Eren acordou um tanto quanto grogue de seu sonho, o quarto estava claro, afinal, diferentemente de onde estava dormindo antes, agora ele estava no quarto do tão famoso Cabo Rivaille, deitado em sua cama.

Observou calmamente a expressão serena do mais velho, o privilégio de vê-lo dormindo era simplesmente majestoso, saber que Levi confiava nele a ponto de não achar que Eren poderia mata-lo enquanto dormia.

Era cedo, talvez seis da manhã, então ainda teria um pequeno tempo até ele acordar, poderia observa-lo e continuar a ouvir sua respiração calma por mais tempo.

Queria ficar deitado naquela cama que parecia tão macia quanto algodão, queria ficar deitado pra sempre, queria esquecer todos os outros, os problemas, os deveres, os titãs, mas havia concordado com aquilo, prometera que acabaria com todos os titãs, e assim faria. Mas se sentia tão em paz consigo mesmo...

Eren riu ao pensar que a noite passada foi a noite em que mais viu expressões do mais velho, expressões bonitas, expressões de paixão, por mais difícil e raro que fosse ver aquilo, ele havia visto, e podia se gabar disso para si próprio quantas vezes quisesse.

Naquele momento, fechou os olhos e imaginou. Imaginou o quanto queria que todos os titãs sumissem, que tudo sumisse, queria ver flores, queria ver sorrisos animados como os de Sasha ao ver carne, ou os seus quando via Rivaille.

Queria poder sempre se encontrar com Levi, falar com Levi, treinar com Levi, hahah, até limpar com Levi, e principalmente, poder deitar-se todas as noites... com Levi.

E daí que fosse impossível? Ele poderia sonhar, certo?

Rivaille mudou a respiração e apertou num tanto os olhos, como se fosse acordar, o que não foi de todo mentira, estava apenas em um estado de transe no momento.

E depois de alguns segundos, finalmente abriu os olhos sonolentos e olhou para o "parceiro", seus olhos, que comumente nunca demostravam qualquer tipo de emoção, tinham mesmo que um pouco, um leve toque de felicidade ao ver Eren na sua frente.

Eren sorriu para ele, e em um pequeno movimento, tocou seus lábios aos do outro, em um gesto gentil de "bom dia", tendo como resposta um tímido beijo em sua testa.

Sim, era impossível. Mas ele queria sonhar, ele iria sonhar. Iria ter Rivaille só para si e ser só de Rivaille todas as noites, queria olhar ele dormir todas as manhãs. Os dois queriam, os dois teriam.

Sim,

todas as noites.