Com o passar do tempo fui me acostumando a nova aldeia, Kaede-san era a pessoa mais gentil que eu conheci, ela sempre estava pronta para ajudar os outros em qualquer coisa, ela pensava mais na aldeia toda do que nela, ela não vivia para ela e sim para os outros e isso era muito admirável. Nós sempre trabalhávamos juntas, fui me acostumando com as pessoas também, conhecia a maioria, tinha novos amigos que sempre me faziam dar uma boa risada. Mas ninguém além de Kaede-san sabia do meu passado, ela também não comentava muito sobre isso comigo então eu certamente não sabia o quanto ela sabia, mesmo assim ela nunca havia tocado acho que ela sabia que era um passado forte demais.

Naquele dia em que fui deixada aqui, depois de me instalar na casa de Kaede-san e me desculpar pelo o que eu fiz com ela, passei longo tempo sozinha e com raiva de Jaken e de Sesshoumaru-sama, mas Kaede-san foi se esforçando a cada dia mais para que eu pudesse voltar a viver uma vida normal, com o tempo não me esqueci deles como pensei que esqueceria, mas a raiva que eu achei que sempre ficaria ela sumiu. Não sei quando e não sei como eu os perdoei, foi involuntário. Talvez seja pelos sonhos, toda noite eu sonho com Sesshoumaru-sama às vezes nós estamos de bem e se divertimos, às vezes rola um romance e na maioria das vezes ele me mata, ele sempre estava bem e de repente seu humor mudava e ele me matava, Jaken sempre estava lá, até nos romances ele estava para implicar e quando Sesshoumaru-sama me matava ele como sempre era a favor do Sesshoumaru-sama.

Fazia seis meses que eu não os via e não queria mais ficar longe deles, às vezes eu dava umas fugidas com a esperança de esbarrar com um deles na floresta, de um bandido me sequestrar, de um yokai me atacar, mas nunca acontecia nada , o que acontecia mesmo era eu voltar com os dois habitantes que eram responsáveis por me caçar na floresta e Kaede-san com uma enorme preocupação e sempre me advertindo de evitar a floresta pois lá tem muitas coisas que os humanos ainda não sabem lidar.

Havia seis meses que eu não os encontrava e nem tinha sinais deles, e depois daquela conversa eu parei de fugir da aldeia, mas não cansei de procura-lós às vezes procurava eles a noite pela aldeia, como Jaken disse q eles sempre vinham me visitar achei que poderia ver eles, mas realmente eles não vinham, não tinha qualquer vestígio deles e eu não aguentava mais isso. Eu tinha que ir atrás deles, eu conseguiria convencer que era melhor estar com eles do que estar aqui, posso ter amigos, posso ter pessoas que cuidam de mim, mas ninguém me faz companhia melhor que eles, era a única coisa que eu tinha certeza.

Com o tempo eu fui deixando de sonhar com eles, eu não sei o que estava acontecendo , será que eu estava os esquecendo? Já fazia 10 meses no total e eu continuava aqui, sem ninguém, seguia a Kaede-san para ver se eles se encontravam com ela para saber de mim, mas realmente não havia nada. Eles realmente não queriam se lembrar de mim, mas por quê? Será que estavam me esquecendo também? Eles não poderiam se esquecer de mim, eu não queria esquecer eles e não vou deixar que eles se esquecessem de mim. Foi a partir desse pensamento numa tarde enquanto eu reparava no pôr do sol, que fiz um plano e pretendia o executar pela manhã, obviamente seria mais arriscado mas a floresta a noite me dava pavor. Então deveria arranjar alguma desculpa, para conseguir sair daqui e deixar o bilhete para a Kaede-san agradecendo tudo e outros para que ela pudesse entregar a quem mais na aldeia eu gostava e que nunca iria esquecer, mas infelizmente eu não poderia continuar ao lado deles, aqui não era meu lugar e eu não ia desistir de tudo tão fácil.

Naquela noite, arrumei as minhas coisas do jeito mais discreto que pude, escrevi todas as cartas, passei a noite escrevendo e reescrevendo elas, imaginando como os encontraria, o que eles diriam, o que especialmente Sesshoumaru-sama faria, mas Kaede-san era esperta e acho que ela deve ter percebido que eu estava acordada a noite toda, mas isso não me importava ela deveria deixar eu fazer minhas próprias escolhas sem interferir. Amanhecendo me levantei coloquei todas as cartas na mesa da cozinha e abri a porta, até que Kaede-san ouviu.

– Aonde você pensa que vai Rin? – ela me perguntou

– Eu vou embora daqui Kaede-san caso você não me encontrasse a várias cartas na mesa, uma delas e para você e as outras queria que você entregasse as pessoas com quem - tornaram minha vida melhor na aldeia, mas agora estou de saída – eu disse caminhando.

– Você não pode sair daqui Rin, por favor, você não entende, eu também me preocupo com você – ela disse.

– Eu vou sair sim Kaede-san, você não pode tomar decisões por mim, eu quero e eu vou embora agora – disse raivosa.

– Não me obrigue a chamar alguém para ajudar, entre para casa agora – ela me respondeu gritando.

– Pensei que você fosse compreensível Kaede-san, porque ainda tenta-me impedir? – me virei para soltar o braço que ela segurava

– Rin você não entende, você é muito nova, você está com uma visão errada disso tudo – ela apertou mais meu braço me puxando para casa.

