Todos assumiram o risco, todos sabiam no que estavam se metendo, todos estavam unidos num só desejo: ajudar você a destruir Voldemort. Você nunca foi sozinho e nunca estará só.

Harry consentiu com a cabeça e esboçou um fraco sorriso, mas pode perceber que grossas lágrimas escorriam pela face do Sr. Weasley.

–Agora vamos entrar, Harry. Minerva tem um comunicado a fazer.

De volta ao salão principal, Harry tentou desviar o olhar das pessoas que choravam abatidas, machucadas. Foi de encontro a Hermione, Rony e Gina que se abraçavam, abraçando-os também e dando um beijo na testa de Gina. A Sra. Weasley então. Deixou de afagar os cabelos de Fred e foi também abraçar Harry. Ele percebeu que esta já não chorava copiosamente como antes, mas tinha os olhos inchados e vermelhos.

Na parte alta do salão, a Professora McGonagall varreu o salão com um olhar triste e cabisbaixo, tinha uma expressão de dor e andava meio curvada.

–Bem, eu quero pedir a todos que me escutem com devida atenção. Os acontecimentos dessa noite nos permitem perceber o quão importante são a lealdade, a união e a força de vencer. Infelizmente perdemos tantas pessoas amigas, pessoas que lutaram por um bem maior, pessoas que deram suas vidas para que a paz reine novamente.

A medida que falava, seu corpo voltava aos poucos ao normal, já não estava mais tão curvada, embora o cansaço fosse notável em sua voz. Era como se aquelas palavras estivessem lhe dando forças.

–Agora, antes que qualquer coisa, devemos dar um destino àqueles que não estão mais entre nós. Além da Floresta Proibida há uma campina, ainda nos terrenos de Hogwarts, eu sugiro que é um lugar adequado para o sepultamento, afinal, Hogwarts será sempre a casa de todos nós. Se houver um consentimento, amanhã as 9h faremos uma breve cerimônia em homenagem a nossos amigos.

Passar mais uma noite no castelo não estava nos planos de Harry, mas devido às circunstâncias, ele aceitou. O Professor Slughorn conjurou sacos de dormir nas salas menos atingidas pela batalha. Alguns alunos foram para suas casas acompanhados pelos pais, outros tantos foram encaminhados ao St. Mungus por terem ferimentos mais graves. Algumas famílias ainda decidiram levar o corpo de algum ente para uma cerimônia particular.

Quando Harry enfim conseguiu fechar os olhos, já era acordado por Rony que o balançara.

–Vamos, Harry. Está quase na hora. Quase todos já estão lá fora.

Harry levantou atordoado, a cabeça estava pesada demais, o corpo dolorido, mas não sentia fome. Dirigiram-se para o pátio onde todos já se encontravam, se abraçando, alguns ainda choravam. Então, guiados por alguns centauros e por Hagrid, que conheciam muito bem a floresta proibida, alunos, familiares e funcionaram adentraram em meio a mata turva. Depois de muito andar em completo silêncio, Harry avistou finalmente uma clareira. Alguns passos a frente se depararam com a campina.

No meio dela, dezenas de corpos repousavam lado a lado envoltos num pano branco. Quando todos já estavam presentes a Professora Minerva começou a cerimônia, mas Harry não ouvia uma só palavra do que ela dizia. Não importa o que falassem, ele sempre se sentiria culpado por aquelas vidas ceifadas. Será que algum dia poderia ser feliz? E Gina que tanto sonhara em tomar por mulher, será que esse sonho se realizaria, ou seria enterrado junto aqueles corpos?

Um gritinho agudo fez Harry despertar dos pensamentos. Um bebê? Quem levaria um bebê para um enterro daqueles? Harry olhou para trás e notou o dono daquele som. Um garotinho frágil de cabelos verde-água se agitava no colo de uma senhora. Ted. Seu pequeno e indefeso afilhado estava ali, só agora ele o conhecia. Uma dor como mil espadas perfurando seu peito atingiu-o. Não era justo. Lupin e Tonks deviam ver o filho crescer, Ted tinha o direito de ficar com os pais. Por que mais uma família destruída?

A mão de Gina segurando mais forte a sua, fez Harry olhar novamente para frente a tempo de ver que, num girar de varinha da Professora Mcgonagall, os corpos desceram suavemente adentrando a terra. Harry notou que à cabeceira de cada sepultura havia um pedra branca indicando quem ali jazia.

–Vamos, Harry. Não podemos fazer mais nada. Mamãe e papai querem você na Toca também.

Assim, voltaram pela Floresta Proibida de volta ao pátio do castelo. Os Weasleys e Hermione seguiram para fora das terras do castelo e aparataram na Toca. Harry seguiu com Gina para o castelo, para sala do diretor, onde poderia usar a Rede de Flu com Gina.


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Notas finais do capítulo

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