– Me solta!!! – eu gritei e consegui me soltar

– Rin você não vai sair dessa aldeia – ela fechou a porta e ficou na frente dela

– Como assim? Kaede-san eu não estou te reconhecendo, nunca pensei que você faria isso – eu disse estranhando sua atitude.

– Rin só quero seu bem – Kaede-san responde

– E quem melhor para saber meu bem do que eu? Saia da frente da porta agora – eu disse indo em direção à porta

– Não Rin, por favor, se acalme você não pode sair daqui – ela me disse.

– Porque eu não posso? Quem vai impedir? – Foi ai que me virei e fui correndo em direção à janela e sai por ela

Assim que comecei a correr Kaede-san saiu com gritando e chamando os dois habitantes que sempre me traziam de volta, eu estava completamente confusa porque Kaede-san queria tanto me impedir de sair, parecia que tinha algo mais que ela não queria que eu soubesse. Os dois homens estavam atrás de mim e corriam com duas katanas como de costume, eu me esquivei para o lado de uma casa e tentei procurar algo que pudesse me defender, mas sem sucesso continue correndo e eles estavam chegando mais perto de mim.

Eles foram chegando cada vez mais perto enquanto eu corria assim que olhei para trás vi Kaede-san chegando, eu senti algo perfurando minha mochila, ela havia rasgado, um dos loucos atirou a katana na minha mochila, será que ele tinha a consciência que ela poderia ter pegado em mim? Eu parei e fui tirar a katana da minha mochila, não podia andar com aquilo pendurado e foi isso que deu o tempo deles me alcançarem.

– Deixe-me ir – eu disse raivosa

– Garota, está é a sua última chance, largue essa katana e volte para os domínios da aldeia – ele gritou para mim

– Eu quero ir embora – gritei novamente

– Eu avisei – ele me disse com um olhar sinistro.

Então ele veio me atacar e eu não fazia ideia do que fazer , joguei a mochila no chão e peguei a katana, consegui me defender muito mal de dois golpes, ele não parecia querer me machucar mais sim me assustar, o segundo veio ajudar também e eu não conseguia contra um , imagine contra dois, eu só senti uma dor e dei um forte grito, eu não sei qual tinha me cortado e além disso rasgado meu kimono, o rasgo foi certeiro e poderia ter acertado meu pescoço, afinal tinha sido apenas um pouco abaixo, Coloquei a mão nele e ele sangrava bastante, eles começaram a se desesperar mas eu não conseguia ouvir o que eles diziam eu só conseguia olhar para o sangue correndo em meu corpo.

Até que a Kaede-san chegou e me viu naquele estado, ela ficou pasma e não fez nada, até que eu senti aquela presença estranha e um vento rápido, mas não conseguia ver direito, acho que ou estava muito nervosa ou estava desmaiando e quando fui olhar novamente só consegui ver Sesshoumaru-sama arrancando a cabeça de Kaede-san , eu não acreditei no que via , não acreditei que aquele era o Sesshoumaru-sama então fui andando para trás , enquanto ele lutava com os dois habitantes da aldeia , eu não entendia o porque eles lutavam se afinal sabiam que o Sesshoumaru-sama ia mata-lós e eu então pensei no mais óbvio ele deve me matar como no sonho.

Virei-me e comecei a correr o quanto podia, esqueci a mochila lá e não conseguia correr tão rápido era o que parecia, até aonde eu fui não faço ideia não havia andando antes por aquela parte e descuidosamente acabei tropeçando numa pedra, após umas tentativas realmente vi que não conseguia levantar, e então aceitei que esse seria o meu fim. Sesshoumaru-sama ia me seguir pelo cheiro do sangue e arrancar a minha cabeça como a da Kaede-san, até que avistei Jaken e ele estava me olhando com uma cara nada boa, pensei que se eu o implorasse me ajudaria, afinal acho que ele pelo menos simpatiza comigo e quem sabe só dessa vez não concordasse com o Sesshoumaru-sama.

– Jaken por favor me ajuda – disse ofegante

– Calma Rin, vamosss cuidar do ssseu ferimento, esstá tudo bem – ele tenta me tranquilizar

– Vamos? Você e mais quem vai cuidar? – disse nervosa

– Como assssim maisss quem Rin? Você já ssse esqueceu com quem eu ando? Não acredito nisssso – Jaken disse estranhando

– Não Jaken, você não entende, o Sssessshoumaru-sssama quer me matar – eu disse assustada

– Te matar? Rin eu não sssabia que você essstava tão ruim assim – ele foi olhar como estava meu machucado

– Não Jaken, não é hora de brincadeiras me ajude a sair daqui – eu disse a ele tentando me levantar

– Ta bem, ta bem , masss vamoss com calma Rin – ele disse me levantando

– Você vai me ajudar Jaken? Você vai me esconder dele? – eu digo com a esperança que ele me ajude

– Vou Rin, sssó fique calma , vou cuidar dosss sseuss ferimentoss e essperar que você melhore – Jaken disse enquanto foi pegar folhas para fazer uma cama

– Não demore por favor Jaken , se não ele pode me achar aqui e eu não estou em condições de me defender – disse gritando

– Rin, deite um pouco e reorganize ssseuss penssamentos – Jaken termina de arrumar a cama

– Só se você prometer não deixar o Sesshoumaru-sama me matar? – eu digo deitando

– Ele não quer te matar Rin, de onde você tirou isso? – Jaken diz intrigado

– Ele me disse no ... – acabei adormecendo sem completar a frase